Vida De Monstro - Livro Um - O Começo escrita por Mateus Kamui


Capítulo 20
XX - Will


Notas iniciais do capítulo

So mais dois capitulos para o fim, vai ter uma pequena surpresa ja no titulo dele, entao estejam pronto, espero conseguir terminar ele ate sabado, mas agora fiquem com o capitulo vinte :)



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XX – Will

Levantei aos poucos, minha mente ainda parecia embaralhada pelo controle mental forçado que sofri daquela súcubos, passei alguns minutos tentando recobrar todas as minhas atividades mentais, caí duas vezes enquanto tentava manter o equilíbrio e minhas mãos e pés não responderam algumas vezes, mas finalmente consegui me manter em pé e andar sem problemas.

Demorei alguns segundos para a vista se acostumar a escuridão e pronto, estava de volta a ativa, olhei ao redor, destruição, estantes derrubadas, chamas douradas espalhadas por diversos lugares e uma figura preta, era uma corpo queimado, me aproximei, pela altura deduzi que era o corpo da súcubos, não havia restado muito mais do que uma figura negra irreconhecível.

Meu nariz percebeu um cheiro de sangue, corri em direção ao cheiro e não demorou muito para ver da onde vinha, Amy, seu corpo estava no chão, ela estava cheia de machucados, com as palmas das mãos queimadas, e boa parte da roupa queimada, o que quer que tenha acontecido não foi nada bom, levantei ela com cuidado e a pus do lado de uma estante que ainda permaneceu de pé:

-Amy – falei batendo no rosto dela de leve – Amy!

Ela abriu os olhos com dificuldade, parecia estar doendo pela cara que ela fazia, tentei colocá-la de um jeito mais confortável, mas era difícil fazer isso numa estante de pedra. Amy tentou falar, mas sua voz não saia, ela parecia cansada, e não era para menos, eu não me lembrava direito do que aconteceu, mas pelo estado do corpo da súcubos Amy devia ter se esforçado alem do normal:

-Will – ela tinha conseguido falar, na verdade aquilo foi um sussurro seco – eu consegui?

-Conseguiu, você conseguiu

Ela sorriu e depois fechou os olhos, ela devia ter apagado, não ia acordá-la agora, procurei pela mochila, mas só encontrei uma garrafa d’água jogada longe e a adaga negra, a adaga estava quente, bastante quente, se um humano pegasse aquilo com as mãos terias as mãos queimadas no mesmo instante e ficariam num estado parecido com as mãos da Amy nesse momento.

Arranquei um pedaço do que restou da minha calça, molhei um pouco com a água da garrafa e passei sobre o corpo de Amy, não podia deixar os ferimentos e queimaduras ficarem tão sujos, se eles infeccionassem logo ali teríamos mais um problema. Tentei o melhor que pude e ainda restou água para Amy conseguir molhar a garganta, não o suficiente para se hidratar, mas era melhor do que nada, agora estava na hora de usar minhas habilidades:

-Me de suas mãos por um instante – pedi com calma, Amy ainda parecia cansada, algo me dizia que isso não era bom

Ela demorou um tempo ate conseguir levantar os braços e pareceu ter feito um esforço gigantesco para isso, toquei as mãos dela com as minhas e ela soltou um grito seco de dor, eu não podia culpá-la, não no estado que estavam suas mãos, mas logo melhorariam.

Concentrei minhas forças nas palmas das minhas mãos, eu não tinha total controle sobre aquela habilidade e podia acabar piorando as queimaduras, mas era isso ou ver Amy sofrer ainda mais, pelo menos diminuiria a dor e os ferimentos dela.

Depois de alguns segundos de concentração uma luz vermelha começou a emanar das minhas mãos e passou para as de Amy, lentamente a luz entrou nas queimaduras e começou a curá-las, deu certo, em pouco tempo as mãos dela estavam curadas totalmente, depois passei a luz por algumas outras partes queimadas e depois de bons minutos ela estava livre de queimaduras, mas ainda machucada e com dificuldades de se mexer:

-Como fez isso? – ela perguntou olhando para as próprias mãos como se não acreditasse

-Fogo pode trazer morte, mas também pode trazer vida, meu clã não é imune a chamas como as pessoas pensam, nos só podemos curar queimaduras a um nível inimaginável por vocês humanos, e em alguns casos nos podemos transferir esse pode curativo para outros seres, é um processo difícil, apenas eu consigo fazer isso entre os meus irmãos, meu pai me forçou a aprender quando era mais novo pois ele dizia que um líder deve saber cuidar do seu povo se necessário

-Que máximo, eu gostaria de saber fazer isso, assim não teria me machucado tanto

-Como se machuco desse jeito?

