Depois disso passei a viver com meus pais, até Draco comprar nossa casa. Continuava me divertindo muito n’ A Toca, ao contrário do que pensava, mas estava completamente livre, podia me divertir com eles e ver Draco.

Geralmente, eu via o loiro primeiro, almoçava e depois ia me divertir com Ron e Harry. Não queria magoar nem um, nem outro, e como o ruivo disse, ele sempre vai me amar e jamais me perdoar pelo que eu fiz.

Meus encontros com o Malfoy eram em parques trouxas, porque sua mãe achava que ele não deveria namorar com uma “sangue-ruim”, que não se deve misturar os sangues-puro e trouxa, mas o loiro ainda tinha esperanças de que um dia ela aceitaria. Seu pai estava preso, nesta época, e não sabia de nada, mas caso soubesse era capaz de fugir de Azkaban para me separa de seu filho.

Ficamos um ano juntos, não namorando, já que ninguém havia pedido um ao outro em namoro, mas quando isso aconteceu, eu me tornei a mulher mais feliz do mundo.

Flashback

Draco havia me mandado uma coruja de manhã avisando que sua mãe iria sair, estava cansada das coisas e queria sair para pensar na vida e passar em um cemitério para pensar na irmã (N/A: para os que não sabem, a irmã dela é a Belatrix), e ele me chamou para ir jantar na sua casa.

Eu estava tão ansiosa, fazia três dias que não o via, sua mãe o proibiu de me encontrar, então passava os dias com meus amigos, isso quando não dormia lá para aproveitar mais, já sabia que Draco não sairia de casa, então aproveitava para me divertir um pouco, e mandava corujas para ele.

Estava me arrumando toda para esse encontro, até minha mãe entrar no quarto.

-Posso saber aonde você vai, mocinha?

-Ver um amigo.

-Pelo visto não é nem Ron nem Harry para você estar se arruando tanto. - ela disse e balançou a mão mostrando minha roupa.

Foi ai que me dei conta, estava com um lindo vestido verde, com alças bem finas, ele era longo, mas lindo, sua parte de cima tinha um decote e eu usava um salto fino, de cetim prata.

-Nunca de vi tão arrumada, com maquiagem, batom, perfume...

-Mãe! Eu... resolvi me arrumar hoje. Algum problema?

-Nenhum. - ela percebeu que se tratava de um garoto especial e parou com as perguntas que me deixavam corada - Quem é?

-Ninguém. - disse um pouco tímida e sabendo que ela não iria gostar de saber que era Draco - Estou bonita? - ela assentiu.

-Beijo mãe. - beijei sua bochecha e desci a escada.

-Mas, e a janta?

-Eu vou comer lá. - e aparatei na entrada da mansão dos Malfoy.

Aquela casa me dava arrepios, ali fui torturada, Belatrix jogou uma faca em Dobby, causando sua morte e Luna, junto de Olivaras, foi aprisionada.

Esqueci tudo, engoli seco e toquei a campainha. Ele atendeu logo em seguida, e quando vi a sala foi como se um filme viesse em minha mente, me deixando completamente nervosa.

-O que foi? Aconteceu...

-Não, é que... bem, essa casa não me trás boas lembranças.

-Ah, sim. Esqueça aquele dia, esqueça o passado, pense somente no agora.

-É claro. - então entrei.

Ele parecia surpreso em me ver, ficava me olhando o tempo todo, o que me fez me sentir estranha.

-Nossa! Você está linda. - ele disse impressionado, se abaixou e me deu um beijo doce, mas caloroso. Esqueci-me de tudo que havia acontecido naquela casa e pensei somente nele, ali, comigo naquele momento.

Estava completamente envolvida por seu cheiro, não conseguia desgrudar meus olhos de seus olhos cinza. Ele estava parecendo um cavalheiro à moda antiga, com uma roupa bem formal. Aquilo me deixou em um transe profundo, e somente acordei com a sua voz em meu ouvido.

-O jantar já está na mesa. - então envolveu minha cintura e me guiou para a sala de jantar.

O lugar estava impressionante, com as luzes de velas, muitas velas, flores e uma enorme mesa, onde só haviam 2 pratos, 2 taças, e tudo para um romântico jantar a dois.

