In Die Nacht escrita por julythereza12


Capítulo 28
Capítulo 28: Wake me up when September ends


Notas iniciais do capítulo

E mais um capitulo chegando! Espero que estejam gostando da fic!
Boa leitura! ^^



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“Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends”

 

(Trechos da música Wake me up when September ends, Green Day)

 

Flashback

 

- Olá minha querida! – ele me desejou entusiasmado.

- Bom dia tio Bartô! – desejei a ele quase que pulando.

- Pronta para os exames? – ele perguntou pegando na minha mão.

- Claro, contanto que não doa nada. – respondi seguindo com ele para um porshe preto.

- Não irá doer nada. – ele garantiu abrindo a porta do passageiro para mim, e fazendo uma reverencia.

Dei risada e entrei no carro, logo em seguida colocando o cinto de segurança.

Eu estava me lembrando de quando meu pai não pode me levar fazer os meus exames rotineiros, que eu fazia todos os anos por causa de um problema que eu tive quando era menor. Naquela época eu tinha doze anos, minha mãe não pode me acompanhar porque estava num evento importante de moda, nós morávamos nos Estados Unidos, e meus pais quase nunca tinham tempo para mim, por isso eu viva nas costas do tio Bartô. Ele me levava para passear, fazer compras, para o colégio...

Estávamos indo para uma clínica um tanto afastada da cidade, a qual eu freqüentava desde os meus sete anos. Na verdade, aquela clínica parecia mais um laboratório de tão grande que era. Meu pai havia me dito que lá só freqüentava a elite, disse que não era para eu me espantar caso encontrasse algum famoso, mas eu nunca encontrei.

Entramos por uma porta de vidro e fomos para a sala de espera onde o doutor Barner me atendia. Uma moça que estava de costas chamou a minha atenção, ela tinha parecia ser bem jovem, talvez alguns anos mais velha que eu naquela época. Ela tinha os cabelos na metade das costas na cor marrom claro, era muito bonita e bastante jovem, constatei quando ela se virou para nos olhar. Ela era a nova secretaria do doutor Barner.

- Ah, bom dia Bartô! Como vai? – ela perguntou olhando para o tio Bartô, e depois olhou para mim sorrindo – Oh, essa deve ser a Manuela? Estou certa? – ela perguntou me olhando atentamente.

- Está. – eu respondi me aproximando dela – E você? Quem é? – perguntei.

- Eu sou a Fernanda. Passarei o dia com você. – ela me respondeu pegando uma prancheta.

- Você trabalha aqui? – perguntei admirada – Mas você não é muito nova para isso?

- Querida, eu já tenho dezoito anos. – ela me respondeu sorrindo – E trabalho aqui sim, faz dois meses já. – acrescentou.

- Bom, vocês já se conhecem, agora irei deixa-las. – tio Bartô falou nos interrompendo.

- Muito bem, vamos lá. O doutor Barner a espera. – ela falou me estendendo a mão.

- Tudo bem. – falei pegando na mão dela – Até mais tarde tio Bartô. – me despedi dele.

- Até querida, seja boazinha. – ele recomendou-me.

- Eu sempre sou. – afirmei lhe dando as costas e seguindo a Fernanda para a sala do doutor Barner.

Eu fiz os mais variados tipos de exames, RX, ultra-sons, esteira, ressonâncias magnéticas, fiz também exames de sangue, urina... E outros que eu não me lembrava. Faltava apenas um, no qual eu teria que tomar um remédio para dormir por pelo menos uma hora. Fernanda apareceu com um copinho de café com o conteúdo azul.

- Só preciso que você tome isso para o último exame. – ela afirmou me dando o copinho.

- Tudo bem. – afirmei pegando o copinho e virando aquele conteúdo azul de gosto azedo.

Eu me lembrava do gosto, da última vez que tomei, mas ainda sim fazia meu estomago revirar. Fui para o aparelho que lembrava o da ressonância e me deitei lá. Logo fechei os olhos esperando o sono chegar. Ouvi passos vindo na minha direção, mas não abri os olhos para ver quem era, já estava começando a fazer efeito o remédio.

- Ela já dormiu, chame o Bartô. – ouvi a voz do doutor Barner.

Ouvi mais passos e a voz do tio Bartô, mas o que ele fazia aqui?

- Como ela está? – a voz do tio Bartô parecia ansiosa.

- Está tudo bem Bartô. Ela está se desenvolvendo tão bem como imaginávamos. Inteligente, precisa, reflexos rápidos, esperta... Mas uns seis, sete anos no máximo e ela estará pronta. – o doutor Barner falou.

- Ela corre algum risco, ficará com alguma seqüela? – tio Bartô perguntou – Felipe está preocupado com isso. – acrescentou.

- Não se preocupe, ela não terá nada, receio eu. Tornara-se tão boa, se não melhor que o pai. Mas acho que... – e depois eu não ouvi mais nada que o doutor falou, tinha apagado.

 

Flashback end

 


Eu abri os olhos e olhei para o teto do meu quarto. Por que eu estava me lembrando disso? Perguntei-me em pensamento. E o que eles queriam dizer com ‘estará pronta’? Eu me perguntei durante os próximos dois meses após os exames, mas nunca me vinha uma resposta concreta. Uma vez quase perguntei para o meu pai, mas eu preferi guardar para mim. E logo eu já tinha esquecido. Mas por que eu estava me lembrando daquilo logo agora? Talvez fosse sobre algo relacionado àquilo que meu pai queria falar. Com a morte do tio Bartô, ele mal teve tempo de ficar em casa. Talvez ele falasse comigo no domingo, ou talvez nunca mais falasse comigo.