-Um presente da minha mãe

-Presente? – olhei para Amy com desconfiança, queimaduras não eram um bom presente para se dar a uma filha, mesmo que meu pai já tivesse me feito varias delas ao longo dos meus treinos

-Não foi bem um presente, é que quando li o diário da minha mãe eu descobri que ela escrevia certas magias nele, eu comecei a treinar a primeira delas, uma magia que criava uma bola de fogo, durante meus treinos eu nunca fiquei queimada, mas por algum motivo dessa vez eu me machuquei feio

-Sua mãe escreveu as magias dela no diário?

-Escreveu, não sei quantas, porque não cheguei a ver tudo treinando a magia de fogo

-E valeu a pena já que você acabou com o corpo da súcubos

-O corpo, você sabe de quem era? – Amy parecia preocupada depois de tudo, ela tinha cremado o corpo de um ser humano para expulsar a súcubos, normalmente os exorcistas só praticam o exorcismo e trazem o humano de volta e não o matam

-Eu não sei, mas não se preocupe, ela possui o corpo de uma mulher já morta, isso eu podia saber pela aura dela, e seria impossível saber quem era já que a súcubos usou seus poderes para mudar a aparência da mulher e fazê-la ser igual a dela

-Certo, ao menos ela já estava morta

-Deve ser estranho uma pessoa membro do clã de maiores exorcistas da historia eliminar um demônio sem exorcismo – os Winchester eram uma praga de acordo com os demônios, eles foram os que já exorcizaram mais demônios na historia humana

-Foi um pouco, mas eu não tive tempo de preparar o exorcismo sabe

Dei de ombros, normalmente não se fazia exorcismos no meio de luta, mas soube de alguns caçadores que eram tão bons que eram capazes disso, e entre eles estava o maldito pai da Amy:

-É melhor começarmos a andar – falei tomando Amy nos braços e colocando a adaga nas mãos dela – temos que sair agora que já eliminamos os invasores, e ainda temos que achar seu irmão e o vampiro

-Não precisa me carregar nos braços

-E como pretende andar se mal consegue erguer os braços direito?

Ela fez uma cara de poucos amigos e se virou para frente como se isso me impedisse de ver o rosto dela, ignorei isso e comecei a andar, havia decorado o caminho da entrada ate onde havia ocorrido o combate, se a explosão não nos tiver feito deslocar mais do que eu imagino então não teremos problema para achar a saída.

Nos já estávamos andando a quase quinze minutos, não podia usar minha super-velocidade com Amy nos meus braços, não podia correr o risco de machucá-la ou derrubá-la então íamos demorar mais do que o previsto para chegar a saída, mas um de nos não parecia se importar muito com isso, Amy dormia nos braços como um bebê, o bebê mais lindo do mundo.

Quando dobrei em corredor comecei a sentir algo, a umidade do ar aumentou, mas a temperatura também, alem disso um cheiro horrível de metano misturado a dióxido de enxofre começou a exalar, olhei em direção as paredes, as estantes de pedra estavam corroídas e cheias de fogo. Amy se acordou com o cheiro forte, e não podia culpá-la, o cheiro realmente estava insuportável, mas tinha certeza que esse era o caminho certo, minha memória nunca me abandonava:

-Que cheiro é esse?

-Dióxido de enxofre misturado a metano – falei colocando ela no chão com cuidado, algo me dizia que não podia colocá-la em qualquer lugar então voltei para o começo do corredor e deitei ela ali onde o cheiro era mais fraco e meus instintos diziam que era para eu ficar, mas acabei voltando para o corredor

-O que vai fazer? – Amy perguntou preocupada 

-Não se preocupe, só vou averiguar algo

Aproximei de uma estante e toquei na parte corroída, assim que toquei meus dedos queimaram, e aquilo não era uma queimadura por fogo ou calor, era ácido, e não parecia ser um ácido qualquer, era uma mistura de ácido clorídrico e ácido fluorídrico. Olhei ao redor, alem do acido existiam pequenas quantidades de pó amarelado espalhado por todo lugar, enxofre.

Eu só conhecia uma condição onde metano, dióxido de enxofre, enxofre, acido clorídrico e fluorídrico estavam juntos no mesmo lugar, em um vulcão, durante uma atividade vulcânica o vulcão tende a liberar essas substâncias, mas não havia nenhum vulcão por perto, e ate onde eu saiba não estávamos próximos o manto da terra ou se quer havia um buraco por onde o magma poderia entrar, então como aquilo foi para ali?

