Imprevistos Do Amor escrita por DebsHellen


Capítulo 8
Capítulo 7.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei! =/ Eu estou atrasadíssima com o capítulo. Prometi, prometi e não cumpri.
Meninas, tive um surto de leitura compulsiva... Nem sei se isso existe; se não existe, acabei de criar. rsrs
Baixei uns 40 livros da internet p/ ler e viciei neles... Resultado: li tanto que esqueci um pouco da fic. Mas convenhamos que tenho esse direito, né?! Tbm sou humana! *-*
Enfim, espero que não tenham desistido da fic. Vou fazer o máximo para cumprir os prazos de postagem daqui em diante.
Dedico o capítulo para uma amiga/leitora de portugal, a querida "Belita" que está enfrentando uma fase difícil de perda na família. Amiga, espero que vc consiga seguir em frente. *-*
Boa leitura...



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CAPÍTULO 7.

“AMOR É QUANDO AS DIFERENÇAS NÃO SÃO MAIS CAPAZES DE SEPARAR.” – J. De Bourbon Busset

PDV Isabella Swan

Os meus dias na casa de Carmen estavam contados. Faltava agora exatamente duas semanas para que eu saísse dessa casa e consequentemente desse emprego. Eu não sentia arrependimento algum por abandonar essa vida, não era o tipo de vida da qual você sente falta dela.

O trabalho era cansativo, vergonhoso, imoral e muito, muito humilhante. Você é apenas a prostituta, não tem direito a escolher nada do que vai fazer ou deixar de fazer com o cliente.

Ele paga...

Ele escolhe...

Ele manda...

A prostituta só tem que fazer... Isso era muito humilhante.

E o pior de tudo é que a maioria das mulheres que ali trabalham não está ali por opção; está ali por necessidade e falta de oportunidade.

Outras assim como eu já conseguiram sair dessa vida, mas é algo raro e difícil. Precisa ter muita coragem e força de vontade. Isso eu tinha de sobra!

Claro que me livrar dessa vida era o que eu mais queria no momento, mas também sentiria muita falta de algumas coisas. Por exemplo, sentiria uma falta imensa de Carmen, ela era minha mãe desde que meus pais morreram, seria difícil não tê-la por perto. O que me consola é saber que posso visitá-la sempre que quiser.

Sentiria saudades das meninas também. Se Carmen era minha mãe na casa, as meninas eram minhas irmãs. Cada uma tinha uma característica que as tornava especiais para mim. Porém, de todas, a que mais me faria falta era Claire. Como eu adorava aquela mulher! Só ela sabia entender plenamente meus sentimentos e sonhos, só ela aceitava todas as minhas decisões e opiniões sem pestanejar. Vou torcer para que ela crie coragem e saia dessa vida algum dia. Ela merece ser muito feliz com alguém que a ame e valorize a mulher que ela é.

E, por fim, sair da casa de Carmen me faria sentir falta de outras coisas. Alguns clientes que me faziam rir como James, por exemplo. James era simplesmente hilário, tinha uma imagem da vida muito simples e animada. Ele era um bom homem, gostava de conversar com ele. Mas eu mentiria se dissesse que eram apenas homens como James os que me fariam sentir falta da casa de Carmen...

O pior de tudo era saber que Edward faria falta... Sim, eu admito que sentirei muita falta dele. Sei que o conheci há apenas duas semanas e sei que não posso imaginar coisas e me iludir com contos de fadas e pensar que ele é o homem da minha vida; mas eu não conseguia tirar da minha mente os momentos que passei em seus braços...

Com ele tudo foi diferente... Não era só sexo, não era só cliente e prostituta... Era algo a mais, era bem mais do que eu esperaria de um cliente. Prova disso é que ele parecia satisfeito por estar comigo e apenas conversar ou dormir, não queria saber só de sexo.

Então, sair da casa de Carmen simbolizaria uma nova vida pra mim, um novo começo. Mas simbolizaria também muitas perdas... Porém, era necessário, era preciso seguir em frente. Eu correria atrás dos meus sonhos, eu mudaria minha vida e seria feliz...

