Segunda-feira de manhã, Carly Shay está no trabalho com um bom humor não muito normal, considerando-se o dia e o horário. Ela caminha pelos corredores da FoxTech cumprimentando cada funcionário que encontra, distribuindo a granel seu simpático sorriso, sua marca registrada.

Em seu caminho para seu escritório, ela obrigatoriamente tem de passar pelo do Freddie, e, por um momento, ela fica em dúvida sobre como agir, dados os recentes acontecimentos entre os dois. Mas a dúvida some de sua mente quando recorda-se do que dissera ao rapaz. Nada haveria de mudar.

“Bom dia, Freddie!” ela se aproxima dele e lhe beija a bochecha.

“Bom dia!”

Legal, Shay! Conseguiu, tudo volta a ser como antes!

“Bom... tenha um bom dia de trabalho, Freddie, eu vou pro meu escritório.”

“Tá bom, Carls...”

Ela ruma triunfante em direção ao seu escritório. Ela sabia, tinha total controle sobre seus desejos, sobre sua vida. Ela não viraria ‘a outra’ do Freddie.

Carly precisa elaborar um relatório complicado sobre o trabalho feito em Omaha, além de elaborar as planilhas com os dados colhidos naquela planta; isso provavelmente lhe tomaria todo o dia, e talvez fosse necessário fazer hora extra.

Depois de quebrar a cabeça por algumas horas, ela sai para o almoço com Desiree.

Sentadas à sua mesa favorita, as duas garotas conversam sobre o dia.

“Relatório chatinho o que eu estou fazendo...”

“Eu também estou com alguns problemas lá no RH. Mas... me diga” Desiree faz uma pequena pausa para mastigar a comida “como foi o Day After com o Freddie?”

“Oras, foi normal... eu te disse, foi uma coisa única.”

“Que bom! Eu não quero dividir o quarto com uma amante. Sem contar que provavelmente vocês teriam de transar no seu quarto e a última coisa que eu quero é ouvir a sinfonia do sexo do meu quarto.”

“Fique tranquila, eu não vou fazer isso. E... quanto à sinfonia, lamento, mas eu ouço isso direto, não sei do que você tá reclamando!”

“Ops... mal aí... pensei que eu fosse silenciosa...”

Carly faz seu olhar de ‘chega’ para a amiga, e funciona, pois ela se toca e muda para um assunto menos espinhoso para ocupá-las pelo resto do horário do almoço.

Ela volta ao trabalho e muitas horas se passam, extrapolando seu horário de trabalho. O relatório estava pronto, faltava apenas a planilha.

Cansada, Carly resolveu ir até a copa, ver se um pouco de café a animaria um pouco.

Ela pega um copo e aciona a máquina, que despeja café moído na hora e quentinho para o despertar da bela morena.

“Reflexos de Omaha?”

Ela, que estava apoiada na mesa, olha para o lado e vê a origem da voz que havia lhe chamado a atenção. Era Freddie.

“Sim. Você também?”

“É, tô tentando resolver localmente um problema no sistema dali.”

“A Sam gosta quando você demora assim?”

“Bem... na maioria das vezes, ela chega depois de mim...”

“Ah...” Carly dá outro gole em sua bebida.

“Aquele lance... da semana passada. Sem maiores danos pra nós dois, né?”

“Absolutamente. Apenas um desvio de percurso.”

Vacilante, Carly deixa seu copo cair no chão. Instintivamente, ela se agacha para pegar o copo; o inesperado é que Freddie também fez o mesmo.

Seus olhares se encontram, e não se quebram nem quando os dois ficam em pé, deixando o copo caído.

“É...”

“Pois é...”

Mais do que eles, o desejo de um pelo outro os fez se aproximar e em pouco tempo seus lábios se encontram outra vez, partilhando um beijo cheio de desejo reprimido há muito tempo. Enlouquecida, Carly pega com vontade os cabelos da nuca de Freddie, tentando trazê-lo para mais perto, ainda que isso seja impossível.

“Vamos no meu escritório...” diz Freddie arfando, entre um beijo e outro.

Ela assente com a cabeça e ele a pega pela mão, guiando-a apressadamente até seu escritório. Para sorte de ambos, que estão com as mentes enebriadas pelo desejo, não há ninguém naquele setor que pudesse vê-los.

Freddie tranca a porta e fecha a persiana da parede de vidro frontal.

Ele ergue Carly pelos braços e a senta em sua mesa, desabotoando alguns botões da camisa dela e beijando seu tenro pescoço, fazendo-a gemer de leve.

Freddie para, Carly olha fixamente para ele. Sabia que havia prometido não fazer isso novamente, mas era impossível resistir.

Uma desagradável sensação de ser a outra lhe ocupa a mente por um milissegundo. Mas aqueles castanhos logo a fizeram esquecer de todos os problemas... ela queria ter Freddie de novo, e nem o fato de ele estar com Sam importava naquele momento.

Ela o beija novamente, e ambos se entregam ao prazer no par de horas seguintes.