Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 23
Capítulo 23 - Confortador


Notas iniciais do capítulo

N/A: Yaaay. Demorei pra caramba. Desculpem!
Então... Não sei se vocês notaram, mas eu nomeei todos os capítulos. Provavelmente farei isso com Meu Querido Cunhado também... Os nomes dos capítulos, a maioria (não todos) são títulos de músicas nacionais que eu busquei aleatoriamente, mas que... De alguma forma, o título combinava, ao meu ver, com a essência do capítulo.
Enfim, vocês também devem ter notado que eu dei uma mudada no meu estilo ortográfico de escrever. Porque o antigo estava vergonhosamente errado. Um leitor, me deu um leve toque, de forma muito educada e gentil (obrigada!) quanto a erros que eu nem reparava, propriamente dizendo, e eu vi o quanto eles são catastróficos. De verdade, fiquei com vergonha de mim kkkkkkkkkkkk Então, tomei vergonha na cara e comecei a usar travessão DE VERDADE. Para minha defesa, o fato de eu usar o símbolo ( _ ) ao invés do () era porque quando eu comecei a escrever fics, não entendia de Word, da vida, da dignidade, de nada e usava o ( _ ) porque era como eu sabia escrever. KKK Vejo que me apeguei a isso e nem me tocava que estava fazendo absolutamente errado. Então corrigi, absolutamente todos os capítulos de Vento no litoral. É bem capaz de escapar alguns erros, ou muitos ( realmente, tem muitos erros ainda, pois ainda estou aprendendo. Paciência, por favor) , mas espero que vocês me deem um leve toque quando vê-los. Eu quero crescer como autora. Então, preciso de ajuda. Então se vocês notaram algo catastrófico, me ajudem. Claro que me xingar de burra não vai adiantar. KKK Sério, não se preocupem, eu faço isso por mim mesma. Tanto que me dei um tapa na cara pelos meus erros ortográficos, mas eu os corrigi. Ou estou tentando corrigir, ao menos. Um aviso (educado, dã) ajuda bastante. Enfim, peço desculpas pelos antigos erros. Prometo que vou melhorar. Pink Promise! Espero que tenham gostado da mudança. Quero uma fic de qualidade pra vocês. Há!
O capítulo demorou exatamente por isso. Estou arrumando meus antigos de capítulos, antes de começar os novos. Ou seja, eu tenho que ler todos os capítulos, arrumá-los, revisá-los e postá-los. O que demora um tempinho consideravelmente longo, digamos. Estou séria hoje kkk



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Ouvi um som estridente aumentar cada vez mais de intensidade. Comecei a me sentir mais consciente do ambiente. Meus ouvidos irritados pelo som desconhecido e ao mesmo tempo tão familiar... Me mexi de leve, ainda de olhos fechados, sentindo meu pescoço doer. O som parou. Mas eu já estava desperta. Pisquei os olhos, que estavam pesados. Eu estava na sala e tinha dormido numa posição bastante incomoda. Tentei me sentar, a coluna doendo. Ótimo.

Passei as mãos pelo cabelo e olhei o relógio. 7:10 am. Peguei meu celular, que voltou a tocar, anunciando na tela que minha soneca de ‘5 minutos’ tinha acabado. Era segunda-feira. Um dia útil e como em todos os dias úteis, eu fazia minha caminhada leve antes de ir para o Planetário e, infelizmente, hoje eu não estava no pique. Mas me levantei mesmo assim e fui colocar uma calça e blusa confortáveis. Pelo céu, via-se que seria um dia quente.

Caminhei pela rua com a mente cheia. Não conseguia me concentrar na música, nem encontrar sentido ao que eu estava sentindo e pensando. Era muito confuso, até para mim. Sentia como se fosse sufocar. Parei em uma esquina com as mãos nos joelhos, cansada. Respirando sofregamente. Eu não tinha andado nem 6 quadras e meus pulmões doíam. O esforço emocional que eu fazia cansava-me cada vez mais. Me ajeitei, respirando fundo. Senti algo vibrar na minha calça e peguei o telefone. Era Victor. Hesitei antes de atender e para falar a verdade, não o fiz. Preferindo continuar a andar.

Andei até a praia. Tentando não pensar em nada que não fosse o cheiro, o calor aquecendo de leve minha pele e meus músculos trabalhando. E fiquei assim, sentindo-me mais leve. Ou ao menos tentando fazer com que eu me sentisse assim.

