Praedestinatum Em Busca Do Sonho. escrita por vanessa-vvf


Capítulo 15
Não poderia fazer nada se não soubesse_Fernando




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Glossário:

Somnium Vastator: Destruidor de sonhos.

Tutela: Protetor.

Praedestinatum: Predestinados.

Pacem: Paz.

Messor: Ceifeiro.

Elementorum Origo: Origem elementar.

Exercitus: Exércitos.

Lorem ipsum: time

Interfectores: assassinos

Pelo mestre*! – expressão

Que o Mestre vá com você*! – expressão, como: que deus vá com você.

Capítulo 14: Não poderia fazer nada se não soubesse de nada_Fernando.

[Pov Lucas]

                                

Estava perplexo com as informações de Clarice. Como aquilo poderia ser possível? Até onde não sabia? Então me lembrei o que Marco, o Líder da Terra, disse para mim no dia anterior: “Se queres destruir o Líder da Somnium Vastator, primeiramente precisa descobrir o passado dele”.

- Calma... – Provavelmente falava isto muito mais para mim do que pra qualquer um dos dois. – Você está querendo dizer, que o meu pai e o Líder da Somnium Vastator eram amigos?

- Sim, pelo menos até a criação dos quatro países elementares – Clarice afirmou sussurrando e olhando para os lados, desconfiada se realmente não havia ninguém que prestasse atenção na nossa conversa.

Um garçom trouxe alguns de nossos pedidos e apenas quando ele estava longe o suficiente para não ouvir nossa conversa, voltei a perguntar:

- Então o grupo rebelde foi formado apenas por integrantes do país do fogo?

Clarice demorou em responder, se mexeu desconfortável na cadeira com os braços cruzados.

- No começo, sim, dá onde você acha que começou o grande preconceito com as pessoas de olhos escuros? – cochichou – Mas enfim, os poucos novos integrantes são mestiços do país tanto da água quanto da terra. Pelo que sei, para se tornar um integrante do grupo rebelde é necessário, no mínimo, ser um grande assassino.

- E o que nos diferencia deles participando desta prova?

- Tudo! Jamais seremos parecidos com eles, Fernando. Eles são contra as leis dos Líderes Elementares!

- Está enganada, Clarice. – Respondi refletindo a crítica de Fernando – Eles apenas obedecem ao líder deles, o da Somnium Vastator; e nós, o nosso, os Líderes Elementares. São apenas idéias diferentes, mas os integrantes dos dois grupos, tanto da Somnium Vastator quanto do Exercitus, irão se tornar assassinos para proteger os ideais do grupo que participam.

- Bem... Mesmo assim não gosto de ser comparada como uma deles, eles não possuem ética alguma.

- Talvez, seja apenas uma diferente que a sua... – Completou Fernando.

Mas aquela nova discussão que se formaria entre os dois não me interessava. Percebi, que se realmente quisesse destruir o líder do grupo rebelde, precisaria descobrir sobre o passado dele. Se ele realmente um dia foi amigo de meu pai, porque a mudança tão drástica? E mesmo não gostando eu sabia muito bem onde achar essas respostas, com os Líderes Elementares. Seria possível Marco ainda estar por aqui?

- Porque está discutindo com a Clarice, Fernando? – Perguntou Tom sério de mais, surpreendendo a todos com sua repentina presença.

Olhamos para ele que apareceu de pé ao lado de nossa mesa e com as mãos dentro do bolso, ele acabava de retornar da sua prova.

- Eu discutindo? Com a Clarice?! Imagina Tom, só estávamos conversando. – Fernando espertamente negou.

Esperamos a resposta de Tom, que não foi dada.

Reparando nele, percebi que bem diferente de quando sai da minha prova, Tom estava com suas roupas rasgadas e hematomas superficiais pelo corpo, os mais profundos, provavelmente escondidos pelas vestes.

- Você está bem? – Perguntou Clarice obviamente muito preocupada com ele.

- É claro – Ele resmungou sentando-se ao lado dela, e procurando por um garçom – Apenas preciso de um doce.

- Viciado... – Fernando sussurrou tão baixo, que provavelmente apenas eu ouvi, pela sorte dele.

- Passou na prova, Tom?

