A Forest escrita por INeverToldLove


Capítulo 1
A Forest


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, não procurem por reviravoltas.
Quem conhece a letra da música sabe do que eu falo.



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Venha mais perto e veja. Olhe nas árvores. Procure a garota.

Enquanto você pode...

Esse era o fim. O fim de tudo.

Robert caminhava pelas ruas vazias de Londres, segurando uma caixa média de papelão.

 A caixa estava cheia de objetos que ele dera à Elise.

Mas tudo voltou á suas mãos. Era sempre assim: Uma troca de olhares, um beijo, um sentimento, uma mentira e no fim o coração partido.

Por que eu ainda me importo? Robert pensava enquanto caminhava de volta a sua casa.

Enquanto fazia seu caminho habitual relembrou o momento em que recebia de volta a caixa cheia de presentes que ele dera à Ela. A garota que ele tinha dedicado o seu inverno inteiro, a garota que gastou seu tempo, seu dinheiro,e  pior de tudo: O seu amor.

‘Elise tinha batido na sua porta logo pela manhã, e ele já tinha estranhado a caixa de papelão em suas mãos.

Quando ele viu a caixa, já entendeu tudo.

-Não precisa dizer nada...

-Rob...

-Eu já sei... Você não me ama mais.

Ela estendeu a caixa para ele e simplesmente virou as costas e seguiu seu caminho. Robert ficou olhando ela desaparecer pela rua como o vapor depois de um banho quente. Ela era como um vapor de banho, sempre a aquece-lo, fazendo-o sentir-se protegido. Mas agora ela ia embora, e ele ficaria. No frio.

Ela começou a caminhar pela rua, e foi nesse momento que Robert iniciou o esquecimento.

Continuava andando e agora começava a garoar, ele apertava as mãos em torno da caixa,como se ela pudesse o aquecer mais do que o abraço da pessoa que ele mais gostava.

Mas de repente veio um ideia na sua mente: passou em frente à uma lata de lixo e simplesmente despejou todo o seu conteúdo dentro.

Só restava uma coisa: O último bilhete de Elise, o que estava colocado em cima da caixa.

“A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração. Ainda podemos ser amigos?”

Amigos, sempre a mesma coisa... Machucar-te nunca é o suficiente. Ainda tem que te contar mais uma mentira.

-NÃO!! –Robert gritou no meio da rua. -NÃO PODEMOS NÃO!

Uma senhora que estava na janela começou a o encarar e disse algo que ele não ouviu. Era algo sobre: Esses jovens drogados... E músicas satânicas.

Passou para o outro lado da rua, aquele que só tinha mato do outro lado. Lembrou-se de quando era criança e de como se divertia na floresta do final da rua. Divertia-se, mas estava sempre sozinho.

Um gato preto passou a seu lado, ronronando e entrou na trilha.

Lembrou da má fama dos gatos pretos. Muita gente velha diz que gatos pretos na verdade são bruxas disfarçadas... Mas ele adorava gatos, especialmente os pretos.

Continuou andando e parou na trilha que dava para a floresta.

Foi quando ele começou a ouvir:

-Robert?! Robert? Você está ai? Rob?

Robert pensou que era sua imaginação, mas depois percebeu que realmente alguém lhe chamava. E era uma voz de garota.

A voz era suave, e melodiosa. Doce, como uma canção de ninar.

Tentou imaginar como seria a dona da voz:

Podia ser Loura e alta, seus cabelos emoldurando seu rosto, como a luz do Sol enfeitava o céu em um dia de calor.

Podia ser morena, os olhos grandes como duas jabuticabas...

-Robert? ROBERT SMITH!

De novo a voz.

Robert não pensou duas vezes e começou a andar pela trilha.

Foi adentrando na floresta, distraído. Sem perceber que caminhava em cima de uma trilha que era uma mistura de sangue coagulado e folhas mortas.

-HEY! Você está ai? –Começou a caminhar mais rápido.

A voz calou-se, mas Robert podia sentir que ela ainda continuava lá.

Mas quem era ela? O que era ela?

‘Vai ver ela nem é real seu idiota!’

 A trilha serpenteava por dentro da floresta, as árvores estavam ficando cada vez maiores e mais escuras. E ele ainda não tinha notado o rastro de sangue que o acompanhava, ou será que ele acompanhava o rastro de sangue?

A medida que avançava, Robert pode perceber que nunca havia estado naquela parte de floresta antes. Podia se perder lá dentro.

-Robert! Continue! Eu estou aqui, Vamos conversar?

A voz novamente, e ele recomeçou seu caminho floresta adentro.

De repente uma raiz a sua frente o fez tropeçar.

