The Life Of A Demigod escrita por Bruna


Capítulo 10
Meu primeiro monstro




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    A viajem foi tranqüila, nenhuma turbulência. Zeus não devia saber disso, e espero que não saiba por um bom tempo. Eu estava sem muito dinheiro para pegar um taxi e a cidade não era tão grande, minha casa não ficava tão longe. Fui andando mesmo, já no centro, sem querer quase me bati com uma menina enquanto via uma esquina, nada de anormal, exceto ela. Ela era idêntica a mim, tinha cabelos ruivos e enrolados, um pouco menos rebeldes que os meus, era alta, as pintinhas no rosto, tudo. A única coisa diferente nela eram os olhos, eles eram cinzas, os meus eram verdes azulados. E seu estilo também, ela usava roupas claras e não usava maquiagem, eu sempre usava jeans o mais escuro possível e maquiagem preta, e blusas claras. Ela também pareceu notar nossa semelhança, ficou olhando e apontando para mim com a boca semi aberta.  

    -Você... Você é idêntica a mim! – Ela falou, eu pensava em dizer a mesma coisa.

    -Isso não é possível...

    -Não mesmo. – Ela ainda estava incrédula mas tentou relaxar e não parecer assustada, achei melhor fazer o mesmo.

    -Hã, então, qual seu nome?

    -Nathalia, e o seu?

    -Bruna.

    -Bruna, hã desculpe fugir um pouco do assunto, mas você sabe aonde isso fica? – Ela me entregou um papel com um endereço. – Nós nos mudamos nessa semana e eu precisava ir lá para comprar umas coisas para minha mãe.

   -Sei, é perto da minha casa. Venha.

    Nós duas seguimos para a loja de roupas que ficava na rua da minha casa, em silencio por duas quadras.

   -Tem certeza que é este o endereço? Isso é uma loja de roupas.

   -Sim, está se perguntando porque não fui em outra loja qualquer? Minha mãe encomendou umas roupas lá e quer que eu pegue.

  -Ah.

     Andamos mais algum tempo em silencio.

   -Isso é estranho. – Eu disse, quebrando o silencio novamente.

   -Oque?

   -Ter alguém parecido com você.

   -Ou melhor, quase idêntico a você.

   -É. – Tinha alguma coisa estranha naquilo, algo mais uma vez relacionado a Atena e Poseidon, eu achava.

   Pensei em perguntar se ela sabia algo sobre deuses, se ela reagisse um pouco estranha quem sabe fosse porque ela sabia que os deuses realmente existiam, mas era uma coisa estranha para perguntar com uma pessoa que você acabou de conhecer. Muito estranha, a não ser que você esteja tentando puxar assunto... Não, melhor não. Agora já estávamos perto. Apontei para a loja para ela e ela seguiu sozinha até ela e eu fui para casa.

    Aparentemente não havia ninguém, portas e janelas, todas fechadas. Nenhuma luz na casa acesa. Deviam ter saído para comprar coisas ou quem sabe na casa de alguém, não sei. Decidir ir até a casa do meu primo que era a algumas quadras da minha.

   -Bruna! – Ele disse ao me ver e me deu um beijo na bochecha. – Seus pais falaram que você estava num acampamento e só ia voltar em Fevereiro, o que aconteceu? Você nem sabe o que deu, Tiago e eu brigamos e ele saiu da banda.

    Deixa eu explicar, eu meu primo, esse Tiago ai, e mais uma menina, Camila, tínhamos uma banda, tocávamos por diversão mesmo, nos finais de semana. Era até legalzinho.

  -Pois é, Quír... hã, o diretor do acampamento nos liberou para o natal, eu disse que essa banda não ia dar certo, mas nós ainda podemos ensaiar nos finais de semana, quando eu estiver aqui.

   -É, e hã, como Camila estava namorando com ele ela saiu também.

   Ficamos conversando um pouco e depois pedi para usar o telefone para ligar para os meus pais, era um risco mas eu não tinha outra opção. Depois que liguei fomos até a  frente da casa dele e começamos a conversar de novo.

   -Tem alguma coisa se mexendo ali. – Ele se interrompeu enquanto falava de uma menina da sua sala e apontou para uma moita que estava mesmo se mexendo.

   -Deve ser o vento, tem muito vendo por aqui. Não deve ser nada. – Eu esperava que não fosse nada, não fazia muito tempo que eu tinha usado o telefone e... Afastei esse pensamento da minha cabeça, Atena disse que o Brasil era um lugar que não havia tantos monstros. Ele ignorou aquilo e continuamos a conversar.

   A moita parou de chacoalhar, mas ainda havia vento. Senti um calafrio, como se algo estivesse errado. Algo estava errado. Rafael, meu primo, também pareceu notar e começou a se levantar. Não havia ninguém na rua alem de nós, isso não era nada incomum mas eu tinha o pressentimento de que algo iria acontecer. Seja lá o que fosse, peguei meu canivete e apertei o botão, Rafael estava virado de costas para mim e não notou, só olhou quando a lamina fez um barulho. Do canivete surgiu uma espada, não muito grande, devia ter uns 40 centímetros, de bronze. Na hora que Rafael olhou e exclamou um “Uau” foi que ele cometeu o erro, uma cobra, uma cobra com uma coroa na cabeça, como é que a chamavam mesmo? Brasílico? Bem isso não importava. Empurrei meu primo para o lado, e tentei acertar a serpente. Ela desviou e começou a soltar veneno, consegui desviar e sem querer tropecei e deixei minha espada cair. A cobra se movia rápido demais, minha espada estava um pouco longe, e perto do meu primo, não queria colocar ele em perigo. Rolei para o outro lado enquanto e cobra tentava me atacar de novo. Tentei me levantar, meu pé estava doendo muito, devia telo torcido, a cobra iria conseguir me atacar se ficasse em pé. Meu primo, vendo que a criatura vinha em minha direção, pegou a minha espada e tentou acertar a cobra. Ela conseguiu desviar o golpe mas quando ela tentou atacar ele acertou a cobra e ela se desintegrou em pó.

    -Uau, como fez isso?

    -Você guarda um canivete no bolso que se transforma em espada e pergunta como eu faço isso? Você está bem? – Ele disse me ajudando a levantar.

    -Só torci meu pé, espera, você disse que viu a espada, e você viu também a cobra?

    -É. O que era aquilo? Porque a cabeça dela brilhava.

    -Você seria mais feliz se não soubesse toda a verdade. E você também não acreditaria. – Eu falei, pela minha sorte, um pouco baixo de mais.

    -O que você disse?

    -Hã nada, a cabeça dela não estava brilhando. – Peguei a espada da mão dela e apertei o botão para ela recolher de novo e apertei o botão normal. Como eu esperava uma lamina de canivete normal surgiu. – Você deve ter batido a cabeça quando te joguei para o lado. E isso é só um canivete. – Mostrei para ele. – Viu?

   -Ta bom, vou fingir que acredito em você por dez minutos, vamos lá dentro lavar seu pé, está sangrando demais.


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