Ele respondeu com um singelo aceno na cabeça, e rapidamente Fernando comentou:

- É lógico, Clarice. Se nem mesmo o Tom pudesse passar, eu e o Lucas não teríamos a mínima chance... Acho que já passou da hora deles me chamarem. To ansioso.

Agora era Fernando inquieto na mesa, Clarice preocupada com o estado de Tom, o que era completamente desnecessário, porque infelizmente concordava com as palavras de Fernando.

Levantei-me da mesa, e logo Clarice perguntou:

- Vai aonde?

- Procurar o Líder Elementar da Terra – Restringi em responder, mas antes que pudesse me retirar, Tom me alertou.

- Ele não está mais aqui.

- Como você sabe?

Mas ele não me respondeu, principalmente porque um garçom foi atendê-lo, e logicamente para ele, devo ser muito menos importante que um doce! Porém, levei em consideração as palavras de Tom, afinal, como Tutela da filha de Marco, ele era o que mais tinha informações do Líder Elementar da Terra do que qualquer um de nós, até mesmo da Clarice.

Droga! Pelo visto terei que perguntar no próximo encontro com algum Líder Elementar sobre o passado de meu pai e do Líder do grupo rebelde. Se realmente quero derrotá-lo está mais do que na hora de saber sobre tudo.

- Integrante Fernando...! – Chamou um homem do exercitus que acabou de chegar à nossa mesa.

- Finalmente! –Interrompeu Fernando se levantando empolgado – Na próxima fase encontro vocês – Informou antes de partir, sem não antes piscar sorridente.

- Trouxa – A minha palavra mais adequada para nomeá-lo.

Pov Tom

Lucas voltou a se sentar com a gente na mesa, pensativo e sério, algo o incomodava profundamente, mas isso não me importava. Logo chegou meu doce, nada menos merecido depois de encontrar Verônica e ser alertado por todas aquelas loucuras de “praedestinatum”.

Irônico, não é?

Como será que Lucas reagiria se soubesse que naquele momento, Verônica, a antiga Tutela dele, estaria saindo do mesmo estabelecimento do exercitus que ele está? Ou pior, se descobrisse que ela está viva? Que ele não é o último sobrevivente de seu país!?

Pelo Mestre*! Não me bastava ter que cuidar de Clarice, agora preciso cuidar de dois moleques individualistas! Era só o que me faltava.

- Está tudo bem mesmo Tom? Você parece tão aborrecido – Perguntou Clarice com o seu jeito meigo de sempre.

- Nada com que você precise se preocupar, senhorita Clarice.

Pelo menos, não por enquanto.

- Tom, por favor, não me chame assim. – Ela resmungou.

Sabia que Clarice odiava aquelas formalidades, mas não me importava com isso. Voltei a encarar Lucas, que refletia seriamente, alguma coisa o incomodava profundamente.

Lembrei-me da minha conversa a momentos atrás com Verônica, principalmente sobre a lenda dos praedestinatum e o fato de que precisava cuidar daqueles três. Droga! Como tudo aquilo que ela explicou tinha que ser justo com eles? E porque tinha que sobrar pra eu cuidar deles!?

- Tom – Lucas me chamou – O que você sabe sobre a queda da ditadura?

Era só o que me faltava, parecia que aquele dia jamais ia parar de ser surpreendente. Primeiro a visita da Verônica, agora isto? Até onde será que ele sabe? Ou até onde ele pode saber?

Lucas permanecia sério, sentado diante de mim, e aguardado atenciosamente a minha resposta. Ao encarar os olhos esbranquiçados, eu percebi que pouco ele sabia. Seria eu a pessoa certa de informá-lo de apenas alguns detalhes a mais?

Resolvi que era melhor usar o conselho de Verônica, usar a clarividência como um artifício poderoso, por isso não parei de encará-lo, cada vez mais intensamente.

- O que é?! – Exclamou arrogantemente incomodado sobre o meu olhar e meu silêncio.

Então eu vi trechos da conversa anterior entre Lucas, Fernando e Clarice; senti o intenso estalar de enxaqueca. Mas percebi que não era o momento e nem a pessoa certa de informá-lo.