PDV Edward Cullen

A semana estava se arrastando, mas estava feliz por ter passado algumas noites com Anabelle. Eu desejava estar com ela todos os dias, mas tinha que trabalhar. Eu queria estar com ela todas as noites, mas não havia como fazer isso. Então, passei apenas algumas noites com ela, mas todas foram maravilhosas.

Aproveitei para me perder nas inúmeras carícias dela, me perdi no seu cheiro, nos seus olhos, no seu corpo... Tudo nela era perfeito e fazia com que eu esquecesse da minha vida fora daquele quarto. Além disso, adorava conversar com ela, ela sempre prestava atenção em tudo o que eu falava e era sincera em tudo o que dizia. Estar ao seu lado e ainda poder dormir com ela era algo fantástico, superior a tudo o que já vivenciei.

Hoje eu estaria novamente lá com ela se não fosse o fato de ter que ir para a casa dos meus pais para um maldito jantar com Tanya e os pais dela. Tanya vivia inventando essas histórias de jantar em família. Eu adorava estar com minha família, mas odiava quando Tanya e a sua família estavam junto conosco.

- Hoje tem alguém viajando. – Emmett disse sussurrando para que só eu ouvisse. Meu pai estava conversando com Jasper e meu sogro; as mulheres estavam olhando alguma coisa nova de decoração que minha mãe comprara durante a semana.

- Quem viajou? – perguntei desentendido.

- Você, seu cabeção. – ele riu – Cara, você não disse nada até agora. Tá pensando no quê?

- Emmett, você jamais adivinharia ou entenderia, é melhor deixar assim.

- Isso tá cheirando à confusão. Você sempre foi o Cullen mais responsável, o filho mais certinho, espero que não resolva se rebelar agora, Edward.

- Quem me dera tivesse coragem de me rebelar e literalmente mandar na minha vida. – eu suspirei.

Emmett não deve ter entendido uma só palavra do que eu disse, mas não me questionou. E nem tinha como. Logo meu pai, Jasper e Tom, meu sogro, voltaram a se juntar a nós e iniciamos uma conversa sobre nossos respectivos trabalhos.

- Estou apenas esperando Tanya estar livre de nós. – Tom respondeu a uma pergunta do meu pai a qual nem dei atenção.

Eu estava mesmo muito distraído. Quando Tom fez esse comentário resolvi prestar atenção no assunto porque senti que seria do meu interesse saber o que era.

- Mas ela já é adulta, pode se virar muito bem sozinha. – Jasper comentou.

- Também acho. – meu pai concordou – Além disso, não é como se ela fosse ficar sozinha, ela tem a nós.

- Não sei, ainda tenho medo de deixar minha bonequinha sozinha. – Tom disse e em seguida sorriu – Embora tenha certeza de que ela estaria bem cuidada com vocês.

- Sabe que pode contar com nosso apoio, Tom. Somos amigos de longa data, terá sempre nosso apoio e ajuda no que precisar. – meu pai tocou o ombro de Tom e ele apenas assentiu sorrindo.

Emmett percebeu minha expressão de preocupação, confusão e curiosidade. Tentando conter uma gargalhada que foi vagamente disfarçada, ele aproximou-se e sussurrou as palavras que me esclareceram a conversa.

- Seu sogro quer viajar para a Europa, talvez até morar por lá. Só que não quer deixar Tanya, mas ela não quer ir. Está claro que ele espera apenas você casar logo com ela pra depois cuidar da própria vida.

Eu não disse nada... nem poderia, as palavras se travaram em minha garganta e nada saía. Mas minha expressão deveria ter revelado pelo menos para Emmett e Jasper o que eu sentia, já que ambos me conheciam muito bem. Eu estava apavorado, nunca quis assumir o compromisso de namoro com Tanya; hoje já estava noivo dela e ainda queriam que eu casasse com ela!

Como faria isso?! Ainda mais agora que conheci Anabelle! Eu não poderia ser tão maluco de casar com Tanya... Por outro lado, não poderia desapontar meus pais que sempre fizeram tudo por mim...

