Changed escrita por Shiroyuki


Capítulo 16
Capítulo 16 - O que foi que eu fiz?


Notas iniciais do capítulo

Eu não fiz nada de errado. Então, por que mereço uma punição?



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— Eu já disse para você, coloque uma maldita camisa! Nem é verão mais, garoto, não fique cultivando esses hábitos nudistas em uma casa de família! – Utau gritou logo que ia entrando no seu quarto, com o rosto irritado virado para o lado, mas com os olhos voltando-se naquela direção a cada segundo.

Kukai deitado na cama, jogava uma bolinha de pingue-pongue para cima e para baixo. Assim que ouviu a familiar voz de Utau, sempre tão gentil e compreensiva, sentou, suspirando.

— Estou entediado… - ele murmurou, aparentemente sem dar ouvidos à reclamação, que ouvia diariamente desde que começara a morar com Utau.

— Você é surdo? Eu disse para se vestir! – ela protestou mais uma vez, pegando uma camisa qualquer e jogando na cara dele. Ele apenas deitou para trás, sem nem se dar ao trabalho de tirar a camiseta do rosto.

— Ver o meu corpo de jogador de basquete exposto perturba tanto assim você, Utau? – Kukai indagou, com a voz abafada pelo tecido no rosto, e um pequeno sorrisinho metido. Se não estivesse com os olhos tapados, teria visto o rosto de Utau quase explodir, em milhões de tons diferentes de vermelho.

— S-seu… idiota… - ela resmungou, batendo o pé. Queria pegar alguma coisa e atirar naquela cabeça ruiva e irritante que ele tinha, mas para a sorte dele, não havia nada por perto. – Algum dia, você vai acordar em uma caixa escura, sem saída, com milhares de aranhas ao seu redor, e não vai nem saber como foi parar lá!

— Mas… o que foi que eu fiz? – Kukai ergueu-se, tirando a camiseta do rosto, só para mostrar aquela sua cara inocente e idiota. Deu-se por vencido, começando a vestir a camiseta. – Ei, Utau…

— O que foi? – vendo que ele finalmente vestira alguma roupa, Utau entrou no quarto. Sentou-se na sua cama, em frente à dele, e cruzou os braços, apenas para não demonstrar nenhuma amabilidade ou sinal de que havia perdoado o relapso.

— Sabe aquela lanchonete do centro…

— A única da cidade, você quer dizer? – Utau revirou os olhos – Claro que sei…

— Então… eu pensei que talvez… - Kukai fitava o chão, com os olhos verdes vacilantes, correndo para todos os lados. Coçou a nuca, nervoso, e seu rosto estava absolutamente ruborizado – Você quisesse ir comer batatas-fritas… sabe… c-comigo… Você quer?

— Kukai… - Utau estava surpresa, tanto com as palavras quanto com a maneira que o garoto estava agindo. Se não estivesse sentada, teria caído. – Você… está me chamando para um encontro?

— É isso… E-eu sei que nós não podemos sair dizendo isso para todo mundo, mas… desde que você sempre sai com o Ikuto, acho que não tem problema você e eu irmos para algum lugar juntos, já que somos irmãos, e tudo mais, q-quero dizer…

— Eu entendi. – Utau interrompeu. Kukai sempre tinha o hábito de falar demais quando ficava nervoso, e isso costumava irritar Utau, mas agora, ela só conseguia pensar que era uma mania muito adorável. Levantou-se, sentando logo depois ao lado de Kukai, tomando o cuidado de perceber que não havia ninguém naquele andar agora (e se estivesse vindo, o terceiro degrau que rangia iria delatá-lo). – Eu quero ir a um encontro com você, Kukai… Sabe, eu estava começando a me perguntar quando é que você ia me convidar. Achei que não fosse dizer isso nunca…

— Nós temos um encontro, então? – Kukai ergueu os olhos, e Utau riu, disfarçando o embaraço. Ele segurou as suas mãos, e ela sentia que seu coração batia ainda mais rápido.

— Sim.

Ela ergueu os olhos para ele, aproximando-se mais um pouco, e viu que Kukai entendia, rápido até demais, a sua intenção. Ele fechou os olhos, inclinando-se na sua direção, e suas respirações descompassadas se misturaram. Podiam até mesmo ouvir os batimentos um do outro, através dos dedos entrelaçados.

