Lua De Sangue escrita por JhesyAckles


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada queria agradecer os Reviews e dar as boas vindas aos novos leitores.
Ao final do capítulo tenho uma proposta a fazer.



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Eu queria sair logo dali com Daniel, deixar todo aquele inferno pra trás, mas agora não poderia fazer isso tão cedo. 

Ainda que eu não liderasse eu tinha um dever para com minha familia, não podia deixar que Marcus agisse precipitadamente e derramasse sangue inocente. 

Eu falaria com Ruby e esclareceria as coisas.

Tudo estaria bem depois disso, pelo menos era o que eu esperava.

O clima não estava agradavel em casa. Marcus ainda estava chateado comigo, minha mãe o defendia e eles acharam por bem me deixar uns dias sem sair de casa, eu era vigiada 24 horas por dia. Eu me sentia sufocada. Mas o melhor a fazer naquele momento era obedecer e não questionar, eu precisava que eles me escutassem e acreditassam em mim e com berros e insultos eu não conseguiria nada.

Enquanto meus pais se distrairam liguei para Daniel.

Mal deixei que ele dissesse alô já comecei a enxurrada de informações. 

- Daniel, tenho que falar rápido. Não vou poder sair hoje, nem amanhã... provavelmente não sei quando vou ser liberada...

- Porque? O que aconteceu?

- Marcus está obsecado com vocês... Estou tentando fazer alguma coisa para impedi-lo, mas está sendo inutil... Daniel - eu engoli seco. - ele quer guerra. 

- Eu sei. - Daniel disse com seriedade na voz. 

- Preciso falar com a Ruby assim que puder sair de casa, sim? É muito importante.

- Já falei com ela sobre isso, quando puder avise, está bem?

- Está. - E, Lana. Me prometa uma coisa, sim?

- Claro, o que?

- Não saia mais durante uma lua cheia! Eu posso não estar perto ou com controle suficiente para te proteger novamente.

- Era você. - eu sorri. - Eu sabia que era você. 

- Sim era, Lana, me prometa.

- Eu prometo. - então ouvi passos. - agora preciso desligar.

- Eu te amo. - ele disse.

- Também te amo. - falei e desliguei.

Ficar em casa era um verdadeiro inferno, e pra piorar as coisas Lucas não saia daqui. Minha mãe e Marcus pareciam enfeitiçados por ele, por mais que vissem minha raiva quando ele chegava eles não o impediam de vir aqui, eu cheguei a protestar mas Marcus não aceitou, disse que era só uma raiva por que tinhamos terminado e iria passar logo.

Eu não contei que ele tinha tentado me agarrar. 

Perdi as contas de quantos dias fiquei confinada em casa, dias, semanas talvez... Sai apenas uma vez para caçar, mas Marcus foi junto comigo.

Eu não protestava minha liberdade, não queria mais discuções, mas também não aguentava mais aquela situação.

Eram raras as ocasiões que eu podia falar com Daniel e ainda assim só por telefone.

Vez ou outra apareciam alguns vampiros aqui para falar sobre o ataque, eu escutava tudo e falava para ele, e ele me dizia o que os lobisomens estavam resolvendo sobre isso.  Eles não queriam guerra e isso era um otimo começo.

Finalmente em uma tarde minha mãe entrou no quarto dizendo que eu estava liberada da carceragem, que podia voltar a minha vida normal, mas me fez prometer não voltar a ver Daniel.

Essa era uma promessa que eu não poderia cumprir.

Não perdi tempo, quando a noite caiu fui encontra-lo no rio. 

- Lana. - ele me recebeu com um sorriso enorme. 

Eu corri e pulei em seus braços, então ele me beijou, nós nunca tinhamos ficado tanto tempo afastados, nos beijamos com uma vontade enorme, como se aquele fosse ser nosso ultimo beijo. Nos separamos como sempre, cedo demais. 

- Oi, meu amor. - ele sorria. 

- Senti sua falta. - eu o abracei.

- E eu o mesmo. - ele acariciava minhas costas. - Mas hoje não vou poder ficar muito tempo... Tenho que voltar logo, Ruby disse que Samuel quer falar comigo... É importante.

- Tudo bem... - eu suspirei. - Mas podemos matar a saudade? 

- Pelo menos parte dela... 

Então voltamos a nos beijar.

Mas muito cedo ele teve de partir, poderiamos ter ficado ali horas, dias, semanas que não seria o suficiente para acabar com a saudade que eu sentia dele.

Aquilo não foi o suficiente para acabar com a falta que o corpo dele me fazia, a falta que o calor dele fazia... 

Fiquei um tempo sentada na margem do rio olhando a agua mas logo estava entediada e resolvi voltar para casa, pensei em ir caçar mas minha fome ainda não havia me incomodado, eu poderia esperar até outro dia. 

Quando cheguei notei a casa vazia, Marcus e minha mãe deveriam ter saido pra caçar, fui até a sala e sentei no sofá, fiquei trocando de canais mecanicamente sem ver nada.

Passaram-se algumas horas então senti o cheiro de Marcus se aproximando, mas ele estava sozinho.

Estranho. 

Ele entrou e veio até mim. 

- Cade a mamãe? - eu perguntei.

- Caçando. - ele se sentou ao meu lado e suspirou. - encontramos uns campistas, eu sequei dois e ela apenas uma... Disse que não estava satisfeita e rastreou um caçador. Eu disse que a acompanharia mas ela insistiu que eu voltasse.. - ele deu ombros. 

- Ah sim... Logo ela chega então. - voltei minha atenção para a televisão. 

Estava começando um filme então fui ver a sinopse. Um vampiro que se apaixona por uma humana, Marcus riu. 

