Bloody Mystery escrita por Aunt Naty


Capítulo 8
Revelação e uma ação inesperada.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem postar mais tarde hoje, mas eu ainda não rinha terminado de dar os últimos ajustes no capítulo ^.^
Espero que gostem!



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Era mesmo verdade o que acabara de ouvir? Ulquiorra e Melody eram vampiros e ainda, foi Ulquiorra quem havia matado o pai de Rukia aquela vez...? Orihime estava estática ao lado da porta, tentando não manifestar nenhuma emoção para não fazer sequer um único ruído para não ser percebida pelo outros dois.

- Acho que você vai precisar de algum tempo para pensar – começou Melody – mas saiba: quanto mais tempo permanecer nessa cidade, mais difícil vai ser controlar seu outro lado.

- Então você está achando que eu vou matar alguém que não deveria? – falou Ulquiorra frio.

- Não exatamente que não deveria, mas sim, quem você não queria matar e depois, vai passar o resto de seus dias remediando e se odiando por dentro e sempre irá se culpar por isso.

- Está se referindo a alguém? Se estiver, não é mais fácil dizer seu nome? Caso contrário vamos ficar aqui por mais tempo, sendo que nem eu e nem você queremos continuar esta conversa.

A morena sorriu sínica.

- Que seja. Refiro-me a que você possa chegar a matar a Orihime.

Orihime calou-se. Ficou parada e tentando absorver as ideias da melhor maneira possível, mesmo assim, não compreendi o porquê de Melody dizer que Ulquiorra poderia matá-la e ainda, que ele jamais se perdoaria por isso... Será que a morena sabia de mais alguma coisa sobre o garoto? Ou melhor, eles se conheciam de antes?

- Você está definitivamente certa. Eu posso mesmo chegar a matá-la, mas eu não me arrependeria mais do que normalmente me arrependo depois de matar uma pessoa. Além disso, não adianta me comparar a você que tem um rancor imenso por si mesma, por não ter sido capaz de salvá-lo há cinco anos – Ulquiorra falou frio e firme.

A ruiva sentiu uma pequena ponta de decepção em seu interior. Ela ainda parecia não ter uma importância tão relevante para Ulquiorra como ela pensava ter, mas ela também prestou atenção no final; será mesmo que os dois já se conheciam?

- Cale-se. Isso não vem ao caso, mas também você deveria nutrir algum rancor por mim, não é? Afinal, fui eu que matei o seu pai há cinco anos – falou Melody.

“O QUE?! A Melody matou os pais do Ulquiorra há cinco anos?! Mas... Por quê?” Orihime se perguntou em pensamento notando o tom um pouco melancólico que a morena usará dessa vez para responder a fala de Ulquiorra, enquanto que o moreno continuava sério e nem um pouco abalado.

- É nesse momento que você me subestima. Por que eu teria que me importar com isso? Naquela época eu não passava de uma criança e, além disso, a cena do meu pai caindo morto, a poça de sangue em seu entorno, me parecem mais um sonho do que um pesadelo; se quer mesmo saber, não me prendo as coisas do passado. Acho que deveria fazer o mesmo, Melody Keehl – Ulquiorra respondeu com um tom mais frio e impassível do que o normal.

- O que disse? – Melody ficou um pouco abismada com a forma como o moreno a chamará.

- Seu nome de nascença, é Melody Keehl. Você apenas adotou o sobrenome daquele garoto e também escondeu seu parentesco com o tal Mello. Mas eu conhecia a sua história desde o início. Você deve se lembrar que o Conselho investigou toda a sua vida antes de atacar sua casa há cinco anos.

Dessa vez a menina ficou em um silêncio profundo. Orihime percebeu que o passado de Melody, era de certa forma, ainda mais triste que o seu próprio. Depois, teve um tipo de flash-back e se lembrou de tudo. Se lembrou perfeitamente do momento da morte de seus pais, aquelas imagens distorcidas finalmente haviam se definido e formado uma só, mas uma coisa que ela não queria se lembrar, era do monstro.