— Yooo~ Kukai!

Os dois se separaram, imediatamente e qualquer um que não tivesse visto pensaria que nunca estiveram tão perto um do outro. Utau já estava de pé, andando de um lado para outro, e Kukai continuava sentado da mesma forma, ainda meio perdido. Da porta, Ikuto sorria de canto.

— O que você quer? – Kukai era péssimo em disfarçar, e mais ainda quando estava irritado ou frustrado, e agora, ele estava as duas coisas.

— Seu pai quer ajuda para consertar o telhado. Você sabe, aquela goteira… Então… - ele ergueu um martelo, como se mostrasse uma proposta irrecusável – Vamos? Ou… será que você estava ocupado demais…? – sorriu de canto, mexendo as sobrancelhas sugestivamente de um para outro. Utau rosnou.

— Ikuto… eu só não digo o que eu quero muito dizer para você agora por que a sua mãe é a mesma que a minha. – ela pegou um casaco que estava em cima da cama – Eu vou à padaria ver o Tadase, vocês podem consertar o teto ou seja lá o que for, e divirtam-se. – sem dizer mais nada, nem olhar para trás, ela saiu do quarto.

Rindo alto, Ikuto tomou Kukai em seus braços, segurando-o pelo pescoço.

— E então, irmãozinho… vamos nos divertir! – bradou, erguendo o martelo no ar. Tudo o que recebeu em resposta de Kukai, foi um resmungo, que podia muito bem ser um palavrão, abafado pelo aperto do mais alto.

-

Utau caminhou a passos apressados pela rua, que ainda tinha poças de água remanescentes da chuva recente, muito embora o céu já estivesse brilhando em azul novamente. A irritação pela interrupção de Ikuto já tinha ido embora, mas ela não conseguia deixar de se sentir frustrada. Será que ela e Kukai nunca iriam ter a oportunidade de ficarem um com o outro, como um casal normal? Tudo bem, eles não eram um casal normal, provavelmente nunca seriam, mas… ela só queria um tempo para ficar com Kukai, sozinha, sem sua mãe chamando para fazer coisas, sem Ikuto rindo e fazendo piadas, nem aquela sensação de que alguém poderia aparecer a qualquer segundo. Não era pedir muito, certo?

Tentando encontrar uma solução, Utau chegou finalmente até a padaria Amakawa. Olhando pela janela, ela percebeu que Tadase não estava no balcão, então, provavelmente estaria na cozinha. Sem cerimônia, ela entrou pelo portão lateral, para entrar pela porta dos fundos. Estava andando distraidamente, quando começou a ouvir vozes. Seu senso de bisbilhoteira apitou, e mais do que depressa ela se escondeu na parede, apurando os ouvidos, e tentando identificar as pessoas pela voz.

— … você sabe que eu não devia estar aqui, Hotori-kun… - a voz suave, que só podia pertencer à Nadeshiko, chegou até Utau - … se minha mãe souber que eu o encontrei novamente, ela vai surtar… e o Onii-chan também não ficará muito mais feliz com isso, mas… eu senti que deveria conversar com você… sabe, depois de tudo… nós nunca tivemos a chance de conversar sobre… aquilo que aconteceu…

— Eu também… sempre quis conversar com você depois daquilo, mas você sabe, nós não tivemos chance… -  a voz de Tadase estava pausada e cautelosa. Utau tinha certeza de que ele estava um pouco triste, também.

Utau se esgueirou pela parede, até poder espiá-los de uma forma segura, sem que fosse vista. Percebeu que os dois estavam sentados em um banco de madeira, do outro lado do jardim dos fundos. Tadase esfregava as mãos uma na outra, nervosamente, mas Nadeshiko sentava-se na mesma forma ereta e perfeita de sempre, com as pernas para o lado. Ela fitava o chão nesse momento, e Utau não conseguia distinguir sua expressão.

— Hotori-kun, veja bem… mesmo naquele tempo… você sempre foi meu melhor amigo. Meu único amigo. E eu não queria perder isso, por nada. Você é alguém precioso para mim, qualquer um pode perceber isso… mas, eu tenho medo, que minha mãe perceba, e tente tirar isso de mim… novamente…

Tadase corou ligeiramente, e um esboço de sorriso formou-se no seu rosto. Apesar de tudo, era um sorriso melancólico.

