Já era noite quando Edward, interrompendo a conversa do ambiente, pega Ellie adormecida em seu colo.

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-Posso levá-la para o meu antigo quarto, Bella?- Ele perguntou.

-Ahn... Nós já vamos embora Edward, obrigada.- Bella respondeu, sorrindo.

-Ora, nada disso! Vocês passarão a note aqui. Está tarde, querida, e não é bom duas mulheres lindas andares essa hora na rua. Além do mais, Ellie tem seu próprio quarto aqui. –Esme falou, pegando a mão de Bella.

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Sem conseguir pensar em motivos plausíveis para recusar a oferta, Bella assentiu.

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Carregando a menina firmemente nos braços, Edward levou Ellie para seu quarto na casa Cullen e passou alguns minutos observando-a.

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Sem que percebesse, Bella se aproximou dele e tocou seu ombro.

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-Eu não te vi. –Ele comentou.

-Você passou uma hora aqui, Edward. – Disse Bella carinhosamente. –Todos já foram deitar.

-Nossa, o tempo passou tão rápido...

-Ela tem esse efeito nas pessoas.

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Não só ela, Edward pensou.

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-Venha, vou mostrar-lhe seu quarto.

-Não precisa. Rose já me mostrou. Sua família é um doce, Edward. Você tem sorte.

-Todos nós temos, na verdade.

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Edward tocou a mão de Bella, fazendo com que ela se sentisse tonta.

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-Você está bem, Bella?

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Ela olhou nos olhos de Edward e inconscientemente se aproximou.

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Fazendo o mesmo, Edward apoiou as mãos na cintura de Bella, acabando com a distância entre os corpos.

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Assim como as distancias dos lábios, que se encontraram no meio do caminho, em uma mistura de amor, paixão e desespero.

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As pernas de Bella amoleceram e ela teve que segurar nos ombros de Edward.

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Oh Deus, ela estava perdidamente apaixonada por esse homem.

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E ela podia sentir que Edward sentia o mesmo, na mesma proporção.

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Eles se separaram e Edward deu um leve sorriso envergonhado.

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Bella sorriu de volta, olhando-o.

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No momento em que os olhos se encontraram, Bella pode sentir uma dor tão aguda na nuca que a fez perder a respiração.

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-Bella, você está bem?

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Sem poder responder, Bella refez o caminho que mais cedo fizera com Rosalie e trancou-se no quarto que seria seu por uma noite.

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Após trocar suas roupas pelos pijamas que Esme havia lhe dado, Bella deitou-se na cama.

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A dor ainda a assolava, mas muito menos aguda do que antes.

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Adormeceu rapidamente.

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Três horas depois, os olhos de Bella se abriram e ela foi obrigada a acordar.

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Desde que era criança, quando acordava alguns minutos no meio da noite, tinha que levantar, ou não conseguiria dormir.

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Cobrindo-se com o Robe de seda que Esme também havia lhe dado, Bella desceu a grande escada da casa lentamente, evitando qualquer barulho.

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Entrou na cozinha, com as luzes apagadas, e pegou um copo, enchendo-o de água.

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Levou o copo aos lábios.

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E luz foi acesa, dando um susto em Bella, que engasgou.

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-Bella, querida! Desculpe te assustar!

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Se recuperando do susto e do engasgo, Bella sorriu para Esme.

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-Não, eu que peço desculpas. Eu apenas fiquei com sede.

-Este é um mal que me assola, também. –Esme brincou.

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Sorrindo, Bella encheu outro copo com água e entregou a Esme.

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-Obrigada, querida.

-De nada, Esme.

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Após alguns segundo de silencio, Esme se pronunciou.

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-Você se assustou, não foi?

-Bem, você acendeu a luz e - -

-Não era disso que eu estava falando, Bella.

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Isabella se calou, esperando Esme explicar do que estava falando.

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-Quando eu conheci Carlisle, o mesmo aconteceu comigo. Primeiro, eu senti uma leve ardência no dia em que nos conhecemos. Depois, veio a dor aguda no primeiro beijo. Em seguida,  foi como se esfregassem levemente uma pedra de gelo, um alívio, no dia em que nos casamos.

