Subi as escadas, entrei no closet, peguei uma roupa, tomei um banho, me arrumei, passei uma maquiagem básica, coloquei minhas coisas em uma bolsa e desci. Minha mãe estava deitada do sofá, falando no telefone. Achei melhor não interromper, mandei um beijo para ela, ela mandou outro de volta, sem tirar o ouvido do telefone e me olhei no espelho:

- Juuulia, você chega que horas?             Gritou minha mãe

- Não sei mãe... Não sei mesmo...

- Depois das 11?

-Acho que sim... Mas não tenho certeza!

- Ok, beijo filha

- Beijo mãe!

Ouvi a campainha tocar e fui atender, era Justin. Saí e fechei a porta de casa , fomos andando e conversando, até a praça. Chegamos lá e não encontramos nenhum dos nossos amigos:

- Eles não chegaram ainda...

- É...

Olhei para o lado e vi uma barraquinha de algodão doce. Meus olhos brilharam, como eu amo algodão doce!!!

Justin pediu que eu esperasse e se afastou de mim. Logo de distrai com alguns casais que conversavam e alguns que se beijavam loucamente, parando quase sem ar

= Meu Deus... Parecem que precisam beijar para viver... Gente, olha que pouca vergonha ele passando a mão na bunda dela aqui no meio da praça! Jesus!

Afastei esses pensamentos, fazendo cara de nojo para um casal que se beijava que pareciam estar em um Motel e não em uma praça pública.

Justin se sentou ao meu lado, no banco, colocando um algodão doce enorme na minha frente:

- Você não sabe o perigo que está correndo, segurando esse algodão doce aqui na minha frente...

- É para você...

Eu ri e ele também

- Obrigada Justin... Eu AMO algodão doce

Eu disse, tirando o plástico e comendo o algodão

Logo o pessoal chegou, conversei com todos, rimos pra caramba, falamos muita besteira, zuamos todo mundo, fizemos merdas e mais merdas... Olhei no relógio e vi que já era 10:56

O pessoal começou a se despedir e no final, ficou só eu, Justin e Ryan. Logo o pai de Ryan chegou para buscá-lo e eu e Justin fomos andando para nossas casas. No caminho, ficamos conversando:

-Será que minha mãe chegou?                            Disse Justin preocupado

- Ela saiu?

- Foi encontrar umas amigas do trabalho, para comer uma pizza... Mas já deve ter chegado sim...Espero

- Ah...

Estava na frente da casa do Justin:

- Pode entrar Justin, eu vou indo... Obrigada

- Hã?! Não, que isso, eu vou te levar até a sua porta!

- Não precisa Senhor Cavalheiro!

- É claro que precisa, como eu ia deixar uma Dama andar sozinha, na calada da noite, por uma distância tão grande?                                   Justin brincou, segurando minha mão e a beijando

Rimos e depois de alguns passos chegamos à minha casa:

- Obrigado por ter ido comigo lá na praça sabe... É que o pessoal fica em casaizinhos e eu acabo ficando sozinho... Não que nós sejamos um casal... Mas pelo menos temos a companhia um do outro.

- Obrigada você também... Por estar me ajudando a me enturmar com uma galera tão legal...

- De nada Ju...

Ele puxou minha cintura e eu abracei seu corpo. Me deu um beijo na bochecha e eu fiz o mesmo:

- Boa noite, minha princesa

- Boa noite, meu príncipe!

Justin se virou e deu alguns passos, enquanto eu o observava. Até que ele parou e se virou para mim, sorriu e disse:

- Eu acho melhor você entrar... Está meio frio aqui fora...

- Ok... Beijo!

Mandei um beijo para ele e vi seu sorriso abrir mais ainda, enquanto ele me observava entrar em casa. Abri a porta em silêncio, para não acordar minha mãe, caso ela estivesse dormindo, entrei em casa e fechei a porta. Sorri, involuntariamente e caminhei até a subida da escada, onde parei, e percebi que a TV e as luzes estavam ligadas. Fui andando até o disjuntor da luz, apaguei todas as luzes e fui em direção a televisão. Passei pelo sofá e estava com a mão no botão de desligar, quando percebo um movimento. Tomei um susto, mas não gritei nem fiz nenhum barulho. Olhei em direção ao sofá e minha mãe estava lá, deitava, com um homem. Ele parecia ter mais ou menos a idade dela e a abraçava, ternamente. Enquanto minha mãe o abraçava com uma mão em sua cintura e apoiava a cabeça em seu peito. As pernas da minha mãe encaixavam às dele. Estavam juntos, como um só.

Muito fofo, mas não sei por quê... Eu não senti algo muito agradável... Não era ciúme, não era raiva, nem desprezo, mas também, não era alegria... Não sei explicar... Apenas desliguei a televisão e subi para o meu quarto. Tomei um banho quente, para pensar um pouco em como seriam as coisas daqui para frente...