Imprevistos Do Amor escrita por DebsHellen


Capítulo 12
Capítulo 10 (Parte 2).


Notas iniciais do capítulo

Olha eu postando no dia programado o/ rsrs
Está aí a segunda parte desse capítulo. Espero que gostem.
Escolhi uma música que eu gosto muito e a tradução (de certa forma) tem muito a ver com o que o Edward passa aqui hoje.
Link do vídeo p/ ouvir, ver e ler a tradução:
http://www.youtube.com/watch?v=9IL41yurrLg&feature=fvst
Boa leitura então!



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Capítulo 10 (Parte 2).

“AS OPINIÕES DE UM SÉCULO CAUSAM RISO OU LÁSTIMA EM OUTROS SÉCULOS.” – Marquês de Maricá

PDV Edward Cullen

Eu estava deitado quando meu celular tocou e me despertou. Ignorei a chamada, afinal era sábado de manhã, um dos poucos dias em que eu poderia dormir até mais tarde. Mas o telefone tocou até a última chamada e então parou.

Silêncio enfim.

Mentira! Voltou a tocar outra vez em menos de um minuto.

Dessa vez eu tinha que atender porque meu sono já havia ido para o espaço e porque deveria ser importante para estarem insistindo tanto.

- Alô. – atendi roucamente por causa do sono.

- Bom dia, irmão lindo do meu coração.

- Alice. – esbravejei; como sempre, Alice estava tentando amenizar a culpa por ter me acordado.

- Bom dia. – ela disse e eu podia imaginar seu rosto angelical ansioso por um cumprimento descente.

- Bom dia, Alice. – eu disse enfim – Por que está me ligando tão cedo?

- Já são nove horas, Edward. E estou ligando antes de sair de casa. A mamãe quer que a gente vá almoçar lá, acabei de falar com ela e ela pediu que eu te ligasse. Você vai, né?!

- Sim, eu vou. – bocejei – Só que vou mais tarde, quero dormir mais um pouco.

- Ok. Mas não demore muito; a mamãe parecia meio nervosa ao telefone e acho que seria bom que nós três estivéssemos lá.

- Você ou ela já ligou para o Emmett?

- Sim, ela já convidou ele também. Estranhamente só não quis ligar pra você. – Alice suspirou – Isso está cheirando a confusão, mas descobriremos logo.

- Aham. Mas deve ser bobagem, não se preocupe. – eu a confortei – Boa noite, Alice.

- Boa noite?! Edward, está na hora de você acordar, não de dormir! – ela riu.

- Sim, baixinha, eu sei. Te amo. Te vejo daqui uma hora, mais ou menos.

- Tudo bem, seu chato. Também te amo. Tchau.

Eu nem me despedi. Só apertei a tecla e finalizei a chamada. Eram nove horas, eu poderia dormir mais uma hora e depois tomar um banho rápido para ir pra lá. Nem chegaria tão tarde assim.

---

Os carros já estavam estacionados em frente à imensa casa dos meus pais quando eu cheguei. Emmett viera com o carro de Rosalie, a BMW vermelha que ela tanto adorava, aquele carro era a terceira paixão dela. Ela amava Emmett, depois o restante da família, e em terceiro sua BMW. Jasper e Alice também vieram de carro e coincidentemente vieram no carro de Alice, o seu adorado Porsche amarelo. Era engraçado analisar que os homens nessa família eram perfeitos idiotas que faziam todas as vontades de suas respectivas esposas.

O único que não se encaixava nessa categoria era eu. Embora eu possa afirmar que faço as vontades de minha mãe, irmã e cunhada. Eu amava demais essas três e acabava por sempre fazer aquilo que elas queriam. Não era à toa que eu estava com Tanya até esta semana, era a vontade de minha mãe que ainda me mantinha com ela.

Bom, isso é passado e não preciso mais me preocupar com Tanya. Estacionei meu carro e subi as escadas em direção a casa. Minha mãe abriu a porta e veio me abraçar.

- Filho querido, você está bem? – me abraçou e quase chorou.

- Estou bem, mãe. – a abracei de volta – Bom dia.

