A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Bem, o capítulo está aqui, como o prometido.
Espero que gostem!
Boa leitura galerinha
Bjo



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Capítulo 40


Pov Annabeth


– Todos estão prontos? – gritei para todos. Já eram duas horas da tarde, e devíamos partir o quanto antes. Thalia deve estar correndo perigo, e essa ideia me preocupa de uma tal maneira que não sei como explicar.

Paige aparentava estar melhor, apesar de ainda não se lembrar de algumas coisas, por exemplo, o fato de ser filha de Poseidon. Percy levou um tempinho para explicar, pois toda vez que tentava Paige o interrompia, o que fazia com que ele perdesse o fio da meada e tivesse que começar tudo novamente. A guardiã de Aquarius simplesmente não concordava com a existência dos deuses, e até agora ela acha que somos todos loucos. (n/a: Como se Paige não fosse maluca também...)

Stormie havia acabado de desmontar a barraca. Na verdade, ela fez isso com um estalo de dedos, o que muito mais prático de que ter que encaixar peça por peça. Ela veio até nós, com o livro revestido por um saco de veludo vermelho, sendo segurado firmemente por suas mãos. Pensei no perigo que todos corremos para salvá-lo, e isso me fez realmente ter curiosidade para lê-lo. Aliás, quem não teria?

Mas é proibido. Seria o mesmo que afrontar os deuses da mesma maneira que o bando estava fazendo, e então pensei porque estava acontecendo tudo isso...


O livro oculto em perigo estará

E o poder dos deuses por um fio ficará;

Os heróis do Olimpo serão o auxílio

As espadas gêmeas mostrarão o caminho;

A guardiã sagrada decidirá

Se o traidor há de viver ou morrerá,

E o livro em segurança se manterá

Se a decisão correta a real guardiã tomar.”

Lembrei-me da famigerada profecia. Parte dela já havia se cumprido, e a última parte não demoraria a acontecer. Eu sempre me pergunto quem é a real guardiã de permeia por quase todos os versos... O mais provável é que seja Stormie, mas ainda há duas guardiãs na missão, então obviamente poderia ser alguma delas, ou as duas até. Balancei a cabeça para dissipar esses pensamentos, até porque não era o momento certo pra saber.

– Annabeth, está na hora. – Stormie disse. Eu fiquei perdida em meus pensamentos e nem percebi que todos tentaram falar comigo. Antes de me mover novamente, meu último pensamento foi “O fim se aproxima”.

Terminei de arrumar minhas coisas. Todos se aproximaram uns dos outros e Percy veio para meu lado, mas estava faltando alguém...adivinhem: Paige! A garota simplesmente sumiu... gritamos por ela por uns dois minutos, até que a mesma volta saltitando alegremente com um pedaço de papel velho na mão. Percy fez menção de repreendê-la, mas eu o parei.

Aproximei-me de minha linda cunhada.

– Paige, onde achou isso? – eu disse sabendo a resposta. Na verdade eu queria que ela dissesse como achou.

– Ah, estava amarrado em uma árvore junto com um saco de estopa fechado. Só peguei o papel, porque fiquei com medo do que teria dentro do saco.

“Armadilha”, pensei.

– Hum, mas por que você entrou na floresta? – eu indaguei.

– Não sei, só senti que deveria ir até lá. – ela deu de ombros.

– Eu posso ver? – disse receosa.

– Claro! Toma aqui. – ela disse prontamente estendendo o papel surrado. Abri-o e confirmei minhas suspeitas: um mapa. Eles plantaram um mapa junto com uma armadilha, da qual eu não sei do que se trata, mas talvez seria algo para nos desestabilizar mais. Sinto muito pra eles, porque não funcionou... Paige foi mais esperta.

O mapa ilustrava toda a região de Minneapolis e era minuciosamente detalhado. Na direção oeste da floresta em que estávamos havia a cidade de Saint Paul, que estava marcada por um círculo em vermelho. Pouco antes da entrada da cidade tinha um ponto azul, que passaria despercebido não fosse o nome em cima dele – THALIA. Não havia mais dúvidas, era pra lá que devíamos ir.

Expliquei para os outros o que faríamos agora e deixei que eles também analisassem o mapa. Sem demora, começamos a andar, e se continuássemos no ritmo, no máximo ao entardecer estaríamos no local, para o nosso fatídico encontro marcado.

...

Durante todo o percurso, fomos relembrando a missão, em uma tentativa até o momento válida de ajudar Paige a recuperar a parte danificada de sua memória. Pelos sinais que demonstrava, percebia-se que a memória de longo prazo estava bem conservada, o grande problema era a memória curta, já que ela confundia muito as informações. Segundo Stormie, com o tempo ela superaria.

