“Roxy”

Que Estranha coincidência.

Melinda não era Melinda. Melinda na verdade era Sookie Starkhouse. Incrível como nosso destino se cruzou novamente, antes na estrada, e agora em meu caminho. O que aquela jovem tinha de tão importante a ponto de Dea querer sua alma? Que coincidência bizarra, ela me tirou a oportunidade de coletar a alma daquela criança no motel de estrada, e isso estava quase levando a minha destruição, e agora terei que levar a dela. Péssima hora em que ela cruzou meu caminho, isso me fez lembrar por que eu preciso ficar longe de humanos. Minha missão era matar a única humana da qual me fez sentir não tão solitária. Seria um castigo para mim? Um lembrete de que sou um nada próximo as coisas que me cercam? Eu não sei, mas algo me dizia que coletar aquela alma seria um grande desafio.

Diante da minha feição de espanto e contentamento Jason se aproximou.

- Conhece minha irmã?

- Acho que nos conhecemos a alguns anos atrás. Nós eramos mais jovens... é claro, mas não reconhecê-la seria um insulto a ela.

- Posso te apresentar a ela se quiser, ela mora na casa de minha falecida avó.

- Seria ótimo.

Ele ficou a me olhar curioso.

- Você só carrega esta bolsa? Onde está sua mala?

- Só carrego esta bolsa... Não preciso de mais, só do necessário.

Ele balançou a cabeça positivamente. E me ofereceu a taça com vinho.

Sentamos no sofá e começamos a conversar, não perdi a oportunidade de falar sobre os vampiros e a nova vida que todos tinham e que eu havia perdido. Jason era contrário aos vampiros, não confiava neles e não perderia a chance de matar um deles. Entretanto sua aversão a eles ocorreu após um fato trágico que chamou minha atenção.

Há dez anos, antes mesmo dos humanos saber a verdade sobre os sanguessugas, um vampiro chegou a cidade. Jason contou que ele foi um grande acontecimento na cidade, ele chegou dormiu com muitas mulheres, arrasou casamentos, e destruiu lares. Na mesma época ocorrerão desaparecimentos, as vitimas sempre eram mulheres jovens, seus corpos nunca foram encontrados, e diferente de todos, Jason suspeitava daquele misterioso homem que chegou a cidade. Segundo Jason, ele era um vampiro, e assim que a verdade sobre eles vieram à tona, ele teve certeza de que se tratava de um vampiro.

Uma desconfiança veio em minha mente.

- Como era este provável vampiro.

Jason ficou a pensar.

- Jovem arrogante, alto, cabelo escuro e olhos bem claros.

- Lembra-se de seu nome?

- Não poderia esquecer... Damien Salvatore.

A descrição me era muito familiar, me fez lembrar aquele vampiro que me encontrou naquela pequena cidade onde meu ônibus quebrou a caminho de Bom Temps, há dez anos. Como um bom vampiro, ele soube que menti, e sabia que meu destino era Bon Temps. Naquele momento fiquei feliz por Selene cruzar meu caminho, pois sabia, de alguma forma, que ele seria um problema maior que ela foi para mim.

Após escutar algumas histórias inúteis de Bon Temps, que Jason contava orgulhoso, resolvi tomar um banho e dormir, pois o próximo dia seria cheio. Segui para o banheiro e me deliciei com a alga quente que saia do chuveiro, o vapor quente fez do Box uma pequena sauna, enquanto a água caia e relaxava meu corpo, fiquei a pensar em meus planos.

Eu não estava preparada para viver aquilo. Vampiros e humanos freqüentando o mesmo ambiente, conversando um com outro como se fossem bons amigos, enquanto um bebe cerveja e outro sangue sintético. Parece que perdi os melhores anos de toda a humanidade.

Então um pensamento tomou minha mente. Com tantos vampiros andando expostos por aí, seria ainda mais difícil esconder deles o que eu realmente sou.

“Bill Compton”

Algo na atmosfera da cidade havia mudado, aquele sentimento de caça que há muito tempo havia me deixado retornou com toda força naquela noite. Junto ao sentimento também veio aquele gosto em minha boca, o gosto do sangue mais fascinante que já provei, lembrei-me imediatamente dela, dos seus cabelos negros e longos, dos olhos claros e ameaçadores e principalmente daquelas lagrimas vermelhas rolando em sua pele pálida.

Após conhecer Sookie Starkhouse, prometi a mim mesmo e a ela que não a procuraria mais, e o tempo levou de mim as poucas lembranças dos momentos que tive na presença dela, mas o gosto daquele sangue em minha boca reviveu toda a lembrança que havia adormecido em mim. Por que aquele dia? O que havia de diferente naquele dia que me fez lembrar-se dela? Por que a vontade de ir à busca voltara a me atormentar?

Eu a sentia por perto, como não a sentia em anos, meus instintos indicavam sua presença, alguma coisa nos ligou naquela fatídica noite, em que ela quase foi minha por inteiro. Olhei para Sookie que estava deitada nua sobre mim, assim que ela caísse no sono, eu iria sair à procura de Roxy.