~*~

Cheguei ao meu apartamento me sentindo mais relaxada. O cheiro de maresia havia me acalmado consideravelmente. Tirei os fones e então ouvi as vozes cochichadas na cozinha. Logo, Edith apareceu, sendo seguida por um Victor segurando uma xícara de café e carregando uma expressão séria em sua face.

– Bem, já vou indo. – ela anunciou.

– Eu tenho que ir também. – murmurei fracamente. Victor continuou a me encarar.

– Se atrase um pouco. – Edith pegou sua bolsa, falando calmamente. – Não se preocupe. Igor vai entender.

Victor suspirou e Edith passou por mim sem me olhar realmente. Parecia chateada comigo. Não a culpei. Eu merecia isso. Olhei para Victor que se sentou no sofá, indicando um assento ao lado dele. Mais confortável do que eu na minha própria casa. Em pensar que há algum tempo dividíamos uma casa. Nossa casa... Mais dele do que minha por tantos motivos... Mas não fazia diferença. Não agora quando eu via a resignação em seus olhos. Ele estava aqui para pedir sua aliança de volta. Para encerrar tudo que havia entre nós. Nunca haveria a possibilidade de haver nossa casa novamente. Nenhum lugar para esfriar a cabeça. Ninguém para fazer com que eu me acalmasse. Nenhuma rotina. Tempo demais para pensar no que eu havia pensado. Nenhuma possibilidade de me fugir do que eu sentia. Seria apenas eu. E a perspectiva disso me encheu de pavor. A certeza que simplesmente não dava para fugir de Igor. Fugir do que eu sentia por ele.

– Não vai se sentar?

– Estou mais confortável em pé. – Na verdade, eu não conseguia me mexer.

– Ok. – ele colocou a xícara na mesa de centro da sala. – Quero... Conversar sobre a nossa situação. Tive uma noite muito esclarecedora. Pensei muito no assunto.

– Certo...

– Achei horrível você ter mentido pra mim. – Fechei os olhos, engolindo em seco. –Estar perto dele de um jeito tão... contínuo. Mas ele é o pai do seu sobrinho. E faz... hum... parte da sua história. Não podia simplesmente excluir ele do seu convívio, não seria possível. Continua sendo péssimo ter me escondido isso. Mas não acho que vale a pena terminar tudo que temos só porque tivemos um... atrito.

– O pior de todos. – afirmei. Mordendo minha língua em seguida.

– É. Realmente...

– Então não veio para terminar comigo?

– Claro que não. Eu não quero perder você. – ele levantou-se, caminhando em minha direção e segurando minhas mãos entre as suas. – Construímos tanta coisa juntos! Jogar anos de relacionamento no lixo por causa de alguns minutos é bobagem.

– Mas...

– Eu estou aqui agora. E dessa vez, não haverá omissões. Vai ser diferente. – ele sorriu amigavelmente. – Tenho tempo para conhecer sua família, a cidade que você tanto gosta, acompanhar você feliz trabalhando no que você tanto quis! E de férias. Não quero perder isso. Pode ser realmente bom para nós.

– Oh, Victor... – choraminguei. Pensando na minha conduta da noite anterior. Vendo como ele estava sendo gentil e amoroso. Acalmando meus medos. Quando na verdade eu só merecia que alguém gritasse comigo. Que dissesse que eu estava fazendo tudo errado. Porque essa era a verdade. – Achei que tinha ido embora. Me deixado.

– Eu não poderia. Não acabar dessa forma. Só precisava de um tempo pra pensar.

– Indo parar em um bar com Igor? – soltei, lembrando-me do detalhe que Igor mencionou e havia rondado minha mente nas últimas horas. Os olhos de Victor se estreitaram e sua voz saiu meio áspera:

– Vocês conversaram?

– Sim... Mas ele não me deu detalhes.

– Justo.

– Sobre o que conversaram? – pressionei, tendo certeza que ele não me daria muitos detalhes.

– Sobre nós. Eu e você, no caso... – ele acariciou meu rosto e eu segurei sua mão, o parando. – E ele. Não foi nada muito importante. Não faz diferença, não agora.

– Claro que faz!

– Não. Eu estava bêbado, conversamos, rimos, só.

– Vocês riram juntos! Isso é um absurdo. Me deixa tão...

– Tão?

– Confusa! – me soltei de suas mãos, passando elas pelos cabelos.

– Não vale a pena pensar nele. Olha pra mim.

– Victor... – sentei no sofá, e ele se ajoelhou a minha frente.

