Seduzindo O Sr. Perfeito escrita por Srta Snow, Tahy S Snow
Molly andou apressada pelo enorme saguão da empresa. Ela estava atrasada. Após bater o carro, tinha ligado para a seguradora alem de ter explicado o ocorrido teve que esperar o reboque chegar. Estava triste e desanimada. Pressionou o botão do elevador sem animo. A ultima coisa que queria era trabalhar aquele dia. Entrou no elevador e não demorou em estar no ultimo andar do enorme edifício. Ela era responsável pelo setor da comunicação. A sua formação era uma das melhores de seu setor. Ela havia sido empregada há um ano e desde aquele momento sentia-se importante na empresa. Todas as decisões, em seu setor pelo menos, tinham que passar por ela antes de qualquer coisa. A sua vida profissional era muito boa em comparação com a sua vida amorosa. Seus romances não passavam de cinco meses, todos os seus namorados a largavam afirmando que ela os sufocava. Suspirou pesadamente ao lembrar-se de todos eles. Talvez eu precise encontrar novos homens apenas, pensou suspirando. Entrou em sua sala, e não demorou para o gerente de comunicação aparecer em sua sala.
-Molly, estava lhe procurando. Onde esteve? – um homem menor que ela, um pouco acima do peso perguntou visivelmente nervoso.
-Estava em meu horário de almoço – falou calma. – aconteceu algo?
-É claro que sim. – olhou para a porta e falou baixo – o novo chefe executivo chegou.
-E daí? Não tenho uma ligação direta com ele.
-Não tinha.
-Como?
-Ele precisa de alguém para ajudá-lo nessa transição e você foi à escolhida.
-Transição? Ele é o chefe executivo e eu sou apenas do setor de comunicação. Que tipo de transição é essa? Quer mostrar a ele o quão alto é o seu salário? Ele já deve saber disto. Não estou entendendo.
-Apenas vamos. Ele está esperando. É um homem muito impaciente.
-Certo – disse ajeitando a sua roupa e os cabelos. – Só espero que ele não seja como o idiota arrogante de hoje à tarde.
-Como?
-Nada não. – falou séria seguindo o gerente pelos corredores ate chegar em frente a sala do chefe executivo. A secretaria olhou para eles, reprimindo um sorriso ao ver Molly. Elas não se davam bem desde o colegial. Eram antigas conhecidas.
-Viemos ver o Sr. Heiden – o gerente disse sorridente – ele está muito impaciente?
-Está – disse seca, antes de pegar o telefone e avisar sobre a chegada das pessoas a sua frente. – Podem entrar.
Eles entraram e a primeira coisa que Molly viu um homem em pé de frente para a janela, de costas para eles. Ele era alto, suas costas eram largas e seus cabelos aparentavam ser fartos o que demonstrava a sua pouca idade.
-Sr. Heiden – o gerente disse – perdoe a demora, mas esta é Molly Jones. Seu elo de comunicação com a empresa a partir de hoje.
Heiden virou-se lentamente, olhou para a mulher a sua frente e sorriu. Molly podia sentir o sangue sumir de suas faces. O seu mais novo chefe era o homem em que havia batido o carro. Droga, agora devo ser demitida, pensou ao encará-lo.
-É um prazer conhecê-lo – Molly disse tentando aparentar tranqüilidade.
-É ótimo revê-la – Heiden disse sério. – Vamos trabalhar juntos a partir de hoje. Ao sair marque uma reunião com minha secretaria para hoje, preferencialmente. Preciso me inteirar sobre alguns assuntos.
-Certo, mas... Eu não sou a pessoa mais indicada para isso.
-Eu decido quem é ou não indicado, Srta. Jones e no momento é a Srta. Então não vamos criar problemas por bobagem. – a encarou – mais tarde nos veremos então.
Esse é o homem mais detestável que já conheci na vida, pensou ao caminhar para fora da sala juntamente com o seu gerente.
-Vocês se conhecem? - o gerente perguntou curioso.
-Apenas um oi no elevador. Nada demais.
-Hum.
-Afinal porque me mandou para uma furada dessas? – ela perguntou ao gerente.
-Não fui eu – disse a olhando – foi ele. Ele a escolheu – deu de ombros e seguiu na frente deixando-a perplexa para trás.
-Vai ficar parada ai o dia todo? – a secretaria de Daniel Heiden disse a olhando – O Sr. Heiden me informou sobre a reunião. Ele possui um horário livre hoje às 16h. Esteja aqui em ponto. – ao ver que ela não tinha nenhuma reação a chamou – Está me ouvindo Molly?
-Hã?
-Reunião. Hoje. Ás 16h aqui com Daniel Heiden.
