True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 5
vingança gera consequência


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY! AI GENTE TÔ TÃO FELIZ



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Como eu imaginei, Melanie não olhou na minha cara no dia seguinte. No trabalho, fingia que não me conhecia. Foi aí que percebi como nosso toque era importante. E aquilo só me atingia mais e mais. E o pior, não parou por aí. A cada dia eu tinha certeza que estava perdendo espaço em seu coração pouco a pouco.

***

Dois meses se passaram. Minha mãe recomendava terapia constantemente pois eu estava morto por dentro. Como se estivesse apenas no piloto automático. Desde o incidente com Melanie eu tinha perdido a vontade de tudo: sair, me divertir, me relacionar com alguém, sorrir... Até meu chefe me deu uns dias de folga depois do feriado. Eu era apenas um corpo físico com um órgão batendo, sem sentimentos nobres ou "vida" em si.

– Tudo bem, esse é o limite - disse minha mãe entrando com um papel em mãos - Que notas são essas?

Ela segurava meu boletim escolar. Confesso que, com tudo isso, a escola foi saindo de minhas prioridades. Ela nunca esteve entre as principais, é bom colocar, a única pessoa que me ajudava nisso era...

– O que eu posso fazer? Eu tentei melhorar.

– Você conseguiu tirar um D em Educação Física? É só correr! - minha mãe estava tirando uma com a minha cara? - Você não tentou melhorar nada, você desistiu de tentar. Tudo isso por causa da Melanie?

Ela havia tocado no assunto proibido. No nome esquecido. No sentimento adormecido.

– Mãe, não começa... - pedi mantendo a calma sabendo que a perderia se ela continuasse cutucando a ferida.

– Derek, eu sei que você amava a Melanie e ficou horrível quando brigaram, eu entendo isso. Mas você não pode deixar sua vida desmoronar desse jeito! Você não sai, não se diverte, tira notas ruins, recebe milhões de queixas no emprego... O que é isso?

– A senhora acha que entende mas não entende porcaria nenhuma. - falei bravo por ter que discutir aquilo de novo - Eu AMO a Melanie. Eu sei que parece muito gay, mas a senhora não sabe como machuca olhar no rosto de uma pessoa que você considera seu porto seguro e ela simplesmente virar a cara, te ignorar. Ou talvez saiba, mas não quero saber. - antecipei quando vi que ela iria me interromper - Eu não a culpo, eu cometi um erro grave, mas sinto demais sua falta.

Quando percebi, já estava em seu colo, em prantos. Melanie tinha definitivamente libertado meu lado menininha. Segurei esses lágrimas por tanto tempo que não me importava mais com o resto.

– É, eu realmente não entendo. - disse ela acariciando meus cabelos - Mas tenho certeza que Mel também sente sua falta. E você não é gay por amar alguém, - ela riu rapidamente - na verdade, quando um menino reconhece que ama alguém acaba tornando-se mais homem que os outros.

Ignorei seu comentário sobre minha masculinidade e fiquei pensando no que disse sobre Melanie sentir minha falta. Se ela sentisse mesmo minha falta não iria cortar relações, não é?

– Às vezes, a gente se afasta das pessoas pelo simples fato de as amarmos tanto... - sussurrou como se soubesse que eu estaria pensando isso.

Olhei em seu rosto e ela sorriu limpando minhas lágrimas com os polegares. Tentei forçar um sorriso de volta mas não tive muito sucesso, ela também não exigiu um. Beijou minha testa e saiu do quarto em silêncio. Deitei na cama e chorei todo o restante de tristeza que aquela conversa havia trazido para meu corpo junto com o sofrimento desses últimos tempos e senti o sono invadir meus pensamentos, deixando-os confusos e nebulosos.

Acordei no meio da tarde um pouco melhor. A dor e a tristeza permaneciam, mas um pouco mais leves. Tal acontecimento refletiu numa vontade doida de sair de casa, mudar o ambiente.

Na cozinha tinha um bilhete de minha mãe avisando que tinha saído. Aproveitei o papel e escrevi o mesmo embaixo.

A pergunta era: com quem eu ia sair? Não que eu não gostasse de sair sozinho, mas naquele momento não era bom ficar sozinho com meus pensamentos, eles ainda me provocavam. A verdade é que eu não fugiria deles tão cedo, então acabei chamando Nick, o único que sabia do meu problema, por assim dizer.

Nick era uma das pessoas que eu não vi há tempos. Até estranhou que eu apareci, o idiota achou que eu tinha morrido!

– Sério cara! Disseram que você tinha usado drogas e tinha morrido, que te sequestraram e depois te mataram...

– Quem foi o panaca que inventou isso? - perguntei rindo.

– Eu. - disse sorrindo amarelo.

– Qual é o seu problema? Você é meu melhor amigo ou o quê?

– Eu não te vi, ok? As meninas pediram explicações e eu não ia deixar elas preocupadas. Então cala a boca. - falou ele olhando para frente e piscando para uma garota. Ela arregalou os olhos ao me ver, devia ser uma das que pediram informações minhas.

Fomos ao shopping mas passei longe da cafeteria. Ironicamente, uma vontade insana de tomar café me tomou. Me segurei, era apenas uma armadilha da minha cabeça.

– Eu vou comer um lanche, você quer? - perguntou olhando o cardápio do McD's, sua voz parecia muito longe. Até que sinto um peteleco na cabeça - Larga de ser idiota, Derek! Pensei que isso era um processo de cura, não uma recaída!