— Eu nunca entendi por que você foi embora. Sei que você nunca teve muito interesse em dança, Fujisaki-san… então, durante muito tempo, eu fiquei imaginando por que você aceitou tão facilmente ir para a Europa… Sua família sempre colocou muita pressão em você, e em seu irmão, então, eu acabei pensando que eles tivessem obrigado você ir a embora depois de… d-depois do que aconteceu…

— Realmente… acho que de você eu não posso esconder algo assim, Hotori-kun. Depois de tudo, você ainda é a única pessoa que me entende, e eu não consigo mentir para você, de maneira alguma. – Nadeshiko respirou fundo, resolvendo contar tudo o que podia naquela oportunidade – Minha mãe agendou aquela viagem às pressas… Era para o Nagihiko ter ido estudar no exterior, mas ela me mandou em seu lugar.

— O que? – aquela informação era nova para ele – Então…

— Sim… ela ignorou completamente os meus apelos, e os dele. Eu nunca quis ir para a Inglaterra, esse era o sonho do Onii-chan, não o meu. Mas ela disse que era mais apropriado para a filha mulher o estudo das artes, e disse que o Onii-chan deveria se concentrar em outros assuntos. Ela quer que ele estude direito, ou administração, para cuidar das empresas da família no futuro. E quanto a mim… bem, ela deseja que eu seja para sempre essa vitrine da tradição da família. Acho que ela pensa em arrumar um bom omiai, quando eu for maior de idade.

— O que? Ela pretende obrigar você a se casar também? – Tadase ergueu a voz, algo que era absolutamente raro. Utau viu o rosto dele colorir-se, e dessa vez, não era de vergonha, mas de raiva.

— Eu não sei! – Nadeshiko se apressou em dizer – Isso é apenas uma suposição. Estou dizendo que ela provavelmente pensa em conseguir um bom casamento, para que a nossa família fique estabilizada. É algo comum em famílias como a nossa, bem…

— Você… vai aceitar isso? – Tadase fitou Nadeshiko pela primeira vez, e seus olhos estavam compenetrados, certeiros.

— Não. Mesmo em um omiai, eu ainda posso recusar, certo? Você sabe muito bem que eu não quero passar a minha vida sendo exibida como um troféu, fazendo arranjos de flores e tomando chá verde no jardim, como a minha mãe. Eu quero fazer algo da minha vida! E além do mais… eu não poderia me casar com alguém que eu não amo…

— Certo… - Tadase baixou o olhar mais uma vez, nervoso – Sobre isso, Fujisaki-san, tem algo que eu realmente preciso falar. Eu não quero mais pensar na sua mãe, ou no seu irmão… agora, tem algo que quero dizer a você desde que você foi embora. Imagino que você deva saber, as pessoas costumam dizer que eu sou óbvio, e não sei disfarçar muito bem… mas, eu queria ser capaz de transmitir tudo corretamente… - em um ato surpreendente, a loira escondida do outro lado viu Tadase segurar uma das mãos de Nadeshiko, que ela repousava delicadamente sobre a perna, e fita-la diretamente. Utau e Nadeshiko ofegaram ao mesmo tempo, paralisando frente à inesperada determinação do loiro.

— Então você estava aqui, não é Nadeshiko? Eu devia saber!

Quem surgiu gritando pela porta dos fundos foi Nagihiko. Ele, que era sempre tão calmo, estava furioso, com os olhos frios, e os cabelos balançando no vento, como Utau nunca havia imaginado ver. Tadase se ergueu em um rompante, colocando-se defensivamente na frente de Nadeshiko.

— Nós só estávamos conversando, Onii-chan… - Nadeshiko disse, num sopro de voz.

— Eu sei muito bem disso. Apesar de tudo, Hotori é meu amigo também, e eu o conheço bem. Mas não posso deixar que vejam você com ele, Nadeshiko. Você sabe muito bem como essa história termina. – ele passou por Tadase como se ele fosse ar, e segurou Nadeshiko pelo punho – Sinto muito, Hotori, mas não posso deixar que fique sozinho com ela novamente.                             A família Fujisaki tem uma reputação, e bem… você sabe melhor do que ninguém o quanto minha mãe zela por ela…

— Eu não fiz nada de errado, Fujisaki-kun! – Tadase argumentou – Então, por que mereço uma punição? Eu estava com saudades da Fujisaki-san, tanto quanto você!

