Untitled escrita por kawaii


Capítulo 5
4. Inesperado




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Sakura's POV

- Já chega, Sasuke! Me coloque no chão! - Gritei, me debatendo pela milésima vez. Eu tinha a leve impressão de que ele não estava prestando atenção em nada do que eu dizia.
Sasuke finalmente parou, me colocando de pé no chão. Ajeitei meu vestido com a testa franzida, preparando mentalmente os xingamentos que eu usaria. Direcionei um olhar assassino para Sasuke, que recuou imediatamente. Tive vontade de rir com o pensamento de que ele tinha medo de mim, mas segurei a risada. Eu tinha que acabar com ele.
- O que voc-
- Vamos logo. - Me interrompeu, entregando-me um capacete preto. Minha expressão de raiva se transformou numa expressão confusa. Minhas dúvidas se esclareceram quando percebi que ele havia subido em uma moto de um vermelho tão escuro que se assemelhava à cor de sangue.
- Espera aí. - Ergui a sobrancelha e cruzei meus braços. - Você não está esperando que eu vá subir em cima dessa coisa, está?
- Não, Sakura. Eu estou esperando te levar para casa voando. - Revirei os olhos e em seguida, uma risada escapou de minha boca.
- Ora, ora, ora. O senhor Sasuke-certinho-respeite-as-leis tem uma moto? Pensei que menores de idade não podiam tirar carteira de motorista. - Falei ironicamente.
- E eu pensei que você estava bêbada. - Seu velho sorriso ironico apareceu em seus lábios.

Meu rosto corou furiosamente. Senti uma vontade absurda de desaparecer naquele exato momento. Por que eu estava corando na frente do Uchiha? Isso era tão deplorável.
O som abafado de sua risada chamou minha atenção, fazendo com que minha atenção fosse novamente para ele. Sasuke apenas ficou lá com aquele sorriso ironico, me encarando com aqueles olhos escuros que percorriam todo o meu corpo. O tom avermelhado tomou conta de meu rosto novamente e isso fez com que ele soltasse outra risada. Eu queria matá-lo.
- E então? Você vai subir na moto ou está esperando por um convite formal? - Quebrou o silêncio, desviando o olhar para frente.
Fuzilei-o com meus olhos, bufando. Subi em cima da moto, sentando-me atrás dele. Quando nossos corpos se encostaram, um arrepio deslizou por minha espinha e os pêlos do meu corpo se eriçaram imediatamente. Rezei mentalmente para que Sasuke não tivesse percebido isso.
- Coloque o capacete e me segure firme. Do jeito que você é desajeitada, um acidente de moto não seria nada para você. - Ele tentou falar friamente, lutando contra um sorriso. Sorri comigo mesma, me esquecendo completamente de revidar a provocação.
- Sim, senhor Sasuke. - Respondi em tom de humor, colocando o capacete.

Estiquei minhas mãos, pronta para envolver-las na cintura de Sasuke, mas hesitei. Fechei minhas mãos trêmulas antes mesmo de tocá-lo e abaixei minha cabeça, encarando-as. Eu sentia como se não pudesse mais controlar minhas próprias mãos. Por mais que tentasse, eu não era capaz de fazer nenhum movimento. Não entendia porque estava tão apreensiva, tão hesitante. Em toda a minha vida, nunca tinha conhecido essa sensação.
Meus olhos se arregalaram quando eu senti uma mão quente segurando a minha. Essa mesma mão que me segurava tão firmemente, envolveu minha mão em sua cintura e em seguida, fez o mesmo com a outra mão e então, me soltando. Observando Sasuke pelas costas, não pude conter um sorriso. Entrelacei minhas mãos em sua cintura, segurando-as firmemente e com isso, aproximando nossos corpos ainda mais. As faíscas que percorriam frenéticamente pelo meu corpo eram algo que eu não era capaz de controlar. Eu gostava da sensação agradável e única que elas me causavam.
Sem nem mesmo perceber, apoiei minha cabeça nas costas de Sasuke, sentindo o movimento que a moto começava a tomar. O vento que batia contra mim, me acariciava gentilmente. Fechei meus olhos e apenas permaneci ali, sentindo o balanço entre o calor do corpo de Sasuke e o gelado vento da noite. Soltei um bocejo e essa foi a última coisa que me lembro de fazer antes de adormecer profundamente.

