Alice Jackson Os Heróis Do Olimpo 2 escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 15
Capítulo 15 - Um Ciclope Viciado em... Chiclete?


Notas iniciais do capítulo

Muito interessante essa jogada (estou falando como a Dora, minha irmão irritante e completamente maluca, tanto mentalmente quanto por maquiagem). kkkk
Esse capítulo ficou mais grandinho e eu gostei muito dele! Vamos conhecer outra pessoa no história. Um ciclope viciado em... chiclete? kkk.
Ah! Meus deuses, eu devo estar enlouquecendo, não consigo parar de rir! kkkk



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Cronos estava mais elegante que da última vez. Esperava-me cordialmente junto a mesa, posta para dois.         

            _Obrigada, Sr. Cronos._ ouvi uma voz desconhecida sair da minha boca.

            _O prazer é todo meu, senhorita.

            Sentamos e parecia haver uma tensão no ar.

            Passei as mãos sobre meu colo, alisando o vestido azul de seda. Tinha certeza de que aquelas não eram minhas mãos, eram pálidas como cera.

            _Então?_ disse Cronos, por fim._ Conseguiu?

            Sorri.

            _Está feito. Mas um pouco, e eles estariam se matando, mas sei que não é o que o senhor quer. Meu irmão mais velho teria ficado satisfeito…

            _Ares? Mas eu pensei que fosse filha de Nix…

            _Não. Algumas pessoas diziam que eu era filha primogênita dela, mas é mentira, é que Zeus, meu pai, nunca gostou de Ares, mas ele sempre teve o apoio de Hera, minha mãe, e eu não._ eu dizia isso com o olhar distante, quase sonhador._ E talvez porque Zeus não suportasse outro filho causador da guerra e da discórdia, eles se recusam a assumir que são meus pais._ Dei de ombros._ Mas eu terei minha vingança, igual tive de Peleu e Tétis. Comecei a Guerra de Troia. Nada teria contra começar mais uma Grande Guerra dos Titãs.

            Cronos ficava bem de terno, era quase atraente. Balancei a cabeça levemente, tentando afastar esse pensamento.

            _Ares é bonito, você não acha?_perguntei repentinamente para Cronos.

            Ele pareceu sobressaltado por um momento e depois disse:

            _Se você diz…

            _Mas ele gosta da Afrodite, não de mim. Ninguém gosta de mim. Como poderiam?

            Cronos sorriu amavelmente.

            _Eu gosto de você, bela donzela.

            _Você não acha que a filha de Ares é uma boba?

            _Harmonia?

            Assenti.

            _Acho.

            _Eu também.

            Olhei para o lado e vi um casal aos amassos.

            Bufei e resmunguei algo como:

            _Eu odeio a Harmonia.

            Então apontei para eles e os vi começar uma briga intensa, sorri.

            _Assim está bem melhor._ Então olho para Cronos._ Sr. Cronos, se me permite, irei embora.

            _Ainda não. Fique para o jantar.

            Dei de ombros.

            Depois jantamos e a conta veio, olhei para Cronos e vi que pegava o dinheiro na carteira.

            Levantei-me e estava indo embora, quando ouvi uma voz sussurrar no meu ouvido.

            _Não ainda, minha querida._ Sua voz era suave e fatal._ Não ainda, Éris.

            _Não sei o que espera de mim, senhor. Já lhe disse que não posso sentir nada pelos outros.

            Minha voz era terrivelmente fria. Não continha emoção alguma. Mas, eu sabia que mentia. Estava mentindo descaradamente. Dentro de mim, os sentimentos se misturavam e eram tão confusos que nem eu mesma entendia. Eu amava com todas as minhas forças, alguém. Procurei com desespero o seu nome. Ares. Eu era apaixonada por ele desde o dia em que eu o tinha visto, a mais de três mil anos atrás. Não amei mais ninguém nunca. E ele gostava, gostava muito de mim, eu era a culpada por seu passatempo favorito. Guerras. Mas tinha Afrodite. E a tonta da minha sobrinha, Harmonia. Eu as odiava profundamente. Parecia que todos os meus sentimentos eram extremamente fortes, mas estavam aprisionados dentro de mim.