-Esta maravilhosa! - exclamei. Ele puxou a cadeira para mim e se sentou na minha frente.

-Estava morrendo de saudades de você, me promete nunca mais ficar longe por tanto tempo. - ele disse começando a comer.

-A culpa não é minha, sua mãe que não que me proibiu de vir aqui. Mas eu também senti sua falta, prometo nunca mais ficar longe de você.

-Te amo, sabia? - suas palavras foram tão doces que me derreteram toda, e se tivesse ao meu lado, lhe daria o melhor beijo do mundo.

-Eu também te amo, muito, mais do que tudo neste mundo. - deixei que as palavras saíssem de minha boca, como se saíssem do coração. Eu realmente o amava, e desta vez, não tinha dúvidas de nada.

Ele ficou quieto por alguns minutos, comendo a deliciosa macarronada, que provavelmente, foi preparada por elfos domésticos. Antes que este pensamento me deixasse com raiva e eu perguntasse se haviam elfos na cozinha, Draco me perguntou uma coisa.

-O que você faz depois do almoço? Quando não está mais comigo? - a pergunta não tinha um tom ciumento, muito menos triste ou bravo, mas era sincera, como se ele quisesse saber somente por curiosidade. Resolvi responder do mesmo modo, mas tinha medo de magoá-lo.

-Com meus amigos, Harry e Ron. Às vezes durmo n’ A Toca. - disse com medo ao falar as ultimas palavras. Ao contrário do que eu pensava, ele foi compreensivo, percebi que estava triste, mesmo sendo um jantar a luz de velas, havia tantas que era como luzes artificiais.

-Eu sabia. - sua voz mostrou a tristeza que havia em seus olhos. Não ciúmes, mas sim tristeza.

-Draco, quando disse que te amo era de verdade, eu não... - mas ele me interrompeu, sem tom bravo, mas sim com a mesmo voz doce de antes.

-Ei, eu não to com ciúmes. Sei que me ama de verdade, agora sim tenho certeza de que você me ama de verdade. Só... bem, acho que deveria me integrar mais aos seus amigos, aquelas pessoas que você ama, não quero ser um estranho, não mais. - ele disse de um jeito tão compreensivo que um sorriso se abriu em meus lábios.

-Obrigada Draco, você é a melhor pessoa que eu já conheci. - disse, sendo sincera - Mas essa sua ideia... não é tão boa assim. Não quero estragar as suas esperanças, e também não quero que se sinta estranho. Mas pense, Ron vai te odiar para sempre, nunca gostou de você, agora ainda mais. Já Harry, esse sim poderia te perdoar, ele tem bom coração, não que Ron não tenha, mas você nunca fez nada para ele. Acho que assim como esta, tá ótimo.

-Sei disso. Eles sabem que você vem aqui? - bem, essa eu não esperava. Ginny sabia, mas nunca me passou pela minha cabeça contar aos garotos. Eles não precisavam saber, definitivamente.

-Nunca pensei em contar para eles. Não queria magoá-lo falando que me encontro com você. Ron não é compreensivo, ele não ficaria somente triste, como você. - ao dizer isso ele olhou no fundo dos meus olhos, e vi a tristeza sumir dos seus - Sei que deveria ter contado, mas não quero que ninguém se machuque.

-Ele é esperto, tenho certeza que sabe. Não só Ron, como também Harry. - ele disse e voltou a comer.

-Ele não precisa ter ciúme, ainda sou amiga dele, isso nunca vai mudar. Mas, ele não tem nem porque, não estamos namorando. - não quis dar sentido de indireta, mas acho que soou estranho. Ele fingiu que não havia dito nada, e bebeu um pouco de vinho (N/A: não sabia uma bebida para um jantar romântico, então coloquei vinho, mas se souberem um, é só deixar no reviews que eu coloco em um próximo).

Conversamos o jantar inteiro, sobre tudo o que aconteceu durante nossas vidas. Hogwarts, as brigas, os amigos, tudo, só paramos quando a comida acabou. Rimos praticamente o tempo todo, principalmente dos nosso primeiro ano.

