“I don't mean to run
But every time you come around I feel
More alive, than ever”

(Trechos da música Adore, Paramore)

Bill meio que me abraçou, mas eu acabei me assustando e cai deitada na cama. Ele veio por cima e depois... Mein Gott! Eu senti ele mordendo o meu pescoço! Yeah, literalmente. Soltei uma exclamação de surpresa, ele segurou as minhas mãos e continuou a mordiscar o meu pescoço.

Senti minhas bochechas arder, ele estava cumprindo o que havia prometido. Bill se ergueu um pouco e me encarou.

- Manuela, - ele começou aproximando o rosto dele do meu – eu posso te beijar? – perguntou parando a centímetros dos meus lábios, olhando nos meus olhos.

Eu não respondi, na verdade não era necessária uma resposta e ele era um fofo pedindo permissão para me beijar. Eu apenas ergui a minha cabeça rapidamente, acabando com a distância que havia entre nossos lábios e logo estávamos nos beijando. O sentimento domina a razão, mas me veio um pensamento nada bom... E se alguém nos pegasse naquela situação? Entretanto, eu acabei deixando aquele pensamento de lado e continuando a corresponder ao beijo. Nos beijamos durante um bom tempo, paramos apenas pela falta de ar. Bill me encarou sorrindo marotamente e já ia voltando a me beijar, mas a Buffy nos distraiu, ela passou correndo pela minha cama e foi até porta começando a arranha-la, e logo ouvimos uma batida.

- Bill, é a Babis! – falei rapidamente.

Ele saiu de cima de mim com uma carinha desanimada e eu me levantei rapidamente, tornando a fechar o roupão que ele havia feito o favor de abrir. O estado do Bill também não era um dos melhores. Ele estava com o cabelo todo desarrumado por minha culpa e o pijama estava todo amassado. Tive que me segurar para não rir.

A porta do meu quarto foi aberta e eu me levantei da cama para ver quem era, parando na porta da minha sala de música. Dito e feito, Babis estava agradando a Buffy.

- Manuzika vamos jantar! Eu estou morta de fome, literalmente! – ela exclamou assim que viu. Estava com um roupão... Vermelho? Tudo bem, ela era louca mesmo.

- Ahm, claro... Espera aí que eu já volto. – falei voltando para o dormitório.

Bill me puxou rapidamente para o lado dele, me encostando na parede e aproximando de mim, novamente eu senti o hálito quente dele bater em meu rosto.

- Eu espero você sair ou vou junto? – perguntou ele num sussurro.

- Ahm, você que sabe. – respondi meio tonta.

- Certo, daqui a pouco eu desço. – ele afirmou. Me puxou rapidamente pela cintura e me deu um selinho.

Eu sorri para ele e me afastei contragosto.

- Manuuuuu! – Babis me chamou alegremente.

- Diga criatura. – falei voltando para a sala de música e me aproximando dela.

Babis estava abaixada próxima a minha guitarra, admirando-a bobamente.

- Amanhã vamos ao shopping, please? – ela pediu.

- Ahm, está bem. – concordei dando de ombros.

- Wee! Preciso de uma guitarra nova, e também de roupas novas! – ela exclamou animadamente com a Buffy correndo com ela.

- Doida!

- Ei, você continua a cantar? – ela perguntou tocando meu microfone. Será que todo mundo tinha algum pacto com o meu avô de que eu devia cantar?

- Não, eu não canto mais. – respondi.

- Sei. Queria que voltássemos com a banda. Mas nem dá mais... Já que a nossa vocalista veio para a Alemanha. – Babis falou me olhando.

- Babis, eu já falei que... – comecei sem olhar para ela, mas um barulho vindo do meu dormitório nos distraiu, o barulho de um livro caindo.

- O que foi isso? – ela perguntou se dirigindo para o lugar de onde viera o barulho.

Mas não foi necessário, Bill apareceu na porta.

- Você tinha uma banda? – perguntou olhando para mim – E ainda era a vocalista?

- O que o Bill estava fazendo escondido aí? – Babis perguntou visivelmente curiosa.

- Okay, okay, eu posso explicar. – falei suspirando e me sentando no braço do sofá – Nós já tivemos uma banda sim, mas ela acabou há dois anos atrás. O nome era Memorize, a Babis que escolheu. Eu tocava teclado e piano quando tinha, e também ficava no vocal, a Babis na guitarra e segundo vocal. O Julio tocava baixo e o Bruno a bateria. – respondi o Bill sem olhar para nenhum dos dois, olhando para o meu piano preto.