            _Mas, saiba, que eu e meus filhos estamos ao seu lado, contra meus pais idiotas. Desta vez, eles caíram. Tem a deusa da discórdia do seu lado, senhor._ e dizendo isso, fui embora.

***

            Cronos estava lá, olhando uma mulher de cabelos pretos e lisos, vestido azul marinho e pele branca. Ela emanava uma aura sombria. Mordi o lábio inferior. Sentia um pouco de medo dela. Ela era assustadora.

            Assim que a mulher partiu, Cronos se virou para onde eu estava, ele estava me vendo. Isso não era bom, ele não podia me ver, embora eu não soubesse exatamente por que.

            Mas então ele desviou o olhar e voltou para a mesa, colocou o dinheiro sobra a mesa e tinha se virando para seguir o exemplo da mulher e ir embora, mas ele olhou de novo para mim e franziu o cenho.

            Prendi a respiração, ele não podia me ver.

            Mas, novamente, ele parou de olhar e seguiu em frente.

            Respirei fundo, ele não tinha me visto.

            Então senti uma mão pegar no meu pescoço, ela me sufocava.

            O ar fugiu de meus pulmões, o aperto se intensificou.

            Eu ia morrer.

            Repentinamente, consegui respirar e ouvi a voz letal dele:

            _Tem um poder impressionante. Quase não consegui te ver. A que devo o prazer de sua companhia, Alice Jackson?

            O modo com que Cronos pronunciou meu nome, fez minhas pernas derreterem e eu tive que me apoiar na parede.

            _Não vai responder? Ótimo, farei com que fale.

            _Como?_perguntei, embora nem eu mesma soubesse como tinha ido para ali.

            _Se não falar, te matarei.

            Ri, sem humor.

            _Então não saberia da verdade, Cronos._ Embora o nome dele tivesse apenas duas silabas, falei de um modo que pareceu que ele tinha bem mais.

            Cronos soltou um grunhido de fúria e novamente agarrou meu pescoço e o apertou. Ele queria me matar. Ele iria me matar se tivesse a oportunidade. E a oportunidade estava bem a sua frente.

            Abri a boca para gritar, mas a falta de ar me impediu. Eu não conseguia fazer nada, apenas me debater. E, vi seus olhos furioso e o seu sorriso, antes de me entregar a escuridão.

***

            _Alice, Alice, Alice!

            Alguém me chacoalhava.

            Não me mexi, queria dormir, apenas dormir, será que essa pessoa não via isso?

            _Alice! Acorda! Apolo, Cristal, me ajudem, acho que ela morreu.

            Ouvi passos e então alguém pegou meu pulso, por instinto, o puxei para perto de mim.

            _ Ela está bem, Yasmin. Não morreu._ ouvi a voz reconfortante de um homem._ Alice…_ o garoto sussurrou no meu ouvido._ Está tudo bem? Consegue me ouvir?

            Balancei a cabeça, sem abrir os olhos.

            _Então abra os olhos.

            Obedeci. Lá estava uma garota com os cabelos castanhos e olhos da mesma cor; uma tinha os cabelos lisos e também castanhos, só que mais escuros; ah, sim, e o garoto, loiro com os olhos azuis cintilantes.

            Por um momento, não os reconheci, mas no outro, nomes vieram a minha cabeça:

            Yasmin Young.

            Cristal Johnson.

            Arthur Polo.

            E eu lembrei-me de tudo.

            _Eu… Eu tive um sonho tão estranho._ Minha garganta doía. Levei a mão ao lugar._ Tinha Éris… e Cronos…

            Assim que disse o nome do titã, os três começaram a se remexer.

            _Primeiro eu era a deusa da discórdia e então eu estava observando tudo por fora e Cronos queria me matar… Foi tão confuso…

            _Alice… está se sentindo bem?_ perguntou Art.