- Nada, não sei sobre muita coisa também não. Apenas que os quatro adolescentes mais o Mestre conseguiram derrubar a antiga tirania e dividiram o território em quatro países mais a cidade Pacem que ficava na fronteira do encontro dos quatro países. Como pode perceber, uma informação que todos sabem.

- Você não sabe sobre mais nada?

- Não – Respondi em um sussurro e pegando o último pedaço do meu doce, acho que preciso até de mais um.

- Não sabe nada sobre o Líder do País do fogo...?

Pois é, realmente preciso de mais um doce.

- Ou do Líder da Somnium Vastator? – Ele tornou a perguntar.

- Está fazendo as perguntas certas, apenas para a pessoa errada.

- Você não vai dizer nada para mim, não é?

- Não – Respondi com sinceridade, e logo avistei e chamei o garçom, para me trazer um novo doce.

Apenas ouvi Lucas resmungar contrariado, talvez irritado de mais por ignorá-lo, mas isso pouco me importa.

- Como foi a sua prova? – Perguntou Clarice docemente, percebendo o clima estranho e querendo mudar de assunto, mas entre todos os assuntos que ela poderia puxar, aquele também não era nem um pouco apropriado.

Diria o que? Bem, fui “torturado”, mas algo bem leve e que não me incomodou, o problema mesmo, foi ter reencontrado Verônica, pois é, a sua antiga tutela mesmo Lucas, aquela que você acha que está morta. Pois bem, ela ainda vem me avisar para protegê-lo da Somnium Vastator porque sabe que você não é forte o suficiente para isso. Há! É claro, sem esquecer, que ainda veio me contar sobre uma lenda, sobre os praedestinatum, sim, aquela velha história mesmo que ouvimos quando crianças. Então, parece que vocês dois, eu e o Fernando somos os praedestinatum, só que não estamos ainda preparados para colher as consequências disso, mas até lá, serei eu responsável por vocês três.

Essa foi a minha vontade de responder, mas é lógico que não o fiz.

- Normal. – Respondi resmungando e ainda mais ansioso e inquieto para o meu próximo doce.

- Você está muito arrogante hoje, sabia?

- Impressão sua senhorita Clarice...

Foi a vez dela de resmungar algo irritada, mas vencida por saber que sempre irei tratá-la de forma tão formal.

E assim se prolongou o nosso momento constrangedor. Lucas, irritado comigo por não lhe contar de coisas que ele realmente supunha ser muito importante, que talvez, realmente seja. Clarice, por um capricho. Mas eu, to pouco me importando com isso, desde que chegue logo o meu doce.

Mas ele não chegou, não teve tempo, porque um infeliz membro do exercitus, parou na nossa mesa e ordenou a nossa presença a um lugar que ele ia nos levar, onde até mesmo Clarice poderia ir. Estranhos tal chamado, mas não questionamos.

Pelo visto, meu doce terá que ficar para mais tarde.

[Pov Fernando]

Acompanhei o instrutor do exercitus, andamos por um longo tempo pelos corredores da mansão, chegando em áreas que desconhecia, até que finalmente paramos na frente de uma porta, na qual o instrutor abriu e entrou em silêncio, o segui confuso.

Ao entrar encontrei uma sala toda mobiliada com várias estantes de madeiras preenchidas por extensas fileiras de livros. Assustei-me em imaginar se minha prova tinha a ver com alguma coisa sobre leitura, afinal, mal comecei a aprender, porém sabia que a prova tinha haver com o “maior medo”, e com certeza aquilo não me aterrorizava, era sim uma falha, mas não um assombro.

Apenas com o barulho de um pigarro que percebi que havia um minúsculo idoso sentado na enorme poltrona e apoiado na alta mesa de carvalho, sendo quase escondido pelos móveis. Tal imagem me assustou, não o fato do homem estar quase escondido, e sim, a feiúra dele. Pelo Mestre*! Aquele homem era caquético de tão velho! Ralos fios de cabelo brancos, o rosto extremamente magro e a pele muito caída e extremamente enrugada, o pior eram aqueles olhos esbugalhados, mas piorou quando ele tentou sorrir e não vi nenhum dente, e sim, uma gengiva escurecida. Arg! Que nojo! Agora entendo porque os lábios tão retraídos.

