Escolhido Ao Acaso escrita por Mandy-Jam


Capítulo 7
Um ex namorado sanguinário


Notas iniciais do capítulo

Será que o Matt sobrevive? Vamos ver o que acontece...



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POV Kim

Matt ficou parado por alguns segundos, mas depois soltou um riso de nervosismo.

- Me matar? Aquele cara... Quer me matar porque é o ex da Ashley? – Perguntou ele querendo desesperadamente que eu dissesse não, mas eu assenti. Matt olhou para a loja e viu o cara saindo de lá em um passo calmo, mas perigoso.

- Matt, ele vai te matar. Ele é completamente louco. Dá o fora enquanto você pode fazer ele te perder de vista. – Falei olhando para dentro da loja também. Matt franziu o cenho para mim.

- Como você sabe disso? Como sabe que ele é o ex da Ashley? – Perguntou ele, e essa nem eu sabia responder.

- Eu só sei. Agora dá no pé. – Disse me colocando de pé novamente. O cara continuava avançando e em questão de segundos ele nos alcançaria – Olha, eu enrolo ele e você se manda para a sua casa, certo?

- Kim, você não pode ficar aqui com ele! – Exclamou Matt – Isso é loucura! Ele não vai se importar em acabar com você! O cara não deve ter medo de bater em garotas!

- Jura? Eu também não tenho medo de bater em babacas. – Rebati.

- Kim, ele...! – Eu o interrompi.

- Quer sobreviver? Então mete o pé, droga! – Berrei com raiva. Matt estava inseguro, mas acabou negando com a cabeça.

- Vem comigo. Nós vamos para a polícia, e... – Ele até poderia ter uma boa idéia quanto á chamar a polícia, mas não pode completar o raciocínio já que o motoqueiro atravessou as portas da loja.

- O que? Eu ainda não quebrei o seu pescoço? Então acho que ainda tenho muita diversão pela frente. – Sorriu ele para Matt. Eu ergui uma sobrancelha e fui para frente de Matt um tanto insegura.

- Vai. Embora. – Disse pausadamente, e pude ver que Matt estava tão trêmulo e tenso quanto eu. O motoqueiro riu.

- “Vai embora”! – Zombou ele rindo – Isso. Vai embora, Matt. Por que você não foge com a punk revoltada para algum quarto e para de tentar roubar quem já tem dono?

- Olha, eu... – Matt ia falar alguma coisa, quando a minha raiva falou mais alto.

- Por que você não se acostuma com o chute na bunda, e dá o fora com rabo entre as pernas? – Rebati com raiva, e o motoqueiro riu da minha cara. Ele estalou todos os dedos do punho e sorriu ameaçador para Matt.

- Então é isso que a sua porta-voz diz? Bem, como ela está representando você, acho que vou levar isso como uma ofensa. – Falou o cara avançando.

POV Matt

Olhei para Kim.

- Obrigado, Kim. Mesmo. – Disse em um sussurro sarcástico. Aquele cara ia me matar não só por estar com a ex dele, mas por ter uma punk revoltada como amiga. Kim não se abalou com aquilo, mas quando o cara estalou os dedos da mão, eu pude ter uma leve idéia de como iria doer levar um soco dele.

Imaginei o meu pescoço estalando do mesmo modo que a mão dele estalou, e estremeci.

- Calma. Escuta... Podemos conversar, ok? Isso pode ser resolvido com uma conversa. – Disse tentando acalmá-lo, mas ele continuou avançando. Seu rosto ficou sério e ele negou com a cabeça.

- Eu acho que não. – Retrucou.

- Mas... Eu...! Eu não tinha idéia de que ela tinha namorado você. Eu não sabia que ela era a sua ex, e que isso seria ruim para... – Eu fui interrompido por um rugido dele.

- Ex?! Seu moleque babaca, você acha que ela é a minha “ex”?! Está dizendo que eu poderia perder ela para um João-Ninguém como você?! – Rugiu ele com raiva. Arregalei os olhos. Eu e Kim demos três passos para trás com medo.

- Não! Não. Eu não quis dizer isso! Quero dizer... Eu não sabia que a Ashley estava com você, ou ainda está, ou qualquer outra coisa do tipo! Não fiz nada por mal! – Exclamei apressado. Ele franziu o cenho confuso por um momento, mas depois revirou os olhos.

- Ashley. Tsc. – Disse ele em um resmungo, mas depois me fuzilou com um olhar de raiva – Quer uma dica, imbecil? Corre. E corre muito, ouviu?!

Ele não precisou falar muito. O cara pegou uma arma que eu nem mesmo tinha notado que estava com ele antes. Uma escopeta enorme e apontou em minha direção com uma mão só. Arregalei os olhos com medo, mas Kim pareceu confusa.