Meus olhos se abriram com certa dificuldade, devido aos fortes raios de sol que vinham em minha direção. Me sentei, esfregando meus olhos com a ponta de meus dedos e finalmente os abri. Senti o peso do meu corpo ficar trinta vezes maior e antes que eu pudesse impedir, minhas costas bateram contra o piso do chão duro. Soltei um alto gemido de dor e me levantei do chão, massageando o local que estava dolorido. Caminhei em direção a porta e parei, bruscamente, arregalando os olhos. Me virei de volta para o quarto, observando-o. Pisquei algumas vezes, tentando descobrir se aquilo era um sonho e eu ainda estava dormindo. Minhas costas doíam tanto que eu tinha certeza que era impossível aquilo ser um sonho.
Eu via paredes azuis, escuras. Uma cama de casal grande, feita de uma madeira escura e com dois travesseiros e lençóis brancos em cima dela. Nos dois lados da cama, duas pequenas mesinhas de cabeceira com dois abajures em cima se encontravam ali. Em frente à cama, havia uma janela de vidro aberta. Ao lado, um ármario grande e de madeira escura. Um pouco afastado, havia uma mesa com uma televisão em cima e um videogame ao lado. E em frente, havia uma poltrona estofada de cor cinza. Um pouco mais afastado, tinha uma escrivaninha com um notebook em cima e uma cadeira em frente.
Que droga de lugar era aquele?!

Eu nunca tinha visto ou estado nesse lugar em toda a minha vida. Por que eu estaria lá agora? A última coisa de que eu podia me lembrar era de estar na moto com o Sasuke, mas e depois disso? A única explicação rasoável é... Eu fui sequestrada?!
Respirei fundo, tentando ao máximo manter a calma. Eu tinha que pensar em um jeito de sair dali o mais rápido possível, mas óbviamente os sequestradores não me deixariam escapar tão fácil. Provávelmente tem um monte de homens fortes e musculosos com armas aqui fora, vigiando a porta para que eu não possa fugir. Mas o que eles pretendem? Vender meus órgãos? Eu já havia lido sobre isso e é terrível, simplesmente terrível. Eu me recuso a ter uma morte tão deplorável! Além do mais, eu ainda nem tive filhos, nem me casei. Não pode acabar assim!
Mordi meus lábios forte o suficiente para sentir o gosto de sangue vir à minha boca. Passei a mão em um dos abajures e o tirei da tomada. Parei novamente em frente à porta, colocando minha mão sobre a maçaneta. Meu coração estava tão acelerado que eu pensei que poderia ter um ataque cardíaco a qualquer momento. Bom, pelo menos se isso acontecesse, eu não teria meus órgãos vendidos por aí.
Ok, Sakura. Acalme-se.
Girei a maçaneta cuidadosamente e abri a porta, tentando evitar qualquer ruído. Colei minhas costas na parede, ainda sentindo um pouco de dor, e coloquei a cabeça para fora da porta. O corredor estava vazio. Saí na ponta dos pés, apertando fortemente o abajur em minhas mãos que tremiam descontroladamente. Não me importei em fechar a porta, apenas observei o local à minha volta.

Se tratava de um corredor comprido, onde haviam muitas portas. Um corrimão se estendia do ínicio do corredor até uma escadaria. Me aproximei do corrimão lentamente, tendo vista do que eu imaginei ser uma sala de estar. Em cima do sofá, havia alguém deitado completamente enrolado em um cobertor vermelho. Meu coração se acelerou ainda mais. Aquele devia ser o cara que me sequestrou.
Me esgueirei pelo corredor, evitando qualquer tipo de barulho. Parei em frente à escada e me preparei para descer. Caminhei lentamente, degrau por degrau, passo por passo, sem fazer nenhum som. Quando ainda faltavam dois degraus, busquei alguma coragem e continuei meu caminho. Eu estava me aproximando cada vez mais do homem deitado no sofá. Rezei mentalmente para que ele não acordasse. Quanto mais perto eu chegava dele, mais difícil ficava eu me mover. Minhas pernas tremiam como nunca e eu tive que me esforçar muito para continuar andando.
Um barulho alto de algo se partindo chamou minha atenção, fazendo meu rosto se virar rápidamente na direção do mesmo. Eu havia esbarrado em um vaso. Me virei imediatamente para o homem, prestes a ter um ataque do coração. Por baixo da coberta, ele estava se levantando. Soltei o grito mais alto da minha vida e sem pensar duas vezes, bati em seu braço com o abajur que estava em minhas mãos. O homem gemeu de dor e eu me afastei rápidamente.
- O que você pensa que está fazendo? - Ele se livrou da coberta, acariciando o braço que sangrava.
- Sasuke?! - Gritei.


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Notas finais do capítulo

Queria dedicar esse capítulo à todos vocês que tem acompanhado a fic. Agradeço de todo o coração por isso, de verdade. Espero que vocês gostem desse capítulo também. Vou continuar me esforçando para agradar vocês. Nos próximos capítulos, vou esclarecer as dúvidas que esse e os capítulos seguintes deixaram. Não se preocupem, nada do que eu escrevi foi em vão e tudo nessa história em um propósito. Enfim, divirtam-se com a leitura.
Ja ne!



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