A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oie galerinha!
Capítulo novíssimo saindo do forno!
Espero que gostem...e comentem também, ok?!
Beijinho :)



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Capítulo 21

Pov Julie

Eu não sei o que dizer. O que você faria se estivesse com o joelho doendo pra caramba, no colo de um garoto que gosta de você e perdido no meio de uma floresta? Como certeza estaria que nem eu. Muito perdido – confuso.

Estava com os olhos fechados, mas sabia que Nico pousava os olhos sobre mim. Ai que vergonha! E agora? Fingi que estava dormindo, mas acho que ele percebeu que era mentira. Talvez minha respiração estivesse pesada demais...

Senti um baque leve e me dei conta do que havia acontecido. Nico tinha sentado no chão, comigo ainda no seu colo. Ele escorou delicadamente em uma árvore, provavelmente para descansar suas costas. Fiz um esforço para me afastar, porém meu corpo estava extremamente dolorido. Quando consegui fazer um movimento mais resultante, ele me segurou, impedindo de deixar seu colo. Fiquei surpresa.

- Nico, por que fez isso? – perguntei sem nem pensar.

Acho que ele ficou sem graça em responder. Senti que estava desconcertado. Demorou um tempo, até que finalmente falou, sem olhar diretamente para mim.

- Ham...Você está muito machucada Julie, não é aconselhável fazer movimentos bruscos. De qualquer forma eu teria que pegá-la no colo novamente daqui alguns minutos, então não vejo razão pra você se esforçar à toa.

Ele respondeu em um tom quase mecânico, como se tivesse repassado várias vezes o mesmo texto em sua mente antes de responder, e acredite, deve ter sido isso mesmo que aconteceu.

O silêncio se instalou imperando sobre o local. É impressionante como isso sempre acontece quando estamos sozinhos. Juntos... isso me fez lembrar a conversa que tivemos a algum tempo atrás. Ele gosta de mim, mas eu estou confusa com relação aos meus sentimentos. Eu ainda não sei se gosto dele, e eu odeio não saber das coisas, como todo filho de Atena.

Ele deve achar que não gosto dele, mas não é bem assim. Preciso esclarecer as coisas entre nós, o quanto antes. Não sei como soube disso, mas senti que o momento era agora. Que Afrodite me ajude...

Olhei-o nos olhos, com uma grande vergonha emergindo dentro de mim por conta desse ato, mas não desviei o olhar.

- Nico.- chamei-o baixinho. Ele levantou a cabeça e olhou para mim com seus grandes olhos escuros, que de tão negros são extremamente penetrantes. Acho que qualquer outra pessoa sentiria medo, mas essa sensação com certeza não despertou em mim. Encorajou-me com o olhar, como se soubesse de qual assunto eu falaria. Do nosso assunto.

- Tivemos aquela conversa no trem, e ficamos de acaba-la aqui fora.

Ele apenas assentiu, então, continuei:

- Eu não sei o que te dizer. Você disse que gosta de mim, mas eu ainda não tenho certeza se gosto de você. Acho que preciso de tempo para descobrir.

O garoto da trevas me olhou como se suplicasse por alguma outra palavra, qualquer que fosse. Ele também não sabia o que dizer.

Depois de muito pensar, Nico virou-se para mim. Eu com certeza estava muito corada.

- Julianne, acho que há um jeito de descobrirmos se você gosta ou não de mim.

- É? E qual seria? – eu já sabia a resposta, e definitivamente concordo com ele. Esse talvez seja o meio mais rápido e eficiente de saber quais são meus sentimentos.

- Você vai ter que confiar em mim... – ele disse com um ar surpreendentemente divertido.

Eu estava tensa. Muito nervosa, mas era agora ou então nunca. Apenas assenti.

Nico aproximou-se perigosamente de mim, e eu o fitei segurando meu olhar sobre o dele. Em questão de milésimos, a parede de ar que nos separava deixou de existir. Acho que aquela foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. É algo indescritível! Foi realmente impressionante, como se tivéssemos ensaiado repetidas vezes juntos. Juntos...essa palavra me persegue... Mas depois desse beijo, ela me soa extremamente bem.

Depois de algum tempo nos separamos. Nico abriu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto. E naquele momento eu tive certeza.

- Qual a sua resposta? – ele me perguntou visivelmente ansioso.

Eu revirei os olhos me fazendo de desentendida, mas segundos depois, retornei para ele de novo e dei um selinho.

Penso que depois desse, nem precisava. Quase num sussurro respondi:

- Sim!

Nico me puxou para mais um beijo que executamos com uma sincronia maestral. Ficamos assim por um tempo, até que escutamos uns barulhos vindos de algum lugar ali perto. Acho que os outros chegaram.

Ainda pressionando meus lábios, Nico pediu:

- Não conte a ninguém. Ainda.

- Esse será um segredo nosso.

E essas foram nossas ultimas palavras. Nico levantou-se comigo em seu colo e isso foi o suficiente para que eu me lembrasse do meu joelho machucado. Estava doendo demais agora. Para conseguir suportar, pressionei os olhos com força e me apoiei no ombro do garoto que me carregava, enquanto ele andava em direção aos barulhos.

Ouvi murmúrios concretos cada vez mais presentes ao mesmo tempo em que caía nos braços de Morfeu.*

Pov Grover

Cara! Ela é insuportável!

Desde que pulamos do trem Paige não calou a boca nem sequer por um segundo. Ela reclamava o tempo todo e chorava escandalosamente, esperneando como uma criança birrenta, com seus gritos agudos e irritantes. Tá certo, ela realmente tinha se machucado muito na queda, mas eu também não estou no meu melhor estado. Tenho arranhões profundos em várias partes do corpo, mas os ferimentos dos braços são os piores.