-Oh, claro – disse sem graça indo embora, mas antes virou-se e olhou para a porta de sua sala. Porque ele me escolheu? Será que quer se vingar? Pensou alarmada.
Daniel sorriu ao ver Molly sair de sua sala. Ele nunca havia imaginado o quão divertido seria. Ao ver o nome dela no cartão de visita da empresa achou que fosse alguma brincadeira, mas logo que chegou perguntou sobre o departamento de comunicação e para a sua surpresa, o nome dela foi dito, ela trabalhava lá. Com fins, puramente, de diversão resolveu chamá-la para auxiliá-lo em algo que poderia fazer sozinho. Entretanto percebeu que aquela idéia havia sido perfeita ao ver o seu semblante preocupado. Nunca divertiu-se tanto na vida. Sentiu o seu celular vibrar e sorriu ao ver a identificação.
-Querido, como vai o novo trabalho? – uma voz feminina perguntou do outro lado da linha.
-Cômico.
-E desde quando você se diverte trabalhando? – sorriu – essa é nova. Quem é a mulher?
-Não. Ela não faz o meu tipo. Apenas é divertido o modo pitoresco dela. Trabalhar aqui pode ser muito divertido afinal de contas.
-Certo, mas não esqueça do jantar de hoje a noite.
-Não esquecerei. Fique tranqüila. – disse desligando. Olhou pela janela mais uma vez e sorriu. Ele não acreditava que estava indo tão bem em sua vida profissional e amorosa. Tudo se encaixava esplendidamente. Se sentou em sua cadeira e começou a ler alguns arquivos. Ele tinha muito trabalho pela frente e não poderia desperdiçar nenhum segundo.
Ás 16h em ponto uma mulher andava pelos corredores da empresa pálida. Molly não sabia o que estava fazendo, mas de uma coisa ela tinha certeza. Se não fosse perderia o seu emprego.
-Vamos enfrentar logo a fera – disse ao entrar na anti-sala. Sorriu para a secretaria dele, mas ela apenas virou o rosto e pegou o telefone informando que Molly Jones havia chegado. Após receber a permissão para entrar, ela girou a maçaneta levemente e tentou sorrir ao ver Daniel Heiden a encarando. – Sobre o que quer falar? – perguntou em sua frente.
-É bem direta ou está apenas assustada?
-Assustada? Porque estaria Sr. Heiden?
-Porque o meu carro está no mecânico por sua causa. Tem idéia do quanto ele custou? – indagou referindo-se a sua Mercedes Benz SLK 200. – Você iria trabalhar a sua vida toda e não iria poder pagar.
-Obrigada por demonstrar o quanto é rico, mas já dei o numero do meu seguro. Agora é com eles e não comigo.
-Muito bem, nisto está correta – sorriu – lhe chamei para trabalhar e não falar sobre carros. Sente-se – indicou a cadeira em sua frente. Molly caminhou, tentando aparentar segurança, mas sentia-se vulnerável ao lado dele – Quero uma relação dos patrocinadores. Quero que organize alguma forma de interação entre eu e os funcionários mais relevantes.
-Relevante? – Cretino arrogante, pensou – que tipo de relevância tem em mente?
-De cargos. Os maiores em hierarquias de cada setor. Quero conversar com eles, saber as opiniões e tudo que for relacionado a seu trabalho.
-Certo. Sem problemas.
-De seu setor quem é a pessoa competente para isso?
-Para a reunião? Sou eu – o encarou – deveria ao menos saber disso, não acha? Afinal me escolheu, pessoalmente, para essa função.
-Concordo, mas não sou obrigado a saber todas as funções de todos os funcionários. Saber que estava na área de comunicação foi o diferencial e o mais importante.
-Entendo.
-É só isso – sorriu – quero tudo pronto para essa semana. Na sexta deve estar tudo perfeito e organizado.
-Mas hoje é quarta.
-Tempo mais do que suficiente, não acha?
Molly assentiu e saiu da sala antes que falasse algo que a fizesse perder o emprego. Esse homem ainda vai me deixar louca. Como eu queria poder estrangulá-lo apenas um pouco, só para ele perder aquele ar de superioridade. Pensou sorrindo ao imaginar a cena. O seu mundo imaginativo estava tão bom que não percebeu para onde estava indo e não demorou muito para bater a cabeça contra a parede. Levou a mão para o machucado e sorriu sem graça ao ver os seus colegas a encarando.
-Quem colocou essa parede aqui? Tinha certeza que ela não era aqui – disse alto sorrindo, virou de costas e andou o mais rápido que pode, mas não tão rápido a ponto de não escutar os risos.
-Hoje não é o meu dia – lamentou-se.
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