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Tom me puxou para dentro do quarto, e enquanto me sentava na cama, ele abria as cortinas, deixando o sol entrar. O quarto cheirava à wisky de fogo e eucalipto. Ele sentou-se ao meu lado e me observou.

 

— Então, aqui está você... Nem parece ter passado vários anos. - Ele suspirou, desviando o olhar. Fiquei em silêncio, esperando ele dizer alguma coisa, como ele não disse, falei.

— É, tem razão. Tom, temos que conversar sobre... - Ele me interrompeu

— Não quero ouvir explicações, Mel. Não gaste seu tempo com isso, você sabe muito bem que não vou ouvir! O importante é que você está aqui e temos que nos preocupar com isso.

— Espere. Preocupar? Não há nada para se preocupar. Eu estou bem!
— Mel, as coisas não estão exatamente bem por aqui...

— Como assim? Pensei que como Harry voltou ao passado comigo, as coisas iriam mudar um pouco.

— Não exatamente. Isso só piorou as coisas... Potter ter voltado ao passado não muda o fato de que ele deve conhecer as Horcruxes e... - O interrompi

— Garanto que Harry não sabe nada disso. Nós estivemos juntos o tempo inteiro e ele nunca mencionou nada do tipo.

— É claro que não! Ele seria extremamente burro se mencionasse, Mellody, querida. Você estava comigo e eu saberia de todos seus planos, caso ele mencionasse algo do tipo. Tenho certeza que você contaria à mim, se Potter estivesse planejando me matar, certo?

— Ahn, sim.

— Exato! A maioria dos comensais estão fazendo uma busca para encontrar alguma pista dele.... Certamente, você sabe aonde ele está.

— Sim, eu sei. E desculpe-me, Tom, mas ele está no lugar aonde deve estar. - Cruzei meus braços e bufei. Tom se aproximou, com um sorriso encantador no rosto.

— Tudo bem, esqueci que ele é seu amigo. - Ele sussurrou em meu ouvido - Mas vamos esquecer de Potter, de todos agora. Estou com saudades da minha noiva, oras.

 

Dizendo isso, Tom me beijou. Não era o beijo mais calmo, como ele fazia na época que estávamos juntos em Hogwarts. Era um beijo demorado, porém mais desesperado. Como se ele precisasse disso, para continuar vivo. Entrelacei meus braços em seu pescoço e comecei a fazer carinho em seus cabelos. Senti as mãos de Tom passeando pelas minhas costas, cinturas e coxas. Ele me empurrou delicadamente, sem interromper o beijo. Senti seu corpo pressionar o meu de leve, já que ele estava deitado em cima de mim. O volume de sua calça já roçava na minha coxa.

 

— Mel, você... - Ele ofegou - Você tem certeza? - Perguntou enquanto beijava meu pescoço.

— Sim.

 

* * *

 

— Eu não sei o que vou fazer, Malfoy! - A voz de Tom ecoava pelo quarto. Ele havia fechado as cortinas, dava para perceber pela pouca claridade, já que não incomodava meus olhos. - Eu só... Só não estou preparado para deixá-la, novamente.

— Eu entendo o que quer dizer, Milorde. Mas a Srta. Slytherin deve voltar à Hogwarts, na verdade, ela deveria ter voltado ontem mesmo. Dumbledore está procurando-a que nem louco! Ele receia que milorde tenha matado-a. - Lucius Malfoy falou, hesitante.

— Então diga a ele que Mellody está bem! Francamente, Malfoy, sua inteligência chula vem me surpreendendo esses dias...

— Irei avisá-lo, Milorde. Com licença.

 

Ouvi barulhos de passos fortes e determinados e o fechamento de uma porta. E logo depois, uma boca quente tocou meu pescoço. Abri meus olhos, olhando ao redor. O quarto estava escuro, porém fresco. Era possível ver as cortinas balançando, pelas rajadas de vento.

Tom estava deitado ao meu lado, com um sorriso infantil no rosto.

 

— Bom dia, meu amor. - Ele sussurrou, me dando um selinho.

— Bom dia, Tom. Posso saber o motivo dessa sua felicidade?

— Por enquanto, é uma surpresa. Em breve você saberá.

— Sabia que eu adoro suas surpresas? - Perguntei, sorrindo. Me inclinei para lhe dar um selinho - Então, Dumbledore está preocupado?

— Ah, você ouviu - Ele sussurrou, de cabeça baixa - É, ele está. Tentou aparatar aqui, mas os comensais não deixaram-o entrar. - Ele sorriu - Está vendo, você preocupa as pessoas!

 

Duas semanas depois...

 

— Você precisa mesmo ir? - Tom perguntou pela milésima vez, com um biquinho perfeito no rosto.

— Preciso, Tom. Mas você sabe que estarei bem lá, não é? Dumbledore não tirará os olhos de mim.

— Tenho medo de que façam alguma coisa com você, Mel. Ainda mais agora que você parece estar doente... - Ele me abraçou de lado.

— Eu não estou doente! - Tom me lançou um olhar repreensivo - Ok, talvez eu esteja um pouco. Mas Snape prometeu que me daria uma poção que tiraria qualquer tipo de sintoma.

 

Tom suspirou, ainda abraçado à mim. Estávamos passeando pelo jardim da Mansão Malfoy. Os pavões passeavam ao nosso lado, como se estivessem nos escoltando. Os pavões eram tão fofos... Podiam parecer assustados no começo, mas se mostraram muito dóceis e fofos. Tom até me deixou jogar um pedaço de queijo para eles! E olha que Tom não deixa que eu me aproxime de qualquer animal que, na sua opinião, pareça perigoso.

Ultimamente, ele vem me isolando de todos. Narcisa vem sendo bem carinhosa preparando sopas deliciosas, para minha melhora. É, parece que estou doente. Incrível que todas as coisas ruins acontecem comigo nos melhores momentos...

Enfim, só espero que esse mal estar passe logo. Voltar à Hogwarts me deixa com borboletas no estômago e isso só me faz vomitar mais.