True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 14
"Eu já escolhi o nome dela."


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME ESPANQUEM PELA DEMORA, CUTIES



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Depois do parto, Melanie foi mandada para o quarto. Ela cochilou um pouco, mas o máximo que conseguia era 10 minutos, ficando assim até o outro dia. Eu não conseguia parar de mimá-la com beijos, abraços e palavras. Na verdade, eu nem sabia de onde vinha tanta coisa piegas, simplesmente saía e eu amava quando ela corava. Logo uma enfermeira chegou com a bebê, e eu resolvi parar de mimar a Mel para mimar aquela coisa linda.

– Derek, eu também queria brincar com ela! - disse ao me ver interagindo com a bebê de uma forma muito intensa, era como se estivesse só eu e ela ali.

– Você não está cansada? Dorme um pouquinho, tá tudo bem. - falei brincando com o projeto de unha de seu projeto de dedinho - Ela não é a coisa mais linda do mundo?

– Ai, Derek...

Reclamou mais um pouco mas parou ao ver todos os nossos familiares - inclusive Nick, que claramente chegou atrasado - entrarem no quarto. Eu nem sei se era permitido aquela quantidade de pessoas, mas não nos importamos. Sorri fraco ao ver Melanie sorrir largamente por ver seu pai, ela estava com medo de ter perdido sua confiança com tudo que aconteceu. Fui para perto de Nick para dar-lhes - ou fingir - um pouco de privacidade.

– E então, querida? Como está? - perguntou ele acariciando seus cabelos levemente.

– Só um pouco cansada. Eu não dormi muito bem a noite passada por ansiedade, e agora muito menos. - disse num tom tedioso tirando risadas de todos.

– Muito bem, deixe-me ver esta preciosidade! - disse minha mãe chegando perto do carinho onde se encontrava a bebê.

Neste momento, pareceram todos finalmente lembrar porque tinham ido ali, pois começaram a rodear o carrinho e eu fiquei em alerta. Melanie não sabia se ria da ansiedade de todos ou da minha preocupação supostamente desnecessária. Era um burburinho descoordenado totalmente focado em uma só coisa:

– Me deixe segurá-la?!

– Nossa, ela é tão linda!

– Olhe o tamanho dos dedinhos!

– Ela parece uma bonequinha de porcelana!

E então, a fala de minha tia Judy - sempre ela, sempre... - me fez realmente prestar atenção:

– E qual vai ser o nome dela, afinal?

– Não vai ser Baby Girl? Eu achei tão original! - disse Nick confuso. Todos direcionaram a cabeça para ele, como se ele fosse um retardado e ficaram na posição por cinco segundos, antes de voltarem ao normal como se nada tivesse acontecido. Eu apenas dei-lhe um tapa na cabeça antes de responder a minha tia.

– Eu não pensei em nomes ainda, tia. Provevelmente vamos conversar, e... - Mel me interrompeu levemente.

– Eu já escolhi o nome dela.

Todos a olharam confusos, inclusive eu. Como tínhamos conversado que escolheríamos o nome juntos, senti uma leve ofensa de sua parte, que lógico não deixei transparecer. Resolvi me calar e esperar o que ela tinha a dizer, compartilhando a curiosidade com todos ali presentes.

Melanie puxou o carrinho para si, pegando a bebê calma e lentamente. Meu recente instinto paterno me fez aproximar um pouco, talvez querendo acudí-la. Ela apenas fez um gesto expressando estar tudo bem e ajeitou-a nos braços. Ficou um bom tempo daquele jeito, em silêncio, e eu rezava para Nick não deixar escapar uma de suas pérolas para estragar o ambiente.

Mel finalmente respirou fundo e resolveu falar:

– Quero que conheçam... Jazmyn Marie McCann-Parker. - sorriu travessa para mim, que quase desmaiei.

Logo o clima apreensivo deu lugar a um de alegria e felicidade. Eu encarava Melanie maravilhado, realmente bobo por ela ter pensado em mim no momento de escolher o nome. Minha mãe também tinha os olhos marejados e me abraçava de lado, enquanto eu não desviava meu olhar do dela. Eu precisava beijá-la, precisava fazê-la perceber o quanto era perfeita, ainda que nas pequenas coisas.

