deai ni iro wa nakute monokuro fukinukeru

(Um tom preto e branco atravessou nosso encontro monocromático)

Itami goto kimi yudanemashou

(Eu confio minhas dores a você)

Kizuato tsuyoku nazoru yoroshanai aki ga kitte

(O vigoroso outono mostra vestígios das minhas cicatrizes)

Suzushii yubi temaneku mama ni

(A sua mão gelada me tocou)

Toketa ato no yakkai na koori mitai na watashi wo

(Como um simples pedaço de gelo que derreteu em cima da água)

Yasashiku sukutte uwakuchibiru de asobu

(Você suavemente me levantou e me levou para perto dos seus lábios)¹

E mesmo ele estando perto de mim, sua respiração era fria, quase gélida. Seus lábios capturaram minha atenção, contudo, não conseguia me mover, não parecia ter controle sobre o meu corpo. Senti seu rosto se aproximar mais do meu e parou quando apenas havia um mínimo de espaço entre nós.

Seus olhos voltaram-se aos meus e lentamente, sua mão fria tocou minha cintura me causando uma onda de arrepios fazendo-me mergulhar em um mar de êxtase estranhamente bom. Ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo. Apenas um minuto fora o bastante para sentir seus lábios frios contra os meus. Moviam-se de forma lenta e doce, mas com o tempo tornava-se urgente e feroz.  

-Acho que você é bom o suficiente para mim.- Falei ofegante por causa do beijo.

-Como eu já lhe disse, você tem achado muitas coisas da forma errada.- Teimou Tom

-E você não quer me ensinar a achar as coisas da forma correta.- Brinquei fazendo um beicinho.

Ele riu, fora uma risada de prata, gélida e vazia. Suas mãos frias novamente tocaram minha cintura e me puxou para mais perto de si, meu coração se acelerou em um solavanco. Seus olhos foram em direção aos meus lábios e um brilho de malícia passou por eles, me fazendo estremecer.

Seu rosto novamente se aproximou do meu e fechei os olhos, senti seus dedos frios tocarem meu pescoço me causando outra onda de arrepios descomunais, e finalmente seus lábios se juntaram aos meus. Seu perfume inebriante invadiu minhas narinas, me entorpecendo tornando-a mim impossível de resistir aos seus lábios.

Sete segundos e eu estava imprensada contra a parede com  meus dedos emaranhados no cabelo( que já estivera bem mais arrumado) de Tom, este me beijava com ferocidade e urgência,  mas apesar disso seus beijos eram tão...perfeitos.

O ar de meus pulmões estava começando a se esvair quando Tom parou abruptamente.

-O que houve?-Perguntei preocupada e com um gostinho de quero mais.

-Lembrei-me de uma coisa.-Segui o olhar de Tom até a entrada da Torre.

-O que?

-Poderei lhe mostrar se você vier comigo.- Ele estendeu a mão em minha direção de uma maneira cheia de charme.

-Por que não?

Tooku yori mo ima musunda nureta hitomi wo

(No nosso ultimo encontro ela ainda brilhará)

Dekireba kono mama tsutsumarete owaritai

(Se eu pudesse, eu iria te abraçar e você ficaria em volta de mim assim).

Sono negai wa yoru wa munashiku asa wo tsuretekuru

(Mas quando a noite cai e meu sonho não se realiza espero a aurora trazer um novo amanhã)

Yasashukute atsukute hikyo na kiss de

(Com o seu doce e quente beijo predestinado)

Irodotte yo saigo yoru tsuki ga terashiteru

(Me complete inteiramente, como se fosse a última vez então a lua brilhará sobre nós.)²

-Aonde vamos?-Sussurrei para Tom.

-Verá quando chegar lá.

Bufei enquanto o seguia, ele parecia bem seguro para alguém que vagava por um corredor da escola às 2:30 da manhã. Paramos em frente ao banheiro feminino da Grifinória, lancei um olhar significativo para Tom.

- Algum problema Valerie?-Perguntou Irônico.

-Não, imagina, nenhum problema mesmo. Por que teria algum problema?-Falei com o mesmo nível de ironia.

Ele deu de ombros e entrou no banheiro.

-Você não vem?

Dei um riso baixo e nervoso e entrei no bainheiro também.

-Então, qual é a grande surpresa?-Falei levemente irritada.

-Feche os olhos .-Fiquei confusa.Ele não havia dito que eu veria quando chegássemos lá? Então por que eu tinha que fechar os olhos-Confie em mim Val.

Droga! Nunca queira ouvir um “Confie em mim” vindo de Tom Riddle, ainda mais estando perto dele, o simples fato de ouvir sua voz faz com que você  pense em mudar de opinião, se você sentir a respiração dele em seu rosto e o cheiro de seu exótico perfume chegar em suas narinas, acredite, você faz o que ele diz sem pensar duas vezes.

Senti os dedos dele tocando minhas pálpebras e fechando meus olhos gentilmente, um involuntário suspiro escapou da minha boca, a última coisa que vi foram seus lábios se ondulando em um sorriso.

kage o otta senaka ni toikakeru ashita ga donna katachi demo

(Não importa o que o amanhã nos trará, vou lhe perguntar por que traz uma sobra ás costas)

yuruga nakatta mono o shinjiru koto o wasuretaku nakatta kara

(porque quero acreditar em coisas que não mudam)

me o sorasu kuse mo aimaina taido mo waraenu uso mo

(O meu desviar de olhares, minhas atitudes indefinidas me impedem de rir)

tonari ni inakereba ima sae nijin de yuku

(Se você não estiver aqui, agora, vou ficar corrompido por elas)³

O ar era húmido, eu estava deitada em um sofá e minha cabeça estava apoiada algo, que do meu ponto de vista era bem confortável, eu poderia ficar daquele jeito por muito tempo, mas um suspiro vindo de alguém fez eu me levantar em um salto.

-Tom!-Exclamei sem graça, surpresa e um tanto envergonhada por (segundo minhas deduções) estar a pouco tempo com a cabeça no colo de Tom.-Hã...Eu dormi.

Ele deu uma perfeita risada de prata

-Eu percebi- Falou puxando-me de volta para seu colo, não pude resistir e acabei cedendo a isso.

-Que lugar é esse?- Perguntei correndo os olhos em volta da sala, ou seja-lá-como-se-chamava.

-Bem Vinda à Câmara Secreta.

As palavras sumiram da minha boca, a Câmara Secreta, que para muitos é apenas uma lenda, que só podia ser aberta por um herdeiro de Sonserina. Fechei os olhos tentando ver se eu me lembrava de mais algo sobre aquele lugar.

-Mas ela não abriga um terrível monstro ou algo do gênero?-Perguntei abrindo os olhos.

-Sim, um basilisco, mas ele só virá se for chamado.-Respondeu olhando dentro de meus olhos.

-Que medinho.- Murmurei fechando os olhos novamente.

Estar ali ( mesmo sabendo que um monstro morava naquele lugar)  me dava à estranha sensação de conforto, ou talvez a câmara nem fosse tão confortável quanto parecia, mas a presença de Tom Riddle a tornava confortável. Lembra quando eu disse que poderia ficar na câmara por muito tempo?Bem, agora que eu sabia que Tom estava comigo, eu poderia ficar ali para sempre.