PDV Renesmee

–Nessie... Acorda, Nessie! -senti a voz de Ed, de longe, me chamar. Apesar de me sentir meio zonza, eu sabia que ele me chamava para eu acordar. A sua respiração batia no meu pescoço.

Comecei a mover e esticar o meu corpo com calma, esperando a minha consciência voltar. Me sentei na cama, esfregando os olhos e abrindo a boca, num bocejo.

–Bom dia Ed! -desejei, me espreguiçando.

–Bom dia? Já são 3 da tarde. -arregalei os olhos pela sua afirmação. Mas eu tinha dormido assim tanto...?

–3 da tarde? Você está zuando, certo? -perguntei, mas as minhas dúvidas se dissiparam por ver a claridade do sol entrar no quarto. Já era bem tarde... O sol já está na sua máxima força!

–Nunca vi você dormir tanto! Normalmente, me acordava às 8 da manhã por alguma razão besta. -disse, rindo da minha cara. Me levantei sem o olhar.

–Vou tomar uma ducha e me vestir. Onde é que está meu pai? -perguntei para Edward. Queria passar algum tempo com ele. Desde que chegámos a este inferno, não passávamos quase tempo nenhum juntos.

–Disse que ia sair pela cidade com a sua irmã. -Edward, respondeu, esparramado na minha cama.

A irritação por aquela princesinha nojenta estar com o meu pai, me bateu bem forte. Confesso que sentia muito ciúme, eu não gostava de partilhar o meu pai com ninguém nesse mundo.

Reparei no enorme sorriso e alegria que Edward esbanjava no seu rosto e fiquei intrigada. Me encostei à ombreira da porta e cruzei os braços na altura do meu peito, o olhando. Ele pareceu um pouco confuso com a minha ação.

–O que foi? -perguntou, se levantando e ficando sentado na minha cama.

–Nada... Estou só a tentar descobrir o porquê desse enorme sorriso no seu rosto. Parece que viu Megan Fox em pessoa. -fiz uma pequena brincadeirinha e ele riu suavemente.

–Perto... -murmurou e eu franzi o cenho. Me atirei na minha cama e fiquei de frente para ele.

–Conta! O que aconteceu? -perguntei curiosa. Já há muito tempo não via tanta animação e alegria em Edward, sem saber a razão. Normalmente, só eu o fazia ficar tão alegre.

–Bem... Acho que você não vai querer saber... -ele falou, desviando o olhar do meu. Fiquei ainda mais curiosa.

–Claro que quero! Sou praticamente sua irmã, Edward. Gosto de saber a razão do porquê de você estar tão contente. -eu insistia com ele.

–Ok... EubeijeiBella! -falou demasiado rápido, não me deixando entender nada.

–O quê!? Fale mais devagar! Eu quero entender o que você diz. -não entendia a razão por Edward falar tão rápido e não me deixar entender nada.

–Aqui vai! Eu... Beijei... Isabella... -o meu semblante se foi fechando aos poucos com o que ele disse.

Beijar Isabella!? Mas... Como é que Edward fez isso!?

–Como é que você fez isso!? -perguntei, estupefacta.

–Acho que você não quer que eu explique como se beija... -ele riu pelo nariz, achando piada. Mas eu não estava achando piada nenhuma aquilo!

–Com... Com a bruxa júnior!? -voltei a pedir confirmação. Eu não conseguia acreditar que Edward realmente tinha beijado a "Isabella". Era mau demais para ser verdade.

–Sim, Renesmee. Eu a beijei. E aliás, sinto algo por ela. -disse sério, me encarando. Eu continuava sem entender o porquê.

–Ed... De tanta garota boa que anda nesse mundo... Porquê ela? Ela e aquele bonequinho de plástico são muito cretinos! Você... -ele me interrompeu, um pouco bravo.

–Bella não é nada parecida com Jacob! Se você soubesse como ela estava antes de me beijar, ficaria feliz em a ter como irmã! -exclamou irritado, se levantando da minha cama e andando pelo quarto.

Eu não entendia o que ele queria dizer com isso! Como assim o estado em que ela estava!? Tenho a certeza que não estava a chorar pelos verdadeiros males do planeta! Ela não é nenhuma santa.

–Eu feliz em a ter como irmã!? Isso é ridículo, Ed!

–Ela soube o porquê de você tanto odiar Renée e estava chorando por você. Ficou triste pela sua história e quer emendar tudo com você. Será que não entende!? Bella te quer bem!

–Eu não quero a pena dela! Ela é igualzinha a Renée. Tenho a certeza que se tentar confiar nela, me irá desiludir! É sempre isso que acontece, eu já nem tento consertar as coisas. -falei, triste e derrotada.

Eu não queria saber o quanto Isabella chorava e se preocupava comigo. No fim do dia, me davam com os pés e me rejeitavam.

Edward queria rebater mas eu entrei no banheiro, trancando a porta. Não queria falar com absolutamente ninguém. Estar sozinha era o melhor remédio... Era o único remédio!

