Lauren estacionou o carro na garagem e nós duas fomos para a casa

- A essa hora, papai deve estar almoçando - disse ela

A casa era mais bonita ainda por dentro.

- Fica aí, tá? - aposto que ela queria fazer uma surpresa

- Estou na sala de jantar, querida! - gritou ele de volta

- Vem, mas se esconde - sussurrou ela

Me escondi atrás de uma parede.Lauren deu um beijo na testa do pai

- Eu tenho uma surpresa - disse ela - Vem cá, Ashley

Fui até lá e parei ao lado dela

- Ashley - murmurou ele, emocionado - Minha filha!

- Pai - senti lágrimas caindo dos meus olhos Não aguentei e lhe dei um abraço apertado

- Como eu sonhei com esse momento, minha filha - desfizemos o abraço - Mas como vocês se encontraram?

- Nos encontramos no colégio. Eu começei a estudar lá hoje - respondi

- Vamos pro meu quarto. Lá a gente conversa melhor - prôpos Lauren
O quarto dela era maravilhoso Sentamos na cama

- Por que eu fui criada pela tia Rachelle? - perguntei

- Dois meses depois que nasceram, sua mãe, Mary Jane, e eu brigamos. Nos separamos legalmente. Nossos advogados diziam que se nós não quiséssemos um processo pela  guarda de vocês, deveríamos, cada um, ficar com uma de você duas. Nós sofremos muito por ter que abrir mão de uma de vocês. Mas não tinha outro jeito - explicou ele - Mas, você perguntou por que foi criada pela sua tia. E a sua mãe? 

- Ela morreu logo depois de pegar a minha guarda. Então, quem me criou foi a tia Rachelle, alguém que eu prefiro não ver tão cedo - expliquei - Eu encontrei uma foto sua nas coisas dela e, na madrugada daquele dia, eu fugi de casa. Quando vim pra cá, uma senhora me acolheu em sua casa. Eu a ajudava, nos serviços domésticos e financeiramente.

- Querida, creio que você não precise mais trabalhar. Você pode ter tudo que quiser agora - disse ele

- Mas, pai. E a Sr. Sanches? A aposentadoria de professora é muito pequena. Ela quase não comia nada. Se eu sair lá de casa, ela vai voltar a passar fome e ficar muito solitária - insisti

- Podemos convida-la pra vir pra cá. Eu saio pra trabalhar. Lauren vai pro colégio. Sua avó fica completamente sozinha  aqui.

- Avó?

- a vovó Laura, minha mãe. Talvez a Sr. Sanches podesso fazer companhia a ela - sugeriu Lauren

- Bom, nós três podemos falar com ela logo depois do almoço - ele falou

- Pode ser - concordou Lauren - Bom, acho que vou tomar um banho. Você quer? -perguntou-me

- Não estou com roupas aqui - lamentei

- Não esquenta. Somos gêmeas, temos o mesmo corpo.  Minhas roupas te cabem muito bem. Depois, quando a gente for conversar com a Sr. Sanches, você pega as tuas coisas.

- Ok - concordei

Olhei ao redor do quarto mais uma vez e vi um porta retrato com uma foto linda: Papai, com uma de nós no colo e a mamãe com a outra

- Ela era linda, né? - questionei

Quando percebi, papai não estava mais no quarto

- Era - concordou Lauren - A gente podia sair hoje, com a galera. Eles tavam combinando de ir pro cinema assistir "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada". 

- Me disseram que esse filme é ótimo - comentei

- É verdade. O autor, C.S. Lewis criou vários outros livros, inclusive da mesma saga que essa. O Sobrinho do...

- Tá bom, não precisa comentar sobre os outros seis - a interrompi
- Eu tenho o volume único. Bom, chega de falar de Nárnia e vamos ao que enteressa: você vai querer ir à casa da Sr. Sanches agora ou mais tarde?

- Acho melhor agora. Talvez ela esteja precisando da minha ajuda - respondi

- Então vamos, maninha. Vai se preparando, enquanto eu chamo o papai
Lauren desceu as escadas como um trem bala.Fiquei admirando a foto por alguns segundos. Depois, desci as escadas, vendo que Lauren e papai estava examinando uma pasta amarela

- Vamos - chamei-os

- Ashley, Lauren e eu decidimos entregar isso a você - meu pai me entregou a pasta - São fotos, documentos e mais algumas coisas para você... Saber mais da nossa família

- Obrigada. Agora, vamos?

- Vamos!