THALES

            Eu podia ter bons reflexos, mas aquela coisa não iria ser destruída só por bons reflexos. Eu precisava de algo forte, como uma metralhadora. Mas o que eu tinha ali, um monte de gravetos, e... Só. Aquilo não iria me ajudar em nada então resolvi voltar a correr e procurar por algo que eu possa usar. Meu colega valentão tinha ido para o lado esquerdo da pista, então eu fui pelo direito e parece que o que ele tinha dito era verdade, essa tal de aura era o que fazia aquela coisa vir pois ele ignorou completamente meu colega e veio correndo atrás de mim.

            Eu corri um pouco até chegar a um lago, não era bem um lago era mais um rio, mas será que se o robô cair ali ele seria destruído como a maioria das coisas eletrônicas? Não custava tentar, saltei para dentro do rio e o robô saltou atrás. Mas acham que ele entrou em curto? Capaz, com o seu peso ele chegou rapidamente onde eu tava e começou a me afundar junto com ele.

            Eu já não agüentava mais prender o fôlego, mas então me lembrei de hoje a tarde, eu havia conseguido respirar em baixo d’água. Resolvi tentar e no fim deu certo, afinal se eu tinha poderes do Deus dos Mares o mínimo que eu conseguiria fazer era respirar em baixo d’água. Mas não foi só aquilo, eu fiquei mais forte também, pois eu levantei o robô de cima de mim. Nós estávamos prestes a colidir contra o chão, e naquela velocidade eu seria completamente esmagado, então eu me soltei do robô antes que virasse panqueca e consegui escapar. Fui voltar a superfície provavelmente aquele robô não conseguiria subir até lá. Capaz que não ele logo apareceu atrás de mim, ele era mais rápido que eu então me deu um soco tão forte que me tirou do rio, literalmente, eu caí a beira do rio meu queixo doía e ainda não sabia se estava quebrado, mas aquele soco me deixou furioso novamente, mas de um jeito diferente, dessa vez eu não estava furioso por alguém ter rasgado algo importante para mim, eu queria encher aquele robô de supapos até ele virar apenas uma lata de refrigerante amassada. Assim que ele saiu do rio, uma fenda apareceu entre seus pés, de certa forma eu queria isso e estava acontecendo. Como? Não sei. Mas daquela fenda ossos de mãos apareceram e agarraram o robô, eles começaram a baixar o robô para dentro daquele buraco que parecia que iria dar no inferno, então eu me lembre, eu tinha poderes de Zeus o Deus dos céus, Poseidon o Deus dos Mares e Hades o Deus dos Mortos, aqueles raios eram poderes de Zeus, eu conseguir respirar em baixo d’água e ficar mais forte eram poderes de Poseidon, e aquela cratera era poder de Hades.

            Logo eu estava sozinho, O robô não estava mais ali, a fenda tinha se fechado e eu me sentia cansado demais para voltar a rua. Logo escutei meu colega me chamando

-Thales! – gritava ele – Onde está você! O portal está pronto!

            Antes que eu pudesse responder eu apaguei, espero que o barulho de cair no chão tenha sido o suficiente para ele me achar. No meu sonho eu estava novamente a frente dos 3 Deuses

-Z-Zeus? – perguntei

-Mais respeito garoto – falou ele indignado

-Me desculpe. Sr. Zeus – eu não gostava de falar aquilo, mas tinha a impressão que se eu não fizesse ele me soltaria uma descarga elétrica e isso eu com certeza eu não queria.

-Garoto – falou Poseidon – Você conseguiu chegar até o refugio, mas só por que Hades lhe deu uma mãozinha

-Então realmente não fui eu! – falei aliviado

-Você ainda não tem tanto controle assim garoto – Hades disse

-Mas uma coisa está me incomodando – falei tirando a foto de meus pais do meu bolso – Esses realmente são os meus pais?