Depois de muito paparico, beijo e mimo, eles resolveram ir embora, prometendo voltar para mais uma visita. Nossos pais ficaram por mais alguns minutos e perceberam que queríamos ficar sozinhos, mas eu realmente tive que expulsar Nick do quarto.

Quando finalmente ficamos a sós, eu me aproximei de Melanie que sorria lindamente para mim. Arrastei o carrinho para mais perto da cama e me coloquei ao seu lado, exatamente como estava na sala de espera.

– O que achou? - sussurrou pegando na minha mão.

– Você é perfeita. - falei simplesmente, fazendo-a rir - Não, Mel, é sério. E-eu... Eu não consigo nem falar. Obrigado. Mesmo.

– Não sou perfeita, mas eu tinha que fazer isso. Você merece, por ser tão perfeito. - disse e riu contida, o que não me conteu em selar nossos lábios.

Ela me beijava receosa e lentamente, mas a minha vontade deles era tanta que não pude fazer nada a não ser acelerar os movimentos. Meus lábios imploravam pelos dela, como se fosse a última coisa que eu faria. Melanie tocou meu tórax de leve, induzindo-me a parar. Bufei baixo e ela riu, me dando mais alguns selinhos.

– É que alguém pode entrar, amor. Só isso. - disse acariciando meu cabelo. Eu assenti fingindo birra e ela riu.

Logo percebi que ela estava meio sonolenta, mas tentava lutar contra as próprias pálpebras. Ri fraco e beijei sua testa demoradamente, o que a fez ficar confusa.

– Amor, onde vai? - perguntou depois do meu ato.

– Vou deixar você dormir um pouquinho, teve uma longa noite. Vou estar na recepção ou na cafeteria, com o Nick.

Ela hesitou um pouco (lê-se agarrou minha blusa não me deixando sair de primeira) mas me permitiu deixá-la a sós um pouco. Eu sentia que ela precisava deste contato privado com Jazmyn, afinal ele não tinha acontecido ainda. Encontrei Nick na cafeteria, conversando com uma garota. Ri comigo mesmo, aquele garoto não perdia tempo.

– Uma água, por favor. - falei do nada, pegando-o de surpresa. A garota parou de falar com ele e me atendeu - Você é um pervertido, são nove horas da manhã!

– Pode ser nove horas em Stratford, mas toda hora é hora da cantada para o Nick! - disse apontando para si mesmo. Eu apenas o olhei estranho - Meu turno é de 24 horas, querido.

– Você é muito retardado, e não me chame de querido de novo. - falei pegando a garrafa e praticamente me jogando num sofá pequeno ali perto. Ele apenas riu e se aproximou.

– Como estão as coisas, papai?!

– Perfeitas, eu só preciso dormir. - falei quase inconsciente.

– Eu estou muito orgulhoso de você, Derek. Sério, eu sabia que você era maduro e tudo, bem mais do que eu... - eu tive que rir com essa, mesmo quase dormindo - Mas ver você assumindo este papel... Digamos que eu tenha orgulho de ser seu melhor amigo.

Eu até levantei depois destas palavras. Elas realmente me tocaram, me mostravam que eu estava no caminho certo e deveria continuar, sem hesitações. Fiz apenas um toque de mãos com ele pela minha incapacidade de exercer algum reflexo e depois dei-lhe um abraço. Nick era um bom amigo. Ficamos nos olhando por alguns segundos, sem falar nada, o que era muito estranho.

– Isso está muito gay. - sussurrei, fazendo-o rir.

– Que isso, BFF. - falou fazendo um coração com as mãos. Eu dei um tapa na sua cabeça, rindo, e me deitei de novo - Mas, falando sério, o que está sentindo agora?

– Eu sempre vi esse negócio de pai adolescente como algo ruim, que estraga sua vida e seu futuro. Mas, ao realmente viver isso, eu só penso em uma coisa: Como eu pude ficar tanto tempo avulso, apenas existindo? Nada me animava, nada requeria a minha ajuda essencial, total. Quando tudo isso aconteceu, eu me senti... Importante. Essencial. Útil, pela primeira vez. Alguém realmente precisava de mim, me fazia testar meus próprios limites. E era tudo que eu queria. Agora, com a Jazmyn, isso vai continuar! Eu sei que vou perder muitas coisas de adolescente, claro, eu vou me acostumar. Mas também sei que vou ser essencial na vida de alguém, assim como essa pessoa é na minha. Ou pessoas, né?! - disse rindo, Nick me acompanhou - Eu estou amando. Me sinto com 60 anos de idade, mas estou amando. E preparado para o que pode acontecer.

