— Então, Malfoy, não sei qual é a sua de ficar aqui cuidando de mim essa manhã, mas não quero mesmo ser cuidada por você. — Hermione falou depressa quando Draco chegava com um café da manhã delicioso que tinha preparado após a saída de Luna e Justino.

— Granger, e você acha que eu quero ficar aqui cuidando de você? — Draco tinha que agir como sempre agiu com ela, para ela não sacar minha paixão de cara. — Sinceramente, só estou aqui por causa da Luna e por que ela me implorou pra cuidar de você.

Hermione fechou a cara e se ajeitou na cama de Draco para poder tomar café da manhã.

O silêncio dominava como nunca. Draco admirava Hermione comendo o café da manhã. Quando ele percebeu que ela o encarava enquanto ele a olhava, Draco virou o rosto para a porta e seu olhar se perdeu novamente, assim como sua mente voava em milhares de pensamentos e perguntas: Por que ele havia contado TUDO para Luna? Por que estava sendo tão diferente de todos os anos? Por que estava rejeitando Pansy? Por que, logo uma nascida trouxa tinha que ser a dona de seu coração?...

— Malfoy? — disse Hermione que já tinha terminado de comer e interrompeu os pensamentos de Draco — Tá tudo bem?

Espera aí! Desde quando Hermione Granger se preocupa com Draco Malfoy?

— Tá, tá... Só que eu tenho um jogo de Quadribol hoje de tarde, e eu tinha que estar treinando agora mesmo de manhã.

— Ah... — Hermione se sentiu como um peso pra ele — Mas, vá treinar, não precisa ficar aqui, você também perderá aula.

— Snape já sabe que eu perderei todas as aulas de hoje por causa do jogo, eu não preciso me preocupar com isso.

— E seus amigos do time de Quadribol?

— Eu sou o capitão, vou avisar a Guilherme que lidere o treino hoje e digo que vou cuidar de você.

Hermione já tinha ouvido falar desse tal de Guilherme, Guilherme Schmid, Sonserino que já estava no 7º e último ano, era muito inteligente e dedicado a tudo que fazia. É melhor amigo de Draco desde que entrou em Hogwarts, são muito unidos apesar de serem de anos diferentes. Guilherme era loiro dos olhos cinza profundos, estava sempre em forma e todas as meninas o queriam, claro, depois de quererem Draco. Sendo que Guilherme estava em segunda opção sempre por que ele não é pegador e muito menos gosta de ficar com várias e várias e várias meninas. Havia boatos de que ele era gay, pois nunca havia namorado, Draco sempre jurou que ele não era gay e defendeu ele sempre. Então, pararam de falar isso.

— Falar pra ele que você vai passar a manhã cuidando de mim? — Hermione ficou perplexa.

— É...

— Você não tem vergonha?
Não, pensou Draco. — Sim. — na verdade, Guilherme sabia da sua paixão por Hermione, então Guilherme entenderia se Draco faltasse o treino.
Hermione baixou a cabeça, com vergonha. Depois, sua cara de tristeza se tornou uma cara de raiva.

— ENTÃO POR QUE VOCÊ NÃO VAI LOGO! EU TAMBÉM NÃO QUERO VOCÊ CUIDANDO AQUI DE MIM! — ela se levantou da cama.

— ÓTIMO! EU NÃO QUERIA MESMO! VOU EMBORA DAQUI LOGO! 

— ÓTIMO!

— ÓTIMO!

— TÁ!

— TÁ!

— BOM!

— BOM!

Draco ia em direção a porta e se tocou.

— Esse quarto é meu... — disse de cabeça baixa.

— Ótimo, então eu saio. — ela se levantou da cama com ódio e saiu do quarto de Draco, entrou no seu quarto e fechou a porta com força.

— MAS QUE DROGA! — Draco gritou com raiva de si mesmo. 


Narração Draco.


Por que eu tinha que ser tão grosso com ela? Por que eu não posso ser diferente? Por que tinha que a tratar daquele jeito?
Fiquei perdido nos meus pensamentos. 

Fui até minha varanda e olhei para o céu.

— Wren! — gritei.

Um minuto depois minha coruja apareceu voando longe. Chegou mais perro e pousou na grade da varanda.

— Oi menino — fiz carinho nele, era uma coruja cinza, obscura e tímida, mas adorava um carinho. — Tudo bem? Olha, preciso de um pequeno favor ok? 

Peguei um pedaço de pergaminho e anotou: “Guilherme, não pude ir para o treino hoje, grande chance com a Granger, lidere o treino, estarei aí 12h, exatamente a hora que começa o jogo. Tá reclamando? Claro que não. Boa sorte. Draco”

— Entregue isso para Guilherme, ok? Você o conhece. — amarrei o bilhete à sua perna e Wren voou da varanda.