- Bom dia. – ela respondeu, mas não me largou – Eu já soube do que aconteceu e quero saber o que houve para você terminar de forma nada planejada um relacionamento de anos!

- Nossa! As notícias correm. – eu disse carrancudo.

- Sim, as notícias correm, voam, dão piruetas e o que mais você quiser. – ela me soltou e olhou séria em meus olhos – Tanya esteve aqui e estava desolada. Não sei que bicho te mordeu pra você surtar e agir assim, mas sugiro que tenha uma boa explicação para largar uma mulher perfeita como Tanya.

- Eu tenho os motivos lógicos e extremamente válidos para isso, mãe. – acariciei seu rosto – Vamos entrar. Hoje não posso demorar.

- Por quê?

- Tenho um compromisso mais tarde.

- Mas hoje é sábado, você não trabalha no sábado. – ela franziu a testa.

- Eu não disse que é compromisso de trabalho. – abracei-a pelo ombro e a conduzi para dentro da casa – Vou sair pra me divertir um pouco, marquei de encontrar James numa boate essa noite.

Ela não disse nada, só negou com a cabeça. Eu sabia que ela iria querer explicações e eu teria que dá-las, mas não queria causar um alvoroço em família logo na minha chegada... E meu cérebro e coração diziam que era isso que acabaria acontecendo quando eu contasse tudo.

Todos estavam na sala conversando animadamente. Assim que entramos cumprimentei um por um, dando atenção especial para Alice e Rosalie, elas adoravam isso e eu as adorava. Rosalie foi a primeira a tocar no assunto ‘Tanya’, mas procurou fazer isso quando minha mãe não estava por perto.

- Sua mãe já falou com você sobre Tanya?

- Sim, disse que já soube do que aconteceu.

- É, ela me ligou desesperada contando que Tanya lhe disse que você acabou tudo com ela. – Rosalie rolou os olhos – Tanya sabe fazer drama quando quer e lhe convém.

- É. – eu concordei.

- Mamãe disse que você não deu motivos para Tanya, só disse que não a ama. – Alice comentou neutra – É verdade isso?

- Sim, não amo Tanya e, pra ser sincero, acho que nunca a amei. Me senti atraído por ela no início, mas atração não mantém um relacionamento para sempre. – eu dei de ombros – É melhor acabar agora do que depois de casado, embora eu ache que demorei tempo demais para tomar essa decisão, deveria ter feito isso muito tempo atrás.

- Eu acho que você e ela eram perfeitos juntos. – Alice disse – Ela é rica também, de boa família, é bonita e era ideal pra você. O pai e a mãe estariam felizes com o casamento e a sociedade também aprovaria.

- Claro, e a sociedade também dividiria a cama com eles. – Rosalie disse cinicamente e revirou os olhos – Alice, não seja absurda e mesquinha, você não é assim. Se Edward não ama Tanya, deixa ele ser feliz como achar melhor pra ele.

- Obrigado, Rosalie. – eu agradeci realmente satisfeito por Rosalie me entender – Tanya pode atender a todos os padrões que a sociedade e minha mãe exigem para o cargo de uma boa esposa, mas ela não atende aos meus padrões e isso é motivo suficiente para que eu não continuasse com ela.

- Concordo com você. – Rosalie me disse.

- Eu não sei. – Alice fez beicinho e ficou pensativa antes de prosseguir – Ainda acho que vocês dois juntos eram ótimos, mas a decisão é sua. Só aviso de antemão que a família vai pirar quando souber de cada detalhe desse rompimento. E quando eu digo ‘família’ quero dizer o pai e a mãe. Eles não vão aceitar isso tão bem.

- Eu me viro com eles depois. – dei de ombros – Por agora é bom saber que vocês entendem minha decisão.

- Estou do seu lado, - Rosalie me abraçou – te adoro como meu cunhado, você sabe disso. Conte comigo para o que precisar.

- Obrigado, Rose.

Alice não se pronunciou, apenas me beijou no rosto e saiu. O almoço até foi bom, a família sempre se reunia para esses almoços, era uma forma de podermos nos ver sempre. Foi só depois que já tínhamos almoçado e eu disse que precisava ir pra casa que minha mãe se manifestou.

