Esquecida escrita por mirco25


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Não disse que ia atualizar rápido?



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  Às dez horas da manhã, Sam acorda.

Seu companheiro havia saído para trabalhar três horas antes, sem que ela sequer notasse; isso era comum, mas, por algum motivo, a garota, desta vez, sentia-se mal por dentro.

Sam se levanta, faz sua habitual higiene matinal, toma o café da manhã e vai para seu quarto se arrumar. Havia decidido espionar seu marido neste dia, mas, para isso, precisava alterar um pouco o tipo de roupa que usaria.

Com o passar dos anos, seu gosto para vestuário havia se alterado. Quando mais jovem, preferia utilizar calças jeans, blusas largas, tênis, quase como se fosse um menino. Contudo, com o passar dos anos, percebera que suas curvas haviam se acentuado, começando a chamar a atenção dos meninos, e roupas mais justas chamavam ainda mais atenção. Por isso, começou a ficar adepta ao uso de vestidos, calças coladas e blusas mais chamativas, agradava-lhe chamar a atenção.

Contudo, para hoje, ela precisava ser mais discreta.

Sam olha seu guarda-roupas, e rapidamente localiza uma calça jeans clara surrada e uma camiseta vermelha com detalhes em branco, peças que são vestidas rapidamente. Par de meias e tênis colocados, ela trata de fazer um rabo de cavalo, prendendo seus belos cabelos loiros, que agora, diferente de quando era adolescente quando eram cacheados, encontravam-se lisos. O pacote é completo com óculos escuros.

Ela desce até o estacionamento e pega seu carro na garagem.

Algum tempo depois, ela chega a uma rua próxima do local onde seu marido trabalha, estaciona o carro e se senta discretamente em um banco de um ponto de ônibus localizado bem à frente da entrada da FoxTech.

Sam pacientemente espera a hora do almoço de Freddie.

Quando ele sai, várias horas depois, Sam fica boquiaberta ao ver sua companhia. A silhueta havia mudado um pouco, mas o cabelos negros e o caminhar denunciavam quem ela conhecia há tanto tempo. Carly havia voltado.

A bela loira coloca a mão direita sobre sua boca, chocada com a descoberta.

Respirando com dificuldade, tudo devido ao baque, Sam vai até seu carro, onde se senta e encosta sua testa no volante, começando a batê-la de leve várias vezes.

Por que ela se sentia tão mal?

Sempre tratara Freddie como algo que inexoravelmente pertencesse a ela, não tinha medo de perdê-lo. E, mesmo que isso acontecesse, tinha certeza de que não daria muita importância, conseguiria fácil outro melhor do que ele, desde o início o traía.

Mas por que, agora que ela havia experimentado do próprio veneno, isso lhe doía tanto?

Seus olhos começam a lacrimejar, e ela se espanta com tal fato, ficando com mais raiva ainda de si própria, como ela podia se rebaixar dessa forma, chorar pelo Freddie?

Depois de socar o couro que reveste o volante, Sam resolve voltar para casa.

Uma vez em casa, ela joga as meias e os tênis de lado e se deita de costas na cama, colocando suas duas mãos sobre seus olhos.

Sam respira fundo.

Por mais que odiasse a ideia, e em princípio pensasse em matar Freddie, ela tinha merecido levar um par de chifres. Era uma leve compensação para tantos casos extraconjugais adquiridos nos vários anos em que estava com ele, a quem tratava como se fosse um cachorrinho.

Porém, agora que estava prestes a ver a ruína do seu quase casamento, ela se perguntava como sua vida tinha chegado a esse ponto. Não havia continuado os estudos, concluindo apenas o colégio; não tinha profissão; não tinha expectativas próprias na vida.

A devoção de Freddie lhe fizera pensar somente no lado bom da vida. É claro, durante a faculdade dele, ela ajudava o orçamento fazendo bicos como garçonete, mas, no último ano, ela se transformara em uma dondoca sustentada pelo marido.

E se Freddie a deixasse?

É óbvio que ele não a deixaria ao relento – Freddie era bom demais para fazer isso – mas ela estaria perdida.

E, por mais que negasse até mesmo para si, não queria que Freddie, seu porto seguro, saísse de sua vida. Esse também tinha sido um dos motivos pelos quais Sam não deixara Freddie, mesmo tendo oportunidades para isso, especialmente na época de vacas magras. Ela precisava sentir o calor de outros corpos, mas deixar Freddie nunca fora uma opção para ela.

De repente, seu celular começa a tocar. Ela pega o aparelho e identifica no visor o telefone de Dilan, marcado em sua agenda como “Deborah”.

“Oi, Dilan.”

“Vamos nos encontrar hoje?”

“Não, Dilan.”

“Tá. E amanhã?”

“Nem amanhã, nem depois, nem nunca mais. Acabou, Dilan...”

“Mas... como? A gente estava se dando bem, você até me falou que ia dar um pé na bunda do trouxa...”

“Lava a boca antes de falar no Freddie! Eu... vou consertar as coisas entre nós.”

“Mas...”

“Adeus.”

Ela desliga rudemente o celular.

Sam olha ao redor, pensativa. Em seu campo de visão, ganha foco o criado mudo, e uma ideia lhe vem à cabeça.

Ela engatinha até o móvel, abre sua gaveta e pega o pacote de preservativos do casal. Anos atrás, um reles pacote desses não duraria dois dias com eles, mas hoje em dia... este pacote havia sido comprado dois meses antes.

Sam se levanta e vai até a cômoda maior do quarto, onde pega um pequeno kit de costura que ficava localizado acima do móvel. Ela apanha um alfinete e começa a furar os pacotes de preservativos.

A loira sorri.

Era a forma perfeita de trazer Freddie de volta. Ele era muito apegado à família, ter um filho certamente o faria esquecer da Carly e se devotar novamente a Sam.

Depois disso... ela se acertaria. Ser mãe acarretaria mais responsabilidades. Poderia voltar a estudar, começar a trabalhar, quem sabe?

Era o começo de uma nova era para Samantha Puckett...


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Notas finais do capítulo

Essa Sam é diferente de tudo o que já escrevi...



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