- Naquela noite... Eu perdi tudo que mais me era importante, e quase perdi o Mello, mas consegui salvá-lo, caso contrário, acho que não estaria mais aqui, por isso, odeio quando as pessoas me fazem lembrar meu passado. Essa conversa vai ficar por aqui. Em outro momento nós a terminaremos – Melody falou.

A morena caminhou até ficar lado a lado com Ulquiorra e murmurou:

- E eu espero, que da próxima vez, eu possa enfiar uma estaca em seu coração.

Orihime começou a procurar um lugar para se esconder. Para sua sorte, uma pequena mesa estava ao lado da porta e tinha uma toalha que a cobria. Engatinhou o mais rápido que pode e se escondeu ali. Ouviu o barulho dos saltos de Melody se afastando pelo longo corredor, mas depois quase teve um infarto.

- Até quando pretende ficar ai? – falou Ulquiorra sério.

A ruiva bateu a cabeça na mesa de susto. Então ele sabia mesmo que ela estava lá?! Mas agora era tarde para ela sair de lá, teria que ouvir um sermão de que não se deve ouvir conversas alheias, ou poderia acontecer algo pior.

Saiu de debaixo da mesa passando a mão na cabeça. Entrou na sala onde Melody e Ulquiorra estavam conversando há pouco. A sala tinha uma enorme sacada que estava fechada por causa do frio, mas dava para ver a neve brilhar como prata iluminada pela Lua cheia que também estava visível através da janela da sacada. Ulquiorra estava sentado em uma poltrona perto de uma mesa.

- M-Me desculpe por ouvir a conversa... – desculpou-se ela envergonhada.

- Estava ai desde quando? – perguntou ele frio.

Orihime demorou um pouco para responder. A face inexpressiva dele não permitia a ela saber se ele estava mesmo bravo, ou se só estava sendo frio como de costume.

- Desde o início... – fitou o chão.

Ulquiorra fechou os olhos por um momento e depois se levantou. Caminhou calmamente até Orihime e parou à sua frente. Fitou-a de cima a baixo e seus olhos se encontraram. Os olhos verdes esmeralda de Ulquiorra também estavam sendo ressaltados pelo brilho da Lua, mas aquele momento fez o coração de Orihime disparar e sentiu seu rosto enrubescer imediatamente, mas não conseguia desviar o olhar, ou melhor, nem queria.

- Você está bravo? – juntou suas forças para perguntar.

O moreno não respondeu. Achou que era melhor se explicar, antes que ele falasse alguma coisa.

- Eu fiquei preocupada com o sumiço da Melody, então resolvi procurá-la. Acabei entrando por aquela porta entre aberta e segui pelo corredor. Quando de repente ouvi a voz dela, acabei chegando à porta para saber com quem ela estava conversando, vi que era você, mas como vocês não se conheciam, resolvi ouvir o que vocês estavam falando e ouvi que... – ela parou.

- Que eu e aquela garota somos vampiros? – ele falou.

Orihime não respondeu, ou melhor, nem precisava.

- Está com medo?

- Não. Não estou com medo – as palavras saíram mais naturalmente do que ela esperava e finalmente conseguiu desviar o olhar.

Em uma situação como essa o que normalmente se responderia seria “sim”, mas Orihime respondeu que não da forma mais tranqüila e sincera, como se já esperasse pelo pior.

- Você é estranha.

A ruiva fitou-o. Como assim? Como ele poderia a chamar de estranha?!

- O que? – Orihime perguntou um pouco confusa.

- Você é a primeira pessoa que me diz que não está com medo, sabendo o que eu sou.

Agora ela entendeu. Ulquiorra de certa forma, nunca tinha amigos porque achava melhor se isolar, para que ele não pudesse machucar ninguém importante para ele; mas ela ainda estava confusa quanto a uma coisa: ela não era a primeira pessoa, a saber, que ele era um vampiro?

- Mais alguém sabe disso? – ela perguntou sem pensar.

- Na verdade, mais duas pessoas sabiam.

- E quem eram essas pessoas?