- O que?! Mas que tipo de idiota tem uma...?! – Kim estava olhando para a escopeta como se fosse a coisa mais estranha do mundo, mas eu não queria parar para analisar a situação.

- Kim, corre! Ele tem uma escopeta! – Berrei puxando-a e saindo correndo pela calçada. Ela me acompanhou correndo um tanto desajeitada e confusa.

- Escopeta?! – Repetiu ela – Matt... Ah, esquece! Corre!

Ela saiu correndo ainda mais que eu. Eu olhei para trás e notei que o maluco nos seguia em um passo calmo, como se não importasse em nos deixar escapar. Senti por um momento que ele talvez tivesse certeza de que poderia nos encontrar novamente, e isso não me deixou nem um pouco mais calmo.

Eu e Kim atravessamos a rua desviando de vários carros que quase nos atropelaram. Um deles, um carro esportivo azul, quase passou por cima de nós, de modo que tivemos que literalmente nos jogar para o lado. Caímos na calçada e olhamos em volta. O trânsito estava um caos por causa de nós, o que me deu esperanças.

- Ok. Olha... Ele não vai conseguir passar com os carros parados e buzinando. – Disse olhando para Kim – Você está bem?

- É... Acho que para quem acabou de ser perseguida por um maluco, eu estou bem. – Respondeu ela ajeitando a postura – Você tem razão. Ele não vai conseguir passar com esse pessoal xingando as mães de todo mundo.

Nós nos colocamos de pé, e respiramos aliviados por ter ele longe de nós. Afinal... O cara estava armado e queria me matar! Aquela foi a pior sensação de todas.

Mas acho que nada ganha da sensação de frustração que eu senti ao ver todos os carros do transito voltarem a andar calmamente em um tempo extremamente curto. Pior. A rua ficou completamente vazia.

Se você não mora em NY, nuca vai saber como é estranho ver uma avenida completamente vazia de tarde. A hora do Rush, e nenhum carro na rua de repente.

Pisquei os olhos incrédulo, e Kim fez o mesmo.

- Ok. Tinham milhares de motoristas estressados aqui. Será que alguém pode me dizer para onde eles foram?! – Exclamou Kim incrédula.

- Embora. – Respondi tenso – Mas... Do nada?!

Do outro lado da rua nós pudemos ver o motoqueiro violento andando em nossa direção com um olhar maligno e divertido nos olhos. A escopeta continuava em suas mãos, mas ele não parecia pretender mirar e atirar em nós á distância.

- Acho que o Universo está conspirando contra nós. Acho que as forças sobrenaturais do mundo estão ajudando esse cara á acabar com você, Matt. – Falou Kim irritada e incrédula – Isso não pode estar acontecendo.

- Vamos dar o fora daqui. – Disse, mas nenhum de nós dois conseguia se mover. Nós estávamos tão chocados com aquela cena quase mágica dos carros terem desaparecido, que ficamos lá, parados, observando o motoqueiro se aproximar com o nosso fim eminente nas mãos.

- Cansaram de correr, otários? – Perguntou ele erguendo uma sobrancelha – As mentes lesadas de vocês já se tocaram que não vão conseguir fugir de mim?

Nós não conseguíamos falar nada. Ele riu das nossas caras, e Kim tentou voltar a si. Ela cerrou os punhos e respirou fundo.

- Legal. Vai fazer o que, machão? Vai nos matar. Ok. Mas e depois? Acha que ela vai voltar para você só porque é um assassino em série? – Indagou Kim.

- Não confunda as coisas. Não estou fazendo isso para impressionar ninguém. – Disse ele sorrindo torto – É que eu e o idiota ali temos alguns assuntos a resolver. Afinal de contas, quem faz, paga.

Quem faz, paga. Ah, que droga... Ele estava determinado á acabar comigo, e nada o faria mudar de idéia. Mas para piorar a situação...

- Se liga, idiota. Você pode até, bater no Matt. Pode mutilar ele, pode torturar ele, pode cortar ele, pode esmagar ele...

- Muito obrigado, Kim. – Disse para ela lançado-lhe um olhar irritado.

- Mas... – Continuou – Isso não muda o fato de você ter levado um belo chute na bunda. Esquece. A Ashley não vai voltar para você.

O motoqueiro riu.

- Mas eu ainda posso ter a diversão de poder bater, mutilar, torturar, cortar, e esmagar o garoto aí. – Sorriu ele – Obrigado pela idéia, agora se manda antes que sobre para você também, garota.

- Valeu Kim. – Resmunguei novamente.

