(...)

- Tem certeza que não quer vir com agente? Vai ser legal filha! Você vai ver tanta gente nova, amigos, parentes. Vem com agente! – Falava na porta, enquanto abraçava meu pai pela cintura, e fazia carinha de cachorrinho

- Valeu mãe, mas, hoje não! – Sorri de cantinho

- Bom, já vamos então. Não se esqueça de fechar a casa, não deixe estranhos entrar e

- Coma alguma coisa antes de dormir! Eu sei. – Completei forçando um riso

- Tchau meu amor, te amamos! – Mandou um beijo de longe

Seguiram até a porta, enquanto eu me escorava na mesma eles desceram os degraus. Minha mãe estava com um vestido verde água meio azulada, já meu pai, com um terno azul marinho. Com certeza aquilo tinha custado uma fortuna, mas dinheiro não importava, a fábrica de meu pai estava em um estágio extremamente bom. Época de Natal é quando as compras e as vendas aumentam em 100%, aquilo era bom para todo mundo, minha família e os funcionários ganhavam, enquanto os compradores ficavam felizes ao comprarem coisas novas.

Papai e mamãe se dirigiam a um jantar de negócios, realmente seria animado. Muitas pessoas estariam lá, familiares, vizinho, amigos, era mais uma festa da empresa ao ser um encontro de negócios. Provavelmente sua volta seria somente de manhã, ou à tarde, decidiram ainda passar na casa de minha tia, que fizera uma cirurgia e ficava de repouso.

- Tchau bebê, eu te amo! – Falava com uma voz estranha, enquanto fazia biquinho e acenava, retribui sem maiores animações

- Também te amo! – Falei quase sussurrando

- Tchau filha! – Acenava papai, cuidando para não cair

- Tchau papai!

Observei o carro dobrar a esquina, não cheguei a fechar a porta, apenas a deixei aberta pela metade. Fui até a cozinha e peguei um copo de leite. Pronto, minha janta! Pensei.  O telefone tocou logo em seguida, revirei os olhos pegando o mesmo na mão que estava livre do copo.

- Alô? – Confusa perguntei

- Melly? – A voz na linha perguntava

- Ãh, sim! Com quem estou falando?

- O que? Vai dizer agora que não reconhece a voz da sua própria prima! – Indignou-se, só assim fui me dar conta

- Violet, é você mesmo?! – Sorri feito boba

- Claro, como não reconheceu? – Ria

- Sua voz esta completamente diferente! Nossa! – Virei para a televisão, ficando de costas para a porta

- E ai, como anda á família? Estou morrendo de saudades!

- Todos estão ótimos, e vocês ai? – A animação começava – Também estou morrendo de saudades! – Fiz uma careta estranha

- Todos ótimos! – Deu uma pequena pausa – Então, como anda os rolos amorosos? Fiquei sabendo do caso Bieber! – Empolgou-se, fazendo um riso tímido pelo nariz sair de minha parte

- É... – Cocei a cabeça

- É, o que? – Pescava informações que poderiam custar uma vida

- Ah, tá BEM complicada! – Dei ênfase no “Bem”

- Vocês dois terminaram não é mesmo? Vi ele de rolos com a Selena Gomez. – Rosnou – Pretende voltar com ele?

- Nem morta! – Atropelei as palavras dela

- Nossa, por quê?

- Ah, coisas ai! – Mordi os lábios

- Ah, qual é Melly, sou sua priminha linda e maravilhosa, pela qual contávamos segredos desde os 13 anos! Conta, conta, conta! – Cantarolava a ultima parte

- Traição! – Soltei

- Pera, ele te traiu? – Pude sentir sua boca cair sobre os pés (exagerada!!)

- Aham!

- Com quem?

- Com uma menina ai!