Paige estava com um corte grande e fundo na bochecha e grandes arranhões em toda a extensão das pernas. Os braços dela possuía cortes finos, com alguns hematomas aparentes. Tive pena da garota, mas estava mais preocupado com Percy e Annabeth, que ficaram no trem com o monstro. Será que conseguiram sair?

A garota de Poseidon estava sentada em um tronco caído olhando para os ferimentos e soluçando. Aproximei-me dela e sentei ao seu lado, o que me fez lembrar de minhas costelas machucadas.

Não estávamos em condições, mas de acordo com a ordem de Annie, teríamos que andar mais um pedaço para chegarmos ao local determinado. Apressei-me em interromper o choro estridente de Paige.

- Paige, eu sei que está doendo, mas nós precisamos ir.

Ela passou as costas das mãos nos olhos e deu um longo suspiro. Apoiando-se no tronco, fez força para levantar e quando finalmente conseguiu, vi uma lágrima silenciosa escorrer de seus olhos. Seus cabelos pretos estavam encharcados e sujos de folhas que e prenderam nele durante a queda, mas ela não parecia se importar com isso. A guardiã de Aquarius olhos para mim, e num fio de voz, disse:

- Vamos Groverzinho... (n/a: ás vezes Paige parece filha de Afrodite, não acham?)

Levantei e começamos a andar a passos lentos. Vez ou outra um de nós murmurava um “ai” bem sofrido, mas temos que lembrar que esses ferimentos significam que escapamos. Será que Percy e Annie escaparam? Espero sinceramente que sim, mas isso descobriremos depois de chegar ao local marcado.

Depois do que pareceu uma eternidade caminhando, chegamos à clareira. Atrás de nós, ouvi um barulho quase que imperceptível, mas Paige deve ter ouvido, porque instantaneamente agarrou-se em mim e fez com que gritássemos de dor juntos. Deixando a tensão de lado, olhamo-nos e gargalhamos juntos.

Um grupo de cerca de seis caçadoras apareceu à nossa frente. Isso explica o barulho que ouvi a segundos atrás... Paige olhou-as com uma cara hilária de interrogação, e eu não pude deixar de rir. As caçadoras me olharam reprovadoramente, me fazendo lembrar da cisma que elas tinham com garotos. Bem, tecnicamente eu não sou um garoto, mas ainda sou do sexo masculino, então acho que entro na categoria de desprezados.

Paige adiantou-se a mim:

- Quem são vocês? São atrizes? Não... já sei, vocês são um grupo musical e estão gravando um clipe né! Posso ser figurante? Eu sempre quis participar de um clipe antes ma...

Eu tive que interrompê-la.

- Paige, fique quieta! Elas são as Caçadoras de Ártemis, e não uma banda...

- Ah! Que legal! Será que eu posso ser uma caçadora também? – ela me perguntou com os olhos faiscando. Respondi em minha mais plena sinceridade.

- Com sua incrível habilidade de nunca acertar as flechas no alvo? Acho que não seria uma boa ideia...

Ela ficou pensativa. Ok, isso é pior do que se ela estivesse falando incessantemente. Paige pensando não deve ser boa coisa... Uma caçadora interrompeu meus pensamentos.

- Olá, sou Cinthia. Acho que vocês devem ser os meio-sangues de quem minha tenente falou. Vamos armar as barracas para cuidar desses ferimentos. – ela disse apontando para um de meus braços. Cinthia dirigiu essas palavras a mim com um desprezo notável impregnado na voz. Tão linda, mas tão insensível...por que as Caçadoras são todas assim?

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela se afastou para ajudar as outras. Paige recostou-se em cima de uma pedra e esperou até que Cinthia aparecesse com um cantil de néctar, algodão e ataduras nas mãos. Sentou-se do lado dela e ensopou primeiramente um pouco de néctar em um chumaço de algodão e passou sobre a bochecha ferida. A garota de Poseidon começou a gritar novamente, batendo os pés no chão e chorando muito.

Minhas pernas começaram a fraquejar e eu escorreguei até sentar-me no chão, esperando que meus ferimentos fossem tratados. Cinthia continuava cuidando de Paige, que gritava sem pudor nos ouvidos da caçadora.

Ao longe, do lado oposto onde estava, vi Percy se aproximando com uma Annabeth muito machucada no colo. Ao lado dele, vi uma figura muito conhecida, porem, distante de nós por um longo tempo. A observei por um tempo e vi o quanto estava bonita com seus trajes de caçadora e os cabelos curtos e repicados, em sua aparência de 16 anos. Thalia.

Ela direcionou o olhar para mim e deu um leve sorriso acompanhado de um aceno, mas em seguida encaminhou Percy á barraca recém montada. Algum tempo depois Nico apareceu com Julie desmaiada no colo e com um sorriso travesso e satisfeito no rosto. Provavelmente tinham se acertado, bom, é o que eu espero.

Cinthia teminou de enfaixar os machucados mais sérios de Paige e dirigiu-se a mim, com sua expressão séria e dura. Começou a tratar minhas chagas e pouco a pouco senti a dor me abandonando e os ferimentos cicatrizando. Num súbito, caí em sono profudo.

*Esse expressão significa simplesmente “adormecer”.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que isso está ficando repetitivo, mas eu não vejo outra forma de fazê-lo: Leitores fantasmas, apareçam pelo bem da fic!!A autora agradece...
Mandem Reviews tá!
Obrigada pelo apoio de todos...
Vou ver se consigo postar com mais frequencia;
Beijokinhas