- Só estava tentando ajudar. – Resmungou ela de volta.

- Melhorou muito a minha situação. – Rebati.

- Ao menos eu tentei. – Retrucou – Você deveria ter ido embora correndo quando eu te avisei.

- Você deveria ter saído correndo quando eu avisei. – Corrigi.

- Será que as duas garotinhas vão calar a boca ainda hoje, ou eu vou ter que fazer isso? – Perguntou ele irritado. Kim me empurrou para trás e ficou na minha frente de novo. Aquilo já estava ficando repetitivo.

Era uma questão de tempo para o cara empurrá-la para longe com um único movimento, por isso não em surpreendi quando ele a jogou longe. Kim caiu no chã abafando um grito de dor, e eu permaneci parado.

Não tinha nada para me defender, a não ser minhas mãos, mas tinha a impressão de que bater nele seria tão inútil quanto bater em um muro. Se você não fosse o incrível Hulk, não teria efeito nenhum.

- Vamos acabar logo com isso. – Disse ele erguendo a espingarda. Ele deu um olhada de canto de olho para Kim, e riu – Garotinhas como você não deviam ver cenas como essa, Kimberly.

Arregalei os olhos. Não por medo do cara, mas por ele ter dito o nome de Kim. Ela se levantou com os punhos cerrados e trincando os dentes.

- Do que você me chamou?! – Exclamou ela com raiva. Com uma força que eu duvidava que ela tinha, Kim acertou o cara com seu ombro direito. Ele cambaleou alguns passos para o lado e estreitou os olhos para ela.

- Já falei para você se mandar. – Disse ele.

- Eu não vou me mandar, sua besta. Ou ainda não se tocou disso? – Rosnou ela – Acho melhor você se mandar, antes que...

- Ah, ficou irritadinha por que eu te chamei de Kimberly, Kimberly. – Implicou ele – Não tenho culpa se a burra da sua mãe resolveu escolher esse nome para você, Kimberly.

- Ninguém chama a minha mãe de burra. E mais. Ninguém me chama de Kimberly! – Rugiu ela com ódio profundo. Kim estava com tanta raiva, tanta raiva, que eu não sabia mais se devia ter medo do motoqueiro ou dela.

Os dois ficaram se encarando com ódio um pelo outro por alguns minutos. Os punhos cerrados de Kim tremiam de tanto ódio, prontos para acertar o cara. Ele, por sua vez, apertava cada vez mais a sua arma.

Foi aí que algo estranho aconteceu. Senti o chão sobre meus pés tremer de uma maneira descontrolada. Um terremoto no meio do nada.

E o pior era que ele parecia acompanhar o nível de raiva de Kim e do motoqueiro. O terremoto foi ficando cada vez mais forte, até que Kim piscou os olhos notando o que estava acontecendo.

Sua raiva não tinha ido embora ainda. Só havia se dispersado um pouco. Ela olhou novamente para o motoqueiro, que agia como se nada de estranho estivesse acontecendo.

Sua franja picotada e arrepiada e caiu sobre um de seus olhos, mas o outro expressava todo o seu ódio.

- Se manda, perdedor. – Rosnou ela – Agora!

O motoqueiro ergueu sua arma pronto para acertar Kim, mas algo impressionantemente louco aconteceu. O chão tremeu muito mais. Várias árvores da rua desabaram. Alguns postes de luz ameaçavam fazer a mesma coisa.

O asfalto da calçada começou a se contorcer. Eu fui jogado para trás quando o piso se ergueu e em forma de onda chocou-se contra o motoqueiro. O cara foi lançado para trás com o dobro de força que nos lançou.

Ele foi realmente pego de surpresa, pois quando caiu, arregalou os olhos e piscou para nós tentando enxergar mais claramente. Kim continuou em pé. Sabia que no fundo ela estava morrendo de medo, mas por fora queria se mostrar forte.

Sem dizer uma palavra, ela se virou e veio até mim com as mãos para dentro dos bolsos. Eu me levantei sem muito equilíbrio e pisquei os olhos atordoado.

- Kim, o que...? Você viu isso? – Perguntei surpreso.

Kim assentiu séria. Quando ela ficou completamente de costas para o motoqueiro, que ainda parecia não acreditar no que vira, ela mostrou todo o seu desespero.

- Vamos embora. Rápido. – Disse em um tom de pânico – E não olhe para trás!

Kim saiu correndo pela rua em direção ao seu prédio, e eu fui ao lado dela.


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Notas finais do capítulo

Wow. Tenso, não?
Como será que aquilo aconteceu? Alguém tem algum teoria?
Espero por reviews!
PS: Férias chegando! Mais tempo para escrever e responder reviews!