- Sente-se, por favor. – pediu com a voz rouca e aguda.

AQUILO ERA UMA MULHER!? Mais assustador ainda.

Sentei-me retraído em uma poltrona de frente à mesa, encarando aquela assustadora velha. Imaginei quantos anos ela deveria ter, com certeza mais que cem.

- Pode sair – Ela ordenou encarando o instrutor que me levou até lá, e foi o que ele fez – Bem, a partir de agora a sua prova começa – Ela informava tão lentamente, que não tinha como não acompanhar o movimento de seus lábios, pelo mestre*! Aquela boca era nojenta, tenho certeza que ela estava começando a babar – Admito que tive muitos problemas em achar uma solução para poder avaliá-lo, e o processo foi muito longo e extremamente complicado.

- Complicado?

- Bem, você mais do que ninguém deve saber qual é o seu maior temor, não é meu jovem?

Com ações lentas, a senhora abriu uma de suas gavetas, retirando de lá, um pergaminho, estendendo-no para mim, e mesmo hesitante, o peguei e o abri.

Como esperado, dentro dele estava uma longa sequência de letras e palavras, que com muita dificuldade eu tentava ler, possivelmente uma silaba ou outra consegui identificar, mas jamais uma palavra. Meu coração disparou e olhei para a senhora, que me observava atentamente, observando cada reação minha.

Engoli seco e percorri as palavras nas linhas, fingindo ler, após ver tudo, a encarei em silêncio, esperando que ela falasse algo, mas não o fez, isso me desesperou, porque eu não sabia sobre o que aquele pergaminho falava.

Mas eu sabia qual era o meu maior medo, não é? De alguma maneira aquele pergaminho estaria relacionado com ele.

- Bem, o que isto está relacionado com as minhas... Origens? – Perguntei hesitante e sendo o mais abrangente possível, afinal, não sei muito bem o que o ajudante do Messor considerou ser o meu maior medo quando me avaliou.

- Não é meio óbvio, criança? Aí estão os nomes de todos os seus ancestrais, ela é a sua árvore genealógica.

- C-como? – Gaguejei voltando a encarar novamente aquele imenso pergaminho, aquilo não poderia ser real!

- Admito que foi muito difícil descobrir, principalmente quem eram os seus pais, mais depois de identificá-los foi mais fácil descobrir o restante de seus parentes.

Eu encarava cada palavra, tentava ler, tentava identificar um som, gravar uma pequena informação! Qualquer uma! QUALQUER COISA!

Lá estava o que eu mais busquei em toda a minha vida! LÁ ESTAVA A EXPLICAÇÃO DO PORQUE ESTIVE SOZINHO DESDE DE SEMPRE!!!

Senti meu coração disparado e uma intensa raiva, chegando a fechar os punhos com tanta força que amassava o pergaminho, eu não conseguia ler os nomes que estavam lá, eu não conseguia identificar QUEM ERAM OS MEUS PAIS!

- Não pode ser...

Eu tinha que conseguir gravar alguma sequência de letras, nem que fosse uma pequena palavra, alguma coisinha... EU NECESSITAVA TER QUALQUER COISA GRAVADA SOBRE AQUILO!

- Apenas por analisar a cor de seus olhos sabia que você é um mestiço, mas jamais poderia imaginar uma genealogia desta; você consegue entender o motivo de isso ficar em segredo, não é meu jovem?

- Do que está falando!?

- Isto é contra as leis... Você deveria estar morto – Sussurrou tão baixo que eu mal conseguia ouvir.

- Mais do que você está falando...?

- Pode deixar, meu jovem! Seu segredo estará guardado entre nós dois, logo que essa prova terminar eu queimarei esse pergaminho e a minha pesquisa. Ninguém saberá a verdade, além de nós dois. Mas vamos para o que interessa! O que você vai fazer sabendo da verdade?

Encarei novamente aquele pergaminho, eu NECESSITAVA decorar aqueles desenhos. A letra era bem diferente da de Clarice, aquilo era um “A”? Calma... Como era a ordem do “alfameto”? Que porra de letra é aquela!?!?!?

- Fernando...

Eu só... Só queria conseguir um nome, uma palavra, qualquer merda que fosse! Lá estava a resposta de milhões de perguntas que me assombraram a vida inteira.

