Escolhido Ao Acaso escrita por Mandy-Jam


Capítulo 17
O mundo cor de rosa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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POV Matt

Afrodite saiu em puxando pelo braço, enquanto admirava milhões de vitrines da rua. Eu olhava para todos os lados ao mesmo tempo, com medo de algum javali gigante aparecer.

- Você não adora isso? – Perguntou ela feliz olhando as vitrines.

- Ahm... Oi? – Perguntei olhando para ela. Notei que ela falava das vitrines, e acabei assentindo – Ah, sim. Olhar vitrines é legal.

- Vamos entrar nessa? Ou naquela? Ah! Aquela está em promoção! – Exclamou ela dando pulinhos. Eu passei a mão pelo meu cabelo, e andei um pouco mais apressado.

- Que tal um café em algum outro lugar? – Perguntei puxando-a em meu ritmo rápido. Ela me acompanhou e franziu o cenho sem entender.

- Mas você não disse que gostava disso, Matty? – Perguntou ela.

- Gosto. Gosto mais ainda quando eu tenho mais do que dez dólares no bolso. – Murmurei baixo, mas acho que ela não ouviu.

- Ah, eu já entendi! Está preocupado com o que Ares vai fazer, não é? – Perguntou ela, e então revirou os olhos – Ares é realmente muito estressado. Não sabe admitir que perdeu, aí quer sair por aí arrancando a cabeça de todo mundo.

- É. Não é chato quando as pessoas fazem isso? – Perguntei fingido estar tão calmo quanto ela. Nós atravessamos a rua e paramos em um café perto do Centro Park – Ufa. Melhor agora.

Nós sentamos em uma mesinha na calçada, e eu respirei fundo o ar sujo e pesado de Nova Iorque. Senti-me bem melhor. Talvez não muito, pois sabia o que teria que enfrentar daqui a pouco.

Minha mão estava em cima da mesa, mas eu não me lembrava disso até a mão de Afrodite acariciar a minha. Era como se todo o mundo tivesse diminuído a velocidade, e de repente eu não pensasse em mais nada. Olhei para ela um tanto surpreso.

- Fica calmo. – Disse ela em um tom calmo e baixo – Confio em você, Matthew Harris. Eu sei que vai se sair bem.

- Eu não sei... – Murmurei de volta para ela.

- Eu sei. – Sorriu para mim – Você é muito heroico. Só não sabe disso.

Senti meu coração se apertar, e acabei falando o que estava pensando.

- Eu acho que eu sou um perdedor. Só isso. – Falei olhando para ela. Neguei com a cabeça – Você está enganada. Posso ser muita coisa, mas não sou um herói.

Afrodite sorriu novamente para mim, e apertou minha mão com força, mas sem tirar os olhos dos meus.

- Um herói ouve o seu coração. – Contou ela – Geralmente as pessoas não sabem se são heróis, porque não sabem o que seus corações querem.

Houve um momento de silêncio.

- O que o seu coração diz, Matty? – Perguntou ela. Eu estava em transe. Aquela pergunta se repetiu milhões de vezes pela minha mente, enquanto eu tentava buscar uma resposta.

Mas como se meu coração não quisesse que eu o lesse, ele deu um nó, apertando meu peito. Ao mesmo tempo, ele batia forte, e eu sentia minha cabeça girar.

- Não sei. – Respondi sinceramente. O sorriso dela continuou em seu rosto, e eu podia ter certeza que tudo a nossa volta estava parado e cor de rosa. Corações caíam do céu, e todo mundo parecia extremamente feliz. Só que isso tudo voltou ao normal de repente, quando ela encostou-se novamente á cadeira.

- Um dia vai saber. Isso leva tempo. – Disse ela encolhendo os ombros.

Parecia que eu tinha levado uma série de socos, e não sentia mais nenhuma parte do meu corpo. Minhas pernas tremiam, e eu estava com a mente virada de cabeça para baixo.

Eu ergui o braço mole e tremendo para chamar o garçom, mas levei um belo susto. Ao olhar por cima do ombro de Afrodite, eu vi o animal mais assustador que já encontrara na vida.

Afrodite estava olhando-se no espelho, mas quando o virou um pouco para o lado, notou o animal também.

- É ele. – Foi tudo o que ela disse enquanto o fitava pelo espelho – O javali.

- Eu notei... – Murmurei. As pessoas não pareciam estar notando-o, mas eu sabia que estava ali. Precisava olhar fixamente para notar que era um javali, na verdade. Se desviasse o olhar, ele parecia ser um cachorro bem grande.

