Ela passou o dia inteirinho bancando a misteriosa pra mim, mas pra falar a verdade, eu não tava nem um pouco interessada nisso, por enquanto. Eu imaginei que vindo da minha irmã ia ser uma coisa idiota, e eu me engano de novo.

Já era bem tarde e eu tava na sala assistindo TV, de repente minha irmã desceu pela escada, e por um milagre não caiu.

- Mary, você está bem? (perguntei preocupada)

- Sim! (ela me respondeu engolindo seco)

- Então ta. (voltei pra TV sem me preocupar com a queda que minha irmã quase levava)

- Ai, que horror. Eu poderia ter quebrado o pescoço aqui e...

- Bem feito, agora você aprendi a não correr mais pela escada... (eu ri)

- É bom ter irmãs assim, dá pra ver como você se importa!

- Chama seu anjo do guarda pra vir te salvar! (olhei ela com um olhar irritante) Aquele gayzinho! (joguei bomba agora)

Minha irmã me fuzilou com o olhar e aumentando a voz gritou:

- O BILL NÃO É GAY!

- Calma maninha, eu não citei nomes... (como eu sou sinica) Você que ta dizendo aí que ele é G... (ela me cortou)

- Olha aqui, se eu escutar você chamar ele outra vez de Gay...

- O que vai fazer? (desafiei ela outra vez)

Minha irmã saiu da sala fumaçando de tanta raiva e se trancou no quarto, logo depois só vi o olhar da minha mãe com aquela cara de ‘muito bonito Dona Michelly’. Eu ignorei aquele olhar e voltei a assistir TV.

Quando já era bem tarde fui me deitar, dei boa noite a minha mãe e fui para meu quarto.

Quando deitei na minha cama me veio um vazio, eu detesto quando minha irmã fica brava comigo e com certeza eu não conseguiria dormir, afinal, eu tinha chamado de Gay o amor da vida dela, vai que durante a noite, sei lá... Bom, resolvi ir até o quarto dela.

O corredor tava vazio e um pouco escuro, só se via minhas meias andando por lá.

Abri a porta bem devagar e... Juro que vi ela apontando uma faca pra mim, que meda... Ela tava deitada na cama, mas acho que não estava dormindo ainda. Me aproximei e sussurrei perto dela:

- O Bill não é gay. (ela me olhou com aquele olhar fuzilador outra vez) Me desculpa.

- Ta. (ela se virou e presumo que foi dormir)

Eu sai daquele quarto mais aliviada, mas aquele ‘TA’ não foi convincente, eu achei que ela ainda ia se vingar da maneira dela. Mesmo assim, voltei ao meu quarto e dormi.

Logo de manhã acordei com minha irmã pulando em cima de mim. Nós tínhamos perdido a hora de propósito.

- Mi, já sei, já sei...

- Sabe o que garota? (perguntei esfregando os olhos)

- Já sei o que você vai fazer.

- (eu a olhei sinicamente) O que?

- Eu não vou contar agora!

- Por quê? (estranhei)

- Ah, porque vai perder a graça, sabe? (ela tentou explicar com um sorriso) Mas, levanta logo.

- Ta bom, ta bom...

Fui me arrumar e depois nós duas fomos numa lanchonete perto do colégio. Fazer o que? Nada, como sempre. Nós passeamos o dia inteiro, e tudo isso fazia parte do plano maligno dela.

Naquela semana minha irmã ficou muito carinhosa e acabei notando que desta vez o que ela queria ia ser grande.

ENFIM FÉRIAS.!!

Depois de uma festinha do colégio as tão esperadas férias chegaram e minha irmã não se agüentou mais.

Eu estava deitada na minha cama com as pernas lá pra cima e minha irmã entrou (ela nem bate)