– Isso sim é muito gay. - disse simplesmente, com o rosto apoiado nas mãos. Eu apenas ri e voltei a ficar sonolento.

Ficamos um bom tempo conversando, até que resolvi voltar para Melanie, afinal ela já devia ter acordado. Nick se despediu dizendo que ia para o apartamento, eu apenas assenti dando-lhe a chave. Algo me dizia que ele iria levar alguma garota lá, mas não questionei.

Quando cheguei no quarto, ela ainda não tinha despertado. Aproveitei para analisá-la, assim como eu sempre fazia quando ela dormia. Seu rosto tinha algumas olheiras pela noite passada e estava meio abatida, mas nada tirava aquele brilho da sua pele e um leve sorrisinho permanente. Aquela garota era perfeita e era a única que me deixava assim: bobo e com leves aspectos gays.

– Senhor McCann? - perguntou uma enfermeira ponderando o tom da voz.

– Sim? - perguntei aproximando-me da porta.

– O senhor tem uma visita.

Estranhei com sua fala. Estaria ela errada ou alguém realmente queria me ver?

– Não é para a Melanie? - perguntei apontando para o leito - Porque se for, ela está dormin...

– A pessoa procura por Derek McCann, ou seja, o senhor. - me cortou.

Eu apenas assenti e depositei um beijo nas testas de Melanie e Jazmyn antes de sair. Procurei no corredor quem seria a pessoa e, ao encontrar, realmente pensei que era uma brincadeira, ou coisa da minha cabeça.

– Lauren?! - perguntei desnorteado ao vê-la sentada nos assentos do corredor - O que... O que faz aqui?

– Eu tinha que vir e ver se era verdade. - disse se levantando - Oi, Derek.

– Oi... - falei ainda confuso - O que faz aqui?

Eu não queria ser rude, não mesmo. Mas o que aquela garota estava fazendo aqui? O que tivemos foi tão momentâneo, foi um deslize, uma fraqueza. Que tipo de promíscua fica perseguindo os meninos desse jeito? Tudo bem, eu estava sendo meio cruel, mas ainda estava confuso.

– Eu... Eu sinto algo por você, Derek. - disse simplesmente.

Ótimo. Simplesmente perfeito. Mais uma pedrinha querendo que eu tropeçasse no caminho da minha felicidade com Melanie, e agora Jazmyn. O que eu faria naquela hora?

– Lauren... Vem, senta aqui comigo, vem. - disse conduzindo-a novamente para os assentos - Eu fico muito honrado, mesmo. Mas eu estou num momento avançado da minha vida. Você sabe como eu amo a Melanie, e como eu a amava quando a gente... Você sabe. - ela assentiu triste - Você também sabe que aquilo foi somente porque eu estava frustrado e machucado, não devia significar nada, certo? - assentiu novamente - Então. Eu não posso largar tudo, aquilo que eu sempre ansiei. Não posso voltar a estaca zero, já fiquei nela por muito tempo. Desculpe.

Falei e segurei sua mão amigavelmente. Ela esboçou um sorriso e respirou fundo, tentando impedir as primeiras lágrimas a caírem.

– Eu não planejei gostar de você, sério. - disse já com a voz falha - Mas... Você é tão doce, tão maduro, tão... Perfeito. Eu nunca tive ninguém assim, Derek.

Aquilo já estava desacostumando meu ego. Tantos elogios assim me deixavam até corado. Tirei meu foco de algo tão narcisista* e voltei a atenção para o que ela dizia.

– Você vai achar a pessoa certa, Lauren. Eu consegui a minhaMrs. Rightdepois de 15 anos! Pare de procurar e deixe alguém te achar.

Falei e dei-lhe um abraço, que foi exageradamente retribuído por ela. Acariciei seu cabelo e esperei ela se soltar primeiro. Levou um tempo, mas logo ela respirou fundo e se afastou.

– Eu já vou. - disse limpando as lágrimas - Te desejo toda a felicidade do mundo, Derek. Essa Melanie aí tem sorte.