Uma mão o agarrou com força, quem fez isso tinha os dedos brancos e compridos, como aranhas congeladas.

Robert caiu, e sentiu que alguém o arrastava floresta adentro.

Tentou olhar para trás e ver quem o arrastava, mas ele ou ela estava com um capuz negro que cobria o rosto de uma forma aterrorizante.

Parecia a própria morte.

Tentou agarrar-se às raízes das árvores, mas quem o arrastava era mil vezes mais forte.

Tentou agarrar-se mais uma vez, em vão. E acabou cortando os dedos.

O arrastavam impetuosamente, não se importando se ela esbarraria em alguma pedra, ou arranhar-se-ia em algum galho seco. 

Enquanto era arrastado, Robert pode observar algumas coisas. Pode ver um monte de ‘alguma coisa’, parecia a principío um monte de folhas secas cobertas de neve.

Mas quando pode olhar realmente, percebeu que eram corpos.

Estavam todos empilhados, e pareciam grudados pelo frio. Tinha sangue coagulado no chão. E Robert seguia, arrastado.

Quem o arrastava parou.

Com o medo, Robert fechou o os olhos e simplesmente se deixou arrastar.

Abriu os olhos e viu uma garota.

O choque tomou conta de seu corpo e ele passou vários minutos a observando.

‘Será que era ela que estava me chamando?”

Ela não era nem um pouquinho como ele tinha imaginado:

Não era loura, tampouco morena. Era ruiva;

Seus cabelos pareciam chamas, se moviam como chamas. Parecia a esposa do Hades.

Robert na sabia se ficava apavorado pelo que viu quando era arrastado, ou se observava a beleza da sua seqüestradora.

Preferiu a 2° opção.

E quando Robert olhou em seus olhos, sentiu como se o seu coração estivesse em meio às chamas daquele cabelo. Queimando, queimando.

Robert levantou-se, e ela falou:

-Robert, você sabe por que está aqui?

-Porque você me chamou, eu acho.

-Não. Você vai aprender uma coisa hoje. –ela olhava em seus olhos intensamente, como se pudesse ver o que existia por trás deles.

Continuou - Eu só tenho um recado para você:

‘Você passará muito tempo com um sorriso no rosto, mas não escreverá sobre isso. Cuide do seu coração, porque essa é a última vez que ele se parte; antes o amor caia ao seu redor como a chuva, você o via, mas não podia tocá-lo. Antes você sofria, mas agora tudo será diferente. ’

-Mas como vo... –Tentou interromper, mas não conseguiu.

-Esse foi o meu recado Robert Smith. Carpe Noctem.

A garota começou a se virar em direção à saída da floresta, mas Robert a impediu.

Ela se virou e olhou em seus olhos.

Robert foi se aproximando, podia sentir a sua respiração, respirar seu hálito quente, sentir o cheiro de flores que exalava dela.

E der repente como uma batida de coração...

Tudo ficou escuro para ele.

Enquanto Robert estava desmaiado, a garota ruiva se transfigurou em um elegante gato preto.

O gato passou por cima de um Robert que jazia desmaiado com um sorriso que mais parecia de um bêbado e sumiu através das árvores.

Os cadáveres congelados continuaram onde estavam, o que era de se esperar. Mas já não eram tão assustadores. Quem olhasse já podia imaginá-los apenas dormindo juntos, como que para se aquecerem.

Robert acordou, e parecia que estava em um sonho, mas como um jato de vento gelado, a lembrança veio a sua mente.

E ele começou a procurar desesperado pela garota da floresta. Tentou ignorar os cadáveres congelados, mas não pode. O choque tomou seu rosto.

A Floresta só podia ser um sonho, ou uma visão do futuro.

Deixaria que a garota da floresta cuidasse deles, e dele.

Procurou, procurou. Mas como sabemos, não encontrou.

Mais tarde já em casa, escreveu uma música, que mais tarde, lá fora, se transformaria em um dos maiores sucessos da sua banda.

♫ De repente eu paro

Mas eu sei que é muito tarde

Eu estou perdido na floresta

Totalmente sozinho

A garota nunca esteve lá

É sempre a mesma coisa

Estou correndo para o nada

De novo e de novo e de novo e de novo ♪

A garota nunca mais apareceu, e ele nunca mais ouviu vozes estranhas na floresta.

Porque talvez, ela nunca estivesse realmente lá.

Apenas siga seus olhos, siga seus olhos...

(N\\A: Carpe Noctem: Aproveite a noite, expressão usada no meio gótico.)


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu amo The Cure! Espero que deixem comentários. Não faz mal, sabem?! E esse foi o fim.
Até a próxima. XOXO



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