Just Stay Strong. escrita por Kaah_1


Capítulo 1
Essa é a minha vida.


Notas iniciais do capítulo

oi (:



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- Mãe! – gritei descendo as escadas rapidamente. – Essa é a quinta vez na semana!

A vi jogada na escada com uma garrafa de bebida na mão. Todos os dias era assim, mamãe sempre saia e voltava tarde da noite assim, bebada e quase vomitando de tão embreagada que estava. Ela chegava a cair pelas ruas e já nem me lembro de quantas vezes eu tive que sair 5 horas da manhã procura-lá, pois ela já nao tinha chegado ainda. Muitas vezes ela quase perdeu o emprego por ter faltado nele por quase duas semanas e por sempre chegar atrassada. Eu as vezes tentava converser com ela. “Mamãe, pense na Emily”, era o que eu sempre dizia. Mas, nunca adiantava, quando conversavamos, ou ela estava irritada e nervosa ou estava bebada. Ou seja, nao tinha como conversar com a minha mãe. Acho até milagre ela deixar nós morarmos na mesma casa que ela… Minha mae sempre dizia “Querida, já que seu pai me deixou eu tenho que aproveitar”, mas, minutos depois eu a via ali chorando e dizendo “Eu ainda o amo, e ele nem percebe isso”. Pois é, minha mae nao é velha, na verdade ela tem 29 anos. Ok, pode até ser um tanto louco por ela ter duas filhas, mas, é isso ai. Ela sempre dizia que ela havia acabado com sua adolecência por causa desse idiota amor que ela tinha pelo meu pai, e entao, aconteceu isso, ela engravidou e eu nasci. Ela me teve muito nova, mas uns 5 anos depois ela se casou com ele e teve a Emily. Loucura não é? As vezes eu vejo minha mãe como uma simples amiga do colegio, e nao como uma mãe. Pois, eu é que cuido dela, e devia ser ao contrário.

- HAHA, oh meu deus! – ela ria. – Você nao acredita no que aconteceu.

- Oh, mamãe! Você acha que vai dar que exemplo ao seus filhos assim? – falei em sussurro.

A ergui da forma que consegui e passei seu braço direito por meus ombros para levar ela até o quarto. Comecei a subir a escada com dificuldade enquanto ela tagarelava sem parar coisas que eu não entendia. Como podem ver, eu tenho tudo para ser uma revoltada na vida que só sai para ficar com os garotos e nao se importa com nada. Mas, nao sei como, eu nao segui os exemplos da minha mãe. Eu prefiro ficar cuidando da Emily, e quando dá, eu saio. Minhas amigas, amigas de verdade mesmo, me compreendem como ninguém e até me ajudam na maior parte do tempo. Eu amo elas.

- O que ta acontecendo? – Emily apareceu no topo da escada sonolenta, com seu ursinho de pelucia arrastado pelo chão.

- Nada amor, vá pro seu quarto.

- Mas… e a mamãe? Como ela tá? – seus olhos azuis e pequenos meio que encheram de agua.

- Emily, por favor, vá pro quarto, eu já vou lá! – meio que gritei.

No mesmo instante a pequena correu para o seu quarto, arrastando seu pequeno urso de pelucia cor de rosa. Emily poderia ter apenas 8 anos de idade, mas ela se preocupava com sua mãe, mas do que qualquer outra pessoa.

- Pronto mamãe. – eu disse quando por fim a coloquei na cama. – Por favor, você tem que parar com esse vicio.

- Desculpe, mas isso é eterno. – ela disse rindo. – Querida, nós temos que beber mesmo, por que amar, ta foda.

- Você é doida. As vezes eu tenho duvidas se você realmente é minha mãe. – suspirei.

Eu havia chegado a uma certa conclusão de que eu teria que conversar com a minha mãe, sériamente. Digamos que eu nunca tomava uma certa coragem para falar pra ela, só que agora, estava sendo demais. Isso é loucura. Nem eu que tenho 15 anos saio por ai pra ficar bebendo e me drogando e ela que tem 29 anos e já é mae de duas garotas, nao tem juizo. Eu sempre tive que cuidar de mim sozinha. Tipo, dês dos meus 10 anos de idade, por que ela não amadurece logo, hein?

- Emilly, pronto, ja acabou.

Eu disse quando entrei no quarto e vi a garota toda coberta, dos pés a cabeça, com sua mantinha lilás.

- Acabou? Isso nunca acaba, Lizzie. – ela se descobriu e sentou em sua cama abraçando fortemente seu ursinho. – Amanhã vai acontecer de novo, e todos os outros dias.

- Fica calma, Emilly. Eu vou conversar com a mamãe. – me sentei ao seu lado.

- Você sempre diz isso, e no fim acaba nem falando com ela.

- Tenha paciencia, Emilly. – a abracei. – Um dia tudo vai voltar ao normal, pequena.

- E como é o normal?

- Quando mamãe e papai saia para passear com a gente no parque, lembra? O céu sempre estava azul e parecia que o sol brilhava para nós.

- É, mas isso foi a dois anos atrás. Acho que nada volta.

- Espere e você verá Emilly.

- Eu só quero que tudo fiquei bem. – a garota me abraçou com força, e percebi que ela chorava baixinho.

E mesmo tendo todos os motivos para chorar, eu tentava fazer com que ela sorrisse. Eu tive uma infancia boa, e queria que Emilly tivesse uma também. Ela era a garotinha mais fofa e incrivel que eu havia visto. Eu não queria que ela ficasse triste por causa dos problemas da nossa mãe. Eu até pensei em nos mudarmos pra casa do papai, só que, eu não queria deixar minha mãe perder o resto da vida dela. Eu tentava confortar Emilly com as palavras mais bobas que eu achava. Mesmo sabendo que talvez nenhuma das minha promessas se concretizassem, eu nao podia deixar de dar esperanças a minha pequena Emilly.

- Lizzie, leia uma historia pra mim? – ela disse pegando um livro na prateleira ao lado de sua cama.

- O patinho feio? – fiz careta ao ver o livro que estava em minhas mãos. – Por que esse livro, Emilly?

- É que o patinho feio nao tinha uma vida muito boa, ele era feio e ninguém gostava dele, e bom, no final ele encontra sua verdadeira familia e ele vive feliz para sempre. – ela disse sorrindo.

- E o que tem isso, querida?

- Quero que a nossa historia seja que nem a dele. Que no final encontremos nossa familia real e viveremos felizes.

- Você nao é feliz agora, Lily? – perguntei. Lily era um apelido um tanto fofo que havia dado a ela.

- Não muito. Desculpe, Lizz.

Pois é, eu não queria viver mais assim. Eu nao tinha uma vida. Aquilo não era uma vida. Muitas pessoas podem ter problemas maiores que os meus, eu sei, só que, você nao sabe o que eu passo a cada minuto aqui, vendo minha mãe se afundar mais nessas bebidas e drogas. Isso me machuca. Muito.

Minha mãe tinha 29 anos, mas digamos que as pessoas as vezes achavam que ela tinha menos. Ela tinha um cabelo loiro, bem liso e comprido que ia até a cintura, tinha um olho verde muito lindo, e um corpo perfeito. E eu? Bom, eu não era assim. Eu era feia. Eu tinha cabelos castanhos, olhos castanhos e não tinha um corpo perfeito. Só isso. Emilly era linda também. Acho que ela puxou a mamãe. Ela era loirinha e tinha olhos azuis. Acho que as vezes alguns nem acreditavam que eu era filha dela.


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Notas finais do capítulo

Horrivel né? )):



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