(...)

Gabriella abriu um sorriso de orelha a orelha quando me viu. Ela estava linda e, como já era de se esperar, estava bem casual. Não pude deixar de passar um tempão babando por ela. Então, quando consegui me recompor, finalmente falei:

–Vamos?

–Anh... É... Jus, eu tenho uma coisinha para te dizer.

–Eu sei que você me ama demais, que não vive sem mim e me acha o garoto mais charmoso da face da Terra.

Ela riu. Seu sorriso era tão lindo, tão meigo que toda vez que ela sorria eu tinha vontade de morrer. Não, eu estava sendo dramático, eu tinha vontade de puxá-la para mim e nunca mais soltá-la, de ficar olhando para aquele sorriso maravilhoso pelo resto da minha vida.

–Não é isso. É... Bom...

Bonnie, Luke, Alícia e um outro garoto vestido de preto e com maquiagem pesada, colocaram os rostos para fora da porta. Agora está tudo explicado, pensei. Gabriella forçou um sorriso e ergueu as mãos como quem diz "não fui eu".

–Que agradável surpresa - menti.

–Eu esqueci que tinha amrcado de ir ao cinema com eles e...

–Você vai me dar o bolo?

–Não! - ela quase gritou - Eles vão conosco.

–Tudo bem. Sem problemas. Não me importo. Tudo tranquilo.

Depois de mentir daquele jeito, decidi que dali em diante pensaria seriamente em seguir carreira de ator. Sério, eu levava jeito para aquilo. Meu encontro com Gabriella tinha acabado de virar um encontro a 6 e mesmo assim eu ainda tinha um sorriso no rosto. Merecia o Oscar, sim ou claro?

–Então tá - Gabriella deu de ombros.

–Eu tenho uma coisa para você.

Mostrei para Gabriella a camisa do Los Angeles Lakers que eu escondia atrás de mim e sorri para ela. Ela me mostrou a camisa dos Houston Rockets e sorriu para mim.

–Nem morta eu visto isso - ela disse, apontando com nojo para camisa que eu segurava.

Bonnie, atrás de Gabriella, chorava de rir da minha cara de bococa. Eu estava prestes a ter um colapso nervoso.

–Como... Assim?

Luke, Bonnie, Alícia e o gótico esquisito saíram do apartamento, todos vestidos em camisas dos Rockets. Trinquei os dentes. Gabriella me seu um selinho e vestiu a camisa ridícula dela por cima da outra.

–Não adianta me beijar! - eu disse, enquanto ela ria de mim - Não adianta! Eu não vou te perdoar, caramba!

–Ah, não vai? - ela colocou a mão na cintura.

–Não vou.

–Então irei agora mesmo vestir aquela saia que você disse que...

–Eu te perdoo! - interrompi a chantagem dela, a puxando pela cintura e a enchendo de beijos - Tudo menos a saia - sussurrei.

A ultima coisa que eu queria era ver um bando de marmanjos babando pela minha namorada. Se em circunstâncias normais os caras já babavam, imagine com aquela minissaia que mede um palmo.

–Com licença, mas nós iremos hoje ou amanhã? - Bonnie nos interrompeu, impaciente.

Revirei os olhos. Meu Deus, como Bonnie era chata!

–Vocês têm os ingressos? - perguntei.

Alícia tirou os ingressos do bolso e os usou de abano.

(...)

Sentamos na primeira fileira, bem perto do banco de reserva. Depois de muito pedir, os outros conseguiram sentar na mesma fileira que eu e Gabriella. Droga.

–Quem é esse Dan? - sussurrei no ouvido de Gabriella.

–É o namorado de Bonnie - só podia ser - Ele nunca dá um sorriso.

–Bonnie e suas aberrações - bufei.

Gaby socou minha barriga.

–Ai! - gritei. Todos viraram para nós.

–Ela é minha amiga, não fale assim dela.

–Pode deixar. Aprendi a lição nunca fale nada sobre os amigos de Gabriella, ou pode levar um soco na barriga.

–Idiota - ela me deu um selinho.

–Seu amor por mim é comovente.

Ela riu.

–Eu já disse que te amo, mas nem por isso você deixa de ser um idiota.

–Sabe, Gabriella está certa... - Luke disse.

–Cala a boca, Luke - eu disse.

–... Mas não se trata assim um namorado.

–Continua falando, Luke - o incentivei.

–Você só fala isso porque nunca teve um namorado. Pelo menos é o que eu acho.

Eu ri. O jogo começou. Foquei toda a minha atenção no jogo e nem liguei para a discussão de Gabriella e Luke. Nem para a de Bonnie e Alícia, que discutiam sobre cachorros. Deus, dai-me paciência.

(...)

–Perdedor! - Alícia gritou, rodando e rindo.

–Não chora não, Bieber - Bonnie apertou minhas bochechas e fez biquinho.

–Passa a grana, ninguém mandou apostar - Luke disse, me apressando.

Eles riam da minha cara, bagunçavam meu cabelo e enchiam meu saco. Eu aguentava tudo calado, pois a culpa era toda minha e da minha boca grande. Se eu não tivesse tirado todo mundo so sério quando os Lakers estavam ganhando eu não estaria naquela situação. E que situação.

–Que palhaçada é essa? - me senti aliviado ao ouvir a voz de Gaby - Eu saio por um segundo e vocês fazem isso com meu bebê.

Ela me abraçou e me encheu de beijos. Estávamos andando pela Peachtree Street, em meio de uma multidão de gente que ia de lá para cá. Algumas pessoas me paravam, falavam comigo, pediam autógrafos e tiravam fotos.

–Ele pediu por isso - Alícia disse, dando de ombros.

–Passa a grana da aposta - Gaby disse, ainda me abraçando.

Tirei 50 dólares do bolso e entreguei. Ela riu e me encheu de beijos, se afastando em seguida. Gabriella, Bonnie, Alícia e Dan caminhavam por um lado da rua enquanto eu e Luke conversávamos sobre NBA do outro lado.

Tudo aconteceu tão rápido que nem eu mesmo consegui entender o que houve. Em um segundo eu estava falando sobre a derrota dos Lakers com Luke e no outro estava sendo abraçado por uma garota que enchia minha bochecha de beijos. Foi tão rápido que eu nem consegui ver quem era ela.