- É a névoa. – Disse ela como se lesse meus pensamentos – Ela bagunça a visão dos mortais, para que não enxerguem os monstros.

O javali fez um barulho terrível e eu me coloquei de pé. Estava nervoso e com medo, mas lembrava do plano de Kim. Respirei fundo, e assoviei chamando a atenção do bicho. Ele olhou para mim com seus pequenos olhos cheios de ódio, e avançou. Eu saí correndo na direção oposta, e algumas pessoas começaram a notar que algo estava errado.

Estávamos correndo bastante, até que eu cheguei em uma das ruas mais movimentadas de Nova Iorque. A Time Square.

Não pensei duas vezes, porque se o fizesse não teria coragem. Eu corri pelo meio da rua, e a maioria dos carros não parou. Consegui desviar deles devido á uma descarga de adrenalina, mas o javali não teve tanta sorte.

Um ônibus chocou-se contra o animal, e para a surpresa, o javali virou fumaça dourada. O motorista do ônibus parou-o, e consequentemente o carro de trás bateu nele. Vários e vários carros bateram uns contra os outros, e os que não tinham se chocado, começaram a buzinar.

Eu fiquei parado no único pedaço de asfalto onde não tinha carro algum. Com medo de me mover, eu olhei em volta e notei que tinha causado um grande estrago. Corri para longe quando um punk revoltado saiu do carro para tirar satisfação comigo.

- Você conseguiu! – Exclamou Afrodite pulando de animação do outro lado da calçada – Viu?! Eu disse que você era um herói!

- Vamos comemorar lá em casa. Corre! – Exclamei puxando-a junto comigo novamente.

POV Kim

Mais ou menos ás seis da tarde, eu vi anunciar na TV um acidente na Times Square. Milhares de carros bateram uns contra os outros por causa de um pedestre desatento que atravessou fora da hora. É claro que aquele idiota era o Matt, mas ao ver isso notei que meu plano tinha dado certo.

Parte um, concluída. Parte dois, em andamento.

Eu estava parada na esquina de uma rua em Nova Jersey, e olhava fixamente para uma cor de creme, ao lado de uma vermelha berrante. Ares saiu da casa vermelha e ajeitou um tipo uma gravata, como se aquilo o enforcasse.

Estava vestido como se estivesse indo á um casamento, o que na minha mente era muito estranho. Desajeitado, ele fez surgir um buquê de flores, e bateu á porta da casa creme.

Alice abriu a porta. Ela estava usando um vestido azul delicado e bonitinho. Parecia uma boneca de loja de brinquedo, na minha opinião, mas não podia negar que estava bonita.

Ela cruzou os braços.

- Se salvou por dois minutos. – Comentou ela – Senão teria o prazer de te dar um chute por chegar atrasado.

- Boa noite para você também, gracinha. – Ares tomou uma pose extremamente confiante. O que ele devia achar provavelmente sedutor. Alice olhou para o buquê que Ares estendeu para ela, e ergueu uma sobrancelha para ele.

- Essas têm abelhas furiosas? – Perguntou ela olhando para Ares.

- Não. Essas eu não comprei. – Respondeu ele calmamente – Nunca devemos confiar em floricultores.

- Ah, claro. A culpa é sempre deles. – Confirmou Alice, e Ares tentou se manter calmo. Ela pegou o buquê com a ponta dos dedos, como se pudesse explodir, e o colocou em algum lugar dentro de casa.

Quando Alice voltou ela olhou para as roupas do seu namorado.

- Você está usando gravata. – Comentou ela surpresa – Gravata?

- E camisa formal. – Completou ele.

- É camisa social, Ares. – Corrigiu ela.

- Você entendeu. – Resmungou ele, mas então olhou para o corpo de Alice e sorriu torto – Tem certeza que quer sair para jantar, ou prefere que nós fiquemos aqui? Podemos passar a noite toda juntinhos, e eu...

Alice segurou a gravata dele com força, e o olhou nos olhos.

- Acha que só porque está usando uma gravata, e me deu flores que não explodem tinta, minha memória vai se apagar? – Perguntou ela – Não vou te dar esse mole. Ainda está na minha lista negra, e eu espero que o restaurante seja muito bom.

Alice o soltou e passou por ele. Ares revirou os olhos com raiva, mas se controlou para não fazer besteira.

- Pirralha chata... – Resmungou ele para que Alice não ouvisse. Ares fechou a porta da casa dela, e eles foram de carro para o tal restaurante. 

Parte dois... Em andamento.


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Notas finais do capítulo

O que acham que a Kim vai aprontar no encontro deles?
Espero que tenham gostado.
Beijos e até o próximo capítulo!