Depois de algum tempo, resolvemos parar pra descansar os pés. Havíamos andado muitas milhas consecutivas em ritmo intenso, e não conseguiríamos mantê-lo nas condições em que está vamos no momento. Todos tomaram água. Grover começou a implorar para que eu lhe desse o pacote de pipoca que estava comigo, mas eu apenas o respondi:

– Eu disse que essa pipoca doce é para um caso de emergência. Qual foi a parte que você não entendeu? – eu disse enquanto todos riam.

– Eu entendi Annie, mas meu estômago ainda não... béééé – ele disse fazendo muxoxo.

Percy riu e tirou uma lata de coca vazia de dentro da mochila.

– Se distraia com isso “estômago do Grover”! – o Cabeça de alga disse com cara de deboche.

Stormie se levantou.

– Vamos pessoal. Cada minuto pode ser precioso agora. – ela disse séria.

Stormie tinha aparência de uma garota da minha idade, mas seus olhos transpareciam uma maturidade que não era compatível com uma garota de dezessete anos. Ela era legal, realmente encantadora, mas parecia triste talvez por sempre estar sozinha. Mesmo esta sendo uma missão muito importante, ela parecia estar muito a vontade, parecia um pássaro recém liberto da gaiola, tamanha era sua leveza, e isso era incrível de ver.

Ela piscou para mim. Será que estava lendo meus pensamentos? Certeza! Corei um pouco com vergonha da deusa, que se aproximou de mim e disse, baixinho:

– Você tem razão em exatamente tudo o que pensou. Conseguiu ler o meu interior perfeitamente, e por isso é a filha preferida de Atena. Além de inteligência e astúcia, você têm um dom incrível de percepção Annabeth, não o desperdice.

Eu fiquei paralisada. Stormie estalou os dedos várias vezes em minha frente até que eu voltasse da minha viagem inconsciente. Ela sorriu e disse, ainda em tom quase inaudível.

– Agora vamos? – eu apenas assenti.

Continuamos o nosso trajeto. Todos em silêncio, amparando-se uns aos outros. Percy, que estava abraçado a mim, sussurrou:

– Estou com saudade de você.

– Como? – eu me fiz de desentendida;

– Você sabe, de passar um tempo apenas nós dois sem nos preocupar com missão, ou com nada...

– Ah, eu também Cabeça de alga. Mas pense positivo, a missão está quase no fim... – eu dei um sorriso torto, mas ele mantinha a expressão estranha.

– Isso me preocupa Annie. Será que dessa vez todos sairão ilesos? Será que acontecerá algo a algum de nós dois? Eu fico desesperado apenas em pensar na hipótese de que aconteça algo contigo, eu não suportaria... – Percy estava agoniado, muito aflito. Parei pra pensar no que ele disse, e vi que tinha razão. E se algo não sair tudo bem, e se acontecesse algo a ele? Eu também não suportaria. Ainda andando, apertei mais ainda minha mão que estava envolta de sua cintura fazendo com que ele fizesse o mesmo. Tentando criar forças a mim mesma, eu finalmente disse:

– Não vamos pensar nisso agora. Nós faremos o possível para nos proteger. – falei olhando em seus olhos verdes. Ele me deu um rápido beijo na bochecha e voltamos a andar em silêncio.

Stormie, Grover e Paige andavam mais atrás, e Nico e Julie, o casal de “quase” namorados, andavam a frente. Com apenas o barulho do vento em nossos ouvidos, o cansaço começava a tomar conta, até que uma voz doce começou a entoar uma letra bem conhecida.

A letra era algo libertador. Tirava todo o peso de minha consciência de que tudo o que eu faria tinha que ser o melhor, que eu tinha que ser perfeita e que os outros deveriam ser perfeitos comigo. A realidade não é assim. Prova maior? Essa missão. Se tudo fosse perfeito, nós não estaríamos aqui.


Eles terminaram de cantar em uma sincronia incrível. Parecia que faziam isso junto há anos, e devido à distração, todos estavam em estado de êxtase, mas isso iria acabar. Duzentos metros a frente estava a entrada do ponto situado no mapa, e querendo ou não, estávamos mais próximos do fim.

O que faríamos agora? Resgatar Thalia, proteger a todo o custo o livro oculto e nós manter vivos. Nos manter vivos...talvez isso seja a parte mais difícil, diante das circunstâncias, afinal, ninguém aqui sabe o que nos espera.




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Notas finais do capítulo

Agora fico na torcida para que o que eu disse lá em cima tenha alguma eficácia.
Gosto demais de vocês, mas a reciproca não está sendo verdadeira...
I'm so sad :(
Posto o próximo assim que possível... farei de tudo para ser rápido.
Beijoooos