Ele me chamou para assistir um filme, já que depois de começar a namorar comigo, ele comprou alguns produtos trouxas para nossa diversão. Era um filme maravilhoso, completamente romântico, que contava uma nova versão de Romeu e Julieta, chamada “Cartas para Julieta”. Eu chorei em praticamente todo filme, mas tentei me segurar para não ficar coma cara inchada na sua frente.

Quando, enfim, tudo acabou, era mais de meia noite e imaginava como meus pais deveriam estar, estava mais que na hora de ir embora.

-Já está tarde, é melhor eu ir, meus pais devem estar que nem loucos pensando o que estou fazendo há essa hora aqui. - percebi a tristeza voltar a seus olhos, e de repente virou surpresa, como se ele se lembrasse de algo.

-Espere! Tenho algo pra você. - disse e aparatou, me deixando sozinha. Minha intuição me dizia que este “algo” era muito bom, alguma coisa muito feliz, e raramente ele errava. Antes que eu pensasse o que poderia ser, Draco já estava de volta.

-Não querendo estragar sua alegria, mas sua mãe deve voltar logo, e meus pais não vão gostar de saber onde eu estava até esta hora. - mas, ao invés de me guiar até a porta, seus olhos ganharam um incrível brilho, que eu jamais tinha visto. Ele se ajoelhou na minha frente e começou a falar.

-Mione, você é a mulher mais incrível que eu já conheci. É inteligente, perceptiva, carinhosa e preserva suas amizades como ninguém. Você é completamente perfeita, por isso Ron se apaixonou por você, e pelo mesmo motivo me apaixonei também. Sou mais uma vítima destes seus olhos castanhos, que encantam e nos fazem entrar em outro mundo.

“Para nós, o destino reservou uma estrada cheia de lombadas, curvas, desvios. Mas como toda história de amor, a nossa também teve um final feliz. Nós somos como Romeu e Julieta, lutamos contra tudo para ficarmos juntos, mas no nosso fim, não morremos, e sim seguimos nossa vida, juntos para toda a eternidade. Até que a morte nos separe.”

“Estamos juntos a tanto tempo que acho errado o que estamos fazendo, se nos amamos de verdade, se você me ama de verdade, não podemos continuar assim, escondendo isso de todos, como se fosse errado.”

“Te amo muito, e nunca escondi isso de você, desde que percebi isso, percebi que meu coração estava no seu caminho. Hermione Jean Granger, você aceita namorar comigo?”

Não conseguia mais segurar minhas lágrimas, seu discurso foi completamente perfeito, completamente romântico, completamente seu. O modo como falava as palavras, doce e calmamente me deixou completamente maravilhada. Eu não merecia aquilo, já havia errado tanto com ele que ele tinha que me amar muito para fazer aquilo. Draco era o homem que eu queria para minha vida, agora sim sabia que, com certeza, ele havia mudado.

-Sim, é claro meu amor, eu aceito ser sua namorada. - disse entre lágrimas. Ainda de joelhos, ele pegou minha mão, colocou um maravilhoso anel da mesma cor de meu vestido, beijou-o, depois minha mão, e ao se levantar, minha boca.

Agora éramos realmente namorados, oficialmente namorando, oficialmente juntos. Nunca ninguém jamais saberia, e não havia como descrever o que aconteceu comigo no momento em que seus lábios tocaram os meus. Uma explosão foi expulsa de meu peito, e começamos a nos beijar de modo mais quente, parando poucas vezes para pegarmos ar.

Não sei se a ideia foi somente em minha mente, ou se ele estava pensando na mesma coisa, mas quando tudo começou a esquentar demais, resolvi parar e me distanciar somente um centímetro de meu novo namorado. Seus braços me puxaram para perto de si, e nossas testas se encontraram.

-Infelizmente preciso ir. Não quero não poder voltar mais aqui. Te vejo amanhã. - disse ofegante, tentando pegar o máximo de ar possível.

-Até amanhã, meu amor. - ele disse me deu um beijo suave e aparatei de volta para minha casa, direto no meu quarto.

Flashback off

Meus pais quase me mataram quando ouviram o barulho do chuveiro, mas aquilo não importava. Nada nem ninguém estragaria meu dia. Antes de dormir, olhei o anel, dei um beijo e desejei boa noite a Draco, meu agora namorado.