E como se tivessem em perfeita sincronia Inglaterra e Áustria se posicionaram frente a frente somente com um pequeno espaço de uns 2km, Janine estava tão ansiosa para esse momento que nem conseguia pensar direito, só sabia que tinham uma distância segura e que ambos seriam obrigados a conversar antes de guerrear. Ela estava tão absorta que nem notou quando ambos os reis em seus cavalos pomposos se aproximaram.

— Ora, Ora Carlos V não é do seu feitio querer conversar primeiro antes de guerrear, o que acontecerá para tal mudança repentina? – O Rei da Áustria, ainda tinha um pouco de receio da idéia louca de sua convidada, mas estava confiante que poderia estar certo, por isso não deixou-se levar pela provocação de seu rival.

— Confesso que até mesmo eu estou um pouco surpresa Henrique IV, mas tenho um bom motivo para me manter em paz, quero chegar a um acordo com vossa majestade, algo que deveríamos ter feito desde o inicio e não ter separado varias famílias – Tendo isso começou um cochicho, muitos ainda não acreditavam que o Rei da Áustria falava, até pensavam que era alguma estratégia, porém ficavam quietos, exceto uma pessoa que ouvindo isso acabou acendendo um sumiço as palavras do rei o que deixou ao mesmo tempo furioso, admirado e se pudesse mandava prender sua senhora por tamanho risco, por isso sem pensar se aproximou do rei e sussurrou em seu ouvido.

— Poderia me explicar melhor Carlos, ou como sugeriu meu nobre cavalheiro poderia me dar um nome para tal feitio – Nessa hora Janine soubera que seu senhor já sabia que ela estaria envolvida nisso e sabia que estaria bem encrencada, quando aparecesse, o que fizera rir, chamando atenção de alguns homens, que até então não sabia que tinha uma dama no meio deles, sabendo que seu segredo já havia sido descoberto, ela tirou o manto e guiou seu cavalo para se portar ao lado de Carlos V, fazendo vários homens arfarem com sua beleza, e o seu senhor bufar ao ver o quão irresponsável sua senhora havia sido.

— Deixe me apresentar, meu querido Henrique, Lady Janine Hathaway Masur – o rei que até então não conhecia a Senhora Masur ficou impressionado com a sua determinação e ai entendeu o que todos tentavam defender naquelas reuniões para devolver o que era dela por direito.

— Janine você não sossega mesmo, onde estavas com a cabeça em se meter nessa guerra e você Francesco como permitiu que isso acontecesse, vocês dois foram loucos, loucos isso sim – Ibrahim falava sem nem ao menos respirar de tão raivoso qu estava, só parou quando seu irmão se aproximou e colocou a mão em seu ombro, acenando para Janine falar.

— Ora meu senhor, achou mesmo que saindo na calada da noite ia me manter presa em casa? Como és tolo, acha mesmo que iria ficar todo esse tempo lá como todas as outras mulheres rezando para que voltasse inteiro? Deveria me conhecer melhor meu senhor... Estou farta dessas guerras que não levam a nada, a não ser morte, destruição e muitas famílias em luto. Como pensas que eu ficaria se um de vocês não voltasse? Temos uma herdeira para criar e eu não fiz ela sozinha – Com isso ninguém aguentou e todos de ambos os campos riram, pois nunca virá uma dama enfrentar seu senhor e esbravejar como Lady Janine falava...

— Agora entendo o que  o Duque disse que enfim uma dama conseguiu domar o terrível Ibrahim Masur – E com isso todos riram novamente, o que fez Abe revirar os olhos e se concentrar para não beijar sua senhora ali na frente de todos que era o que ele mais queria fazer desde que descobrira que ela certamente estava ali com eles...

— Então Majestades, poderemos sentar e conversar como pessoas civilizadas ou vocês dois ainda pretendem agir como brutamontes e guerrear, já estou ficando com fome e quero terminar logo com isso pois desejo minha casa e minha cama, alias quando fizerem guerras deveriam arrumar um alojamento decente para seus soldados, pois esses sacos de dormir é um caos.

— Desculpe-me Senhora iremos concertar isso, vamos meu caro Carlos temos muito que conversar, acredito que no vale os cidadãos irão ceder uma sala para podermos fazer algo em relação a essa guerra para que Lady Janine possa voltar para suas terras sem mais ameaçar a todos – Com isso a mesma bufou e se dirigiu para o seu senhor se importar com o a platéia que os cercavam  e mesmo em cima de seu cavalo lhe lascou beijo proibido para ser exposto em publico, fazendo muitos baterem palmas e a mesma corar por tamanho publico que os cercavam e se dirigiram para o vale mais próximo, em busca da tão sonhada paz que os guerreiros aguardavam para poder voltar para seus lares.