            _Ótima. Vou contar o sonho para vocês.

            E contei tudo para eles.

            _Onde estávamos?_ disse depois, observando os bancos ao meu redor.

            _Estamos em um ônibus, indo para a Virgínia._ disse Cristal, cujas olheiras estavam mais escuras que nunca.

            Art olhou o relógio em seu pulso e concluiu:

            _Mas ainda faltam algumas horas. Acho melhor todos nós tentarmos dormir.

            Cristal e ele voltaram para seus bancos e Yasmin, ao meu lado, fechou os olhos e encostou mais no banco.

            Olhei pela a janela e vi que ainda estava noite, antes de tudo ficar escuro de novo.

***

            Tive muitos sonhos. Alguns dos quais não me lembro. Nos outros, eu via o acampamento todo em guerra, talvez, o cumprimento da palavra de Éris. A discórdia tinha atacado a todos.

            E então, acordei olhei para o lado e vi que nuvens pesadas cobriam todo o céu, a chuva se aproximava. Mas era difícil dizer se já anoitecera ou não. Era difícil dizer porque o tempo todo escuras nuvens cobriam o céu e o sol era quase inexistentes.           

            Sem Apolo e Artemis, as coisas começavam e se complicar e nós estávamos tão perto de resgatá-los quanto os todos os outros.

            Meus amigos ainda dormiam. De repente, por me sentir entediada e não querendo acordar nenhum deles, me vi tentando descobrir o nome do meio deles, que eu subitamente percebi que não sabia.

            Rindo, pensei que Art podia se chamar Arthur Prince Polo, o que ia ser engraçado. Arthur Príncipe!

            Yasmin, podia se chamar, Yasmin Prefect Young. Yasmin Perfeita Jovem! Seria legal.

            E Cristal? Cristal era uma para sempre com sono, talvez Cristal Dream Johnson.

            Vi que Yasmin estava se mexendo. Então seu rosto parou virado para mim e ela abriu graciosamente os olhos. Parecia uma princesa acordando. Não sei como ela conseguiu fazer isso, mas até para abrir os olhos, ela tinha conseguido parecer perfeita.

            _Bom dia._ disse ela, se espreguiçando.

            _Bom dia.

            Passamos alguns minutos em silencio e eu ouvi, involuntariamente meu boca falando o que eu estava pensando.

            _Yasmin, qual seu nome do meio?

            Ela pareceu sobre saltada por um momento, mas depois relaxou e disse:

            _É Yana. Yasmin Yana Young. YYY._ ela riu._ Não sei onde meus pais tiraram esse meu nome do meio. Pelo que entendi significa “encantadora”. E Yasmin, “flor branca”. Acho que isso me torna uma “jovem e encantadora flor branca”._ E Yasmin riu de novo._ Mas, por que essa pergunta?

            _Nada não, é só que de repente, comecei a me perguntar isso.

            Yasmin fez uma cara de quem pouco acreditava.

            _Sei… Mas e você?

            _Caroline. Alice Caroline Jackson. ACJ.

            _Legal… Ei, sabe que é uma coisa realmente curiosa? Comecei a me perguntar qual seria o da Cristal e do Apolo. Aposto que o do Apolo deve ser alguma coisa bem horrível, para eu atormentá-lo pelo resto de sua vida.

            Ri.

            Depois de uns dez minutos, Art acordou.

            _Chegamos?_foi a primeira coisa que nos perguntou.

            Balancei a cabeça, negativamente e ele se jogou de volta no banco.

            _Apolo, qual seu nome?

            _Que? Como assim? É Arthur, você sabe.

            Yasmin rolou os olhos.

            _Não, seu nome completo bobão.

            _Arthur… Polo…_Disse ele pausadamente, como se esperasse que ela o atacasse a qualquer momento.

            _Você não tem nome do meio?_ perguntei.

            _Não. Eu só Arthur Polo. Só isso, só, só eu. Você não é só Alice Jackson?

            Balancei a cabeça de novo.

            _Sou Alice Caroline Jackson.

