Meu nome é Isabella Swan, tenho 25 anos, sou solteira e irremediavelmente sozinha. E há exatos 30 minutos recebi uma carta muito estranha de minha irmã, Abelle, que por acaso, é minha gêmea, idêntica.

Belle e eu sempre fomos muito unidas, não nos importavamos em usar roupas iguais e não ficávamos bravas pelas pessoas nos confundirem... Mas quando chegou a época da faculdade, tivemos que nos separ, mesmo assim, sempre nos falávamos pelo telefone, cartas, e-mail, postais, não importava, tínhamos que nos comunicar pelo menos uma vez por semana.

Decidi cursar direito em Oxford, ao invés de arquitetura em Stanford como ela. Eu moro, desde dos 18 quando entrei na faculdade, na sempre enevoada Londres, enquanto minha irmã vive na ensolarada California. Infelizmente, por causa de um acidente no qual quebrei minhas costelas, minha perna e meu braço (nada melhor que atravessar na faixa e um cara louco e bêbado te atropelar!), não pude comparecer ao casamento dela, há cinco anos. Mas ela também não pode vir me visitar, já que logo após voltar de sua lua de mel que durou um mês, ela descobriu que estava grávida de Erick. Ele é o garotinho mais lindo da face da Terra sem sombra de dúvidas. Nunca nos vimos pessoalmente, por culpa do meu trabalho, mas ela sempre me mandava fotos. Depois de dois anos veio Renesme, a qual eles chamam carinhosamente de Nessie. E depois de um ano veio Carlie, que hoje tem 2 aninhos, Nessie tem 3 e Erick tem 5. São os orgulhos dos pais.

Belle se casou com o irmão de uma amiga, chamada Alice, que era colega de dormitório de Belle em Stanford. Alice fez moda na faculdade e hoje tem sua própria grife, além de fazer parte uma família renomada dos EUA, os Cullen. Já o marido de minha irmã é um importante empresário e trabalha na Cullen S.A., seu nome é Edward Cullen e ele e se irmão Emmett fundaram a empresa logo que sairam da faculdade, há 6 anos. Estavam firmes no negócio e todos daquela familia pareciam perfeitos e felizes.Tenho umas fotos deles e de tanto que minha irmã fala parece que eu já vivo a vida dela.

Meus pais estão vivendo bem no Texas, onde eu e minha irmã fomos criadas junto com nossos primos, Rosalie e Jasper Hale. Tivemos uma infâcia sem muitos luxos, mas naquela época não sabíamos o que era aquilo. Comecei a trabalhar com 15 pra ajudar meus pais a pagarem a minha faculadade e desde então nunca mais parei de trabalhar...

Mas voltando... Essa carta dela era estranha, afinal minha irmã nunca me mandava cartas, no máximo postais, eu já estava preocupada... Parecia que havia algo de errado, e eu infelizmente eu não errei.

"Querida irmã,
espero que quando esta carta lhe for entregue ainda não seja tarde demais.
Gostaria de pedir um favor que cabe apenas a você cumpri-lo caso eu não resista.

Minha amada Bella, sabe que tenho uma família de ouro e que não queria deixar ninguém decepcionado comigo. Há pouco decobri que tenho câncer no pulmão e que já está em estado avançado, não tenho mais muito tempo de vida minha irmã, já me tratei com os melhores médicos do país e até alguns dos mais renomados no mundo e mesmo assim, o tumor insistentemente voltar e sempre ainda mais agressivo. Então eu percebi que minha vida foi muito boa e com certeza muito melhor que a de muitas pessoas que viveram muito mais que eu. Mas eu não queria deixar meus três tesouros desamparados, ainda mais tão novos... E ainda tem Edward, meu amado Edward que irá sofrer tanto, e desnecessáriamente, com a minha partida.

Deve estar se perguntando o por que de se escrever uma carta a punho se esta contém um assunto de tanta urgência.

Queria lhe provar que ainda estou bem e gostaria de lhe pedir o favor pessoalmente. Estou na casa de nossos pais no Texas e gostaria que você viesse o mais rápido possível ao meu encontro, estou bem agora, mas meus médicos me preveniram que meu estado não é nada estável. Meu tumor é maligno e pode se alastrar rapidamente...
Por favor, Bella, venha o quanto antes. É muito importante o que tenho que a lhe dizer e a pedir!

Da sua irmã que lhe ama muito,

Abelle"

Quando terminei de ler a carta, percebi que estava tremendo e que quase já não mais enchergava, as lágrimas estavam me cegando, molhando a carta que eu relia e lia mais uma vez. Eu não conseguia acreditar nas palavras de minha irmã...

Como assim ela estava com câncer?!

Como ela não me disse nada??

Ainda estava fungando quando liguei para o aeroporto, iria viajar aquela noite mesmo para os EUA, na verdade estaria embarcando em 90 minutos. Eu não tinha nada, nem ninguém importante o suficiente na Inglaterra para me fazer parar naquele momento, talvez ninguém no mundo pudesse me parar naquele momento. Nunca fui uma pessoa muito sociável, pelo contrário, era sempre Abelle que puxava conversas, era a menina do sorriso fácil e da amizade que era construída em 5 minutinhos. Era sempre ela que me apresentava os amigos e colocava nas festas... Para mim, não existia alguém melhor que minha irmã, ela era da minha família, minha melhor amiga, ela era tudo pra mim, então a sensação que ela estava me deixando era desesperadora, eu estava agindo como uma irracional. Quase atropelei uma velhinha, furei todos os semáforos, andei a 120Km/h em uma estrada que no máximo era 80, além de furar a fila do check in, só para eu entrar na merda de um avião e ainda ter que aturar um vôo de 9 horas .

Mas tudo isso valeria a pena para ver a minha irmã...

Nem que fosse pela útima vez.