- Você finalmente acordou. – ouvi a voz do meu anjo afirmar.

Sentei-me na cama vagarosamente, mas ainda sim senti um pouco de tontura. Senti o lado esquerdo da minha cama afundar e um braço passar pelo meu ombro me ajudando a sentar.

- Ai que dor de cabeça. – reclamei levando a mão à cabeça. A dor tinha voltado.

- Toma, Sabine lhe trouxe um comprimido e um copo de água. – ele afirmou me soltando e estendendo ambos para mim.

Peguei o comprimido, tomei-o e virei a água. Voltei a me apoiar no encosto da cama.

- Como se sente? – ele perguntou me olhando preocupado.

- Parece que um trator passou por mim. – respondi fechando os olhos.

- Logo você melhora. – Bill falou pegando o copo vazio e colocando no meu criado.

- Ahm, que horas são? – perguntei olhando para a janela, estava escuro, bem escuro.

- São quase duas da manhã.

Eu fiz força para me levantar da cama, não me importava com o horário, eu ia falar com o meu pai e entender o que estava acontecendo comigo... Ele devia saber.

- Aonde você vai? – Bill perguntou me barrando na porta da sala de música.

- Preciso falar com meu pai. – respondi tentando passar por ele.

- Seu pai já foi. – ele afirmou.

- O que? – eu perguntei atônita.

- Sim, ele já pegou o avião para os Estados Unidos.

- Eu não acredito! Ele nem se despediu de mim. – falei desanimada deixando que o Bill me levasse de volta para a cama, me sentando na beirada.

- Mas ele deixou isso para você. – ele falou pegando um envelope branco do meu criado mudo e estendendo-o para mim.

Peguei o envelope e tirei um papel cinza de lá, começando a ler:

 

“Manuela,

 

Desculpe não poder ficar até que você acordasse, mas sugiram alguns acasos... Eles precisam de mim lá na redação. Com a morte de Bartô eles ficaram meio perdidos, tive que voltar o quanto antes para os Estados Unidos, mas fiquei feliz de ter passado o seu aniversário com você.

Eu sinto tanto por não poder estar aí com vocês, mas voltarei em breve. Ligarei assim que puder para conversar com você e saber como você está.

Querida, tem algo muito importante que eu preciso te contar, algo que venho escondendo há anos e que está na hora de você precisa saber, porque faz parte de você. Prometo que contarei assim que voltar para a Alemanha.

Contratei novos seguranças, amanhã eles chegaram. É um pessoal de confiança. Eu espero que você fique segura e que eles todos tomem conta de você enquanto eu fico fora.

Eu te amo minha pequena, nunca se esqueça disso.

 

Com amor, seu pai.”

 

Senti lágrimas começarem a se formar nos meus olhos. Por que eu tinha que ter aquela impressão que nunca mais voltaria a vê-lo? Ele devia estar no avião ainda, e como um flash o meu pesadelo do acidente voltou. Comecei a ser dominada por uma enorme vontade de chorar, uma lágrima escorreu e eu senti outras e mais outras querendo cair.

- Ele voltará, ele voltará, ele voltará. – repeti diversas vezes para me acalmar.

- Sim Manuela, ele prometeu que voltaria. – Bill afirmou tocando a minha bochecha e secando minhas lágrimas com os dedos – Agora vá colocar algo confortável, ou se precisar tome um banho. – ele me recomendou – Eu irei para o meu quarto tomar um banho e colocar o meu pijama, faça o mesmo. – reparei que ele continuava com as mesmas roupas da minha festa improvisada de aniversário.

- Tudo bem. – concordei com ele.

Bill me deu um beijo na testa e depois saiu, me deixando sozinha. Deixei a carta do meu pai de volta ao envelope, no meu criado mudo e me levantei da cama, indo para o banheiro. Tomei um banho gelado. Coloquei um baby doll de coraçõeszinhos, aquela noite estava um tanto quente. E depois fui arrumar a minha cama, colocando um fino edredom.

Deitei-me nela, me cobri e virei-me para o lado da janela, olhando a noite. Mas me virei para o lado da porta ao ouvir a porta de entrada sendo aberta e fechada. Logo encontrei o olhar do Bill, ele veio em silêncio até a minha cama e deitou-se comigo. Ficamos nos encarando por vários segundos, até que ele se aproximou mais e me abraçou como se soubesse que eu precisava daquilo.

Respirei fundo e senti a fragrância masculina dele, o sono começou a vir e ouvi-o me desejando boa noite e dando um beijo no topo da minha cabeça. E foi assim que eu dormi aquela noite, abraçada e protegida pelo meu anjo, e o bom, foi que eu não tive nenhum pesadelo com ele me abraçando.

 

“As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when september ends”

 


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Notas finais do capítulo

Ouo, no próximo capitulo vocês ficaram com peninha da Manuela.
E aí? Gostaram desse capitulo? '-'
Reviews??
Beijux, em breve eu volto com mais!