- Alguma semelhança? - eu ri 

- Nenhuma. Vamos assistir esse? 

- É, pode ser. - eu dei de ombros.

Pela primeira vez em muito tempo conseguiamos ficar juntos sem brigar nem discutir.  Riamos  e comentavamos os efeitos fantasiosos do filme.

- Ah não, ele brilha no sol? - Marcus soltou uma gargalhada estridente. - Desde quando vampiros brilham? Por favor, isso pra mim é uma fada e não um vampiro. - eu o acompanhei no riso.  

- Eles comem o que? Eca, sangue de animal é nojento.

- Nem me fale. - Marcus fez uma careta. 

Assistimos ao filme nos divertindo com aquilo.

Eu sentia falta de ficar daquele jeito com Marcus.

O filme acabou e continuamos conversando e brincando sem nos preocupar com tudo o que estava acontecendo.

Eu sentia falta daquilo, muita... e foi otimo, até que olhei no relógio e vi que já ia dar 4:30 da manhã e nem sinal de minha mãe. 

- Marcus, você não acha que está tarde? 

- Que? - ele parou de rir e ficou sério enquanto olhava no relógio também.

- Está muito tarde... Melhor eu ir porcura-la. - ele se levantou.

- Vou com você. - me levantei e o segui.

Fomos correndo até o ponto onde haviam se separado e procuramos pelo rastro da minha mãe, eu fui a primeira a encontrar e sai correndo seguindo seu rastro, eu era a mais rápida e deixei Marcus com uns segundos de atraso.

Não foi dificil chegar até onde minha mãe estava, mas o que encontrei ali foi uma imagem que eu nunca pensei em ver, que eu nunca quis ver e que eu nunca vou esquecer.

Minha mãe não estava ali, o que encontrei foi seu corpo sendo despedaçado por um animal que eu já vira antes, um lobisomem de pelo muito escuro, quase negro, não pude ver seus olhos, mas reconheci seu pelo.

Eu paralisei com aquela cena.

Quando ele me viu soltou oque sobrara do tronco de minha mãe e saiu desabalado floresta a dentro. 

Minha mãe fora assassinada.

Havia sangue por toda parte, haviam partes de seu corpo espalhadas em todos os lugares. 

Eu queria gritar, mas não encontrava minha voz. 

Eu queria ir até ela mas não encontrava o controle das minhas pernas. 

Minhas pernas pareciam não suportar o peso de meu corpo e eu cai de joelhos. Lagrimas brotavam de meus olhos.

Tudo isso não levou alguns segundos, tempo suficiente para que Marcus me alcansace.

Ele chegou a tempo de ver o lobo correndo para as arvores, mas assim como eu ele ficou sem reação vendo o que já não tinha mais volta. 

- Não. - ele falou primeiro em um sussurro. - NÃO! NÃO! - ele gritou, eu nunca o vira gritar tão alto. 

Ele correu até o que sobrara dela e também caiu de joelhos.

Uma dor lacinante me atingiu.

Meu coração pareceu se estilhaçar como um vidro atirado de cima de algo muito alto.

Eu não podia acreditar no que meus olhos viam.

- O que está acontecendo aqui? - eu ouvi a voz de Lucas. - Diana. 

Ele foi em direção a Marcus. 

- Quem fez isso? - ele perguntou em um sussurro, e quando viu que eu não responderia se dirigiu a Marcus.

- Quem fez isso, Marcus? 

- Um lobisomem. - Marcus respondeu quase sem voz. 

- Pra onde ele foi? - ele disse sério. 

Marcus apontou e em seguida ele foi correndo na direção em que o lobisomem fugira.

- Eu não entendo. - eu encontrei minha voz e disse em um murmurio apenas para mim. - Não é lua cheia. 

- Eles não precisam da lua cheia para serem crueis. - eu não percebera que Marcus estava ao meu lado. - Eles pediram guerra. 

Eu não disse mais nada, havia algo errado ali.

Minha mãe morrera e eu reconhecera aquele lobo, mas outros lobos podiam parecer com ele, não podiam?

Eu torcia com todas as minhas forças para estar errada em minha suspeitas , eu não podia acreditar naquilo. Simplesmente não podia. 

Minutos depois Lucas voltou até onde estavamos.

Seu rosto estava inexpressivo. 

- E então? - Marcus foi o primeiro a falar.

Lucas balançou a cabeça e me olhou. 

- Lucas, você os viu? 

- Eu o vi voltar para a forma humana e para se juntar aos outros. 

- Otimo. Assim podemos mata-lo mais facilmente, você viu o rosto dele? - Marcus perguntava com odio na voz olhando para Lucas, Lucas por outro lado não tirava os olhos de mim.

- Vi mais que isso. 

- O que você viu? - Marcus estava agitado. - Quem era?

- O namorado da Lana. - ele ainda me olhava.  - Daniel.

Eu perdi a voz. 

Parecia que eu fora atingida por um raio. 

Eu não podia acreditar no que Lucas estava me dizendo. 

Eu não podia acreditar no que eu tinha visto.

Eu não podia acreditar que Daniel fosse capaz de fazer algo assim, e principalmente comigo.

A lua não estava cheia, ele não estava descontrolado...

E mesmo quando era o caso ele me salvara. 

Daniel não faria isso, faria?


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado.
Bem, tenho uma proposta para vocês, sei que tenho vários leitores, muitos são fantasmas pelo que percebi, mas tudo bem... Então, quem achar que a história merece e quiser mandar uma recomendação para a história me deixaria muito feliz & alem disso ganharia o inicio do próximo capítulo mais alguns spoilers do que se seguirá. O que me dizem?