Os que pareceram horas e horas, finalmente haviam chegado ao um acordo o que para alivio de todos, pois Janine não parava de apartar os reis quando ambos extrapolavam e como uma verdadeira Lady colocavam ambos em seus devidos lugares, o que era uma cena um pouco cômica de se ver, dois reis com um exercito lá fora com medo de uma dama que poderia ser pior que qualquer exercito quando começava a falar...

— Pronto agora esta tudo resolvido, quero que dêem as mãos para selar essa paz, e ai se eu souber que estão entrando em guerra novamente, já deu para perceber que uma mulher brava não é algo bom para se lidar, como minha amada mãe sempre dizia, quando uma mulher furiosa age, até o Diabo presta atenção para aprender – Com isso todos da sala que ali estavam riram, mas apertaram as mãos e dispensaram a todos para voltar para suas famílias.

— Perdão Lady Masur, gostaria de saber se alguns dos meus homens podem seguir para o solário ou para o vosso condado, pois gostaríamos muito de servir a senhora e seu senhor. – Ali fora haviam em cerca de 30 homens de ambos os reis dispostos a jurar a vida pela Senhora Masur...

— Ora, Ora além de acabar com a guerra essa pequena escocesa ainda irá roubar nossos homens Carlos – E com isso ambos riram e pela primeira vez sabiam que a paz estavam estabelecida...

— Estou vendo Henrique, acredito que temos muito que aprender ainda com ela, quem sabe nas próximas reuniões não podemos chamar ela para calar o rei da França também (risos) – Abe e Pavel não se agüentavam de tanta admiração pela Lady e agradeceram, mesmo que sem pronuncias por ela ter interferido, agora todos poderiam voltar para suas terras, pois tinham muito o que fazer, muito o que comemorar e um condado e o Solar para restaurar..

Estava quase anoitecendo e Rosemeire estava muito inquieta, pois algo no seu interior dizia que seus babas estavam a caminho, não se continham, ninguém mais sabia o que fazer para desligar a pequena, nem mesmo Christian estava acompanhando sua euforia.

— Pequena já está quase na hora da ceia do jantar por favor, vamos se banhar – Caroline estava exausta, sem sua senhora aqui para ajudar tudo estava um caos, alguns achando que sua senhora estava morta, outros achando que fugira com seu escudeiro, outros nem queriam pensar o que se passava na cabeça de todos, mas uma coisa era certa, todos ansiavam por noticias sejam boas ou ruins...

—Sim, sim e quero colocar minha melhor roupa Carol, sei que mama irá ficar muito orgulhosa de mim quando chegar e vou mostrar que já sou uma dama – Com isso Caroline riu, pois para uma menina de 3 anos, Rose era muito astuta e esperta.

— Então vamos senhorita, vamos antes que nos atrasemos – e com isso ambas correram para se banhar, enquanto em outro quarto Dimitri confortava sua mãe que ainda estava aflita com tudo que estava acontecendo.

— Mama, se acalme, senhora Janine está bem e aposto que já esteja voltando com papai e ou outros senhores, acho que também sinto isso, mesmo não querendo dar o braço a torcer para Roza – A mesma sempre se emocionava, quando seu filho a chamava de mãe e sabia que ele seria um Lindo cavalheiro igual seu pai e protegeria a jovem Rosemeire de tudo, ela via longe e mal sabia que isso de fato poderia acontecer, que essas brigas só juntava ainda mais esses dois.

— Eu sei meu filho, mas ainda sim, fico muito preocupada com aquela louca da Janine, onde já se viu querer entrar numa guerra, não foi para isso que fomos criadas, ela acaba mexendo com tudo que aprendi e com tudo que crescemos e que era ensinado por nossas amas.  – Ela sabia que após isso muitas coisas mudariam, pois Janine estava colocando a mulher na sociedade e se permitiu sorrir, pois sabia que fazendo isso Rose estaria com futuro esplêndido pela frente e sem discriminações.

 Um pouco antes da ceia, ouviram se barulho nos portões, o que deixou alguns guardas atentos e em alerta, mas isso não impediu que Rose e Christian se desvencilhassem de suas amas e corressem porta a fora mesmo os guardas pedindo para todos ficarem dentro de casa, enquanto verificavam quem seria.

— papai!! – Ambos corriam e falavam juntos, o que seria até cômico pois sempre estavam discordando ou brigando. Abe e Ibrahim, desceram de seus cavalos e correram de encontro a seus filhos, o que era uma cena muito linda, pois o Senhor e o Duque choravam por estar em casa e por não precisar mais se afastar de seus filhos.