Quem eram os meus pais? Porque eles não estavam comigo? Porque eu sempre estive sozinho?

Encarei a velhinha sem saber o que falar ou pensar. PORRA! Aquilo tinha que acontecer comigo!!!

- Afinal, o que você irá fazer sabendo da verdade?

Oras, o que eu poderia fazer?

- Nada... - Respondi dando as últimas olhadas no pergaminho, não poderia fazer nada se não soubesse de nada... – Eu não posso ficar com ele? – Supliquei indicando o pergaminho, afinal alguém poderia ler para mim, como a Clarice.

 - Jamais! Ninguém pode saber sobre isso, entenda uma coisa, Fernando, sua vida realmente corre perigo se isso for descoberto por algum Elementorum Origo! Não se esqueça que você é um Mestiço! Se lerem esses pergaminho e descobrirem que fui eu que descobri este segredo ainda poderá sobrar para mim, não quero problemas desnecessários para os poucos anos restantes de vida! – De repente, o pergaminho em minhas mãos começou a se desfazer até se tornar areia caída ao chão, foi aí que percebi que aquela velha era do elemento da terra, e fez aquilo antes que eu pudesse ficar com o pergaminho. DROGA! – Pode sair, você passou na prova, respondeu certo. Preste atenção, meu jovem, nada irá mudar na sua vida mesmo você sabendo sobre seus ancestrais, então nada de diferente poderá fazer!? Entendeu?!

Encare-ia perplexo. Pelo Mestre*! Quase pude descobri a coisa que mais me atormentava!

- Agora saia e siga o integrante do exercitus que está lá fora te aguardando e te levará para sua quarta fase, você era o último participante da terceira fase, que o Mestre vá com você*!

 Ergui-me com as pernas trêmulas e sai daquele cômodo... Exacerbado, coloquei as mãos no rosto logo depois de fechar a porta e encarar o integrante do exercitus que realmente me aguardava.

Mas apenas com as mãos no rosto, que senti a face toda molhada e as intensas e grossas lágrimas continuas ainda deslizando sobre o rosto, eu estava apavorado e com o corpo tremulo.

Jamais poderia imaginar que isso me afetasse tanto assim.

Afinal, o que eles fizeram por mim? Eu cresci muito bem sozinho, passei por dificuldades? É lógico! Mas quem não passa? Ok, uns mais do que outros, mas estou vivo não estou?! Sei me defender muito bem e superei tudo! Dou-me muito bem sozinho! Não preciso de nada e nem de ninguém. Comecei do nada, mas estou aqui! Meus parentes sempre foram um nada para mim, nunca fizeram nada por mim, PORQUE EU JAMAIS SIGNIFIQUEI NADA PARA ELES!

ENTÃO NÃO VÃO MUDAR NADA NA MINHA VIDA E NEM DE MIM!

“O significado de “lorem ipsum” é “time”; mas quando se torna verdadeiro, torna-se uma família”

Clarice estava errada! EU NÃO TENHO UMA FAMÍLIA, NÃO TENHO UM TIME! E EU NÃO PRECISO DE NADA DISSO! SEMPRE ME VIREI MUITO BEM SOZINHO E SEMPRE IREI ME VIRAR MUITO BEM ASSIM!

[Pov Clarice]

Fomos guiados até um amplo cômodo, que diferente dos outros, não havia nenhum móvel.

A nossa espera estava Thiago, o Messor responsável pela prova dos interfectores esse ano.

- Por que viemos para cá, Thiago? – Perguntou Lucas sendo audacioso, obviamente não agradando ao Messor.

- É Messor para você.

Antes que uma discussão inicia-se a porta se abriu, surgindo nela, Fernando que possuía uma expressão extremamente séria, sendo assim também extremamente incomum, acho que a prova deve tê-lo abalado de alguma maneira muito séria.