– Vamos fingir que aquela briga não aconteceu. Nada mudou. Eu amo você e no final é tudo que importa, não é? Vamos só...

– Não posso fingir que está tudo bem. Que agora pode ficar tudo bem entre nós.

– O que há de errado?

– Ontem à noite eu saí com Igor. – Senti Victor enrijecendo. Sua mão apertando a minha. Me libertei de seus dedos e levantei do sofá, ele se levantou também e ambos nos encaramos. – Fomos beber. Demos risadas. Como antigamente... Quando éramos amigos.

– Ele me disse como vocês se davam muito bem. E brigavam muito também. O que quer me dizer é que não vai abrir mão dele como amigo, certo? Posso lidar com isso. Você lida com Silvia.

– Silvia, sua ex noiva, ela é bacana. Gosto dela. – Não deixava de ser verdade. Silvia era legal e era mais agradável comigo do que muitas pessoas da família de Victor. Ela era amiga da família e eles tinham namorado na adolescência até a faculdade. Ela não me causava nenhum tipo de desconforto. – Mas não é a mesma coisa.

– O que está tentando me dizer? Céus! Já disse. Não importa o que aconteceu. Se vocês são colegas de trabalho, que sejam amigos! Isso é bom pro seu trabalho também, certo?

– Nós nos beijamos. – Soltei de uma vez. E vi o rosto de Victor se contorcer em uma expressão de pura... imparcialidade. Era frio. E mascarado. Não tinha surpresa. Como se ele soubesse.

– Imaginei que tinha acontecido algo assim. Não me importa. – ele disse, calmo. O olhei chocada.

Eu o beijei! – Reforcei, para que ele sentisse raiva. Raiva de mim. Para que ele me dissesse que eu estava errada. Que ameaçasse me deixar. Para que eu implorasse para que ficasse comigo. Para convencê-lo de que eu o merecia. Porque no momento, eu me sentia terrível. Não merecia alguém como ele. De jeito nenhum. Senti minha garganta apertar enquanto eu lutava contra as lágrimas. Esperando suas acusações... Que não vieram. Ao contrário, ele caminhou rapidamente até mim. Me abraçando.

– Certo... Está tudo bem, querida.

– Não! – engasguei, em choque. Me desvencilhando de seu abraço. – Como? Isso não te afeta?

– O meu medo de te perder é maior do que minha angústia em ouvir você dizer isso. Vocês só conversaram, tiveram uma noite confusa. Logo tudo vai se ajeitar... Foram só lembranças, Malu. Você não o ama tanto assim. Não o ama. Está se obrigando a pensar assim. Logo vai passar... Vai passar! – Ele parecia estar convencendo a si mesmo também.

– Eu... Ainda o amo.

– Não. Está tentando se convencer que o ama! – ele quase gritou e percebi que ele estava como eu. Não sabendo como lidar com isso. – Está confusa. Vejo em seus olhos como está confusa.

– É porque eu te amo também.

– Viu? Você me ama. Temos uma vida juntos. Damos certo! Você confia em mim. Não nele, sabe disso. – Suas palavras tinham tanta confiança, que eu me deixei ser tomada. Sentindo a vontade de que ele estivesse certo derreter dentro de mim. Enviando gelo para minhas células. Calmante...

Me deixei afundar no abraço de Victor passivamente dessa vez. Confortador, imutável e seguro. Calmo e que me tirou a hipersensibilidade... Como se agora eu pudesse fechar os olhos e sonhar. Porque Victor estaria ali pra me colocar no meu devido lugar. Sem me perder em pesadelos dolorosos sem sentido. Só um mesmo filme repetido. Familiar e conhecido, e claro... adorado. Mas não era a mesma coisa agora. Ambos sabíamos disso. Eu o tinha magoado e seu abraço era apertado e quase sufocante. Enquanto eu me agarrava a ele de forma quase desesperada. Não era a mesma coisa, exatamente porque nos últimos meses, nós tínhamos mudado. Nosso sentimento estava mudando. E nada seria igual novamente e tal fato, fez com que eu me apertasse ainda mais a Victor. A única réstia de um passado feliz que me restava e que eu não estava disposta a abrir mão.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então... Capítulo curtinho porque em breve posto o próximo. Só falta revisá-lo. Não tenho muito o que dizer agora... Passei aqui rapidinho pra postar o capítulo pq já estou indo para a escola.
Por favor, comentem? *----* Agradeço a paciência e por lerem! Bjs Bjs