Eu já tinha passado por ali antes, então ou um vulcão brotou em minutos ou então alguma outra coisa aconteceu. Eu andei de volta ate Amy, algo ali não estava cheirando bem, e não era só o enxofre:

-O que aconteceu? –ela perguntou assim que me viu sentando no chão

-Não sei, meus instintos dizem para sairmos daqui agora, mas minha curiosidade me força a descobrir o porque disso tudo, parece ate que estamos na boca de um vulcão pelas substancias que eu encontrei

-Elas podem ter ido para ali por outro motivo, não precisa ser um vulcão

-Eu sei, mas não consigo pensar em nada alem disso

-Quem sabe tenha acontecido algo próximo da explosão de um vulcão

-Tipo o que?

-Não sei, existe alguma criatura capaz de fazer isso, tipo um monstro?

-Uma caçadora me perguntando isso?

 -Eu sou uma caçadora, não uma expert em monstro, eu não sei de quase nada alem da forma de matar os monstros

-Certo, mas eu não conheço nada que tivesse um poder assim, a não ser que

-A não ser que o que?

-Não, não a chance alguma, é menos provável do que um vulcão, e bem mais aterrorizante

-O que?

-Existe um monstro capaz de cuspir algo que dizem ser equivalente ao poder de um vulcão, não passa de uma historia já que eu nunca vi um deles, e agradeço por isso

-Que criatura?

-Um dragão, dizem que existem dragões que quando cospem suas chamas parece mais um vulcão entrando em erupção – soltei um riso

Era impossível existir um dragão ali, ate onde eu saiba o ultimo dragão visto em terra foi séculos antes deu nascer, mas se eu achava aquilo irônico, Amy devia estar achando inverso, seu corpo estava tremendo, tremendo muito, e eu não sabia o porque:

-Will eu te contei a missão da súcubos aqui em baixo? – sua voz exalava medo

-Não, acho que não

-Pois é, ela veio aqui em busca de roubar os poderes de uma criatura

-Que criatura? – meu corpo começou a tremer, meus instintos estavam rugindo dentro de mim mandando eu correr o mais rápido possível para fora da biblioteca

-Ela veio roubar os poderes do dragão-rei vermelho

-Impossível – meu corpo ficou estático, ele não estava mais me obedecendo e antes deu perceber já estava com Amy nos braços e correndo o mais rápido que podia sem machucá-la – por que não me disse isso antes?! – acho que minha voz saiu forte demais porque Amy ficou assustada

-Eu não sabia que era tão importante assim

-Isso é muito importante, o dragão-rei vermelho é simplesmente o rei dos dragões vermelhos, os dragões flamejantes

-Mas qual o problema?

-Você sabe o que dizem sobre dragões?

-São lagartos enormes que cospem fogo e voam?

-Não é só isso, meu pai me falou uma frase quando era mais novo, e disse que deveria segui-la com a minha vida, porque um dia ela poderia depender dela

-Que frase?

-Draco Dormiens Nunquam Titillandus

-Como é? Esse é o lema de Hogwarts querido

-Hogwarts?

-A escola de magia dos livros de Harry Potter, acho que você nunca leu

-Parece ser um bom livro se ele tem essa frase

-Mas o que ela tem a ver com isso?

-Nunca cutuque o dragão adormecido, você sabe o por que?

-Não

-Os dragões têm o dom de entrar numa espécie de estado de hibernação por séculos ou milênios para recobrar forças ou simplesmente descansar, dizem que se você acordar um dragão quando ele esta hibernando ele pode destruir tudo no caminho por pura raiva, um dragão tem a força de milhares e o rei deles tem o poder de bilhões e bilhões, ele é dito como um ser invencível que poderia limpar o planeta sozinho se quisesse, se nos realmente acordamos ele é bom corrermos, muito

No meio da conversa passamos por mais três corredores destruídos, não me controlei quando vi aquilo e usei meus poderes, corri mais rápido do que jamais corri na vida, mas antes de chegar a entrada que já estava a vista acabei sendo acertado por algo, meus reflexos ainda tentaram me fazer esquivar, mas fui acertado em cheio, consegui fazer com que Amy não fosse acertada, mas acabei largando ela no chão enquanto eu voava para longe.

Levantei no instante em que toquei no chão, olhei ao redor, não havia nada próximo, pelo menos não visível, concentrei minha audição, escutei o barulho de algo se arrastando pelo chão, e então de um segundo para o outro o barulho some e algo me acerta novamente, sai voando de novo, da primeira vez ao quebrei nada, mas agora três costelas se partiram.