            Quando disse meu nome do meio, seus olhos brilharam como se saber disso era como descobrir o céu.

            Achei estranho.

            Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele perguntou:

            _ E você?

            _Yasmin Yana Young.

            Art começou a rir.

            _Yana._ Risos._ O que vem a ser Yana? Algum tipo de…_ mas ele nunca chegou a terminar a frase, Yasmin tinha apontado a mão para ele.

            _Mas uma palavra. Uma palavrinha sobre o meu nome e eu faço. Eu juro que faço.

            Art não disse mais nada. E Yasmin finalmente relaxou a mão. Os dois se encostaram nos seus bancos, de braços cruzados e cabeça baixa.

            _Bruxa._ murmurou ele.

            _Futricado._ murmurou ela de volta.

            Art olhou para mim, como se tentasse roubar o significado da palavra dos meus olhos. Não sei se ele entendeu, tentei dizer para ele esperar a Yasmin se acalmar, mas ele voltou a olhar para baixo.

            Estamos quase chegando. Mas uns vinte minutos e estaríamos em Alexandria. Foi quando Cristal acordou.

            _Nós…_bocejo._ Chegamos?!

            _Não.

            _Cristalzinha, linda._ falou Yasmin._ Qual seu nome completo?

            Cristal e franziu a testa.

            _É… _e ela bocejou de novo._ Cristal Ange… _bocejo._ Angelina Johnson…_Cristal bocejou_ Por quê?

            _Nada não. O meu é Yana, o da Alice é Caroline e o Apolo não tem._ disse ela antes que Cristal perguntasse.

***

            Alexandria até que era bonitinha. Não era tão grande nem tão populosa quanto Nova York, mas era legal.

            O ônibus parou e nos quatro descemos.

            Já era uma da tarde e eu estava me sentindo suja e cansada. Então, sugeri que parássemos em um hotel para descansar. A ideia foi bem aceita.

            _Por mim, tudo bem, desde que eu não tenha que dividir o quarto com o Apolo…_ disse Yasmin, entre os dentes.

            Como todos concordassem, começamos a procurar um hotel, não precisava ser uma completa maravilha, desde que tivesse camas e um banheiro. A ideia era só passar a noite.

            Um pouco afastado na cidade, tinha um hotelzinho zero estrelas, mas confortável e acolhedor.

            _Bem, então, acho que é isso. 

            _É…_concordei com a Yasmin.

            _Não é nenhum palácio, mas…

            Ouvi Cristal bocejar ao meu lado. Art suspirou.

            Pedimos um quarto, já que um só era consideravelmente mais barato e talvez não tivéssemos dinheiro o suficiente para continuar se gastássemos tudo logo na primeira parada.

            O quarto era bem simples. Não tinha nada de mais e a cor predominante era um marrom claro sem graça. Tinha duas camas de casal. Meus deuses, isso ia dar problema!

            Agradeci a mochinha que tinha nos levado até o quarto, fechei a porta e ouvi Yasmin dizer:

            _Eu não vou o Apolo!

            _Para mim…_ bocejo._ Tanto faz…_ e Cristal bocejou de novo.

            _Ótimo. Yasmin e Cristal, a cama do lado da janela é toda de vocês. Art, a do lado do armário é nossa. Cuidado com essa mão boba!_avisei, arrancando risinhos da Cristal.

            _Ei! Eu não sou pervertido como o Orb!_protestou ele.

            _Acho bom mesmo, porque…_ toque o diamante vermelho de uma das minhas pulseira e ela se transformou em um punhal_ se você encostar um dedo em mim, eu te castro.

            Yasmin e Cristal começaram a rir.

            Art arregalou os olhos.

            _Obrigado por avisar._ disse ele sarcástico.

            _De nada.

            Nós quatro saímos para almoçar em um barzinho perto do mini hotel, depois, iríamos ver para onde e como iríamos a seguir.

            O bar, diferente do hotel, era imundo e freqüentado por poucas pessoas, mas todas suspeitas.

