- Ok Senhora Nervosinha – sarcasticamente disse

- Senhorita – sarcasticamente a corrigi – Bem, eu tenho muito tempo para ver a cara deste individuo, você é que é muito nervosa.

- Certo, gatinha. Só queria ver logo seus argumentos, ver você engolir todas as suas palavras sobre “Sofrer por antecipação”

- Sinceridade tem limite, e me dizer que quer me ver quebrar a cara não é nada legal – a olhando sério.

- Você sabe que não é no mal sentido sua idiota – ela prendeu seus braços em volta do meu pescoço

- Acho que eu não comentei isso ontem, mas não sou a maior fã de calor humano – falei desprendendo seus braços do meu pescoço e dando um beliscão na sua mão esquerda.

- Você não gosta de abraços... Acho que você é adotada – falou rindo, agora fiquei com cara de taxo.

- Adotada? Ãh, não consigo fazer a ligação de ser adotada e não gostar de abraços – eu tenho certeza que a minha cara estava tensa

- Piada. Descontração. Piada. Não é para ter sentido – falou como se fosse obvio.

-Qual é, sou de Londres – falei como obvio

- Aprendeu rápido – beliscou meu braço e riu

- Eu sei. Eu sei, sou rápida – falei entre os risos.

Juntei todos os meus livros e o sinal logo bateu para irmos ate a respectiva sala segundo nosso horário, a sala de Idiomas me espera, eu tenho aula de Frances agora.

Segui pelo corredor ate achar uma placa na parede indicando que aquela é a sala de idiomas, entrei e sentei em uma das carteiras do meio. Logo uma multidão de, mais ou menos, 25 alunos entrou desesperadamente tirando algumas carteiras da sua fileira. Um garoto alto de cabelos levemente acastanhados entrou com tranqüilidade na sala e sentou se na carteira vizinha direita da minha, de primeira pensei que fosse ele, de segunda, terceira e ate agora também, mas eu me pergunto onde fica a feição de bad boy que elas disseram. Enfim, o acolhi com um meio sorriso e ele gentilmente retribuiu. O professor chegou 5 minutos atrasado e bem começou a aula.

- Alunos, novatos, veteranos e tudo mais, sejam bem vindos ao Ashbury College, eu sou o professor de Frances e me chamo Joe. Espero que já tenham se apresentado nas aulas anteriores. Apresentaram-se? – perguntou e alguns infelizes responderam que não. Praguejei todos mentalmente – Então, vamos começar por ordem alfabética, venha aqui na frente e fale um pouco – pegou o diário e sentou sobre a mesa - Vamos lá então, Adrian Tosque você é o primeiro amigão – o garoto se levantou, e não pareceu se intimidar com os olhares voltados a ele.

- Me chamo Adrian e não, não podem me chamar de qualquer outro nome ou apelido. Sou da cidade e gosto de jogar futebol americano e não gosto de pizza – todos os vaiaram e o professor silenciou a sala – Tenho 17 anos e gosto de garotas – ele voltou para o seu lugar.

- Eu iria estranhar se você gostasse de garotos – todos riram e inclusive ele – Muito bom campeão. Agora é você, Ben Houst – o garoto baixo levantou e foi ao centro da sala

 - Tenho quase 17 e pizza para mim é vida – todos riram enquanto ele apontava para Adrian como gozação – Eu gosto de luta livre e odeio me sentir preso – deu um meio sorriso, que é lindo, e voltou a sua carteira

- Ben, fale seu nome para turma – Sr. Joe pediu e o garoto apenas ficou de pé ao lado da sua carteira

- Ben – falou olhando para o professor com cara de tacho. Todos riram.

- Ótimo. Chaz Somers é você querido – Certo, o garoto que era o meu suposto “Justin” não é... Ele fez o mesmo que os outros.

- Sou Chaz Somers e já estudei aqui há alguns anos atrás, voltei por capricho dos meus pais com os pais do meu amigo, Justin – amigo do Bieber? – Tenho 17 e eu também acho que pizza é vida, gosto de jogar vídeo game e da minha vizinha em Strafford – Pensei que essa carinha de bebê fosse um conjunto completo de inocência, errado.

