Epílogo

P.O.V. Bella

Eu tinha ficado na mansão dos Brandon com uma Alice capotada. Pobrezinha, era doloroso ver a tristeza em seus olhos, porque, pela primeira vez na vida, eu sentia em minha própria pele o que era amar. De verdade.  Apenas depois de dizer “eu te amo” (ou quase isso) para Edward, que eu percebi o peso do nosso sentimento.  Perdê-lo agora, me faria ficar totalmente arrasada, não desiludida como foi com Jacob. Era profundo até mesmo pra explicar. E, era o Allie sentia naquele momento.
Estava na sala literalmente guiando a equipe de limpeza para saída da casa dos Brandon, quando Edward chegou pelo portão. Sua cara não era das melhores, porem, parecia mais nervoso que triste.
- Oi linda. – ele disse ao se aproximar e logo depois selou nossos lábios.
- Oi. E como está indo...? – Eu perguntei de forma meio desajeitada sobre o enterro.
- Não está. E por isso que eu vim aqui. Jasper simplesmente desapareceu. Minha mãe está lá com Rose, mas... Acho que ela precisa de você Bella. – Suspirei nessa hora, desviando nossos rostos. Ele segurou calmamente meu rosto, fazendo-me encará-lo novamente. – Bella, todo mundo já entendeu que aconteceu uma merda muito grande entre Jasper e Alice. Mas nesse momento, o drama dos dois tem que ficar em segundo plano. Rose está chorando sobre dois cachões, e precisa de muita ajuda. Eu entendo que você e Alice sejam muito próximas, e que nesse momento ela está sozinha, mas... – eu o interrompi, completando seu pensamento.
- Mas Rose também está sozinha agora. Eu entendi.  Acho que Allie vai dormir por mais duas ou três horas. A gente pode correr até o cemitério. – Eu disse por fim, e recebi um sorriso torto dele que me fez perder a linha de pensamento.
- Então, vamos? – Ele me perguntou, descendo sua mão por meu braço até chegar a minha mão.
- Espere. Eu me lembrei de algo. Vai animar Allie, caso ela acorde antes que voltemos. – Edwards me olhou com um olhar interrogativo, e eu apenas revirei os olhos. – Vou pegar a polaroide no quarto de Alice. Enquanto isso, você pode dar uma olhada em Jéssica no armário? – Sorri maliciosamente, enquanto ele fazia apenas uma negação com a cabeça.

Colocamos Jéssica no banco de trás do carro de Edward e a deixamos em frente a sua casa. Ela estava viva, dormia pesadamente (mesmo depois que Edward e eu a derrubamos sem querer) e não tinha nenhuma sequela. Quer dizer, pelo menos, não que aparecesse fisicamente. Enfim, nós a soltamos em frente à casa dos pais dela, e aposto que ela está ótima, deixando claro, que ninguém foi muito maltratado nessa brincadeira.

Nada define melhor o fim, quanto uma pedra sobre caixões cercados de terra.  O clima parecia entender o sentimento taciturno dos presentes, pois chovia como nunca. Rose chorava copiosamente enquanto era amparada por Emmett. Minha mãe não havia ido ao sepultamento, e minha avó ficara com ela. Meu pai por outro lado, estava conversando com o tio George, que me olhou confuso, ao me ver chegar ali com Edward. Entretanto, nem fui dar alguma explicação para ele, pois fui direto em direção a Rose.

Tudo foi doloroso. Bem doloroso. Rose estava mal. A mãe de Edward também chorava bastante. Havia algumas socialites, amigas mais próximas de tia Lily, e alguns homens engravatados também, ali em consideração ao tio John. Aos poucos, depois da ultima pedra ser colocada sobre os cachões, essas pessoas foram partindo. O pai de Edward (irmão de tia Lily) não apareceu. E pior, Jasper também não. Por fim, os últimos ali era Rose, Emm, Esme, Edward e eu.
Esme convidou Rose a passar a noite com ela, e estendeu o convite a Emmett. Por fim, os três seguiram para a mansão ao lado da minha, enquanto Edward e eu íamos para mansão dos Brandon.

The Reason - Hoobastank

Apenas garoava naquele momento. Não havia ninguém na portaria, embora luzes piscassem das mansões vizinhas as dos Brandon. Edward estacionou longe da entrada de carros, o que me fez olhar de forma confusa pra ele.
- Eu quero falar com você Bella. Podemos dar uma volta? – Eu apenas assenti, soltando meu cinto e saindo do carro.
Edward pegou em minha mão e caminhou comigo, lado a lado, até vermos um banco, onde nos sentamos. A garoa era fina, mas incômoda. Entretanto, esqueci-me de qualquer chuva, quando Edward me encarou com suas lindas orbes verde-esmeralda.
- Bella, hoje fazem sete meses que nos conhecemos.  Sinceramente, ás vezes acho que faz anos e outras, dias. Pra mim é tudo um tanto irônico, sabe? Vamos analisar; nós dois, caindo de bêbados, transamos numa despedida de solteiro. Lance de uma noite. Uma patricinha de Bervely Hills e um stipper da periferia de LA. E após isso, o destino nos entrelaçou, dia após dia, esfregando em nossas caras que ficar juntos é nossa sina. – Ele me deu então o seu melhor sorriso. – Bella, o que e estou tentando dizer é... – Ele respirou fundo. – É eu te amo. Acho que nunca tinha dito com todas as letras. Não só pra você, eu nunca tinha dito pra ninguém.  E para mim hoje fica claro o motivo: eu estava esperando por você. Vai soar bem brega Bella mais, meu amor esteve sempre aqui, guardado pra você. Não sabia me expressar, mas hoje mais que nunca, sei que você é minha. Cada olhar, cada sorriso seu me pertence, e eu quero ficar com você pela vida inteira. Eu te amo Bella. – Ele sorriu novamente pra mim, secando então uma lágrima que eu nem percebi que escorrera dos meus olhos.
- Eu também te amo Edward. O sentimento é reciproco. Mas você já sabe, afinal, sou sua. – Eu disse, sorrindo. E então nos beijamos. O beijo mais apaixonado de todos.

Não estávamos nem perto de um final feliz. Não éramos perfeitos. E mesmo que as pessoas de fora achassem que sim, nossas vidas não eram perfeitas. Tínhamos nossos dramas familiares, nossas loucuras, nossos amigos. Mas agora, acima de tudo tínhamos uma razão para aguentar firme e seguir em frente. Eu tinha Edward, e ele a mim.