Não era possível eu ter sido acertado, o barulho ainda estava longe demais, não tinha como o adversário ter si movido tão rápido e me acertado sem eu perceber. Entrei em posição de batalha e preparei minhas chamas, agucei minha audição novamente, a criatura estava se movendo, ela não estava se aproximando, estava mantendo a distancia sempre constante, mas para isso ela acabou destruindo algumas estantes e pilares, mas eu nenhuma batida ela chegou a perder velocidade, era como se aquilo fosse irrelevante.

Novamente o barulho parou e um golpe me acertou no braço, voei de novo para longe e meu braço teve todos os ossos quebrados com exceção da minha mão. Se continuasse assim eu ia perder feio. A criatura voltou a si mover, mas antes ela se afastou, ela tinha que manter a mesma distancia de antes, e eu acho que tinha finalmente entendido o porque.

Preparei minhas chamas e voltei a me concentrar, a criatura continuava no seu movimento, ele girava em uma circunferência perfeita, com passos ritmados, se mover de uma maneira ritmada é a maior estupidez em um combate, se seu adversário perceber isso, vai poder prever todos os seus movimentos e para onde você vai e quando, e eu finalmente tinha entendido o ritmo dele.

Atirei sem nem pensar, não podia vê-lo, mas sabendo seu ritmo descobri para onde ele iria, mas isso não mudou nada. Quando lancei minha bola de fogo, o ritmo da criatura parou novamente e me acertou. Lado ruim, voei novamente para longe e quebrei um braço e sete costelas, o lado bom era que eu tinha acertado.

Levantei enquanto meu braço ainda se regenerava, olhei na direção do golpe, uma figura estava parada lá, na verdade era só a cabeça dela, uma enorme cabeça, ela devia ter quase um metro de comprimento, mas como colocar em palavras a grandiosidade do que eu estava vendo? Era inconfundível aquele rosto, era realmente a cabeça de um dragão vermelho:

-Ora, ora, ora quem diria não é mesmo? – falou a criatura, sua voz parecia mais o barulho da explosão de um vulcão, uma explosão gigantesca e grave – um demônio me acertando um golpe, e ainda por cima de fogo

-Você é o dragão-rei vermelho presumo? – perguntei fitando aquele par de olhos tão vermelhos quanto as escamas que cobriam seu rosto, um vermelho vivo parecido com sangue

-Dragão-rei vermelho? Eu? Sim sou eu, e você seria?

-William Maquiavel

-Maquiavel? Você é um dos filhotes do Nero?

-Sou neto dele

-Entendo, você me lembra aquele moleque, ele também conseguiu me acertar uma bola de fogo também

-E venceu?

-Há há há, você é mais engraçado que seu avó, é claro que ele perdeu

-Perdeu? – se meu avô, que era conhecido como o homem que matou o deus mais poderoso, perdeu para aquela coisa, então eu não tinha a mínima chance – Se por acaso eu desistisse você não me deixaria ir embora não é mesmo?

-Deixar você ir embora? Jamais

-Por que?

-Ora garoto, você me acordou e ainda destruiu meu tesouro, duas coisas imperdoáveis para um dragão

-Seu tesouro?

-Sim, meu tesouro

-Eu não destruiu nada

-Mas a sua fêmea destruiu

-O que quer dizer com minha fêmea?

-A mulher que esta com você, a bruxa, ela destruiu o meu tesouro

-Impossível

-Não, não é, a súcubos roubou um dos meus tesouros e o engoliu para que eu não o pegasse sem matá-la, então sua fêmea a queimou, mas queimou meu tesouro também

Mas que droga, dragões são criaturas gananciosas e normalmente tem tesouros onde residem verdadeiras fortunas, mas que para eles tem um valor ainda maior, se alguém roubar uma única moedinha já é o suficiente para fazer o dragão persegui-lo pelo resto da vida, dizem que eles só param quando tem a cabeça do ladrão entre seus dentes, e ai daqueles que matarem o ladrão antes do dragão, dizem que tem um destino ainda pior, e esse era o meu destino atualmente:

-Acho que não posso mudar meu destino não é mesmo?

-Existe uma chance

-Existe?

-Sim, apenas uma – encarei aqueles olhos que pareciam dois rubis, medo me dominou – se você me vencer

Ótimo, era o mesmo que nada, eu não tinha chances contra ele e o dragão sabia disso, eu não era um idiota, não ia lutar com alguém visivelmente mais forte do que eu, ele já poderia ter me matado se quisesse, mas por algum motivo ele não o fez:

-O que esta querendo fazer? – perguntei tentando espantar meu medo evidente

-Como assim?