- Pois bem, agora que chegaram todos que aguardava poderei informá-los que vocês passaram no último teste, tirando a Clarice é claro, mas enfim, estou aqui para dizer que apenas restou 30 inscritos e finalistas para o último teste a se tornar um interfectorem, mas diferente dos outros testes, neste haverá duas etapas a serem compridas, assim terão 10 grupos compostos de três pessoas, supervisado por um interfectorem, no caso de vocês seriei eu. Dessa vez, a primeira etapa a ser seguida será uma missão, precisamos capturar um pergaminho que está na base de um grupo aliado aos Somnium Vastator, está será uma missão que a nossa infiltração e terá que ser despercebida. Entendem a gravidade do perigo?

Assustei-me em imaginar que se alguém fosse descoberto ou capturado poderia ser vítima deste grupo, ou pior, da própria Somnium Vastator; sem contar que o objetivo dessa missão era obter um pergaminho de importância ao exercitus, jamais imaginei que um participante teria que se envolver em assuntos entre o exercitus e a Somnium Vastator sem antes se tornar um interfectorem. Pelo visto, o exercitus está mais frágil do parece, para precisar de auxilio de até participantes da prova.

- A segunda etapa será sobre o treinamento de vocês, aonde eu irei treiná-los. Se algum dos três é contra os objetivos da missão, diga agora e se desclassifique, porque quando essa nova fase começar não haverá mais volta.

 Encarei os rapazes e obviamente nenhum disse nada, Tom sabia que eu gostaria de acompanhar, então jamais se desclassificaria, já Lucas e Fernando mais do que nunca pareciam mais obstinados.

- Pois bem, partiremos amanha de manha, durante a viagem darei as coordenadas e procedimentos que terão que ser rigidamente executados e então começara a última fase da prova, boa sorte a todos e até amanha, estão todos dispensados.

Ninguém disse nada e sem contrariar o Messor, saíram da sala, menos Tom que para a minha surpresa disse a mim:

- Me dê cinco minutos com o Messor, me espere no corredor, por favor.

Logicamente estranhei tal pedido, na verdade Tom jamais fazia pedido algum a mim, fiz o que ele pediu e sai da sala com Lucas e Fernando.

- E o Tom? – Perguntou Lucas quando percebeu que ele não me acompanhava.

- Disse que precisava conversar com o Messor.

- Que estranho... – Ele rapidamente pontuou e olhou em direção de Fernando, que continuava a andar isoladamente – Ei, Fernando, você não acha isso estranho?

- Isso não me importa.

- Nossa, que mau humor ein! Pelo visto a sua prova te afetou ein!

- Cala a boca! – Explodiu surpreendendo a mim e Lucas, mas sem se importar, saiu andando e se afastando cada vez mais de nós dois, até desaparecer do nosso campo de visão.

- Pelo visto a prova anterior realmente o afetou.

- Sim... – Murmurei

Fernando entre todos nós era o mais brincalhão, e até mesmo o mais idiota, apesar do pouco tempo que o conheço, ele ficou sério pouquíssimas vezes, e todas as vezes que ficou, era necessário e era algo realmente sério.

Mas agora, com essas expressões tão sérias e até mesmo melancólico, não tem como não me preocupar com o que ele fez para superar o seu maior medo. Diferente que Tom, ele estava fisicamente intacto, e sua prova foi relativamente muito rápida. O que será que aconteceu? Será que ele contaria para mim?

- Não se preocupe com esse idiota, daqui a pouco ele volta ao normal. – Lucas me informou com um leve sorriso, fazendo-me sorrir também.

É estranho pensar que apesar do pouco tempo, criei um laço tão forte com Lucas e Fernando. Lucas, apesar de inicialmente parecer muito individualista e metido, percebe-se com o tempo, que isso é apenas uma barreira que ele criou para os desconhecidos, mas na verdade é tão simples e simpático como Fernando, apesar de muitas vezes voltar a ser individualista quando algo é citado sobre o seu passado. Com certeza muitas coisas ainda o atormentam.

Já Fernando, esconde dos outros o que sente com o seu modo alegre de ser, mas que as vezes, engana os desconhecidos com um sorriso, mas que na verdade enfrenta seus problemas tão seriamente quanto qualquer um daqui, sabe ser sério nos momentos devidos e quando isso acontece, pode acreditar, a coisa é séria de verdade, por isso estou preocupada, sei que a última prova o afetou e temo como isso pode mudá-lo.

Mais tarde tentaria conversar com ele, talvez comigo ele se abra, não é verdade? Afinal, foi a mim que ele pediu ajuda para ensinar a ler e escrever.