Eu apenas sorri e me despedi também, vendo-a se afastar lentamente, ainda vacilando em prantos. Respirei fundo e voltei para a sala, ainda meio desnorteado. Decidi não contar nada para Melanie, já estava tudo resolvido.

Chegando no quarto, ela ainda dormia. Sorri fraco e fui ver Jazmyn, que estava um pouco afastada, também um pouco sonolenta. Eu ficava deslumbrado toda vez que meus olhos pousavam nela, ela não parecia real. Parecia uma bonequinha de porcelana, assim como a tia de Melanie disse. Era totalmente perfeita, tinha mãozinhas tão pequenas, tão delicadas... As bochechas me tentavam para mordê-las, mas me contive. Seus olhos, pretos como jabuticabas. Aquela garota era exatamente como Melanie, indiscutivelmente perfeita. E era minha. Mesmo não sendo, era. E eu não conseguia parar de pensar nisso.

– Ela se parece com você, sabia? - ouvi a voz preguiçosa de Mel atrás de mim. Sorri confuso - Eu sei que não é possível, bobo. Mas ela parece. Tem as suas bochechas gordinhas e com certeza terá um sorriso de tirar o fôlego, assim como o seu.

Eu apenas sorri, querendo me aproximar. Mas não conseguia. Uma ideia muito maluca passava pela minha cabeça naquela hora, denunciando quase que imediatamente que eu precisava dormir. Quando percebi, estava ofegante, quase suando, de joelhos, na sua frente. Na real, eu não precisava ajoelhar, ela estava numa cama. Mas eu sentia que precisava, o momento me empurrava para o chão. As palavras saíram da minha boca como se eu tivesse passado horas treinando-as:

– Mel... Eu sei que ainda somos menores de idade e... Eu não sei porque estou fazendo isso, estou sem dormir há algumas horas... Mas, é o que dizem: Sabemos que uma coisa é importante quando a fazenos inconscientemente, sem pensar, nem nada. Pelo menos, eu acho que é assim.

– Derek, o que é isso? - perguntou de olhos arregalados. Eu também não sei, garota!

– Melanie Parker, quer ser minha para todo o sempre? Quer dizer, isso você já é. - falei e dei um tapinha na testa, fazendo-a rir de minha ansiedade - Mas eu tô falando de... Você, quando ficar maior de idade, vestir um vestido branco, eu vestir umtuxedopreto... Um padre, alianças... Aaaah, você sabe, aquela coisa toda. Então, o que acha?

Pela sua expressão, eu realmente pensei que ela chamaria um segurança e me faria sair dali. Eu até pensei em gritar que era brincadeira e ir tirar minhas horas de sono no banheiro. Mas, ao ver um sorriso impressionado brotar em seus lábios, senti meu corpo aliviar, eu não tinha ferrado tudo.

– Você é doido... - murmurou ainda sorrindo - Mas, que se dane, eu também sou. Eu quero esse negócio todo aí.

Eu levantei num pulo e, sorrindo, quase pulei no leito, em cima dela. Ouvi aquela gargalhada maravilhosa e fitei seus olhos, que brilhavam mais do que nunca. Era aquilo mesmo que eu queria. Era cedo demais, admito. Mas simplesmente era o que tinha que ser. Eu estava disposto a crescer com ela e aquele bebê, disso eu não tinha dúvida.

– Eu te amo demais, sério. - sussurrei roçando meus lábios aos seus.

– Eu também, sério. - disse e riu, me fazendo rir também.

Desta vez, ela que selou nossos lábios, não se importando se alguém resolvesse entrar lá. Pronto, agora eu já via a luz no fim do túnel. Já via a saída. O pote de ouro no final do arco íris. A minha Melanie me esperando.Já via a minha felicidade florando ali. Tá, isso foi muito gay.



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Notas finais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI PESSOAAAAAAAL!
AI, ACONTECEU TANTA COISA ;/
Minha irmã não foi pra facul, o que significou eu não ter horário pro pc. Aí já viu né... Maaaaaaaaaaaaaaaaas eu dei meus pulo e trouxe pra vcssssssssssss
Jujuca103, tu é a florzinha do campo mais linda, sério.
ME DEIXEM OPINIÕES LINDAS NOS REVIEWS, HEIN??????????????????
Amo vocês *-*
ps: True Life vai acabar daqui a pouquinho.