Por incrível que pareça eu já tive uma banda sim, mas duramos seis meses apenas. Eu a apelidei como A banda fracassada. O primeiro e grande show, que iria garantir o nosso primeiro CD foi uma tragédia, depois daquele acidente eu fiquei com pânico de palco. Odiava subir num palco, por menor e seguro que ele fosse. No show, um dos holofotes, mas precisamente o do nosso baterista, o Bruno, caiu sobre ele. A expressão de empolgação e animação se transformou numa de terror e pânico. Bruno morreu naquele dia, o dia que ele sempre nos disse que seria o mais feliz da vida dele. Depois daquilo nunca mais subi num palco.

Voltando à minha sala de música:

- E por que não continuaram com a banda? – Bill quis saber.

- O nosso baterista faleceu. – falei como quando se dá por encerrado um assunto.

- Droga! Vocês me fizeram lembrar com o Julio tocava mal. – Babis afirmou desanimada.

- Ei, vamos jantar. Estou com fome. – afirmei me levantando e já me dirigindo para a porta.

- Senhorita Wildscream... – ela começou, aí vinha bomba. Babis só me chamava assim quando queria saber algo – A senhorita não respondeu a minha pergunta ainda. – por que ela tinha que se lembrar disso?

- Ahm, como era a pergunta mesmo... – falei me virando para encará-la, rindo nervosamente.

- O que o Bill fazia escondido no seu quarto? – ela tornou a perguntar.

- Ele estava... Estava... – eu comecei olhando para ele sem saber o que responder.

- Mordendo! – ele completou rindo.

- É, isso aí! Ele estava me... Me mordendo? – olhei com os meus olhos arregalados para ele.

- Okay, eu vou ali me matar e já volto. – Babis falou rindo. E depois eu ouvi uma sonora gargalhada da minha melhor amiga – O Bill mordendo? – ela perguntou quando conseguiu segurar o riso – Não me diga que esse aí andou lendo Twilight.

Bill voltou rapidamente para o quarto e depois apareceu mostrando a capa do livro.

- Imaginava. – Babis afirmou rindo – Agora vamos jantar, estou com fome. – ela falou passando por mim e saindo pela porta.

- Eu vou deixar o livro no meu quarto. – Bill passou por mim também, rindo e sendo seguido pela Buffy.

E por último, eu sai do meu quarto, indicando para a Babis aonde iríamos jantar.

Aquele jantar talvez tenha sido o melhor de todos. Minha família estava lá, minha melhor amiga e minha banda preferida. Meu avô adorou a Babis, eles fizeram juntos as mais bizarras piadas, fazendo todos rirem. Após o jantar, ela e meu avô grudaram um no outro se fingindo de dois bêbados. Foi muito divertido.

Eu e Babis subimos para o meu quarto e ficamos conversando até tarde da noite. Não se conseguia guardar segredos daquela criatura e eu tive que contar tudo para ela, que eu estava tendo um caso com o Bill. A sorte minha foi que ela estava com bastante sono, por causa do fuso-horário e foi dormir mais cedo, dizendo que amanhã vinha me acordar para irmos ao shopping.

Na manhã seguinte eu acordei com algo vermelho pulando em mim, era a Babis.

- Mein Gott! Como você consegue acordar tão cedo? Não são nem nove horas da manhã. – afirmei me sentando na cama.

- Coisinha de olhos azuis, nós vamos passar o dia no shopping! – ela exclamou alegremente saindo da minha cama e pegando a Buffy no colo, logo a girando.

- Ahm, tudo bem... Dê-me um tempo, preciso de um banho frio. – falei saindo da cama. Eu estava é parecendo um zumbi.

- Yeah! Vamos lá! Se você não aparecer em meia hora na sala de jantar, eu venho te buscar com a coleira da Buffy. – ela me ameaçou saindo com Buffy para tomar o café da manhã.

Eu bocejei com sono, Babis não ia me deixar dormir mais do que aquilo e hoje ela queria porque queria sair, afinal na próxima quinta-feira ela voltaria para o Brasil. Fui tomar o meu banho para acordar e depois fui para o meu closet, coloquei uma calça jeans preta, uma camiseta vermelha, all star vermelho e maquiagem exagerada, penteei os cabelos e voltei para o meu quarto arrumar a minha cama e abrir as cortinas. Desci para tomar o café da manhã.