Como sempre, a conversa era sobre um assunto do conhecimento de todos, meu relacionamento com Tanya, então nada de conversas particulares... Todos estariam envolvidos nessa conversa, o que aumentava ainda mais minhas preocupações sobre o rumo das minhas decisões.

- Edward, - meu pai começou – quero que me diga exatamente o que houve com você e Tanya.

- Nós terminamos, pai.

- Não, você terminou, ela queria continuar com o noivado. – ele corrigiu – O que te levou a desmanchar um casamento tão perfeito?

- Eu não desmanchei um casamento. Nós éramos noivos ainda.

- Praticamente casados. Se dependesse de mim e da sua mãe, você já estaria casado com ela. – ele comentou e arqueou a sobrancelha – Por que desfez seu noivado então?

- Eu não amava Tanya, pai. – dei de ombros – Nós não daríamos certo juntos.

- Tem mulher na jogada. – Emmett comentou em meio a uma tosse mal disfarçada e vi Rosalie cutucá-lo para que ficasse quieto.

Minha mãe não deixou esses detalhes passarem despercebidos e tomou a frente da conversa.

- Você estava traindo Tanya, Edward? – ela pediu diretamente – Está com outra mulher? Largou Tanya por causa de outra mulher?

- Mãe...

- Não venha me dizer que está apaixonado, filho. – ela disse – Tanya era a mulher perfeita pra você! Era alta, magra, rica, educada, tem bons pais e um bom nome perante a sociedade.

- Mas isso não é... – Rosalie iria dizer, mas minha mãe não permitiu.

- Quieta, Rosalie. – gritou – Sabe que adoro você, mas o assunto aqui é Edward e suas loucuras. – voltou a me encarar – Tanya tinha tudo para ser a esposa perfeita pra você, mais uma nora perfeita para mim. Então, se você preza minha sanidade, diga que não largou ela por causa de outra mulher.

- Edward, - meu pai encarou-me sério – sua mãe tem razão. Tanya é ótima e não há motivos que justifiquem o término do noivado. Sabe que na sociedade em que vivemos a posição e o nome que levamos contam mais do que o amor em si. Você está com outra pessoa? Por isso largou Tanya?

Todos olhavam para mim esperando a resposta. Se a conversa já estava tensa e complicada até agora, quando a verdade fosse dita, tudo iria piorar. Mas eu tinha que seguir adiante. Era da minha vida que estávamos falando!

- Eu conheci uma pessoa, sim. Ela sabia que eu tinha uma noiva, mas em momento algum pediu que eu deixasse Tanya. Então não a culpem pelo fim do meu noivado.

- Estava com uma amante? – Alice perguntou chocada; só ela sabia o quanto doía ser traído pelo parceiro.

- Saí com ela algumas vezes, mas faz pouco tempo. – admiti.

- Quanto tempo? – Emmett pediu.

- Nem dois meses.

- Dois meses?! – minha mãe se levantou e começou a andar de um lado para o outro – Você estava com Tanya há anos e diz que não a ama! Agora deixa ela porque conheceu uma vagabunda há dois meses e está apaixonado?! Edward, não foi para esse tipo de atitude que eu te criei!

- Eu sei, mãe. – tentei falar – Eu não estava querendo me apaixonar, foi um imprevisto isso acontecer.

- Imprevisto?! – ela disse – Imprevisto é você atravessar a rua na hora errada e ser atropelado! Eu criei você, Emmett e Alice para serem pessoas boas e para agirem da forma que a sociedade espera que os Cullen ajam. E você diz que se apaixonou por uma mulher que conheceu há dois meses?! Dois meses, Edward!!!

- Eu não posso dizer os motivos que me levaram a me apaixonar. – dei de ombros – Posso apenas dizer que nunca amei Tanya e achava injusto continuar com essa farsa de ‘casal ideal’ que mantínhamos. Por Deus, eu não suportava nem ouvi-la me chamar!

- Isso aí, chuchu. – Emmett comentou fazendo piadinha do apelido que Tanya usava para falar comigo.

- Eu conheci outra pessoa e estou mais feliz do que jamais estive. – abri os braços e sorri – Eu não falei nada pra ela ainda, não sei o que ela realmente sente por mim e nem sei se chegaremos a ficar juntos. Mas no que depender de mim, o meu futuro é ao lado dela e não ao lado de Tanya.