Tom tentou falar comigo, mas dei uma desculpa qualquer com medo de voltar ao assunto ‘casamento’.

- Preciso ir ao banheiro, Tom. – levantei-me – Depois conversamos.

Saí daquela sala e subi correndo para o banheiro do quarto que era meu quando morava com meus pais. Tudo continuava igual, a mesma mobília, a mesma decoração, o mesmo cheiro, as mesmas fotos... Minha mãe não mudou nada do que havia ali.

Entrei no banheiro, percebendo que também ali tudo permanecia igual, e abri a torneira para molhar meu rosto. A água estava numa temperatura agradável que ajudou a aliviar um pouco minha tensão.

Respirei profundamente algumas vezes para tentar me acalmar e poder descer para a sala. Ergui os olhos e olhei minha imagem no espelho. Eu tinha uma carreira bem sucedida, tinha uma boa família... O que mais poderia querer?

Poderia desejar alguém especial em minha vida, mas nunca pensei nisso até conhecer Anabelle. Engraçado dizer isso sabendo o que ela faz e sabendo que eu já tenho uma noiva! Mas que culpa eu tenho se meu coração deseja Anabelle em minha vida?!

Tem certas coisas que são impossíveis de controlar na vida, simplesmente precisamos deixar acontecer e ver no que vai dar.

Ainda fiquei uns minutos no quarto tentando entender a confusão na qual me meti quando cedi a pressão da família para namorar e noivar com Tanya. Um pouco mais calmo, desci para a sala encontrando Tanya na escada.

- Oi, chuchu. – ela disse sorridente – Estava indo te procurar, meu pai disse que estava lá em cima.

- Sim, fui ao banheiro.

- Ai, chuchu... – ela agarrou-se ao meu braço – Faz tanto tempo que não ficamos a sós um pouquinho. Nós poderíamos subir de novo e ficar lá no seu quarto namorando um pouquinho, o que acha?

- Agora não, Tanya. Minha mãe já deve estar querendo servir o jantar, não podemos demorar. – era a única forma de fugir dela.

- Ai, gatinho, assim você me deixa triste. Tô com saudade desse corpinho lindo. – passou a mão em meu peito – Mas a gente cuida disso outra hora então. Vamos jantar.

Ela me puxou pela mão até alcançarmos os outros que já estavam saindo da sala e indo em direção à sala de jantar.

- Então, Edward querido, como vai a empresa? Pelo visto está trabalhando bastante. – minha sogra, Tamara, comentou.

- Sim, tenho tido bastante trabalho nos últimos meses. – respondi educadamente.

- Tanya comentou que está ansiosa por um casamento, mas não sei deve criar tantas expectativas assim. – Tamara sorriu levemente – Imagino que você vai querer cuidar dos negócios primeiro.

- Tamara, no momento tenho três certezas na minha vida. Primeira, amo minha família. Segunda, meu emprego necessita de minha atenção e dedicação, não posso deixá-lo de lado. E terceira, ainda não falei nada de casamento para Tanya, então se ela chegou a alguma conclusão foi sozinha, não com minha ajuda.

Eu poderia ter sido mais educado, mas esse assunto sempre conseguia me tirar do sério. Meu pai não disse nada e Tanya, Tamara e minha mãe arregalaram os olhos diante de minha resposta sincera.

- Filho, por favor, seja um pouco mais cavalheiro. – minha mãe disse – Tanya é sua noiva e embora você não pense em casamento agora, vocês estão noivos e ela merece seu respeito e atenção. Agora vamos comer antes que a comida esfrie.

Minha mãe deu por encerrada a conversa. Embora tenha levado uma repreensão dela, me senti feliz por acabar com o assunto ‘casamento’. Meu noivado já foi uma resposta à pressão em cima do namoro com Tanya, não queria repetir o mesmo com o casamento.

Todos tentaram amenizar o clima que se formou e falar de outras coisas. Deu certo. Uma hora e meia depois, meus sogros e Tanya foram embora e eu fiquei com minha família na sala.