Quando entrei na sala de jantar encontrei Tom e Georg quase dormindo sentado, Gustav forçando a manter os olhos abertos e Bill conversando animadamente com a Babis.

- Ahm, ela apareceu. – Babis falou assim que me viu.

- Yeah, mas me diga, o que aconteceu aqui? – perguntei indicando Georg e Tom quase dormindo e Gustav tentando manter os olhos abertos.

- Eles vão nos levar ao shopping. – Babis me respondeu animadamente.

- Vão? – perguntei confusa me sentando à mesa.

- Sim, sim! Queremos acompanhá-las e fazer compras também... Sem contar que o MC Donald’s do shopping que vamos leva-las tem uma cobertura só pra gente! – Bill exclamou animado, era o único mais animado depois da Babis.

- Yeah, e eu também quero que ele me ajude a escolher a guitarra perfeita. – Babis falou apontando para o Tom.

- Okay, me deixa colocar as ideias em ordem. Os Tokio Hotel vão nos acompanhar na nossa saída ao shopping? – perguntei à Babis.

- Exatamente, eles vão nos levar! – respondeu batendo palminhas animada.

- Está bem. Vou me matar ali e já volto. – falei sarcástica – Babis e o Bill não podem estar falando sério! Seremos seguidos e... – comecei, mas Bill me interrompeu.

- E quem se importa? Temos seguranças, e nós também iremos! Queremos nos divertir e sair um pouco da mansão, se contar que temos que fazer compras. – ele falou – Vamos levá-las ao shopping. – e afirmou decidido.

- É verdade, vocês já estão na capa das revistas mesmo, não será surpresa nenhuma sairmos juntos. – Tom falou concordando com o Bill.

- Não sei se é...

- Chega! Nós vamos e ponto final. Não acordamos tão cedo para nada. – Georg afirmou meio irritado mordendo uma torrada com força.

Eu acabei tendo que concordar com eles.

Íamos no carro do Bill e no do Tom, que era um ecosport preto. Não sei o porque, mas ficamos divididos entre quatro e dois. Babis, Georg e Gustav foram no carro do Tom e sobrou para eu ir na BMW do Bill. Tom ainda insistiu que a Babis fosse comigo e com o Bill, mas ela insistiu que queria conversar com ele sobre os tipos de guitarras.

- Sua amiga é um anjo! – Bill exclamou alegremente quando estávamos sozinhos no carro dele.

Eu estava sentada no banco do passageiro lotada de cartões de credito e Bill acabava de colocar um CD do Coldplay para nós ouvirmos.

- Ela é um anjo? Acho que ela está mais é para demo... – comecei. Mas ele não me deixou terminar, me puxou rapidamente pela cintura para me beijar.

O toque dos lábios foi imediato e começamos um beijo um tanto voraz, porem não durou nem dez segundos. Tom buzinou atrás de nós.

- Eu ainda vou bater no carro dele. – Bill ameaçou ligando o carro e começando a dirigir.

Eu apenas dei risada e coloquei o cinto de segurança.

Fomos para o shopping cantando Yellow do Coldplay. Paramos o carro no estacionamento e antes de descermos, Bill tentou me beijar novamente, mas Tom já estava batendo no vidro do carro mandando a gente sair. Bill saiu irritado, batendo a porta do carro com força desnecessária e eu acabei saindo do carro um tanto desanimada, afinal eu queria ter beijado-o.

- Certo. – Babis começou assim que paramos na praça do shopping – Manu, você vem comigo me ajudar a escolher a guitarra e o senhor estraga-prazeres vem junto. O resto se quiser...

- Tom, pra que loja você irá levá-las? – Bill perguntou.

- A Musical, por quê?

- Eu encontro vocês em meia hora. – Bill respondeu antes de sair andando para a esquerda.

- Eu irei com vocês. – Georg falou – Quero ver os novos modelos de baixo.

- Vou dar uma volta por aí. – Gustav falou indo na mesma direção que o Bill foi.

- Somos só nós quatro então. Guiem-nos. – falei olhando para o Tom e Georg.

Eles começaram a nos guiar, e eu e Babis os seguimos. Tom logo veio para o meu lado querendo passar o braço pela minha cintura, mas para o desagrado dele, Babis se enfiou no meio de nós dois.

“If I let you love me
See the one adore
Would you go all the way?
Be the one I'm looking for”