- E eu posso saber quem é essa safada que fez isso comigo? – minha mãe esbravejou.

- Ela não é nenhuma safada. Mas ainda não saberá quem ela é. Preciso saber a opinião dela antes de trazê-la para conhecê-los.

- Espero que seja alguém respeitável. – meu pai disse e me encarou – O término do seu noivado com Tanya já irá causar um alvoroço na sociedade; se a mulher que você encontrou for de má índole, a tragédia será pior ainda.

- Não importa quem ela é ou o que faz. – eu defendi Anabelle – O que importa é que conheço o coração dela, sei como ela é boa, amorosa, honesta, humilde e guerreira. O que importa é que eu a amo. A sociedade pode ir pro inferno, eu não vou me importar.

- Edward Cullen! – minha mãe gritou – Por acaso essa mulher é uma pobre? É uma vagabunda? Ou uma ladra? Do jeito que você fala, boa pessoa ela não é. Posso saber que tipo de mulher andou drogando você para que fizesse e dissesse tanta bobagem?

- Ela não é nada disso que você disse, mãe. Por enquanto, basta vocês saberem que ela é a mulher que eu amo.

- Eu não vou permitir que você destrua sua vida e afunde sua imagem por causa de uma qualquer!

- Ela não é uma qualquer. – eu elevei a minha voz – Ela é muito melhor do que muitas mulheres que eu já conheci. Ela é mil vezes melhor do que a própria Tanya que a senhora tanto ama.

- Você não pense que... – ela iria dizer mais, mas eu não poderia permitir.

- Eu não quero mais ouvir besteiras. Eu só queria que soubessem da minha boca o que sinto e penso. Obrigado pelo almoço. – peguei minhas coisas e fui para a porta – Boa tarde pra todos.

Assim que eu desci os últimos degraus da escada, minha mãe apareceu na porta e gritou.

- Se você aparecer aqui com essa vagabunda, eu bato a porta na cara dela! Eu não quero conhecer vadia nenhuma, ouviu bem? Não a traga aqui! E se você continuar com ela, esqueça que tem mãe!

Eu fiquei chocado, não pensei que um dia ouviria isso dela, mas estava dito. Se ela pensava assim, eu não poderia fazer nada para mudar sua opinião.

- No fim, mãe, tenho pena de você. – eu disse com lágrimas nos olhos – Esse sentimento ruim e esnobe que você carrega só vai te destruir aos poucos.

- Tenha pena de si mesmo, é você que precisa disso. – ela disse firme – Eu estou pensando no que é melhor pra você, penso a vida toda no que é melhor pra minha família e meus filhos. Você é um mal-agradecido se não reconhece isso.

- Não sou mal-agradecido, só sou eu mesmo, mãe. – abri os braços – Desculpe se não estou agindo como você deseja, mas a vida é minha e preciso seguir meu próprio caminho.

- Então siga seu caminho sozinho. – ela derramou algumas lágrimas, mas as enxugou rapidamente – Depois de tudo o que fiz pra você e por você... E você age assim comigo e ignora minhas opiniões. Pois então sofra as conseqüências disso; esqueça que tem uma mãe, esqueça que tem uma família!

Eu ainda chorava, doía intensamente ouvir minha própria mãe dizer tudo isso. O que está feito, está feito. Eu não iria voltar atrás na minha decisão. Eu iria arcar com as conseqüências, mas seria feliz assim mesmo.

Entrei em meu carro, liguei o motor e olhei para a casa da minha mãe mais uma vez. Ela não estava mais ali, já havia entrado e isso me dilacerou o peito. Eu perdi a mãe, talvez tenha perdido a família... Mas ganhei um amor e não abriria mão disso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Fiquei rindo do jeitão do Emmett. rsrs Amo ele! E fiquei com muita peninha do Edward; Esme foi má em tudo o que disse. =/
Mas a música fala de estar numa 'escalada', ele não vai desistir do que quer.
Na próxima parte desse capítulo 10, que será a final, veremos o bendito encontro dele com a 'Anabelle'.
Beijos e bom fim de semana!