— Ora só eles que recebem abraços eu não recebo nenhum?

— Mama

— Tia

— Venha cá meus pequenos, senti tanta falta de vocês, venha também Dimitri venha abraçar-me – e com isso todos da porta já estavam chorando, muitos aliviados por ver sua senhora bem, mas quem cortou o silêncio fora Anna.

— Vejo que Lady Janine, cumpriu o que prometeu trouxe nossos senhores de volta e inteiro e pelo tanto de soldados, estou vendo que temos novas aquisições em nosso pequeno exercito?

— Vamos entrar minha amiga, temos muito que conversar, mas acredito que preciso me banhar primeiro, pois ficar num acampamento em meio a guerra é muito desconfortável e estou com saudades da comida de Marie.. – e com isso todos riram e entraram para satisfação de todos que estavam muito exaustos e só queriam se banhar e comer algo...

—Mama conta de novo como a senhora enfrentou Carlos V – A pequena não escondia sua admiração pela sua mãe, e pedia novamente para a mesma lhe contar a história em seus aposentos.

— Ora Rosemeire, vamos nos deitar teremos muito tempo para conversar sobre isso, mamãe está exausta e só quero ir me deitar e você também está quase fechando seus olhos, espero que durma bem, amanhã teremos um dia lindo pela frente. – A mesma bocejou e deixou o sono vencer, logo Janine já se retirava de seu quarto ao mesmo tempo que sua amiga saia do quarto do pequeno Chris.

— Dormiu!! – Ambas falaram ao mesmo tempo e sorriram, logo se abraçaram

— Fez muita falta minha senhora, nunca mais brinque de ser a heroína, ninguém consegue domar sua pequena fera (risos)

— Pretendo não bancar mais nada, pois ficar em acampamentos me deixou muito cansada  - Ambas riram e se dirigiram para seus aposentos, rumo ao seus senhores que já a aguardavam ansiosos para matar toda a saudade que estavam de suas senhoras...

— Oh Jane, nem tivemos um tempo a sós, como pode fazer isso minha senhora? A hora que o rei começou a falar já deveria ter imaginado que você teria fugido, mas nunca me passou pela cabeça que iria direto para o campo inimigo, ao invés de ir para o nosso encontro.

— Desculpe-me meu senhor, mas você não achou mesmo que iria ficar que nem Alberta, chorando e rezando o dia inteiro né?

— Deveria imaginar que não minha escocesa e mesmo agindo de forma imprudente, fico feliz que tenha feito, pois Alá sabe que essa guerra nunca teria um fim se continuássemos do jeito que estávamos.

— Eu sei meu senhor, por isso mesmo que resolvi interferir, pois não posso imaginar não te ter ao meu lado Abe, cada dia que passa necessito mais e mais de você e nossa pequena Rose também, ela estava deixando todos de cabelo em pé, nem mesmo o Dimitri conseguia mais ficar são com ela do lado – Com isso ambos riram, pois sabiam que a pequena Masur tinha puxado o gênio terrível de ambos os pais, mas deixaram isso por hora e começaram a se concentrar em se livrar das peças que os impediam de se tornar um só e se amaram pela noite a fora, como eternos enamorados que são...

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25 Anos atrás

— Vamos fugir Augustine? Não posso me casar com Gordom, eu não o amo, é você que ele ama – Lila estava transtornada, mesmo vestida de noiva, ainda não se conformava com o destino seu e de sua prima, ambas estavam vestidas para o casamento, mas com o sentimento de luto, pois o destino havia sido muito cruel com ambas.

— Não podemos Lila, sabes muito bem disso, nossas mães mandariam todo o exercito atrás de nós e como ficaria seu pai com seu sumiço? – Augustine não estava satisfeita, mas já estava conformada com seu destino e sabia que tinha tocado na ferida de Lila.

— Está bem, está bem, mas não custava descartar tão de cara essa idéia e voltaram para o quarto onde suas amas já aguardavam para fazer a maquiagem... O que pareceu horas, mas eram só alguns minutos, ambas estavam prontas e se dirigiam para a capela, pois a pedido do pai de Augustine as duas casariam junto o que tornava tudo mais doloroso para elas...

Adentraram na igreja já chorando, mas não era de felicidade, o que muitos pensavam, mas sim de dor e sofrimento, pois o destino não quis cooperar, seguiram para seus respectivos par, e quando o padre declarou marido e mulher sabiam que estava feito que não teria mais volta....