PDV Percy

Fui almoçar com Nico depois do fiasco da missão. Pouco comi, mas Nico, fosse a que hora fosse, conseguia comer mais que qualquer pessoa no mundo. Mas isso não o impedia de continuar com um físico saudável e cuidado.

- Acho que fui identificado na missão. Já alguma vez te aconteceu?

- Não que me lembre. – disse enquanto enchia a boca com uma garfada.

- Estou fodido.

- Ao menos conseguiste ver quem era o cara?

Esse era o problema. Continuava achando que era uma mulher.

- Não muito alto. Metro e sessenta, setenta. – desabafei o que me ia nos pensamentos. – Acho que era uma mulher.

Nico estava a beber quando falei, de maneira a que cuspiu tudo na minha cara.

- Você apanhou de uma mulher?

- Acho que sim. – disse cabisbaixo. – Uma profissional. – acrescentei ao ver a cara dele.

- Não vai ser difícil descobri-la. Afinal, quantas gatas há no mercado? – perguntou ele, tornando a se concentrar no prato.

Ele tinha razão. Para este ramo, não há muita mulher disponível.

- Tens mais alguma pista?

- Encontrei o pc usado para acionar a armadilha.

- E você está esperando o quê para investigar?

- Você vem comigo?

- Estou um pouco ocupado aqui! – disse apontando para o prato.

Revirei os olhos.

- Como quiseres. A gente se vê mais tarde Emo.

- Não sou Emo.

Sabia exatamente quem procurar para me ajudar. Uma rapariga chamada Nyssa, um ano ou dois mais nova que eu, que parecia dar vida a qualquer pedaço de metal. Ela trabalhava numa oficina de reparações.

Quando entrei ela estava a tirar peças a um computador. Ela era baixa, cabelos negros e olhos castanhos. Usava calças de camuflagem e um top.  

- Ei Nyss.

- Ei Pers. Que se passa?

Nyssa é irmã de um ex – colega, Charles Beckendorf, e a conheço á bastantes anos. Por isso os apelidos.

- Quero que você dê uma olhada neste laptop. – dei-lhe o pc queimado.

- Você andou a acender uma fogueira? – perguntou surpresa, enquanto o analisava. – O melhor é comprar um novo…

Ela estudou o meu rosto.

- … mas não é isso que você quer né?

- Queria que você descobrisse quem é o dono dele.

- Para?

- Para devolver, claro. – disse inocentemente.

- Hum, hum. – foi o que ela disse enquanto tirava peças do laptop. – Aqui está. Módulo RAM atualizado. O chip é chinês, blá, blá, blá…Acho que consegui uma morada.

Ótimas notícias.

- Diz aí.

- 5ª Avenida, Empire State Building, 102º andar.

Esse endereço me era familiar. Muito familiar.

PDV Annabeth

Entrei pela Chase & Grace Constructions adentro furiosa.

Ainda bem que o Percy ainda estava fora da cidade. Furiosa como estava, não sabia se iria conseguir fazer minha encenação.

- Thalia, passa-me as gravações da missão.

Olhei aquelas imagens vezes e vezes sem conta.

- Annie?

- Quê? – perguntei sem tirar os olhos da tela.

- Annabeth?

Virei-me. Atrás de mim estava Silena com o telefone na mão. E, pode não parecer, mas mais um problema vinha a caminho.

- É para ti. É o Pai.

Respirei fundo e atendi.

O Pai tinha uma voz nervosa. E isso não era bom pró meu lado.

Ouvi tudo o que ele tinha a dizer. Tentei sair em defesa da minha equipa.

- Senhor, havia um intruso e…

- Eu avisei que não podia haver erros! – senti um arrepio na espinha, da qual logo me livrei.

- Mas havia esse intruso…

- Nunca deixamos testemunhas – interrompeu ele – Se ele te identificou…- uma breve pausa – você sabe as regras. Tem 48 horas para o eliminar, Annabeth.

E desligou.

Estava naquele ramo tempo o suficiente para conhecer as regras. O que me restava era o sucesso e ia consegui-lo.

Voltei-me para a minha equipa.

- Meninas, temos um novo alvo. Mas antes vamos descobrir quem ele é.