- Seus pais.

Orihime estava muito mais confusa dessa vez, como é que os pais dela sabiam que Ulquiorra era um vampiro?! Se eles saíram da vila no dia seguinte a ele e ela se conhecerem?

- Como assim? Se me lembro bem, eu te conheci um dia antes de me mudar daqui a dez anos, como vocês poderiam se conhecer?!

- Na verdade, eles não me conheciam, mas conheciam meu pai.

- Mas seu pai morreu faz cinco anos...

- Há quanto tempo você acha que sua família morou naquela casa? A vida toda. Nossos pais se conheceram quando eu e você ainda nem tínhamos nascido, eles eram grandes amigos. Porém, um dia, seus pais estavam andando pela floresta e viram meu pai matando um homem que caçava na floresta. Os dois ficaram horrorizados e cortaram relações com minha família. Quando meu pai morreu cinco anos atrás, eu estava sentado ao lado dele e ele me fez um pedido:

“Ulquiorra, você deve prestar muita atenção. Os meus velhos amigos irão se mudar daqui, pois temem que você possa oferecer algum risco para a filhinha deles. Por isso, eu te peço que jamais faça nada com aquela família, e se puder, nem se aproxime deles. Eu queria ter podido ensinar mais você a como controlar seus poderes, mas já é tarde para isso, você vai herdar todos os meus bens; antes de partir só vou relembrá-lo: tente não se aproximar daquela família, eu disse tente, até controlar por completo suas forças, não se aproxime! E também, eu quero que você não guarde nenhum rancor por Melody, tudo isso foi culpa nossa, nós quisemos interferir entre um amor puro e doce e acabamos todos assim. O Conselho está acabado. Eu estou acabado, mas viva feliz Ulquiorra, viva sua vida da melhor maneira possível, até o seu último dia nesse mundo que eu, por muitas vezes, desprezei tolamente. Esse é o meu último pedido a você, meu filho, viva!”

Orihime ficou pasma. Então, os pais dela sabiam que a família do Ulquiorra era de vampiros e foi por isso que eles quiseram sair tão rápido da cidade.

- Então... Foi mesmo a Mel que... Matou seu pai? – ela perguntou com lágrimas nos olhos.

- Foi sim. Eu não sei os detalhes sobre a história em que ela estava envolvida, mas causou a morte de todos os membros do Conselho dos Anciãos e da própria família dela – Ulquiorra voltou a encará-la – Por que está chorando?

Agora a ruiva já não estava mais conseguindo segurar suas lágrimas que escorriam por seu rosto. Ulquiorra se aproximou.

- Porque eu... Entendo a sua dor. Eu vi meus pais morrerem diante de meus olhos também... E eu... E eu... – já não conseguia mais falar.

Ulquiorra enxugou suas lágrimas passando a mão levemente pelo rosto de Orihime.

- Não precisa chorar. Meu pai não queria que ninguém chorasse na hora da morte dele, imagino que seus pais também não iriam querer-te ver chorar por culpa deles – segurou levemente o queixo dela.

Seus olhos se encontraram novamente, mas agora Orihime não ficou envergonhada, mas sentiu um conforto imenso ao encontrar aqueles olhos verdes. Agora eles não pareciam mais tão frios ou distantes, mas sim humanos, como se finalmente eles se entendessem sem mais nem menos. Os dois perderam seus pais diante de seus olhos e da pior forma possível de se imaginar, isso parecia formar um tipo de elo entre eles, algo que os unia e tornava mais fortes.

Finalmente seus soluços pararam e ela se acalmou, mas quando seu coração parecia ficar mais calmo, uma coisa que ela nunca esperava que pudesse acontecer, aconteceu: sem mais nem menos, Ulquiorra beijou-a.


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Notas finais do capítulo

KYYYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ~ *morre*
VELHO! O MEU CORAÇÃO DISPAROU QUANDO TERMINEI DE ESCREVER! Mas sei lá se ficou muito clichê... Bom, isso é o que vocês me dirão ;D
Mandem reviews!



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