Following The Life escrita por MariSB


Capítulo 6
Apenas Vivendo...




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Ele estava confuso, não sabia por que tinha tocado aquela musica, ela quebrou o gelo falando:

- Você tem uma voz muito bonita.

- Obrigado.

- O que pretende fazer agora?

- Nada, não vou trabalhar hoje.

- Como você trabalha?

- Pelo computador

Ele apontou para um notebook que estava em cima da mesa, ela sorriu e ele falou:

- Se você quiser sair, pode ir, pra mim não tem problema.

- Eu já te expliquei que não tenho amigos por aqui, não tenho porque sair.

Ela desceu para o quarto e ele ficou sentado com o violão na mão, colocou-o de volta na parede e saiu para a cozinha, ele foi até a geladeira e tomou um gole de suco, olhando pela janela, podia ver a rua, fazia quase um ano que ele não pisava na rua, ele se sentia sozinho, mas se lembrou de Mary, no outro quarto, ele tinha a contratado como empregada, mas se sentia como se ela fosse uma amiga, ela era sincera, era uma pessoa fascinante, desde que ela chegou, ele conseguiu controlar suas crises de raiva, será possível, que ele estava gostando dela? Ele viu uma garotinha olhar na direção da casa e fechou a cortina, passou a mão no rosto e se lembrou do amigo que tinha estragado sua vida, ele cruzou o corredor saindo pela porta dos fundos, que ficava perto do quarto de Mary, tinha um pátio e uma cerca, ele sabia que atrás do pátio havia uma floresta e que fazia tempo que não ia, de dia, pior ainda, pois as pessoas podiam o ver, mas ele precisava refrescar a memoria, ele não sabia, mas Mary o observava ele pela janela do seu quarto, ela o viu pular a cerca e sair pela floresta, ela foi atrás tentando não fazer barulho ele caminhou até o riacho, agora estava à vista, mas não ligava, estava cansado de viver no escuro sozinho e isolado, a dor o invadia, cresceu cedo demais, ficou sem ninguém, e seus amigos o traíram, o que ele tinha feito? Passado um tempo ele tentou se levantar, mas a dor não deixou, ele não sabia, mas Mary o observava de trás de uma árvore, e quando ela o viu tentar levantar sem sucesso, foi até ele e se sentou ao lado dele falando:

- Tudo bem?

- Quanto tempo está aqui?

- Não muito. Você está bem?

- Senti necessidade de sair, fazia meses que eu não vinha aqui, costumava vir aqui para pensar, mas acabei desistindo quando vi uma pessoa.

- Lugar lindo. Você sabe que não precisa se esconder você é uma pessoa boa, não importa a aparência.

- Acha que tudo isso é pela aparência? Eu me julgaria louco por me esconder por causa da aparência, não é por isso Mary.

- então por quê?

- Porque eu não tenho porque voltar, se eu voltar, eu irei ver as pessoas que tanto me fizeram mal e que farão de tudo para me ver mal de novo, eu não quero isso, prefiro ficar sozinho aqui, a ficar sozinho no meio de um monte de gente que não me querem bem.

- E aquele seu ex-amigo? Porque ele esta solto?

- Não tinha provas o suficiente para incriminá-lo e ele ainda é meu parceiro de trabalho, o único jeito disso acabar é eu me casando, porque nós fizemos o contrato, que enquanto eu estivesse sozinho, se alguma coisa acontecesse comigo, ele ficava com a empresa, entende? Por isso ele me quer morto, antes que eu saia de casa e me case com alguém ou tenha filhos, pra empresa ficar para ele, eu não posso deixar isso acontecer.

Ela não sabia o que falar, ele se levantou com esforço e seguiu caminhando em direção a casa, ela levantou e o seguiu, rapidamente ela o alcançou. Ele olhou para ela cabisbaixo e falou:

- Você é diferente, conseguiu a minha confiança em algumas horas, o que não é fácil.

- Fico feliz, em pouco tempo parece que te conheço a anos, você é uma pessoa muito boa, mas você se esconde, não precisa se esconder o tempo todo.

Ele sorriu, estava sentindo dor e tinha que se controlar para não ser grosseiro com ela, ele não conseguia entender porque ele não conseguia trata-la mal, será que estava gostando dela? Mas ele a conhecia a tão pouco tempo, sua cabeça o confundia. Ele olhou para ela e ela falou:

- Está me ouvindo?

- Desculpe, quando sinto dor, me distraio fácil, mas o que estava falando?

- Perguntava se queria um café?

- Sim, eu aceito.

Ele pularam a cerca entrando de novo pela porta aberta da casa, e foram para a cozinha, ela preparou dois cafés e eles tomaram, ela olhou para ele e ele estava quieto, ela falou:

- Você está bem?

- Sim, estou bem.

- A dor melhorou?

Ele pareceu surpreso, ela perguntou curiosa:

- O que houve?

- Apenas não estou acostumado com alguém perguntando se eu estou bem.

- Terá que se acostumar então, e me responda está bem?

- Sim, estou bem.

Ela caminhou até o armário e disse:

- Temos que comprar mais comida.

Ele levantou com dificuldade e foi até o armário, tirou uma caixa e lá tinha um cartão, e uma chave de carro, ele olhou para ela e perguntou:

- Sabe dirigir?

- Sei.

Ele largou a chave do carro e o cartão com um papel com a senha e disse:

- Pode ir comprar?

- Claro, amanhã pela manhã eu vou, mas tem certeza que quer que eu dirija seu carro, não quer que eu pegue um taxi?

- Não tem perigo, o carro precisa sair assim como você, eu confio em você, pode pegar o carro sem problemas.

Ela sorriu para ele, ele pode perceber um brilho nos olhos delas, ele perguntou:

- Gosta de dirigir?

- Muito, mas depois que vendi meu carro, há uns meses atrás não dirigi mais.

-Agora pode dirigir quando quiser o carro não sai da garagem, é bom alguém tirá-lo.

- Não queres ir comigo?


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem
Comentem
Bjs



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