– Não estou fazendo nada! - falei ainda olhando para a cafeteria e vendo ela servir um bolinho para uma senhora.

– Tudo bem, vamos comer no drive-thru.

Disse e me puxou para as lojas externas do shopping. Nick tagarelava sobre alguma coisa dos Maple Leafs que jogaram no feriado prolongado mas eu não ouvia muita coisa. Meu pensamento, por mais que eu não quisesse, estava lá dentro, observando Mel. Resolvi prestar atenção no que ele dizia ou levaria mais um peteleco na cabeça.

Foi bom, em partes, sair de casa depois de todo esse tempo. Eu tive sim uma recaída ao vê-la, mas tive meus pensamentos desfocados da situação por um tempo, e isso era bom. Minha mãe praticamente me ovacionou quando soube que saí daquele quarto.

– Derek, vou sair. - disse séria pegando sua bolsa.

– Não acha que esta saindo demais, dona Pattie? - falei debochado trocando o canal da tv.

– É a sua tia, parece que ela teve uma reação à cirurgia.

– Ah... - disse sem graça - Quer que eu vá com você?

– Não... Não precisa. Mas fique atento no telefone se por acaso eu precisar ligar.

– Pode deixar. - falei em um tom preocupado.

Ela saiu e eu fiquei torcendo para que nada de ruim acontecesse com a minha tia. Enquanto eu ainda trocava de canal, a campainha tocou. "Seria alguém querendo confirmar que estou vivo?", pensei rindo.

Mal abri a porta e dois braços pequenos e curtos me entrelaçaram pela cintura. Naturalmente, afaguei seus cabelos querendo saber o que aconteceu. Até que seus olhos molhados encontraram os meus, e tudo voltou como um foguete.

– Melanie? - pronunciei dificilmente como um retardado - O quê... Como... Porquê...?

– Não sabia para onde ir... Aqui foi o primeiro lugar que veio na minha cabeça depois de... Depois de... - ela pronunciava tudo rápido demais, então resolvi desistir de me acalmar para acalmar ela.

– Mel! Mel! Calma! - interrompi sua fala confusa - Vai, entra. Senta ali e me explica o que aconteceu.

Ela assentiu e foi para a sala. Eu analisava cada detalhe dela incrédulo, ela tinha conseguido a proeza de ficar mais linda, ainda com aquelas lágrimas. Entornou uns dois copos de água antes de começar a falar.

– Ok... - disse um tanto impressionado por ela tomar água tão rápido - Já consegue falar?

Respirou fundo e fechou os olhos. Aquilo estava me deixando louco, era tão ruim assim?

– Eu estou grávida, Derek.

Minha expressão desfaleceu claramente. Como assim, grávida? Ela estava ficando louca, a não ser que...

– Você dormiu com o Johnson?

– É, faz uns dois meses. - disse limpando as lágrimas com a cabeça baixa - Eu não sei como...

– Você usou proteção? - perguntei visivelmente transtornado.

– Não... Foi naquela época que a gente brigou, naquela noite, até. Eu fiquei com tanta raiva de você que não medi meus atos. - voltou a chorar.

Eu não conseguia nem pensar em consolá-la, minha cabeça estava literalmente ferrada.

– Você dormiu com ele por vingança? - disse incrédulo. Ela me olhou confusa.

– Por que está falando assim? Você fez o mesmo!

– É, mas eu não a engravidei por acidente, e...

– Olha, eu não vim aqui para ouvir você me xingar e me julgar, isso eu ouço em casa. - me cortou. Levantou-se e foi em direção à porta - Eu vim para te pedir ajuda, mas se isso é demais para você, não precisa.

Do que ela estava falando? Corri até ela e segurei seu braço.

– Hey, hey, hey! Do que está falando? Você precisa de ajuda para o quê? Não diga que você está pensando em...

Mel abaixou a cabeça e voltou a chorar. Eu abri a boca chocado.

– Eu estou desesperada, Derek. Não vou saber cuidar desta criança.

Peguei seu rosto e o levantei, depois limpei suas lágrimas.

– Olha, - olhei dentro de seus olhos vermelhos - eu sei que você está desesperada, mas o bebê não tem culpa. Eu estou aqui, vamos passar por isso juntos. Eu não vou te deixar, Mel.

Pela primeira vez, ela sorriu. E percebi que ela se sentia segura em meus braços. A abracei e garanti que tudo ficaria bem, mesmo sabendo que talvez não ficaria. Como eu iria apoiá-la sendo que eu não estava tendo apoio nem para mim? Agora não importava, Melanie precisava de mim e eu faria de tudo para ajudá-la.



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Notas finais do capítulo

AI MEU DEUS, GANHEI MAIS UM LEITORA! ESPERO QUE GOSTE, LINDA!
eai, gente, vocês estão beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem? ~estamos capitã~ NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN
Acho que o cap. saiu meio pequeno, mas ele tá bem legal, acho que é o melhor da história até agora!
Então é isso, e me desculpem a demora, é que eu espero reviews! Então, divulguem para as amiguinhas ou amiguinhos, vai ser bem legal!
Espero que goste, 22ks, eu adoro vocês demais, obrigado pelos reviews lindos e o apoio.
Eu arrumo os erros depois, ok?
Beijo ;*
p.s.: eu n postei hoje porque deu uma puta chuva aqui em Tupi Paulista (cidade fora dos mapas poisé) e acabou a energia!E eu tava digitando! beeeeeeeeejo ;*