Ah... O início das aulas... “Bênção” “esperada anciosamente” por todos os alunos... Final das férias, novo ano letivo, novos amigos, novos motivos para se estressar, novos inimigos... Todos esperam “ansiosamente” por esse dia abençoado... Dia que acabam todos os confortos que as férias oferecem... Como esses anos começam para mim? Dou um nome um tanto alegre para o maldito dia de volta ás aulas: VOLTA Á TORTURA. Esses dias infernais sempre começam por uma maneira bem agradável de acordar!

– ELESIS! – Eis meu despertador: uma garota loira e calma denominada Lire pela maioria, caracterizada pela maioria de calma e voz da razão (por alguma razão que eu desconheço por completo), mas, caracterizada por mim de histérica. Por que histérica? Já vão descobrir.

– Que foi... – Normalmente um bom travesseiro ajuda! Eles são um bom escudo, exceto por uma falha técnica que eu acho que deve ser consertada de imediato: não conseguem evitar uma Lire irritada. Já mandei inúmeras cartas para a fábrica avisando que os produtos deles são defeituosos, mas, até agora não recebi uma carta de agradecimento por ter descoberto uma falha! E eles sequer concertaram a falha!

– HORA DE ACORDAR! – Eis parte da confirmação da minha caracterização.

– Agora não Lire... É domingo ainda... – Dizem que se você acreditar as coisas se tornam reais... Será que dá certo mesmo?

– JÁ É SEGUNDA-FEIRA! NÓS ESTAMOS ATRASADAS! – É. Não dá.

– QUÊEEEEEEEE?! – Como todo santo primeiro dia de aula eu saio correndo feito uma louca pela casa procurando as minhas coisas e me arrumando. Quando eu finalmente termino de me arrumar, saímos correndo feito duas loucas pela cidade gritando “SAIAM DA FRENTE! É UMA EMERGÊNCIA!” Sempre dá certo... Exceto hoje. Com muita sorte conseguimos chegar antes que os portões do inferno se fechassem. O inferno curiosamente se chama Infinity, o infinito da chatice... Fiquei sabendo de algumas mudanças, mas... São iguais às aulas da professora de história: entram por um ouvido e saem pelo outro. Entrei na minha sala e me sentei em uma cadeira do fundão, junto da Lire. Muitas pessoas novas entraram na sala. Poucas eu conhecia. Durante toda as férias de verão estive ás mil rezas e macumbas para certa coisa não ir para a mesma sala que eu estou, mas, infelizmente não deram certo... Logo vi o meu pesadelo: uma coisa de cabelo rosa, saltitante, risonha, sorridente, cor de rosa, saltitante, cor de rosa, saltitante, cor de rosa e saltitante. Advinha para onde aquela coisa foi?

– ELESIS! – Exato. A coisa deu um salto que, para mim, era cientificamente impossível e pulou perto de mim, me enforcando. – Á QUANTO TEMPO, AMIGAAAAAAAA! – Sou rodeada de histéricos... Sou rodeada de loucos... Sou rodeada de malucos... Sou rodeada de histéricos...

– Á quanto tempo, Amy... – Consigo falar apenas isso com o resto de oxigênio que restava nos meus pulmões. Ela me larga e fica sorrindo e tagarelando sobre umas coisas com a Lire. Juro que a ciência deveria estudar essa coisa cor de rosa. Conversa vai, conversa vem e a bendita professora de história entra na sala, anunciando o início do fim:

– Muito bem, como vocês sabem, o colégio Infinity passou á ser um internato! – Fala, sorrindo. Ela me dá arrepios... Primeiro: aqueles dentes horrendamente amarelos. Segundo: ela parecia uma bruxa. Terceiro: o hálito dos céus que ela tinha. SENHOR! Que hálito terrível! Aquele hálito matava qualquer um com uma baforada só! Quarto: Ela tinha uma pele asquerosa. Quinto: o cheiro divino dela. O cheiro era... “Encantador”. Bastava levantar um braço para matar as moscas inocentes que voavam pela sala. Sexto: ela. Coçava. A. Bunda. O QUÊ DIABOS É ISSO?! UMA SALA OU UM CIRCO DOS HORRORES?! Sétimo, e não menos importante: ela é uma ogra. Sim, ela É uma ogra. Nome? Elizabeth. Sempre IMPLOREI para a Lire acertar uma flecha inocente no meio da cabeça da professora, mas... Ela me enrola com o papo que a professora é boa e que não devemos atacar ela. A aula passou muito devagar. Infelizmente eu me distraia com as mosquinhas caindo mortas no chão... Sempre as imaginei gritando com uma voz bem fininha: “Me salvem daqui!” “Mayday! Mayday! Estou caindo! Estou caindo! A aeronave foi cruelmente bombardeada pelo inimigo!”. Logo veio mais aulas... Mais aulas... Mais aulas... E finalmente o recreio... E mais aulas... E mais aulas... Mais aulas... E finalmente o fim! Infelizmente hoje os professores decidiram ELIMINAR o recreio! Ou seja: Ficamos presos dentro da sala até o final das aulas. COMO PODE ISSO?! Fora isso, os enforcamentos da coisa rosa e saltitante, as mosquinhas morrendo, os professores terrivelmente horripilantes e o tédio sufocante... Até que foi uma tortura agradável. Eu e a Lire tivemos que pegar nossas coisas e levar para o internato maldito... Felizmente o resto da semana seria apenas para adaptação, ou seja, SEM AULAS! Fomos para os nossos quartos (infelizmente ficamos separadas), arrumamos nossas coisas e ficamos á espera de nossas companheiras de quarto. Por enquanto, ninguém chegou por aqui. Infelizmente a noite chegou, e, pelo que eu bem conheço a Lire, ela vai chegar completamente histérica me acordando amanhã... This is my Crazy Life...