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Confusa, Bella perguntou.

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-Eu não entendo, do que você está falando?

-A marca.

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Levantando os lindos cabelos castanhos claros, Esme lhe mostrou a pequena marca em forma de C em sua nuca.

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Os olhos de Bella brilharam, reconhecendo-a de imediato.

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Sua mão automaticamente foi até sua nuca.

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-Eu... Eu não entendo.

-Eu também não entendia, sabe? Eu só realmente fui entender na véspera da morte da mãe de Carlisle. Ela me contou toda a história e, no dia seguinte, faleceu.

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Bella permaneceu calada, muito surpresa para falar algo.

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-A marca não se trata sobre um Cullen encontrar sua escolhida, e sim um Cullen ser o escolhido de alguém. A pessoas que recebe a marca, será a pessoa que cuidará e amará seu par. Como se essa pessoa fosse um guardião.  Eu, por exemplo, sou guardiã de Carlisle. Assim como Jasper é o guardião de Alice e Rose de Emmet. E você...

-Edgar? Ellie? –perguntou Bella, esperançosa.

-Não, querida. E você sabe disse. É Edward.

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-Eu não entendo... – Bella suspirou – Esse tipo de coisa não existe!

-Muitas coisas não existem, Bella. Mas isso... Existe. É destino. Darren e Marie, um casal apaixonado e que foi separado pela crueldade do mundo.  Darren era um imponente Cullen, filho do rei e guerreiro, comandava as piores guerras. O mesmo Darren se apaixonou por Marie. Uma camponesa e incrivelmente bela. Ela já amava Darren desde que servira seus famosos assados para ele. No dia, ele nem a olhara.

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Os olhos de Esme estavam sem foco, como se ela estivesse em outra época, em outro lugar.

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Bem, Bella também estava.

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-Mas então, uma vez, enquanto Darren caçava na floresta, Marie colhia ervas para o seu novo tempero e por uma brincadeira do destino, o cavalo do príncipe levou-o diretamente a ela. Darren pediu-a em casamento naquele mesmo dia. O rei de recusou a abençoar o casório e a rainha o apoiou completamente. Marie não era digna o suficiente para ser esposa de um futuro rei.

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Bella não pode mais segurar, e deixou algumas lágrimas escaparem.

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-Enquanto Darren discutia com os pais, Marie saiu da sala real sem que ninguém percebesse e quando estava no corredor, ela ouviu um homem e uma mulher conversando. Eles planejavam a morte do príncipe. Ali, naquele mesmo instante. A camponesa não pensou nem sequer uma vez, ela correu de volta a sala e abraçou as costas do príncipe. Segundos depois, uma flecha atingiu a nuca da moça. A flecha acabou atingindo também o nuca de Darren, mas com muito menos impacto. Ela havia salvado a vida do príncipe. Em troca, o rei e a rainha abençoaram o casal.

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Esme pareceu voltar ao presente e olhou nos olhos de Bella.

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-Após a cicatrização da ferida que, embora profunda, não havia matado a moça, eles se casaram.  O Padre fez o sinal da cruz com a água benta nas cicatrizes de Darren e Marie, ambas em forma de C. Alguns anos depois, o Rei faleceu, dias depois, a rainha. O ultimo pedido dela foi para Marie: “Que você faça do meu filho um pai, e que os filhos dele tenha um guardião como você, como almas gêmeas”, ela pediu.

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-Bem, isso aconteceu, não é? –Bella sussurrou.

-Sim, aconteceu.

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As duas olharam para fora e viram que o céu estava clareando.

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-Volte a dormir, querida. Amanhã será um longo dia. – Esme falou.

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Bella assentiu, enchendo novamente seu copo com água e andando em direção ao seu quarto.

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Mas antes, pensou, mais uma coisa.

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-Por que eu não recebi a marca quando engravidei de Edgar?

-Porque ele não é o seu Cullen.

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