Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 13
Capítulo 13




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Não sei por quantas horas fiquei ali de joelhos olhando, com lagrimas caindo, para o lugar em que ele havia desaparecid.

Perdi completamente a noção do tempo e simplesmente permanecia ali.

- Lana? - eu ouvi Lucas me chamar, isso me fez voltar a realidade. - Lana!

- Aqui... - eu consegui encontrar minha voz, mas esta saiu em um sussurro muito baixo, mas eu sabia que ele ouviria.

Ele se aproximou e percebeu o modo como eu estava. 

- O que aconteceu? - ele perguntou pousando uma mão em meu ombro. 

Eu não o respondi, então ele inspirou fundo, estava sentido o cheiro de algo. 

- Ele esteve aqui. - isso não foi uma pergunta, ele falou trincando os dentes. - Daniel esteve aqui. O que ele queria?

- Queria falar comigo. - eu consegui responder.

- Ele confessou o que fez?

- Não... - as palavras que ele me dissera ainda ecoavam em minha mente, mas eu não queria repeti-las.

- Então ele negou, Lana, sabe que é mentira, não sabe? 

- Tão pouco isso. - eu o olhei e me coloquei de pé eu fiquei olhando ele. - Eu não entendo Lucas, porque ele fez isso?

- Eu sim... - ele me olhava. - Há algo que preciso te contar.

- Então conte. 

- Agora não, precisamos voltar, já vai amanhecer.  

Eu assenti.

Ele pegou minha mão e corremos de volta pra casa, eu permaneci calada durante todo o caminho, não queria falar, não queria lembrar.

Em poucos minutos já estavamos em casa, Marcus não estava, que novidade.

Lucas me levou até meu quarto e fechou a porta então voltou-se para mim.

- Há uma coisa que você precisa saber... - ele disse vindo em minha direção.

Eu o incentivei a continuar, estava curiosa, estava ansiosa...

Nos sentamos na cama, ele ficou me olhando, me analisando, depois de alguns segundos voltou a falar.

- Há algo que eu não te contei, mas você precisa saber. - ele parecia escolher as palavras, eu apenas o olhava. - Naquela noite, quando sua mãe... - ele parou e recomeçou. - Na noite em que tudo aconteceu, eu... bem, eu sabia que ia acontecer... - fiquei surpresa com aquilo,  abri a boca para falar mas ele me deteve. - Não Lana, eu não sabia que sua mãe morreria... - eu mordi o labio. - Eu não sabia exatamente o que só sabia que algo ia acontecer... 

- Como? - a pergunta saiu em um sussurro. 

- A história é um pouco longa... Vou te contar como tudo aconteceu... - ele ainda me olhava.

- Eu estava caçando e encontrei uma mulher, ela estava bebendo agua no lago, eu a observava me preparando, já estava pronto para atacar quando ouvi alguém chegar, era outra mulher, tinha um rosto mais jovem, irmã mais nova da primeira talvez, eu não sei ao certo... - ele me olhava cauteloso, o incenivei a continuar. - Resolvi esperar até que uma das duas ficasse sozinha para poder atacar, fiquei observando, então elas começaram a conversar... 

" - A garota já caiu? - a mais velha disse."

" - Já, ele já a tem nas mãos, eu sabia que logo ele conseguiria... - a outra respondeu. - Sabe que não estou gostando disso, não é Ruby?"

" - Claro que eu sei , Mary. - Ruby respondeu. - Mas é preciso que Daniel faça isso e você sabe, pelo bem dele e pelo bem do bando."

" - Que droga! E pelo bem do bando eu tenho que suportar saber do Daniel de amores com aquela garota vampira! - ela disse com raiva."

" - Se acalme Mary, todos temos que fazer sacrificios e logo isso vai terminar, tudo vai dar certo. Mas agora pare de reclamar e me diga, está tudo pronto para a tarefa que Daniel tem de cumprir?"