- Tem alguém que resolveu falar tudo o que sentia hoje. – Alice disse quase rindo.

- Engraçadinha. – a fuzilei com os olhos.

- Não está num dia muito bom, filho? – meu pai pediu.

- Não estou num mês muito bom. – eu disse e suspirei – Quer dizer, estou num mês ótimo, mas algumas coisas me trazem para a realidade da situação e então me fazem ver que nem tudo é como a gente deseja.

- Não entendi nada, mas gostei do que disse. – Emmett comentou e gargalhou. Jasper acabou acompanhando ele e meu pai tentou não rir embora tenha falhado nisso.

Minha mãe entrou na sala nesse momento e lembrou-se da cena na mesa de jantar, era meu momento de ser repreendido agora.

- Edward Anthony Masen Cullen, eu não sei que bicho mordeu você hoje e também não sei que problemas possa ter tido na empresa para estar de mau humor, mas ainda não acredito que tenha feito o que fez no jantar. Tamara apenas fez um comentário sobre seu noivado e futuro casamento com Tanya e você diz aquelas coisas horríveis que não quero nem lembrar. – ela sentou e respirou fundo – Eu espero que aquilo não se repita nunca mais. Tanya é uma boa moça e sua família é importante e muito querida. Da próxima vez, pense antes de falar. Ouviu bem?

- Sim, mãe. – respondi baixinho.

Emmett e Alice riram disfarçadamente evitando receber uma repreensão dela também. No fim das contas, nós tomamos um café juntos e depois fomos embora. Era mais de meia noite quando cheguei ao meu apartamento. Tive uma vontade enorme de ir ver Anabelle, mas provavelmente ela estaria trabalhando e resolvi descansar. No sábado, já com o corpo e a mente relaxados, aproveitaria bem mais a companhia dela.

...

O sábado se arrastou o máximo que conseguiu! Parecia que o tempo caçoava de mim; eu estava ansioso querendo que o relógio andasse mais rápido... E ele parecia estar ainda mais lento... As horas não passavam e minha ansiedade só aumentava.

Quando eram seis horas, não agüentei mais e fui para a casa de Carmen... Fui recebido como sempre: com atenção, educação e discrição.

- Boa tarde, senhor Cullen. – disse-me Leah.

- Boa tarde, Leah. – sorri para ela – Hoje resolvi chegar um pouco mais cedo.

- Fique a vontade, então. – ela sorriu e abriu a porta do salão para que eu entrasse.

Assim que cruzei em direção ao bar, esperei para ver qualquer uma das mulheres que trabalhavam ali, menos Anabelle. Apesar de sentir um ciúme que nem eu mesmo compreendia e meu cérebro me dizer que ela não era propriedade minha, eu percebi que ela era uma das mulheres mais requisitadas da casa de Carmen, o que fazia com que ela quase nunca estivesse disponível quando eu chegava ali.

Porém, o tempo caçoou de mim o dia todo... e agora, o destino caçoava de mim também...

Anabelle estava ali no salão, de pé ao lado de um cliente, sorrindo imensamente e com a mão pousada no ombro dele. Estava linda naquele vestido preto.

Eu queria me aproximar e garanti-la para mim antes que o tal cliente a roubasse dali, mas meus pés pareciam presos ao chão. Meu coração se acelerou na ânsia de chegar mais perto dela, mas ainda não conseguia me mover...

Até que ela ergueu os olhos para encontrar alguém no salão... E quando seus olhos cruzaram com os meus, o sorriso de antes se tornou miserável em comparação com o que ela esboçou agora. Ela estava reluzente, divina, adorável...

Observei ela olhar novamente para o cliente e dizer-lhe alguma coisa no ouvido, depois ela andou até outra das mulheres da casa, sussurrou-lhe algumas palavras e então se dirigiu até mim. Eu ainda não me movia quando ela se aproximou.

- Boa tarde, Edward. – disse sorrindo.

- Bo-boa tarde. – gaguejei como um garoto de treze anos em frente à irmã gostosa do amigo, ela riu da minha reação.