[Pov Thiago]

Todos saíram da sala, menos Tom, que ficou para obviamente conversar comigo, e assim que ficamos sozinho ele logo perguntou:

- Verônica já foi embora?

- Sim, foi assim que a sua prova terminou, ela tinha uma missão a realizar para o exercitus, mesmo contrariada ela fará.

- Por que você será o nosso supervisor, Thiago?

- Clarice e Lucas – Restringi em responder, não devia explicações para Tom, mesmo ele sendo uma tutela. Mas a proteção e o sigilo sobre as origens dos dois elementorum origo ele fundamental para que fosse bem sucedida a missão.

Normalmente, a última fase são lutas individuais entre os concorrentes, onde apenas alguns passam, mas dessa vez eu tornei as coisas diferentes. Percebi a importância de manter esses quatro juntos depois da conversa entre mim, Verônica, Tom e Castro; então criei essa fase para que Lucas, Fernando, Clarice e Tom continuarem juntos e sejam treinados por mim, obviamente para prepará-los melhor do que o necessário para se tornar um interfectorem e para garantir que eles fiquem unidos e em segurança. Verônica confiou em Tom para manter os três em segurança, mas já é um problema enorme manter apenas uma elementorum origo em segurança, imagine dois então? Lucas, mais do que qualquer um, jamais poderá ser descoberto por esse grupo aliado aos Somnium Vastator que é pertencente ao País do Vento, não por enquanto, ele ainda é fraco de mais para se defender do grupo rebelde.

- O que você realmente está aprontando?

Dei uma leve risada e andei em direção da porta, não devia e nem queria dar qualquer explicação para Tom, mas assim como eu sabia de sua clarividência, com certeza ele deveria ter percebido ou pressentido o meu plano.

- Está mais do que na hora de envolvermos mais Lucas sobre a realidade, não é?

- Isto não é você que decide. – Ele rapidamente respondeu sério de mais, como sempre.

- Não serei eu que irei decidir mesmo – E voltei a rir – Vamos deixar isso nas mãos do destino, ele já está escrito, o que irá acontecer, deverá acontecer e você mais do que ninguém sabe de quem Lucas precisa ouvir a verdade.

E fui embora antes de ouvir qualquer reclamação ou pensamentos de Tom, eu sempre soube que ele é contra o meu modo de agir, foi contra quando influenciei Clarice a participar da prova dos interfectores e será contra com o que quero fazer com Lucas. Mas fazer o que? Preciso deixar esses dois mais fortes, não é? Então que comece o real treinamento, porque agora, todos eles estão nas minhas mãos, e eu, não irei pegar leve.

Continua....


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Notas finais do capítulo

Nossa, faz tempo ein pessoal! Mil desculpas, mas o que posso dizer, foi falta de inspiração, com falta de tempo e todas aquelas desculpas de escritor. Mas tudo o que tenho a dizer é que foi mancada ficar tantoooo tempo sem escrever, é ruim pra quem ler, pq n lembra os detalhes da história, até eu tive que reler pra saber o que tinha ou não que escrever!
Mas enfim, agora, eu começo uma nova fase da história, a primeira é a que descrevo o funcionamento deste mundo e os personagens, muitas coisas já consegui desenvolver e outras serão melhor desenvolvidas apesar de agora, mas a base já está feita.
Apartir de agora, os capítulos estaram bemmmm mais dinâmicos e melhores, posso garantir, pq a história de verdade está começando! Uhul! Espero do fundo do meu coração que ainda exista leitores, e que me xinguem se necessário pela demora, mas prometo que quero me empenhar nessa historia cada vez mais, se não, ela será eternaaaa se eu demorar tanto para escrever.
Então, novamente, desculpe a demora e espero que tenham gostado. Prometo que apartir de agora os capítulos estarão bemmmmmm melhores! Um beijo a todos, e DEIXEM REVIWES, é isso que me faz escrever.
E há! Obrigada pelos leitores que me mandaram os MPs pedindo para n abandonar a historia, muitoooo lindos todos vcs, mas n vou abandonar gente, posso demorar, mas jamais abandonar, hehehe. Valeu pelo apoio.



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