— Eu sei! – Nagihiko gritou. Nadeshiko se remexia inquieta, atrás dele, corando furiosamente, incomodada com o fato de os dois garotos conversarem como se ela não estivesse ali. – E por isso mesmo, eu tenho que cuidar dela. Nenhum de nós quer que ela volte para a Inglaterra, certo? Então, Hotori-kun, eu peço… por favor, fique longe da minha irmã!

— Acho que eu não posso fazer nada, não é? – Tadase fitou Nadeshiko como quem se desculpa, e voltou a olhar para baixo – Tudo bem, eu não vou mais insistir… acho que no fim das contas, a culpa é toda minha. Mas… eu ainda não concordo com isso…

— Nos vemos na escola… - foi a última sentença de Nagihiko, que saiu rebocando a irmã pela porta, sem dar a ela a chance de se despedir. Ela lançou um último e longo olhar para Tadase, antes de se virar e seguir o garoto, obediente como sempre. Tadase voltou a sentar no banco, agora sozinho, e com o rosto escondido pela franja. Seus ombros tremiam.

Utau, escondida, ainda estava atônita com aquela cena. O que havia acontecido antes? Aquela história parecia complexa demais, e ela só sabia que queria muito saber o que aconteceu. Fitou Tadase pela parede mais uma vez, e ele parecia pequeno e desolado, sentado naquele lugar. Ela queria poder fazer alguma coisa por ele agora, porém, não podia simplesmente chegar e dizer que ouviu toda a conversa…

Fazendo o maior silêncio possível, ela se esgueirou pela lateral, tentando ir embora. Aquela história de Tadase e Nadeshiko parecia ainda maior do que ela suspeitava, mas não importasse o quanto ela estivesse curiosa, e preocupada, não conseguia pensar em nada para ajudar agora. Interrogar Tadase não havia funcionado, e esperar que ele tivesse a iniciativa de conversar com ela, apesar de parecer a hipótese mais sensata, não fazia muito o seu estilo.

Juntando as informações obtidas, ela não conseguia entender muita coisa. Tadase amava Nadeshiko, isso era bem evidente, e até mesmo ela deveria saber disso, e provavelmente, se sentisse da mesma forma também. Algo havia acontecido na época em que eles se conheceram, Nadeshiko foi embora contra a sua vontade. Nagihiko era quem deveria ter ido à viagem, mas mandaram ela no lugar dele, e… a culpa era, de alguma forma, de Tadase? Havia, ainda, alguma peça daquele quebra-cabeça que não se encaixava. Ou Utau estava pensando demais nisso, e não percebia algo óbvio… de qualquer forma, não havia muito que ela pudesse descobrir sem que algum dos envolvidos contasse à ela…

Abrindo o portão de casa, Utau estava preparada para colocar um pijama e passar o resto do seu sábado assistindo filmes de comédia romântica enquanto ouvia Ikuto reclamar sobre o quanto eles eram bobos, e Kukai dizendo que não conseguia ler a legenda tão rápida. Não parecia tão ruim…

— Ei, Utau! – ela ouviu a voz dele, quase saída dos seus pensamentos. Olhou ao redor, mas não conseguia ver ninguém – Aqui em cima!! – ele acenou e enfim, Utau conseguiu enxerga-lo. Em cima do telhado, agora Utau lembrou-se que ele estava ajudando Ikuto a consertá-lo.

— Já esmagou quantos dedos com o martelo? – ela perguntou de volta, rindo para ele.

— Sobe aqui! – ele apontou para a escada, animado.

— Você só pode estar brincando comigo… - ela franziu os olhos, desconfiada.

— Eu não estou! Não tem nenhum meteoro hoje, mas… ah, vamos lá, é só subir a escada, eu ajudo você! – ele argumentou, balançando os braços. Utau resignou-se, e começou a subir a tal escada, com todo cuidado. Já havia feito isso uma vez, e não pretendia cometer o mesmo de derrubar a escada no chão como antes, então, estava tudo bem…

— Com medo? – Kukai indagou, aparecendo pela beirada do telhado para ajuda-la a subir.