- Deseja alguma coisa?

- Você está... hã, você... eu queria que a... – limpei a garganta e tentei encontrar meu controle para poder falar com ela civilizadamente – Você está disponível agora?

- Sim, ainda é muito cedo.

- Podemos subir então?

- Claro. – seu sorriso duplicou de tamanho – Vamos.

Ela seguiu até o quarto dela e eu a acompanhei calado; era incrível como ela conseguia acabar com minha postura adulta, confiante e decidida, parecia um garotinho perto dela.

- Você chegou cedo hoje. – ela comentou assim que entramos no quarto.

- Sim, eu queria te ver. – confessei – Queria ter vindo ontem, mas não foi possível.

- E pretende ficar quanto tempo? – seus olhos estavam atentos em mim.

- Se você ainda estiver disponível, queria ficar aqui o resto da noite.

- Então está decidido. – ela sorriu e se aproximou para beijar meu rosto – O que quer fazer agora?

- Quero muitas coisas... Mas agora, quero você naquela cama, nua, linda como sempre e intensa comigo. – disse roucamente, meu corpo já reagindo ao simples fato de imaginar o que faríamos.

- Então, vamos lá. – ela foi soltando o vestido que deslizou por seu corpo e caiu ao chão.

Ficou apenas de lingerie, também preta, e meu corpo gritou em protesto por ainda estar preso dentro das minhas roupas.

Ela sorriu ao notar minha admiração por seu corpo e foi até a cama, subiu e ficou de joelhos.

- Vai só olhar, Edward? – provocou – Ou pretende se juntar a mim nessa cama?

- Eu não seria louco de não me juntar a você, Anabelle. – disse com minha voz rouca e repleta de desejo por ela.

Sem pronunciar uma única palavra, tirei minhas roupas rapidamente e fui para a cama onde ela me esperava ainda ajoelhada. Fiquei de joelhos também e fui me aproximando dela decidido a aproveitar sua companhia por toda a noite.

Anabelle envolveu as mãos pequenas e macias em meu pescoço e começou a beijar meus ombros, descendo por meu peito... fez com que eu deitasse na cama e se colocou sobre mim, percorrendo meu corpo da forma que as sensações causadas por suas mãos, corpo e respiração só eram sentidas através dela, nunca mulher alguma proporcionou-me tanto prazer como ela.

A noite estendeu-se de forma luxuriante... Anabelle parecia não querer que a noite acabasse, e nem eu queria que acabasse... Transamos durante umas três horas seguidas até resolvermos que estávamos com fome. Ela pediu o jantar no quarto e comemos juntos como já fizemos outras vezes.

Era ótimo transar com ela, mas era ótimo também conversar com ela. Enquanto jantamos, a conversa simplesmente fluía entre nós sem esforço algum.

- E sua empresa, como está? – pediu tranquilamente.

- Bem, temos bastante clientela ultimamente.

- Você gosta do que faz, não é? – sorriu para mim.

- Sim, adoro meu trabalho. E você, já começou sua faculdade?

- Ainda não. – ela franziu o lindo nariz – Mas já dei entrada em toda a documentação e já paguei as primeiras taxas, até comprei os materiais... – ela gargalhou – Estou ansiosa pelo início das aulas.

- Quando começam?

- No próximo mês, daqui duas semanas.

- Que bom que já está perto. Quando você notar, já estará se formando.

- Tomara que passe rápido mesmo; quero muito estudar, mas acho que quero mais ainda exercer a profissão. – seus olhos brilhavam ao imaginar seu futuro profissional.

- Vou querer um cartão seu; com certeza, vou contratar seus serviços.

- Os papéis vão se inverter. – ela riu disso.

Eu adorava o modo como ela encarava sua vida. Sua profissão não era a mais admirável de todas, mas ela enxergava tudo de modo positivo e com graça. Não ficava se lamentando por estar nesse tipo de vida ou chorando pelo que as pessoas poderiam pensar dela; ela sabia os motivos que a levaram a trabalhar nisso e sabia o que queria do seu futuro... Ela mantinha a cabeça erguida e isso só me orgulhava, ela era uma verdadeira guerreira.

