- Eu amo você, Michelle... nunca conheci uma mulher tão incrível e forte.

- Você realmente pensa isso sobre mim? - meus olhos brilharam ao ouvir aquilo...

- Bem, você aprontou poucas e boas pra ficar com um cara que tem idade pra ser seu pai, não que eu julgue isso, porque sou bem mais velho também e entendo porque ele não resistiu a você. Superou perder a mãe muito pequena. Foi estuprada e também superou. Sabotou preservativo para engravidar, provocou seu aborto, fugiu do país. Veio parar justo na Africa, ensinou crianças a ler e escrever, aprendeu alguns dialetos, aprendeu a se virar sozinha, aprendeu que pra acertar, precisaria errar. E me apaixonou todos os dias de um modo diferente... Isso não tornaria uma mulher incrivel?

- Saiba que sou incrivel por você...

- Não, é incrivel por si mesma... eu só estava no lugar certo, do dia certo, na hora certa... Só trouxe você até aqui. O restante, fez você!

- Davey me acha futil, mimada e rebelde... e me odeia justamente pelos ultimos motivos citados que me fazem incrivel pra você.

- Que bom que somos diferentes. Você vai ter a chance de mostrar quem você é de verdade, e ele vai concordar comigo. Se ele não concordar, você pelo menos terá exposto seus motivos.

- Ah, Jos... vamos comigo?

- Não falarei mais disso, e você também não. - ele levantou-se do meu lado e saiu... merda!

Parei para olhar o 'teto' da barraca, e ele colocou a cabeça para dentro dela de novo;

- E aí, Bela Adormecida? Estão todos te esperando para o café!

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Já faltavam dois dias para minha volta, as mães de todas as crianças que ensinei se juntaram para modelar um vestido de linha grossa branca, ficou um trabalho lindo e diferente de tudo o que já tive, passei a usá-lo e cuidar muito mais como se fosse Prada. Usaria pra voltar pra casa.

As meninas estavam separando todas as fotos de nossa aventura e algumas músicas que ouvimos juntas, Clayton estava confeccionando uma caixa grande de madeirite para me sacanear -por carregar nos braços - e colocar tudo o que ganhei durante esses meses. Josh estava me ajudando com os pertences e preenchia algumas folhas com telefones e endereços onde poderia encontrá-lo. E aí é bem óbvio o que fizemos depois, era nosso penúltimo dia juntos, precisavamos nos esfolar um pouco mais que o nosso normal, afinal, nem sabíamos se aquilo voltaria a se repetir. Então fizemos sexo feito selvagens famintos.

No outro dia, eu e ele sumimos pra cidade vizinha, de bicicleta! Ele me levou para um pequeno bosque que tinha um pequeno lago , onde me ensinou a pescar e assar um peixe enrolado no papel aluminio... Sentir a comida com o tato - afinal, pra comer peixe devemos tirar a espinha e só é possível com as mãos! Vimos um macaco, comemos abacaxi, fizemos amor no meio do mato, tiramos muitas fotos e voltamos quando o sol começou a se esconder... Ele tornou cada dia ao seu lado um dia diferente e especial, eu apenas queria conviver com ele outra vez.

Eu pedi a ele que imprimisse todas as fotos... até mesmo uma que tiramos depois de ter nos amado, ainda despidos, ele tentou relutar, mas cedeu no fim, pela primeira vez.

Dormimos novamente abraçados, após a nossa despedida. E depois, eu seguiria sem ele por tempo denconhecido. Eu apenas acordei-o muito tempo antes do que deveriamos levantar apenas para dizer " Eu te amo Josh, verdadeiramente".