Na manhã seguinte eu fui acordada por Mione aos berros.

- Dormimos de mais! Vamos nos atrasar! Santo Merlin, Suze levanta daí agora! - Eu encarei Mione ainda com sono, puxando as cobertas por cima da cabeça. Mione foi até lá, tirando-as da cama e não me deixando outra escolha a não ser levantar de vez.

- É, eu saio de uma escola que tem que acordar cedo para ir para outra onde eu tenho que acordar mais!

- Melhor ser rápida ou não vamos tomar café. - Corri para o banheiro me vestir, amarrando o cabelo em um coque e passado rímel e lápis. Coloquei, ao invés dos sapatos totalmente fora de moda que as garotas usavam, um all star vermelho, peguei a mochila e corri até a porta onde uma Mione extremamente estressada me esperava. Chegamos a tempo de encontrar Ron e Harry. Até então eu não havia visto Jesse, o que me deixou bastante preocupada, já que Paul poderia ter feito alguma coisa e estando longe de Padre D. um exorcismo não seria muito recomendado. Mesmo assim, tentei ficar tranqüila por que provavelmente ele apenas havia sumido, com o intuito de conhecer melhor o lugar.

- Uou, Mione atrasada? - Mione revirou os olhos ao comentário de Ron e me encarou.

- Totalmente culpada. - Disse dando de ombros e sorrindo. Mione nos puxou para fora do quadro da mulher gorda - a passagem que levava para a sala comunal da grifinória - e então começamos a correr em direção ao grande salão para tomarmos o café. No meio do caminho acabei pechando com um fantasma e quase caindo.

- Hey, olha por onde anda... - Encarando o fantasma de um bruxo carrancudo sorri, - Bem flutua.

- Suze, com quem você está falando? - Ron perguntou tentando olhar.

- Ninguém, vão na frente. - Disse me ajoelhando no chão para pegar os materiais que eu havia derrubado. Mesmo que Harry Mione e Ron não quisessem eu sorri e eles seguiram para o salão. Terminando de juntar os matérias olhei para o fantasma.

- E então meu velho, o que foi que você não fez para você não ir para terra dos bruxos velinhos? - Eu esperava a resposta sair da boca do velho, mas ele apenas fez sorrir e se desmaterializar em quanto a voz que povoa meu pesadelos apareceu:

- Ele não quer ser ajudado Suze. Nem tente. A maioria dos fantasmas aqui são como Maria de Silva, eles odeiam Mediadores bonzinhos e querem é estragar a vida dos humanos que aqui vivem. É assim por anos, não espera mesmo que isso vá mudar agora?

- Olha Slater, eu sei que eles não tiveram nenhum mediador descente nesses últimos anos. Só Merlin sabe quantos vieram depois de Lily, e com certeza você não é um bom exemplo, mas respondendo sua pergunta: sim eu espero mudar.

- Vai ser em vão minha querida. - Ele se aproximou, quase tocando nossos lábios.

- Slater, pode se afastar de mim. - Ele riu, se aproximando cada vez mais. Em um súbito de adrenalina eu ergui o joelho, dando um golpe nas partes íntimas dele o fazendo rolar no chão.

- Srta. Potter! - Escutei ao fundo e me virei para ver o oleoso vir até nós. - Onde você pensa que estamos? Em um ringue de boxe?

- Não senhor, se estivéssemos lá não teria sobrado nenhum esperma para Slater procriar. - Slater pareceu urrar de dor, - Se bem que não sei se sobrou algum. - Disse rindo.

- A senhora vem comigo. - Ele pegou a manga de minha vestia e começou a me puxar. Me virei para trás a tempo de ver Slater rindo. Eu poderia ter transformado a chances de ele ser estéril bem maiores, mas no final ele havia ganho a batalha era ele. Mas era apenas uma batalha e na ultima guerra que travamos a vencedora fui eu.

- No primeiro dia já causando problemas. Igual ao pai, igual ao irmão. - Ele parou na frente de um gárgula e disse:

- Alaçuz. - O gárgula começou a girar e no fim revelou uma escada. O professor continuou me puxando pela escada até pararmos na porta e então a abriu. Percebi que estava no gabinete do diretor e no fim, professor Dumbledore sorriu.

- Senhorita Suzannah, sabia que cedo ou tarde iria me visitar, mas tão cedo? - Eu soltei um risinho e Snape me puxou para que entrássemos. - Severo acredito que não era necessário trazê-la assim, tenho certeza que Suzannah sabe andar sozinha. - Segurei a gargalhada que se formou na minha garganta e me sentei no banco em que havia sido destinado a mim.

- Então Severo, porque trouxe a jovem Suze aqui tão cedo?

- Ela agrediu fisicamente um aluno.

- Isso é verdade? - O diretor me encarou por trás dos óculos. 

- Bem, é. Mas Paul estava tentando... - Ops.

- Tentando? - Dumbledore perguntou curioso. Então, uma rajada de vento apareceu e Jesse surgiu do nada.

- Aquele hijo de la puta tentou beijá-la. - Eu escutei aquilo pasma, normalmente Jesse usava palavrões em espanhol os quais eu não compreendia, mas eu estava estupefaça com a raiva que emanava de Jesse. Papéis voavam e objetos flutuavam. Queria ver como iria explicar isso ao diretor.

- Sr. De Silva, pode se acalmar, por favor. - O diretor disse me fazendo saltar repentinamente.

- O senhor o vê?

- Certamente, como Severo também. Acredito que o chapéu mencionou que você é a quarta deslocadora de Hogwarts. Severo foi o segundo e o senhor Slater, o qual parece ter alguns probleminhas, é o terceiro. - Não quis saber quem era o primeiro. Eu estava pasma. Jesse se aproximou de mim, já mais calmo e tocou em meu ombro. Encarei o fantasma sexy de 150 anos que se encontrava a minha frente o abracei. Jesse ficou surpreso no momento, mas retribuiu o abraço.

- Ele te machucou hermosa? - Fiz que não com a cabeça me afastando de Jesse e encarando Dumbledore.

- Eu sei que vocês conhecem Slater a bastante tempo, mas não consigo compreender por que motivo o matem aqui. Ele é mal, mal mesmo...

- Todos são inocentes até que se prove ao contrário. - Disse Severo, bravo.

- Por hora Suze, você ficará apenas com a detenção que o professor Snape lhe der. Mas peço que controle seus instintos... - Jesse riu. O encarei furiosa, mas me segurando para não bater nele.

- E espero senhor de Silva que ajude Suzannah com isso e siga esse conselho. Nunca tive problemas com fantasmas por aqui, a não ser Pirraça... Não quero começar a ter agora. - Jesse concordou e então saímos da sala. Eu já estava atrasada para minha aula de Trato de criaturas mágicas, a qual, Graças a Merlin, teríamos com a Lufa - Lufa naquela manhã. Cheguei correndo e cai ao resbalar na grama molhada causando um momento de riso.

- Desculpa... Professora Grubbly - Plank, eu estava com o diretor. - A mulher me encarou meio distraída e voltou a explicar a matéria.

- Eu ainda vou encontrar Paul e ele vai ver, vai sim. - Queria mandar Jesse calar a maltida boca, mas como eu não podia, eu me aproximei de Harry, Ron e Mione e pedi:

- Afinal, sobre o que estamos tendo aula?

- Tronquilhos. - Mione me respondeu voltando a atenção para a aula.

- E eu volto a perguntar: sobre o que estamos tendo aula? - Disse baixinho fazendo Harry e Ron rirem.