- Ah, antes que eu esqueça... – ela disse eufórica e se levantou da cama procurando algo para vestir.

- O que foi?

- Preciso pegar uma coisa. – olhou em volta e apontou para minha camisa, olhando pra mim em seguida – Posso?

- O que? Vestir minha camisa?

- É. – mordeu os lábios.

- Claro que pode.

- Obrigada.

Ela vestiu a camisa e fechou dois botões apenas. Depois correu para a porta que levava ao verdadeiro quarto dela. Fiquei apenas esperando ela voltar, ainda sem entender o que ela estava fazendo.

Uns dois minutos depois ela voltou com um pequeno pacote nas mãos, seus olhos revelavam medo, dúvida e ansiedade.

- O que é isso? – perguntei a ela.

- Pra você.

- Pra mim?

- É. Comprei pra você. – me entregou o pacote e sentou-se na cama – Espero que goste.

- Obrigado.

A situação era no mínimo inusitada. Eu acabei de ganhar um presente da mulher com quem estava dormindo há umas duas semanas. Pela ‘lógica do negócio’, eu era quem deveria estar presenteando ela, não o contrário. Mas confesso que estava feliz por tal gesto da parte dela.

Observei o pacote tentando decifrar o que havia ali. Ainda olhei para seus olhos cheios de expectativa antes de abrir o embrulho. Era uma caixa toda cinza com apenas o nome de uma loja de roupa masculina localizada no shopping da cidade.

Abri e dentro havia uma gravata azul marinho com pequenos detalhes em prata. Sorri diante do presente.

- Eu fui ao shopping e passei em frente à loja de roupas masculinas. Sou completamente doente por gravatas; se fosse homem, elas seriam minha obsessão. – ela riu envergonhada – Tinha tantas opções, mas acabei escolhendo essa porque adoro o azul. Sei que é estranho te dar presentes, mas não resisti. Gosto do tempo que passamos juntos e queria te dar algo pra que não esqueça as horas que passamos juntos. Já que você é um empresário e usa roupa social a semana toda, achei apropriado te dar uma gravata. – ela deu de ombros e suas bochechas coraram lindamente.

- É linda. – disse sinceramente – Nunca ninguém me deu algo tão simples e com tanto significado. Pode ter certeza de que jamais me esquecerei disso. Muito obrigado.

- Fico feliz que tenha gostado. Se por acaso não quiser nessa cor, você pode trocar por outra na loja.

- Adorei a cor. – sorri pra ela – Gosto muito do azul e especialmente depois que te conheci.

- Hã? – sua testa franziu.

- A primeira vez que te vi você estava com um vestido azul. – sorri pra ela – Adoro o contraste do azul na sua pele. A gravata azul só me fará lembrar ainda mais de você... – soltei a caixinha com a gravata num canto da cama e me aproximei dela – não que eu precise de uma gravata pra fazer eu me lembrar de você... Já lembro tempo demais de você sem esforço algum...

Ela não teve tempo de falar, eu a deitei na cama e fui abrindo os botões da minha camisa em seu corpo; ela respirava rapidamente, ansiosa pelo contato dos nossos corpos.

- Edward... – sussurrou.

- Sei que você não faz isso, mas quero retribuir o presente.

Dizendo isso, toquei seu corpo por debaixo da camisa enquanto meus lábios, pela primeira vez, tocavam os dela... Nada seria capaz de descrever o que eu senti ao tocar seus lábios...

E mesmo entorpecido pelo contato dos meus lábios nos seus, eu pude desfrutar de sua companhia e de seu corpo mais uma vez... Meu desejo era tão grande que esqueci do preservativo, mas sinceramente não me importei e acho que nem Anabelle...


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Notas finais do capítulo

Pelo menos, compensei a demora com um capítulo enorme, né?!
Quero saber o que acharam nos reviews. Please, don't leave me! *-*
Sexta-feira, dia 24 de fevereiro, posto mais. Bjs