-Sim – Poseidon falou – Estes são seus pais reais. Mas seu pai é um Deus, um Deus menor, mas é, você nasceu como um semideus, e os semideuses são os únicos corpos que conseguem agüentar poderes divinos. Security previu isso e retirou você de usa mãe. Eles injetaram os poderes coletados de filhos meus e de meus irmãos Hades e Zeus. Mas mesmo para o corpo de um semideus agüentar tanto poder é difícil por isso você ficou em uma situação pós-vida por vários dias até reacordar.

-Mas o que aconteceu comigo depois daquilo? – perguntei intrigado

-Isso você terá que descobrir por conta própria, você deve acordar logo então se prepare para o seu primeiro dia no refugio e se você quiser informações de seu passado ache-as sozinho. Esta foi a última vez que aparecemos para você

            Então eu acordei. Estava em um quarto, bem simples parecia um quarto de hospital, uma cama um sofá no canto um bidê ao lado da cama e uma TV pequena pendurada no alto. Desligada, é claro...

            Mas não demorou muito para alguém entrar pela porta, era uma garota, tinha cabelos loiros, olhos azuis penetrantes usava uma camisa roxa em uma jeans azul, com um tênis branco que não identifiquei a marca, e pouco importava, a garota veio deixou um pouco de comida no bidê e perguntou

-Está se sentindo melhor?

-Mais ou menos – respondi – Qual é o seu nome?

-Me chamo Ella – falou a garota – Você é Thales certo?

-Sim – respondi – Então, onde eu estou?

-Esse é o refúgio Grego – Ella disse – Letin trouxe você desacordado para cá

-Letin? – perguntei, devia ser o nome real do meu colega valentão Billy Bou – ah... Sei...

            Então eu me sentei na cama, ainda estava meio tonto, mas tentei não demonstrar

-Não se levante ainda – Ella disse – Coma primeiro

            Ela me alcançou a comida que tinha posto no bidê, era um prato de comida comum arroz, feijão e um pouco de carne. Então ela se retirou e eu comecei a comer, cara ela era linda, tipo não bonitinha ou fofinha, ela era linda mesmo.

            Assim que terminei de comer, peguei minha mochila que estava em um canto do quarto, coloquei uma roupa nova que não fedia a máquina queimada e saí do quarto

            Aquele local me surpreendeu muito, não era o que eu imaginava, quando falaram refúgio eu imaginei uns 10 ou 15 semideuses em um local pequeno, mas credo, aquele local era enorme! Um campo de grama verdinha se estendia pelo meu lado direito, a frente havia um fim, tipo um fim mesmo. Não sabia bem o que era aquilo mas era claro que o cenário que ia para lá era apenas fundo mesmo, a minha esuqerda tinha um mato, melhor uma floresta que também se estendia até eu não ver nada, e atrás de mim mais um campo enorme de grama, nesses campos haviam muitas construções e havia umas centenas de pessoas correndo pelos gramados ou carregando espadas, colhendo flores, brincando, aquilo parecia aqueles acampamentos de verão.

            Tive uma pequena tontura e quase caí, se meu amigo valentão Letin não tivesse me segurado

-Ei cara – falou Letin – É meio cedo para dormir

-Só estou meio tonto – falei – O que aconteceu?

-Sei não – disse ele – Eu achei você caído no chão, não havia sinais do robô ou de qualquer luta, quem sabe ele fugiu ou caiu no rio...

            Me lembrei o que houve daí, Hades tinha me ajudado. Então resolvi fazer um tour pelo “Refugio”. Letin me levou para um monte de lugares, a arena onde acontecia as disputas de luta, ao refeitório, local onde não preciso explicar para que serve, depois a direção do refugio, e por último ele me levou ao dormitório masculino, o dormitório feminino ficava ao lado, ao lado mesmo, por alguns centímetros eles não eram juntos, Letin havia dito que era proibido os meninos irem ao dormitório feminino e as meninas de irem no masculino, mas poxa vida, as janelas ficavam de frente uma para a outra, era só o cara esticar o pé que estava na janela do dormitório feminino, mas resolvi não comentar.