Cap. 4 – Big Girls Don’t Cry

Dois dias depois as coisas pareciam cada vez mais esquisitas. Estavam esquisitas. Eu fui diretamente à casa de Embry exigir explicações. Mas sua mãe me disse que ele havia ido à casa do irmão, Sam. Isso significava ver Sam pela terceira vez naquele dia.

Ele tinha ido me importunar pouco antes da hora do almoço e Charlie sendo um péssimo quase-padrasto disse que eu podia ir, que tinha a tarde livre e que seria bom sair para me divertir.

A segunda, foi quando eu estava saindo de casa para dar uma corrida, lá pelas duas da tarde, e ele fez de um lazer, uma obrigação. Além de claro, a futura esposa do meu ex-namorado estar me enlouquecendo com as coisas do casamento.

Segui para a casa de Sam, eu já a via do inicio da rua desabitada. E eu não estava animada por visitar aquela casa cheia de testosterona. Mas enfim, quando o mal não pode ser adiado, a gente enfrenta de cabeça erguida. Não machuca. Nunca é pior do que você imagina que será.

Mas podia ser.

- Eu acho que posso quebrar isso. Sério. – o Embry continuou. A casa estava silenciosa. – Depois que comecei a sair com a Ju, Leah não está mais tão frequente nos meus pensamentos. O que pode ser que o imprinting não funcionou…

- Imprinting? Dá para me explicar essa história Embry? – perguntei, invadindo a casa. Ele se virou, assustado que eu estivesse aqui.

- Você já conhece a historia. Eu tive um imprinting com a Ju, e…

- E você está mentindo. Eu ouvi o meu nome e eu quero saber. A verdade. – exigi.

- Embry acha que teve um imprinting por você, mas ele não teve. – Sam me disse.

- Como é? – eu ouvi direito?

- Eu tive um imprinting por você. – ele assumiu. – Não me olha assim, nós dois sabemos que não queremos isso. – ele disse respondendo a algo que eu nem mencionei. Eu estava chocada.

- Sabe o que é engraçado? É que você nem tentou me contar. Que decepção. Eu não sabia que você era tão idiota. – me virei para sair. Eu já tinha as respostas que eu queria. E eu não precisava ouvir o resto.

Mas, ele não disse nada. Ele não tentou lutar por mim. Ele não quis lutar por mim. Não valia a pena.

- Leah… - ele chamou, mas não continuou, mesmo quando olhei em seus olhos.

Quando eu saí da casa e rumei para a minha, parecia que o peso do mundo estava sobre os meus ombros e eu não era capaz de carregar. Não era um peso, era um fardo. Eu me tornei um fardo.

Meu coração parecia que ia explodir, como se cada parte dele fosse puxada para uma direção, e não havia espaço para elas irem tampouco. Eu abri a porta, morbidamente, estarrecida e em pedregulhos. Eu não tinha que me tornar um fardo, mas eu já o era desde a minha transformação no monstro que eu sou.

Eu não havia sentido nada de imprinting, mas ao mesmo tempo, machucava tanto saber que nem mesmo o Embry quis lutar por mim. Ele só não quis. Eu não valia a pena também? Porque eu lutaria por ele, eu lutaria por todos eles.

Eu me sentei na escada, não havia ninguém em casa para ver elas caírem salgadas e impetuosas. Eu não fazia ideia de como elas chegaram aos meus olhos, mas elas caíram e como caíram.

Eu fechei os olhos ao ouvir a porta se abrir. Eu não quis ver quem era ou o que queria. Eu estava petrificada como uma infeliz estátua na escada. Dois braços me abraçaram e eu reconheci o toque da minha mãe.

“Eu preciso de abrigo,
Para a minha própria proteção, baby” –
Fergie- Big Girls Don’t Cry