-Você já poderia ter me matado se quisesse, mas não o fez, por que?

-Não vou eliminar alguém que não esta lutando com o seu máximo, eu sei que demônios como você quando vem a terra deixam três quartos dele no inferno e só vem com um quarto, mas também sei que se você quiser ponde romper os selos e utilizar seus poderes por um certo período de tempo, então rompa os selos logo e lute comigo no seu máximo

-Não vai mudar nada

-Vai! – o dragão rugiu aquela palavra de um jeito que fez o chão tremer

Mesmo que quebrasse meus selos meu poder ainda estaria na classe S e essa coisa ia alem da classe SS, não tinha como eu vencê-lo, mas se fosse para morrer então que fosse para morrer lutando com o meu melhor.

Fiz uma pequena chama aparecer no meu dedo indicador direito, depois ergui o dedo acima da cabeça e desci ate abaixo da cintura, uma linha de chamas rubras se formou no ar, então desfiz as chamas do meu dedo e enfiei ambas as mãos pela linha de fogo e puxei para os lados fazendo uma espécie de circulo de fogo, do outro lado do circulo não estava a biblioteca e sim uma espécie de catacumba, era onde estava meu poder, enfiei meu braço direito pelo portal e peguei um cristal escarlate quase do tamanho exato do meu coração que havia do outro lado:

-Você pediu dragão, e seu pedido será atendido

Esmaguei o cristal, uma aura vermelha saiu dele e começou a rodear o meu corpo e depois de me cobrir totalmente ela foi entrando na direção do meu coração, senti o poder voltando ao meu corpo, era uma ótima sensação, quando toda aura entrou no meu corpo senti um alivio enorme:

-Estou pronto – falei com meus olhos vermelhos e pronto para lutar

Não ia mais perder tempo com estratégias ou coisas do gênero, simplesmente avancei na direção do dragão com meus braços banhados nas minhas chamas rubras.

Vi algo se mexendo nas minhas costas, uma cauda, tinha sido assim que ele tinha me acertado todo esse tempo, usando a cauda, os movimentos ritmados e o fato dele sempre se mover formando um circulo perfeito foi uma forma de fazer meu cérebro não se focar ali e sim pensando que ele tinha outra estratégia, eu não ia cair nessa de novo. Assim que a cauda se aproximou o suficiente eu pulei fazendo aquele enorme rabo passar direto, aquela coisa era maior do que.

Não esperei chegar ao chão para continuar meu ataque, aumentei as chamas de uma maneira que eu jamais faria anteriormente, o poder explosivo foi tamanho que serviu como um par de propulsores que me fizeram avançar mais rápido do que o dragão esperava então consegui acertar um soco certeiro no nariz da criatura.

A força da criatura era tamanha que ela nem se mexeu com meu soco flamejante, ele só ficou me encarando com raiva e então voltou a mover seu rabo, me movi velozmente com meus “propulsores” para o lado escapando do ataque, eu realmente estava agradecido por ter pegue meus poderes de volta, sem eles eu não seria capaz de me mover tão rápido a ponto de me esquivar daquela cauda que antes me acertava sem eu nem perceber.

Aproveitei minha esquiva e voltei a avançar, dessa vez acertei um gancho de esquerda bem no queixo do dragão, mas assim que bati aumentei as minhas chamas ganhando ainda mais velocidade e fiz o dragão erguer a cabeça.

Por um instante pensei ter feito um estrago relevante, mas então ele voltou a cabeça para a posição anterior e me olhou como se nada tivesse acontecido. Minha força física normal já era insuperável por qualquer humano, mas quando usava minhas chamas eu conseguia aumentar a um nível incomparável ao anterior, dragões vermelhos são imunes a fogo então minha força adicional era inútil contra ele, fazendo com que minha força ficasse reduzida indiretamente e sem a força das minhas chamas eu jamais conseguiria machucá-lo:

-Bom soco demônio, poucos conseguiram mandar um desse em mim, mas vai precisar melhorar muito se quiser me vencer

O dragão fez uma longa inspiração, era tamanha a força dele que ate mesmo respirando era incrível, tive que me segurar para não ser engolido enquanto ele engolia o ar pela boca, depois disso ele fechou a boca e então eu entendi o que ele ia fazer e corri o mais rápido que pude com meus propulsores, mas era tarde demais, quando olhei para trás vi o verdadeiro poder de um dragão, seu lendário sopro flamejante.


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Notas finais do capítulo

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