- Hum – Grilou – Sabe quantas meninas da minha escola se aglomeraram para falar comigo quando souberam que você era a namorada do Bieber? – Gritava animada, tentando mudar de assunto, quando percebia que meu tom de voz não era para animação

- Quantas? – Falei entre risos

- Mais de 100! – Cantarolou novamente

- Wow, tá podendo em?! – Eu ri, e ela logo caiu na gargalhada junto comigo

- Pois é, daqui a alguns dias, aposto que fotógrafos vão pedir para eu posar nua! – Sussurrou

- Que safadinha você, hem? – Ri

- Tem que ser né amor, ser filha de pastor não é nem um pouco legal! – Refinava a voz

- Falando em ser filha de pastor, como anda os encontros e desencontros? – Apoiei o copo de leite na mesinha, levei o dedo indicador até uma mecha do meu cabelo e comecei a fazer pequenos cachos entre eles – Era Ronald, não é mesmo?

- Ixi, Ronald é passado! Agora ele desapareceu e o Adam reinou no meu mundinho!

- Adam, é?! Como ele é? – Ri

- Ah, é moreno e tem olhos verdes, corpo extremamente atlético! – Falava empolgada

- Já dormiu com ele quantas vezes? – Perguntei um tanto intrometida e um tanto irritada

- Mellany! Isso é pergunta que se faça?

- Claro que é, eu não sou sua priminha linda e maravilhosa, pela qual você deve me contar tudo?! Abre o jogo Vi! – Falei cheia de sarcasmo

- Hum – Suspirou – Sete vezes!

- CÉUS! – Gritei – Jura?

- Aham! E sabe, ele leva jeito!

- Quantos anos ele tem?

- 20!

- E você esta com 18, não é mesmo? – Perguntei

- Aham

- Wow, belo partidão em prima? Parabéns, ótima escolha!

- Sempre escolho os melhores! – Sussurrou – Então devo esquecer o caso Bieber?

- Já devia ter esquecido! – Ri baixinho

Um silêncio rodou

- Às vezes eu acho que não é a mesma coisa sem ele sabe! – Completei

- O que não é a mesma coisa?!

- A minha vida! – Conclui – Ele mexeu mesmo comigo!

- Tente se abrir para novas experiências amor! – Falava

- Já tentei, e quebrei a cara! – Rosnei, sentando em um dos braços do sofá

- É com os erros que se aprende!

- E quando eu vou aprender? – Irritada puxei mais assunto – Já quebrei a cara muitas vezes, e parece que eu nunca aprendo! Ele mexeu comigo, infelizmente mexeu comigo. E foi mais um que fez me sofrer! Realmente a vontade de voltar com ele é o que não falta, mas, não dá, é sofrimento demais! – Conclui um tanto ofegosa – Se arrependimento matasse, com certeza eu não estaria mais aqui! – Abaixei a cabeça um tanto decepcionada 

- É difícil eu sei, mas, se a cada acontecimento você se encerrar no quarto e chorar até faltar liquido, realmente é melhor você se matar!

- Nossa!

- Mas é verdade! Não adianta chorar pelo que já aconteceu, segue o bonde, não chore pelo que os OUTROS realizaram! Se você não era perfeita para ele, com toda a certeza você é perfeita para outros. Apenas abra seus olhos e se liberte para novas experiências! – Falou baixinho, em uma tentativa máxima de conforto

- Seus conselhos sempre me ajudam! – Sorri de cantinho

- Eu sei, sou ótima nesse tipo de coisa, não é?! – Riu, me fazendo rir também

- Mudando de assunto – Troquei o mais rápido possível – Vai passar o Natal com agente aqui?!

- É possível!

- Jura?! – Empolguei-me

- Aham, a família toda tá conversando sobre esse propósito!

- Que bom, então te aguardo aqui! – Ri

- Pode deixar, quer que eu leve alguma coisa daqui do Texas?

- Ah, queijo! – Conclui

- Queijo, jura? – Rosnou

- São os melhores que eu já comi, por favor! – Fiz biquinho, mesmo ela não podendo vê-lo

- Tá, vou pedir para levarem! – Falou enojada, e rindo – Então, até o Natal! Beijos, Tchau! – Mandou um beijo estalado

- Tchau! – Lhe retribui

Desliguei o telefone, logo pondo ele no suporte, agarrei o copo de leite com uma das mãos, logo levantando. A porta fora fechada bruscamente, fazendo todas as minhas atenções se voltassem para a porta.

- Justin?! – Gritei, dando passos para trás (...)