            Tinham uma mulher muito estranha usando um véu que cobria todo o seu corpo, a não ser pelo nariz comprido e meio torto; dois homens mal encarados que comiam algo que lembrava muito cérebro; uma figura pequena e encolhida em um canto no escuro, impossibilitando qualquer um de ver seu rosto; e uma garçonete infeliz, com os cabelos bagunçados e aparentando não dormir a dias com uma maquiagem horrorosa e exagerada.

            _O que vocês vão querer?_ Disse ela, com sua voz terrivelmente nasalada e tédio aparente.

            _Ah…_ disse Yasmin, observando o cardápio._ Acho que eu quero um hambúrguer simples mesmo e uma Coca-Cola.

            _Eu também._ Art concordou.

            _E eu…_bocejo._ Eu quero…

            Mas não ouvi o que Cristal estava para dizer. Estava muito ocupada ouvindo um barulho estranho do lado de fora do bar. Dentes rangendo extremamente alto para ser um humano.

            _E você?_ perguntou a garçonete para mim.

            _Que?_ disse eu. Devia estar com uma cara de idiota realmente terrível, pois Yasmin olhava para mim, preocupada._ Eu? Eu quero… um cheeseburger com batata frita e Pepsi.

            A mulher anotou tudo apressadamente em um bloquinho de papel e foi embora.

            _Vocês ouviram isso?

            Yasmin e Art franziram a testa, Cristal olhou confusa para mim.

            _O que?_perguntou Min.

            _Esse barulho. Vai me dizer que vocês não ouviram, está me deixando com dor de cabeça.

            Os três se entreolharam, como se não tivessem certeza se eu estava bem.

            _ O que nos deveríamos ter ouvido?_ era Yasmin.  

            _Esse barulho._ insisti._ Um ranger de dentes.

            Yasmin olhou para Art e os vi que os dois concordavam silenciosamente, achavam que eu estava delirando.

            _Não estou enlouquecendo!_protestei._ Ouvi mesmo esse barulho!

            _Tá bom, Alice._ disse Art, não acreditando em mim, mas tentando me acalmar._ Depois veremos.

            A garçonete trouxe o que tínhamos pedido e nós engolimos o que conseguimos, devido ao estado nojento das coisas.

            Pagamos e saímos do bar. Estamos voltando para o hotel, quando eu ouvi o ranger de dentes de novo.

            _Gente, eu não to brincando. To ouvindo um barulho suspeito.

            Yasmin rolou os olhos.

            _Não vai começar de novo, vai? Eu já disse que não to ouvindo nada.

            _Cala a boca, Min._ falei, tentando ouvir melhor._ Vem lá de trás…_ disse, apontando para trás do bar.

            _Acham bom dar uma olhada?_falou Art, devagar.

            Confirmei com a cabeça.

            _Não!_ exclamou Yasmin._ Que besteira. A Alice é que tá ouvindo coisa demais.

            _Para com isso Yasmin. É bom a gente ir ver sim, porque pode ser algum monstro e…_ mas Art nunca chegou a completar a frase.

            _Se é um monstro, porque ir atrás dele?

            Deixe os dois nessa pequena discussão e fui para o lugar onde tinha ouvido o ranger de dentes.

            Olhei para trás e vi que os outros estavam me acompanhando.

            Levei um dedo aos lábios, pedindo silencio.

            Tinha pegado meu chicote e agora, o som era quase ensurdecedor.

            Estava perto. Só mais um pouco e…

            E eu vi o que estava fazendo todo o barulho. Era um garoto alto e estranho. Ele não me vira. Estava usando um boné mais o olho ocre* era visível.

            Não, você não leu errado e nem eu escrevi. Ele tinha um único olho no meio da testa.

            Um ciclope.

            Minha experiência com ciclopes não era muito agradável, considerando que encontrei um queria matar todos os meio-sangues. Instintivamente, me afastei e levantei o braço para impedir os olhos de se aproximarem também.

            _Ciclope…_ foi tudo o que consegui falar.

            Yasmin levou a mão à boca para não gritar e Cristal parou no meio de um bocejo.