Tomei um banho demorado e também me demorei a arranjar. O tempo que passei dentro daquele banheiro parecia que não mais acabaria. Talvez tenha sido mais rápido por conta da fome que eu sentia.

Destranquei a porta e vi que ninguém estava dentro do quarto. Fiz o meu caminho para a cozinha da casa, sem me deparar com pessoas indesejadas.

Chegada à cozinha, preparei um sanduíche básico e um copo se suco de laranja. Não tinha grande espírito para fazer algo mais complexo. Me sentei na mesinha pequena que havia na cozinha e comi descansada, saboreando o sanduíche e o suco.

Quando acabei de comer, lavei o copo e o enxuguei. Não sabia o que fazer naquela casa dos infernos, então decidi dar um passeio pelo jardim.

Nada me trazia mais paz do que passear pelo meio da natureza. Era relaxante.

Comecei a caminhar devagar pelo caminho de pedra que havia entre os vários arbustos e árvores. Tudo estava muito verde e o sol era perfeito para embelezar ainda mais a paisagem.

Pela relva verde, vários empregados trabalhavam para cuidar e preservar a beleza e frescura da paisagem.

–RENESMEE! -ouvir aquela vez me deu arrepios. Eu sabia de quem era e não podia vir boa coisa daqueles lados. Me virei lentamente e me deparei com a figura de Jacob, perfeitamente arrumado numa calça jeans e numa camiseta cinza. Engoli em seco.

–O que você quer? -nunca tinha ouvido a minha voz soar tão rude mas, depois de tudo o que aconteceu á 3 dias atrás entre nós, o meu humor não era o melhor.

–Mas será que não posso falar com você, sem discussões? -eu sabia que nada do que ele dizia era verdade. Ele possuía aquele sorrisinho irritante. Respirei fundo e me obriguei a ter paciência.

–Não, não pode. Desde o momento em que você tentou me agarrar á força, a minha paciência com você acabou. Seja rápido no que quer, não tenho o dia todo. -ele passou a sorrir ainda mais, para o meu desespero e raiva.

Aquele traste...

–Você é mesmo uma garota complicada... Adoro isso! -ele me media, com aqueles olhos e sorriso maliciosos, aumentando ainda mais a minha vontade de estrangular aquele pescoço.

Ele começou a caminhar para a minha direção. A cada passo que ele dava, eu recuava um, me tentando escapar daquele cretino.

Não me interessava se o meu corpo se sentia atraído por ele, eu estava com tanta raiva que mal conseguia o enxergar direito.

Para o meu infortúnio, senti as minhas costas baterem numa árvore e ele me prender, ficando totalmente encurralada. E, certamente, não era a posição em que eu queria estar.

–Me deixe em paz! -exclamei, me tentando soltar mas ele só me prendia ainda com maos força.

–Lindinha, não é assim que as coisas funcionam. Eu me sinto atraído por você, Renesmee. -ele encostou o seu corpo ainda mais ao meu, me permitindo sentir o seu membro dar sinal de vida, na zona da minha cintura.

Eu fiquei apavorada. Eu era virgem! Não queria perder a minha virgindade num jardim, com um cara que me via como um jogo.

–ME DEIXA EM PAZ! -gritei mas ele colou os nossos lábios, num beijo.

Sentia a sua língua tentar adentrar a minha boca mas eu não queria ceder. Claro que aquele lado que estava completamente caidinho pela beleza de Jacob, que se lembrava da intensa troca de olhares entre nós, queria aproveitar o máximo desse beijo. mas a outra parte, que se lembra de tudo o que ele já aprontou, o queria empurrar.

Não sei como mas assim que ele pareceu um pouco mais carinhoso no beijo, a minha boca se abriu e a sua língua adentrou no local, me levando à loucura.

Com uma mão, agarrei os seus cabelos e o puxei mais para mim, enquanto ele passava a sua mão pela minha cintura.

As nossas línguas se enrolavam, numa dança mais que inapropriada e eu sentia o meu corpo implorar por mais contacto com o de Jacob.

Eu estava ficando louca... Completamente louca de vontade por Jacob!

Senti o beijo ficar mais calmo e as nossas bocas se separarem levemente. Foi o suficiente para o meu lado racional o empurrar com toda a força e começar a correr o mais rápido possível, em direção ao meu quarto.

Passei a correr por toda a casa, o mais rápido possível e, em pouco tempo, cheguei ao quarto. Fechei a porta atrás de mim e me deixei cair, colocando a cabeça encostada aos joelhos e as lágrimas rolarem.

Eu não acreditava como eu tinha sido tão burra a ponto de me entregar ao beijo. Eu tinha feito com que Jacob pensasse que eu sinto algo por ele. Mas...

Será que eu sinto mesmo algo por Jacob? Será que o beijo foi o meu corpo a gritar o quanto o queria...?