Inocência Roubada escrita por Lêh Duarte, Annia_Novachek


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

E ai como estão?
Bom leiam recados lá embaixo.



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-Eu vou fugir Anna.

Janine disse como se fosse muito normal e como se fugir dali fosse fácil.

-Oh Jane. Não é tão simples assim. Os guardas cercam todo o feudo e ainda tem Ibrahim que manda te açoitar se te pegarem tentando fugir.

-Esta me dizendo para ficar aqui e continuar sendo usada? Pensa que vou ficar aqui enquanto Ibrahim faz o que quer comigo?

-Não, estou apenas para pensar muito bem no que irá fazer. É muito perigoso. E de qualquer forma, para onde vai? O duque manda revirar o continente se necessário. Você nem ao menos tem família.

Isso era verdade, depois do que seu lhe fizera, provavelmente nunca mais iria querer falar com ele novamente, embora ainda o amasse muito.

-Não me importa. Eu não tenho mais nada a perder. O máximo que pode me acontecer é a morte. E esta, eu já não temo mais.

Anna suspirou e se lembrou que assim que chegou ali, também teve os mesmos pensamentos que ela. E diferente de Janine, o duque não havia proibido seus homens de a usarem. Todos os guardas e pajés já haviam dormido com ela. Ver alguém que tinha como fugir dali, fez crescer nela um fogo como se ela estivesse se vendo em Janine exatamente como ela era há cinco anos.

-Pode vir comigo se quiser Anna.

A idéia pareceu tão ridícula a Marie que ela resolveu entrar na brincadeira.

— Que maravilha! Fazendo velas num dia e transformadas em marinheiros no outro! Mas devem planejar bem, meninas. Começando daqui a um mês, quando os primeiros sintomas de enjôo matinal vierem vos afligir.

Janine olhou-a, perplexa.

— O que está querendo dizer?

— Estou falando daquilo que acontece com o estômago da maioria das mulheres quando descobrem que vão ter um filho — Marie não se preocupou as palavras.

— Ter um filho?! Mas eu não sou casada.

— E daí? Você tem um homem, não tem? E ele vai plantar sua semente em você até um filho ser gerado.

Janine deixou cair o pavio que estava segurando. Como pudera ser tão cega?

— Nesse caso, tenho de apressar nossa fuga…

Anna sacudiu a cabeça, ao mesmo tempo entregava à companheira o pavio que esta deixara cair.

— Tarde demais. O mal está feito. Fugir não resolver nada.

— Pelo menos cessaria o… o plantio.

— Oh… Seu fluxo mensal já chegou Janine?

— Não, mas não está na época. Deverá chegar na lua minguante.

— Bem, essa é a questão. Se não chegar, é porque a semente foi bem plantada e um bebê se encontra a caminho.

— Quantas vezes são necessárias… antes que aconteça?

Marie deu de ombros.

— Depende.

Com as faces vermelhas como pimentão, Anna admitiu:

— Sir Deitert esteve comigo muitas vezes antes que meu filho fosse concebido. As outras criadas achavam que eu tinha sorte porque meus fluxos chegavam com regularidade. Então, quando ele já não tinha interesse por mim e arranjado outra para sua cama, eles cessaram, e descobri que estava grávida.

Esse era outro assunto com que até então Janine não se preocupara. Mas estava claro que Ibrahim tinha perdido o interesse por ela. Observando a pálida beleza de Marie e a doce vivacidade de Anna, pela primeira vez as encarou como possíveis rivais.

— Nós três fomos feitas escravas por lorde Mazur. Isso significa que ele pode levar cada uma de nós para sua cama? E vocês se submeteriam, caso ele assim o desejasse?

— Janine, lorde Mazur é o suserano. Claro que teríamos de nos submeter à sua vontade. — Anna sacudiu a cabeça, como que insinuando que aquela fora uma pergunta idiota.

— Nós, e qualquer outra mulher deste feudo que despertar o interesse dele — acrescentou Marie.

— Nesse caso, minha sorte está decidida. Vou embora o quanto antes. Não fico nem mais uma noite debaixo deste teto! — Janine ergueu o queixo em desafio, recusando-se a tomar conhecimento da expressão severa de Marie.

-Parece que não aprendeu nada com o que lhe aconteceu, a não ser o que milorde lhe ensinou na cama. Deve ter agradado a ele a ponto de fazer com que lhe retirasse o colar de escrava do pescoço. Mesmo assim, é obtusa demais para ver o que está bem diante do seu nariz! Ele é o duque de Hudstone. O homem não vai abrir mão de você. Fuja e ele irá caçá-la nos confins do mundo.

Janine ficou olhando para o caldeirão de cera fervente em sombrio silêncio, enquanto as palavras duras de Marie penetravam fundo em sua mente. Penalizada, Anna pousou a mão no braço dela, dizendo:

— Vamos, deixe que eu fique em seu lugar. Vá lá para dentro e tome um copo de água. O calor está muito forte aqui.

— Vou lavar paredes. — O trabalho árduo a impediria de pensar em sua terrível situação. Pelo menos era o que esperava.

O grande hall estava deserto. Janine olhou em procura do que fazer, e decidiu-se pela escadaria, começando a esfregar com vigor os degraus. Sentia-a atormentada. Mal conseguia absorver todas as informações que lhe haviam sido fornecidas.

Depois de terminar a faxina, ficou algum tempo sentada, pensativa, recordando a noite passada na cama com Ibrahim. Um forte rubor subiu-lhe às faces ao lembrar-se das liberdades que lhe concedera. Como pudera permitir que Ibrahim fizesse tudo aquilo com ela? Não tinha orgulho? Ou vergonha? Afinal, era uma Hathaway. E todas as vezes que concedesse a Ibrahim intimidades, correria o risco de ter a semente dele plantada em seu corpo.

Seu olhar percorreu toda a grande extensão do hall. A cada dia de trabalho o lugar ia recuperando o passado esplendoroso. O piso deixava ver agora toda a sua fantástica beleza, com os quadrados de mármore preto-e-branco brilhando devido à cera que ela mesma preparara e ajudara a passar. Nem ao menos parecia o horrível castelo sem vida que ela mesma viu no dia em chegara ali.

Estendendo as mãos, Janine examinou as palmas avermelhadas e calosas. Já não eram as mãos alvas e macias de uma dama, e sim tão maltratadas quanto às de uma serva.

Seu olhar foi atraído para o ventre plano. Não suportaria jamais a vergonha de dar à luz um bastardo turco.

Ibrahim tinha viajado há uma semana, sendo assim Janine tinha belas noites de sono em seu próprio quarto e sem ser perturbada. Mas se o que ouviu alguns guardas comentando estava certo, em breve ele estaria de volta.

Sim, sua decisão era correta. Precisava partir de Hudstone o mais rápido possível, antes que o inverno chegasse.


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam.
Bom segunda talvez não possa postar, por isso adiantei.
Espero que gostem.
De novo créditos para minha querida Annia.
Beijos..