            Encontrei os olhos de Art e sabia que estávamos todos pensando a mesma coisa.

            Isso não é bom.

            Mas então, comecei a pensar, quando é que tínhamos encontra alguma coisa boa? Eu odeio ser tão azarada!

            Art atacou primeiro.

            Ele disparou cinco ou seis flechas seguidas, que acertaram o ciclope e o fizeram urrar de dor.

            Yasmin tinha fechado os olhos e começava a recitar algum feitiço.

            Olhei para o ciclope e o vi…

            _Pararem!_ gritei para os outros.

            Min abriu os olhos, irritada.

            _Posso saber por quê?

            _Porque… Porque o ciclope está… ele está chorando.

            _Chorando?_Cristal olhou, incrédula para mim.

            _É, olhem.

            Os outros três olharam e viram que o ciclope chorava de soluçar. Ele não podia ser mal.

            Além disso, era bem menor do que Polifemo, devia ser uma criança…

            Aproximei-me dele e toquei suas costas, as flechas tinham penetrado em sua pele e com o meu toque, ele estremeceu.

            _Me ajudem, Art, você não viu que o machucou?

            Art olhou confuso para mim, sem entender nada, mas mesmo assim, os três me ajudaram a tirar as flechas do ciclope.

            Olhei para ele e vi que estava mastigando alguma coisa…

            Era…

            Chiclete?

            Essa era boa.

            O ciclope fez uma bolha gigante com o chiclete que estourou em seu rosto e ele começou a rir.

            Viu que Art olhava, apreensivo, para um monte de chicletes mastigados em um canto.

            _Bobão!_ ouvi o ciclope exclamar._ Me o chicletão!

            Ok, por que era perfeitamente normal um ciclope ser viciado em chiclete!

            _Do que você me chamou?

            _De bobão.

            Yasmin desatou de rir e Art olhou feio para mim, como se fosse culpa mim o ciclope chamar dele assim, dei de ombros.

            _Se bem que ele está certo…_ falei pensativa.

            Yasmin agora ria como se nada fosse mais divertido.

            _Ei!_ protestou Art.

            _Cala a boca.

            Aproximei-me do ciclope.

            _ Oi, meu nome é Alice. Qual seu nome?

            _É… Sou Brontes.

            Enruguei a testa. Nome estranho, mas fazer o que?

            _Eu sou Yasmin, filha de Circe. Você também odeia o Apolo? Vamos nos dar muito bem!

            Art fechou a cara.

            _Eu sou Arthur. Mas cada um me chama de um jeito, então eu não importa não, desde você me avise como vai me chamar.

            _Bobão._ E Yasmin e Brontes riram.

            _Sou Cristal!_ bocejo._ Sou filha de…_ ela bocejou de novo._ De Morfeu!!

            Brontes olhou para mim.

            _Sou filha de Atena.

            _E eu sou filho de Poseidon.

            Estávamos na frente de um dos muitos meio-irmãos de Percy. Ok, isso é perfeitamente normal (sentiu a ironia?)

            Olhei para os outros. Yasmin ria de acabar, Cristal estava a ponto de deitar e dormir; e Art me olhou de queixo caído, procurando uma resposta lógica.

            *http://pt.wikipedia.org/wiki/Ocre

              http://www.solotica.com.br/App_Themes/SoloticaStyle/Images/Hidrocor-Ocre.jpg


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Notas finais do capítulo

Vai gente, fala que eu sou incrível! Eu finalmente consegui tocar Für Elise sem errar nenhuma vez!! Viva eu! (dando uma de London Tipton). Mas, chega de imitar as pessoas.
Agora, falando a sério, vocês gostaram? O Brontes e a Yasmin vão se dar muito bem. E o Art vai enlouquecer com os dois. kkkk.
E, e eu queria agradecer a minha amiga intercambista, a Alison, por ter me ajudado a dar um nome para ele (Tranks, girl!)
Ah! E deixem cometário, a mão de vocês não vai cair, eu prometo.



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