- Vizinha. Eu lembro quando eu transei pela primeira vez, ela era a vizinha gostosa e ela era quase quatro anos mais velha que eu – O professor pervertido de Frances comentou e os garotos fizeram a maior barulheira dizendo que ele era o maior – Eu sei, sou ótimo, mas o show não para. 

[...]

- Millie Hunt, eu fiz 17 anos semana passada e minha cor favorita é vermelho e gosto de jogar tênis. Sou da cidade mesmo e – um garoto de cabelos castanhos contrastando com a cor dos olhos, alto e com os lábios levemente rosados, bateu na porta interrompendo a minha vizinha de quarto que o fitava como os outros

- Bonjour professeur, je suis désolé pour le retard(Olá professor, desculpe me pelo atraso) – garoto falou com franqueza e firme em suas palavras.  A minha única certeza era que ele dominava a língua do amor.

- Très bien. Excuses acceptées. Mais je vois que vous pouvez parler français sans drame beaucoup. Vous pouvez me comprendre?(Muito bem. Desculpas aceitas. Mas vejo que você pode falar francês sem muito drama. Você pode me entender?)- Eu nunca fui muito fã de Frances, não me julgue, mas o que eles estão falando?

- Je sais assez pour ne pas faire trop de drame. Oui, je peux comprendre (Eu sei o bastante para não fazer muito drama. Sim, eu posso te entender) – os alunos não pareciam se incomodar com um garoto falando Frances na sua frente. Estou começando a achar que sou à única que não sei Frances aqui. Enfim...

- Será ótimo ter um aluno como você por aqui – falou o professor o cumprimentando com um aperto de mão e com um enorme sorriso no rosto. O garoto é exibido.com. Sei lá só um palpite. Ele não demorou muito e fez um toque com as mãos com o menininho com cara de bebezinho e sentando em uma carteira no fundo da sala – Sra. Hunt pode continuar.

- Então, acho que é só – sentou-se

- Você é o Justin Bieber não é mesmo? – perguntou o professor ao garotinho do Frances

- Sim, sou eu – falou dando um meio sorriso, como se orgulhasse de seu nome

- Venha aqui e se apresente para a turma. Estávamos ate agora indo por ordem alfabética, mas enfim – ele se posicionou no centro da sala

- Sou Justin Bieber e eu já estudei aqui há alguns anos atrás. O melhor tipo de massa é spaguetti e eu gosto de roxo – apontou para o seu lenço com formas abstratas em vários tons de roxo que estava no bolso traseiro da sua calça escolar – Sou de uma pequena cidade do Canadá, Strafford, acho que sabem não é(?)(!) Eu sei que vocês sabem – soltou uma piscadela para todos

 - Ótimo, pode voltar a sua carteira

[...]

- Senhorita Vinny, ultima e não menos importante, venha aqui -

- Me chamo Vinny Dixon e sou de Londres – todos me olharam como se eu fosse uma ET, me senti envergonhada por isso- Não me pergunte o porquê, dizem que para tudo tem um motivo e eu só o desconheço– disse como se tivesse tirando toda a culpa de minhas costas – Eu tenho 16 anos, odeio ser baixinha e gosto da lua – não falei muito, já estava agoniada com toda essa atenção voltada para mim. Voltei para o meu lugar sem ter nenhum contato visual com qualquer um deles.

- Eu amo o sotaque britânico. Lindo – que fofo esse professor, espero que ele lembre no meu sotaque na hora de dar a nota no meu teste – Sem mais delongas vamos a aula, apesar de termos perdido quase todo o nosso tempo de aula

Justin Bieber é realmente bonito, não tem como negar, mas sinceramente ele não é tão grande coisa, não o bastante para me fazer ficar caidinha na dele. Eu acho que eu nunca serviria como vadia, não sinto a menor vontade de chegar a nenhum garoto como esses.  Enfim, nenhum perigo me apresenta.