" - Está. - ela dizia ainda irritada. - estamos só esperando a oportunidade, e parece que hoje iremos te-la."

" - Perfeito. - Ruby assentiu. - Daniel precisa disso para a iniciação como o novo alfa do bando."

" - Sei disso!"

" - E veja pelo lado bom, depois que ele cumprir a tarefa você não precisará mais ve-lo com a garota, mas tenha paciência, precisamos disso para dar inicio ao nosso plano."

" - Que seja! - ela suspirou - Pela hora Daniel já deve ter voltado para casa, vou até lá, preciso falar com ele. - disse isso depois se transformou e saiu desabalada desaparecendo entre as arvores."

 - Depois disso eu voltei, fui até sua casa e não encontrei ninguém, então fui procura-los... Foi ai que nos encontramos... - Lucas contou tudo em detalhes.

Quando terminou eu não consegui responder de imediato, eu não consegui falar nada, senti lagrimas se formando, mas não eram lagrimas de tristeza, eram lagrimas de puro odio. 

- Sinto muito, Lana. - ele colocou a mão em meu rosto. 

Eu não conseguia responder.

Apertei forte os olhos para conter as lagrimas, as palavras que Lucas me dissera ecoavam em minha cabeça, tudo parecia girar, meu estomago parecia querer devolver o que eu havia ingerido. 

Eu estava tentando associar as coisas, nada parecia fazer sentido. 

- Sinto muito que tenha demorado tanto a perceber que ele é um animal, e sinto muito que tenha sido dessa maneira. - Lucas falava mas eu não o escutava realmente. 

Ele me usou, eu fui apenas uma fantoche na mão dele e nem ao menos percebi isso. 

O odio crescia dentro de mim com uma enorme violência.

Eu queria ir até ele, queria gritar com ele, queria bater nele, queria mata-lo. 

Fiquei alguns minutos em silêncio e então finalmente falei. 

- Quando é o ataque?

- Lana, o que você...? 

- Quando é o ataque? - voltei a perguntar com autoridade.

- Em duas semanas. - ele respondeu cauteloso. -  O que você vai fazer?

- Eu? O que eu vou fazer? Vou fazer o que devia ter feito no momento em que descobri o que ele é.

- Lana...

- Vou mata-lo, Lucas, é isso que eu vou fazer.

O odio me havia dominado, a raiva que eu sentia parecia não caber dentro de mim, raiva dele por ter me usado, me enganado, me iludido... e raiva de mim por ter sido tão ingenua, tão burra em acreditar nele. 

Se eu pudesse voltar no tempo teria feito tudo diferente, se eu pudesse voltar no tempo o teria matado naquela primeira noite na caverna quando ele entrou em minha vida.

Eu nunca havia me sentido daquela forma. 

Me sentia traida, usada, iludida... 

Ninguém nunca havia me machucado daquela forma, e ele... maldito seja o dia em que o conheci, ele me tirou aquela que eu mais amava, ele me tirou minha mãe.

Isso não tem perdão!

Agora eu tinha certeza, agora não havia um 'e se ele fosse inocente', não mais. 

Todo aquele amor que um dia senti por ele agora se convertia em odio, eu nunca tinha sentido isso, e isso me assustava, assim como me assustava o amor que sentia por ele. 

Ninguém nunca me havia feito feito ter sentimentos tão fortes e tão opostos ao mesmo tempo.

Eu estava ferida, maguada, revoltada...

Não sabia o que pensar, quando lembrava de tudo o que passamos, da alegria que ele me dava só me trazia mais raiva.  

A verdade é que eu estava dominada por esse sentimento, a unica coisa que eu desejava era fazer com ele o mesmo que ele fizera comigo.

Acabar com a vida dele do mesmo modo como ele acabou com a de minha mãe. 

Ele iria morrer.

Nem que isso fosse a ultima coisa que eu fizesse.


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