— Como se eu fosse… - ela respondeu, com o rosto afogueado pelo esforço – E você, com frio? – ela apontou para o moleton que ele vestia agora.

— Faz frio aqui em cima. Mas eu consegui consertar, olha só… - ele apontou para o seu perfeito trabalho, no telhado.

— Está ótimo… - Utau não fazia ideia de o que ele havia feito exatamente – Mas… se não tem meteoro, por que você quis que eu subisse?

— Ah, você sabe, esse é o nosso lugar especial…

— O telhado da casa? Sério mesmo? – Utau forçou-se a ser sarcástica, apenas para disfarçar aquele incomodo salto que seu coração insistia em dar – Tudo bem, acho que posso conviver com isso. Mas… por que?

— Foi aqui que eu percebi… de uma vez por todas, o quanto você era linda… - Kukai disse simplesmente, dando de ombros. O coração de Utau se manifestou novamente, parecendo ansioso demais para que alguém o ouvisse. Utau mandava-o calar-se, e ele simplesmente não conseguia parar quieto. Ela tentou dizer algo como “você é lerdo mesmo, para não perceber isso logo de cara”, mas sua voz não queria sair – E também… - ele continuou, alheio ao conflito interno que a garota vivia – Seu irmão está tomando banho… e não tem como ninguém mais subir aqui em cima, e nos ver agora… então… nós estamos sozinhos. Sem interrupções… sem Ikuto… sem receio nenhum… você pode conviver com isso também?

— Eu vou me esforçar… -Utau murmurou, com a voz fraca. Sentiu Kukai se aproximar, com aquele sorriso idiota que fazia ela se derreter toda, e segurar sua mão gentilmente, segurando com a outra o seu queixo.

— Utau… eu amo você… - ele sussurrou, tão baixo que sua voz nem parecia mais sua. Ao mesmo tempo em que deslizava a mão do queixo para a cintura da garota, terminou com a distância que os separava, selando seus lábios pela primeira vez.

Antes, Utau sentia as milhões de borboletas lutando em seu estômago, seu coração pulsando alto contra seu ouvido, e aquele nó na garganta que impedia sua voz de sair. No entanto, quando os lábios de Kukai tocaram os seus, ela não conseguiu sentir nada. Estava completamente anestesiada. Apenas o toque cálido, macio, cuidadoso mas inexperiente em seus lábios garantiam que ela ainda estava viva.

Kukai afastou-se alguns centímetros, nervoso. Utau o abraçou com força, trazendo-o para perto mais uma vez, e juntando seus lábios novamente, quase derrubando-os lá de cima, com seu impulso. Queria nunca ter que afastar-se. Queria nunca ter que negar que o amava. Eles não haviam feito nada de errado! Então… por que estavam sendo punidos?

 Alguém alguma vez disse que o amor era cor-de-rosa? Ou vermelho? Utau só conseguia enxergar o calmo e profundo verde, dos olhos de Kukai, na sua frente. Desejou perder-se no verde, tão despreocupado, tão convidativo. Beijou o garoto tantas vezes quanto fosse possível, não se importando com o fato de nunca ter feito aquilo antes, e de não saber como fazer direito. Ele também não parecia ligar para isso. Abraçou Kukai, com força, desejando nunca ter que soltá-lo. Sentiu o vento frio fazendo-a tremer, mas não se importou. Eles só tinham aquele tempo, aquele precioso momento, só para eles. E tudo parecia tranquilo, tudo parecia estar em seu lugar, nenhuma preocupação, nenhum problema, nenhum medo poderia atingi-la lá em cima daquele telhado.


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Notas finais do capítulo

Yoo, minna-san~
Finalmente o tão esperado beijo, espero atender às expectativas... .-. era tanta gente pedindo por isso, eu fiquei nervosa...
Maaas~ agora, tan tantan~ o que será que vai aconteecer~ posso adiantar que teremos novidades~ talvez uma nova personagem, hmm... ah, deixem reviews com suas opiniões, sugestões, palpites... e me deixem feliiz *u*
Bye bye~ o/ matta nee