12. Completa.

Rosalie pôs o canudo do copo em minha boca e logo comecei a sugar aviada. Não fazia ideia de que estava com tanta fome até o sangue tocasse minha boca.

Ela caminhava comigo pela sala e continuava a balbuciar elogios e outras coisas que eu não compreendia. Pude sentir quando uma nova presença entrou na sala, mas ignorei devido a fome tamanha.

Quando acabei Rosalie depositou meu copo sobre uma mesa ao lado e me abraçou novamente, dessa vez  acariciando meinha bochecha com a sua.

Foi quando o vi. Por sobre o ombro de minha tia eu o vi pela primeira vez. Eles estava meio agachado, em posição de ataque, virado para nossa direção. Mas isso eu só reparei depois, porque o que me chamou atenção primeiramente foram seus olhos.

Eles eram de um castanho tão escuro, quase pretos e a principio me olhavam com ódio, mas eu pude acompanha a mudança se sentimentos que passava diante de seus olhos. Do ódio para o choque, então incredibilidade. Vi a compreensão atingi-lo, a admiração e por fim o amor...

Seus olhos me encavam cheios de admiração e amor, não cheios de devoção. Com uma intensidade ainda maior do que a que meu pai havia me dirigido. Ele nem se quer piscava. Saiu de sua posição de ataque e começou a caminha em minha direção. Eu sabia perfeitamente quem ele era. Ele era a voz rouca que eu amava...

_ O que vai fazer Jacob? _ perguntou Alice que surgira não sei da onde. Havia medo em sua voz.

Rosalie se virou e assim que o viu tão próximo deu um salto para trás e me segurou apertado contra seu peito.

_ Jacob, pensei que tivéssemos superado isso. _ disse Alice nervosa. Ela estava tentando apaziguar a situação delicada que se iniciara. _ Você não faria mal a filha de Bella faria?

Pela primeira vez desde que nossos olhos haviam se cruzado ele piscou. Uma, duas vezes como se não conseguisse encontrar foco. Então me deu mais uma longa olhada e então se virou para Alice.

Ela arfou e então levou as mãos a boca. Parecia estar entendendo o que acontecia, diferente de Rosalie cuja expressão variava para raiva e incompreensão.  Jacob voltou seu olhar para Rose e esticou seus braços na minha direção, eu também estiquei os meus na dele.

_ Por favor, Rosalie me deixe pegar o bebê? _ pediu ele com a voz tremula.

_ Mais de jeito nenhum! _ disse ela me apertando mais junto dela.

_ Deixe Rose. Ele não fara mal algum a ela. _ disse Alice. Sua voz parecia preocupada e cansada.

_ Mas Alice..._ ela tentou argumentar.

_ Ele não ira feri-la e não vê que ela também quer ir com ele?_ disse ela e me indicou com a cabeça.

Eu tentava sair dos braços de minha tia e esticava meus pequenos braços para ele. Fechando e abrindo as mãos enquanto tentava inutilmente alcança-lo.

Rosalie me encarou longamente e não parecia disposta a atender a solicitação. Já sem paciência eu toquei seu pescoço e mostrei o rosto de Jacob. Eu queria ele.

Ela suspirou longamente e com passos mais lentos do que o necessário foi até Jacob. Ele estava ansioso e parecia com medo de me deixar cair quando fizeram a troca, com um cuidado extremo para não de deixarem cair e para não se tocarem.

Já nos braços de Jacob eu senti um forte arrepio pela brusca mudança de temperaturas.  Ele era muito quente. Muito mais quente que minha mãe, ou minha bola. Eu gostava disso. Aninhei-me em seu colo até uma posição mais confortável. Ele ainda me olhava com devoção e voltou a sorri pra mim, eu retribui o gesto e sorri para ele. Seus olhos brilharam e seu sorriso aumentou parecendo que podia rasgar seu rosto.

_ Ela esta sorrindo. _ disse Alice surpresa.

Rosalie bufou.

Eu parei de prestar atenção a elas e me ocupei de conhecer o dono da minha amada voz rouca. Ele tinha a pele morena e os cabelos negros. Era muito diferente de todos que eu havia conhecido até agora, mas era igualmente lindo, talvez até mais. Seu sorriso me deixava feliz e seus braços eram tão acolhedores quanto minha antiga bola.

_ Oi Renesmee, eu sou o Jacob, é um grande prazer te conhecer. _ disse ele.

O prazer é todo meu, gostaria de ter podido dizer-lhe.

Ele pegou minha mão entre seu indicador e o polegar e amovendo em uma tentativa de aperto de mão. Apertei seu indicador de volta para indicar que eu sabia quem ele era.

_ Não faz ideia do quanto procurei por você menina...

Ele então deu um sorriso resplandecente que me fez sorrir instantaneamente.

 Dei um bocejo longo e voltei a me aninhar e ele me apertou mais a seu peito.

Eu estava muito feliz. Eu tinha meus pais e mesmo sabendo que minha mãe não estava muito bem eu sabia que ela ficaria. Meu pai cuidaria dela por mim. Eu tinha minhas tias e as outras vozes apesar de não saber onde elas estavam no momento. E eu tinha Jacob... Eu estava completa.