Agora eu tenho que falar com a Hermione, ela tá com muita raiva... Eu sinto isso.
Me dirigi até a porta do quarto dela e bati

— Granger, está aí? 

Nenhuma resposta.

— Por favor, abra a porta, quero falar com você.

Silêncio.

— Eu usarei feitiços... 

Silêncio continuou. Apontei para a porta com minha varinha e disse:

— Alohomora. 

A porta se abriu e eu entrei. Hermione estava dormindo, somente de calcinha e sutiã. Me amaldiçoei por pensar em ir deitar com ela. Saí do quarto, tranquei a porta novamente e gritei.

— HERMIONE GRANGER ACORDE AGORA!

Um minuto depois percebo que ela acordou quando ouço:
 — MALFOY SUA DONINHA QUICANTE RIDÍCULA QUAL A SUA? NÃO BASTA SER GROSSO, TEM QUE SER IRRITANTE TAMBÉM? — ela abre a porta em seguida, agora ela está vestida com o robe da Grifinória.
— Desculpa...
— Pelo que? — disse ela áspera.
— Vamos conversar. Vamos almoçar.
— Mas ainda são 10h30min.
— Pedi para o elfo trazer a comida mais cedo. Por que meu jogo é 12h e você precisa se alimentar, está fraca.
— Não, não preciso.
— Ok, talvez eu chame Severo aqui, ele adoraria cuidar de você.
— Me poupe! — Hermione foi até a mesa de jantar e Draco riu por causa da cara de raiva dela.
— Por que tá rindo? — Hermione disse séria.
— Nada, só que... Sei lá, mudei muito esse ano.
— É, percebi.
— Não te interessa saber o por que?
— Sim, interessa, mas sei que você não vai me falar...
— E acertou em cheio! — Draco começou a rir e Hermione sorriu torto.
— Malfoy, você está MESMO diferente. Não me chamou de sangue-ruim desde que chegamos em Hogwarts e tem agido normalmente comigo... Até parece que você é legal! — ela riu do seu comentário.
— É, não tenho ligado muito para essa coisa de sangue. Após meu pai ser mandado pra Azkaban eu passei muito tempo somente com a minha mãe e digamos que aprendi bons modos com ela. Ela nunca ligou para essa coisa de sangue e amava um nascido trouxa até... 
— Por que você tá me falando isso?
— Não sei, eu só... — fiquei confuso. — Ah, e á propósito, queria pedir desculpas sabe... Por ter agido ridiculamente hoje de manhã; por inventado aquelas coisas de festa sabe... Por tudo.
— “Tudo”?
— Pelos anos que eu te humilhei e te chamei de sangue-ruim.
— Malfoy, não precisa disso... — ela ficou corada.
— Precisa. — insisti.
— Por que você age desse jeito agora? Parece que está com uma máscara de bondade sabe...?
— Máscara? — sorri torto — Quem sabe eu tinha uma máscara, de maldade e orgulho. E só agora que ela foi cair.
— Por que?
Por que eu estou apaixonado por uma nascida trouxa que me faz querer ser diferente, que me faz acreditar que eu não sou ruim, apenas fiz uma escolha ruim, e que me faz esquecer de todos os meus problemas. É, era isso, iria contar pra ela.
— Hermione, eu...
— MALFOY SEU PUTO! — puta que pariu, Guilherme.
— Ser educado não mata ninguém Schmid. — me levantei e fui abrir a porta pra ele.
— Não, sabe o que é que mata? 5 sonserinos desesperados para o jogo de hoje! — Guilnerme entrou na sala, se sentou aonde eu estava sentado e pegou uma batata frita. — Agora se vista e vamos, não NADA nem NINGUÉM que vai te impedir de treinar e jogar hoje, entendeu? 
— Schmid, sua mãe não te ensinou a ser educado? — olhei pra ele e discretamente apontei para Hermione que estava prestando atenção no seu suco de laranja.
— Ah! A morena. E aí Granger?
— Uau, outro sonserino sendo gentil comigo. Me digam, eu por acaso estou sem roupa? — ela brincou e eu e Guilherme rimos.
— Oh, se estivesse — Guilherme sussurrou no meu ouvido enquanto se dirigia à porta. — Meia hora para se arrumar senhor sonserino gentil, sem faltas e ou atrasos.  
Ele saiu, deixando Hermione rindo e eu com raiva, afinal, havia perdido uma chance de contar pra ela...